Capítulo Quinze

Capítulo Quinze

Ayla

Dia da invasão

Assim que William saiu comecei a sentir um pressentimento ruim, não queria ter ficado sozinha, algo me dizia que alguma coisa ruim iria acontecer.

Fiquei andando de um lado para o outro escutando os tiros cada vez mais perto, meu coração começou a ficar acelerado e minhas mãos estavam suando muito.

Depois de alguns minutos ouvi passos pelo corredor e fiquei assustada. Poucos segundos depois alguém tentou abrir a porta que eu estava e quando não conseguiu deu um tiro na fechadura que me fez assustar na hora.

A porta se abriu e três homens que eu não conhecia entraram.

— Achamos ela. — Um deles fala.

— Pega a garota. — O outro manda e dois deles vem pra cima de mim.

Tento me debater mas é em vão, eles me agarram e começam a me levar pra fora, gritei várias vezes mas ninguém aparecia.

Quando estávamos quase do lado de fora, Pedro apareceu atirando nos homens, ele acertou o braço de um deles, mas acabou sendo atingido na barriga.

Na hora me desesperei, Pedro tinha que ficar bem.

— Pedro, aguenta firme porfavor. — grito pra ele.

— Cala a boca sua piranha. — Um dos homens fala e desfere um tapa na minha cara.

— Vamos pela rota sul, Veneno vai esperar lá. — Um homem aparece e diz.

Eles me arrastaram até uma parte da mata e me colocaram dentro de um carro, só conseguia pensar no Pedro machucado, só queria que alguém achasse ele logo, ele não podia se machucar por minha culpa.

Ouvi barulhos de moto se aproximando e os homens que estavam comigo começaram a reclamar e falar algo sobre o Sombra, me virei e vi ele aparecendo na lateral do carro, ele atirou várias vezes no motorista, só que vi o carro pegar ele em cheio, meu coração parou nesse momento.

— Will…. — Tentei gritar, mas uma batida forte fez meu corpo ir para frente e bater a cabeça com força me fazendo apagar.

Atualmente

Durante meu coma eu fui visitada diariamente pela minha mãe, ela vinha quase todos os dias me dar forças para continuar, além dela sempre ouvia o pessoal conversando comigo e isso me deixava feliz, considerava todos a minha família e ver o quanto eles se preocupavam comigo e ficavam ao meu lado o tempo todo me deixava mais forte.

Minha mãe enquanto me visitava sempre me falava que eu ainda teria muitas coisas para passar, que eu descobriria segredos sobre minha família ainda e que a cada dia eu seria mais amada pela minha nova família.

Ela também me falou que eu e William estávamos ligados de uma forma muito forte e que ele sempre estaria ao meu lado para me amar e me proteger.

Hoje minha mãe me visitou como todos os outros dias.

— Ayla minha filha, chegou a hora de você retornar, não poderei mais vim ver você, mas saiba que estarei aqui no seu coração te protegendo da melhor forma. — Assim que disse isso ela desapareceu

Tentei ter forças para voltar mas era tão difícil, quando já estava desistindo ouvi William falar comigo, a cada palavra dele parece que meu corpo ia ganhando forças, quando ele disse “Eu te amo”, senti uma explosão de emoções dentro de mim e consegui abrir os olhos e ver ele na minha frente.

— Eu…também…te…amo — Digo sentindo as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

Ele abre os olhos e me olha assustado, mas isso demora pouco porque ele logo abre um sorriso enorme, suas mãos vão até minhas bochechas e ele começa a me dar vários beijinhos.

— Minha pequena, não acredito que você acordou, eu só posso estar sonhando. — Ele diz abrindo mais um sorriso lindo.

— Senti...sua falta.. — Digo com um pouco de dificuldade.

— Também senti a sua pequena, vou chamar o médico para te ver e já volto. — Ele me dá mais um beijo e sai do quarto.

Minutos depois ele volta com o doutor e quando o doutor me examina vejo ele ligando pra todo mundo avisando que eu acordei.

— Eles esperaram muito para você acordar, eu até entendo a animação. — O médico diz abrindo um sorriso. — Você tem sorte da família que tem Ayla, espero que consiga se recuperar bem.

— Obrigada doutor. — Digo abrindo um sorriso e olhando para o William que parece que está falando com o irmão.

O médico saiu e William deitou ao meu lado na cama, me aconcheguei em seu peito e estava me sentindo tão bem.

— É tão bom ter você em meus braços, meu amor. — Ele diz acariciando minhas costas.

— Prometo não sair mais deles, meu grandão. — Digo abrindo um sorriso.

Estamos tão tranquilos que quase pulei da cama com a porta do quarto abrindo com tudo.

Levantei meu rosto e vi todo mundo entrando de uma vez. William colocou a mão no rosto e balançou a cabeça de um lado pro outro.

Eu não aguentei e comecei a rir.

— Ayla, minha menina. — Eloá veio ao meu encontro e me abraçou com carinho. — Sentimos sua falta, minha filha.

As palavras dela aqueceram meu coração.

— É bom te ver bem maninha. — Pedro me abraçou

Logo em seguida, Pamela apareceu com lágrimas nos olhos e me abraçou sem falar nada, apenas chorou no meu ombro.

— Eu voltei maninha, não precisa mais ficar triste. — sussurrei no ouvido dela.

BN e Ctreze vieram juntos e me deram um abraço coletivo bem apertado. Dei risada da cara que William fez.

— Sentimos sua falta, senhorita Ayla, sem falar que esse cara aqui, ficou parecendo um velho rabugento sem você. — BN fala apontando para William.

— Nem me fala, foram dias difíceis. — Ctreze fala colocando a mão no peito.

— Relaxa meninos, eu voltei pra acalmar o coração do meu grandão aqui. — Digo me deitando no ombro dele.

— Ai que bonitinho meu casal. — Eloá fala e todos dão risada.

Estava me sentindo a pessoa mais feliz do mundo, acordar e ser recebida dessa forma carinhosa, encheu meu coração, queria pausar esse momento e viver nele para sempre.

…

Fiquei no hospital só por mais um dia, fui liberada no final da tarde para ir embora, Eloá e Pamela trouxeram uma roupa pra mim e Pedro havia ido buscar o carro, William não saiu do meu lado um minuto, e eu estava amando nossa aproximação.

Assim que chegamos em casa havia uma mesa de jantar posta com o monte de comida, quando fui entrando mais havia uma faixa escrito “ Bem vinda de volta, Ayla”.

Meu coração se aqueceu e não consegui controlar as lágrimas, abracei a todos.

— Isso foi ideia da Pamela e os meninos ajudaram. — Eloá falou.

— Ficou lindo, depois quero guardar ela. — Digo e o pessoal dá risada.

Ouço a porta abrir e vejo quatro pessoas entrando, BN está com a sua noiva Natália, inclusive fui eu que ajudei na ideia para ele pedir ela em casamento.

Nathalia ( Noiva do BN)

Lana amiga de Paloma também veio, vi ela apenas duas vezes aqui na casa, mas sabia que ela era uma pessoa boa e adorava nossas conversas.

Lana ( Melhor amiga da Pâmela)

Ctreze também apareceu e todos nós nos reunimos para comer junto, foram tantas risadas e conversa que não conseguia nem lembrar de tudo que havia acontecido.

— Ayla tá tudo bem ? — William pergunta me olhando.

Todos da mesa param e ficam me observando preocupados.

— Não é nada grandão, eu só queria agradecer a todos vocês, teve um momento da minha vida que eu achei que não poderia mais ter uma família, eu pensei que eu ia viver no meio da dor e sofrimento até meu último suspiro. — Digo sentindo William colocar a mão em meu ombro. — Mas hoje eu me sinto tão bem com cada um de vocês aqui, por mais que eu tenha passado por tudo que passei, hoje eu consigo sorrir, sabendo que tenho todos vocês aqui comigo. Obrigada por tudo. — Digo chorando e quando olho todos também estão chorando.

Cada um deles se levantou e veio me abraçar com carinho, não consegui parar de chorar um minuto se quer, ter o apoio de todos eles era gratificante, me fazia sentir mais forte para lutar pela minha vida.

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