Capítulo Seis

Capítulo Seis

Ayla

Abri meu olhos e uma forte luz branca invadiu minha vista, pisquei os olhos algumas vezes e olhei em volta, não estava no meu quarto e isso me fez ter muito medo, se Raul chegasse em casa e não me visse, ele ia me matar, precisava sair daqui agora.

Tentei me mexer mais uma dor tomou conta do meu corpo, soltei um gemido baixo e novamente tentei me levantar, assim que sentei na cama olhei ao redor e havia um cara sentado na poltrona ao meu lado, olhei bem para ele e lembrei que era o Sombra.

Aproveitei que ele estava dormindo e fui tentar descer da cama, olhei para minha barriga e tinha um curativo em meu abdômen. Consegui pisar no chão, mas quando coloquei o meu peso sobre meus pés, não aguentei e caí com tudo.

Não consegui controlar e gritei de dor, na mesma hora vi Sombra acordar assustado, ele olhou para os lados e quando me viu no chão rapidamente se levantou e veio me pegar.

— Porra Ayla, oque você tá fazendo? — Ele pergunta me pegando no colo e me colocando na cama.

— Eu preciso ir embora. — digo tentando sair da cama de novo e ele me segura.

— Você não vai a lugar nenhum.

— Sombra, eu tenho que ir pra casa se não…. — Parei e na mesma hora olhei para cara dele.

— Se não o'que Ayla ? — Ele pergunta sério.

— Nada, minha família deve estar preocupada. — Digo virando meu rosto para o lado oposto dele.

— Ayla, quem fez isso com você ? — Ele pergunta e não consigo conter as lágrimas — Sou dono do morro Ayla, se o'que aconteceu com você foi aqui, eu posso te proteger.

Olhei agora ele um pouco assustada, será que poderia confiar em alguém que conheci a menos de um dia, e se eu contasse tudo e ele me entregasse para o Raul, eram tantas perguntas, mas não sei o porquê algo me dizia para confiar nele.

— Ayla, fala alguma coisa, porfavor. — ele diz me tirando de meus pensamentos.

— Raul…. Meu padrasto. — Digo abaixando a cabeça.

— Ayla eu sei que é difícil, mas preciso que me conte tudo que aconteceu. — Ele se aproxima e senta na maca.

— Você…. Você promete que vai me proteger? — Pergunto e sinto as lágrimas escorrerem pelo meu rosto mais ainda.

— Eu prometo pequena. — Ele leva sua mão até meu rosto e seca uma das lágrimas que estava caindo.

— Me chamou Ayla Fernandes, tenho 24 anos, e vim morar aqui tem quase dois meses, depois da morte de minha mãe. — fiz uma pausa. — Minha mãe conheceu o Raul a um ano atrás, ele era uma boa pessoa, mas nos últimos cinco meses ele começou a se drogar e a beber muito, foi nesse período que as agressões começaram, naquela época era só minha mãe que apanhava, eu tentava de todas as formas tirar ela daquele lugar e ir embora, em três meses eu tive que levar ela no hospital mais de dez vezes. — Lágrimas escorriam pelo meu rosto. — na semana que ela morreu, decidimos fugir, estava tudo pronto, eu….eu saí de casa pra poder comprar um remédio na farmácia pra ela, e quando eu voltei…. — Apenas desabei em lágrimas, não conseguia mais falar nada.

Sombra me abraçou com carinho e eu fiquei chorando sem parar no seu peito.

— Tinha tanto sangue, tanto sangue, foi horrível, depois disso minha vida virou um inferno, meu padrasto me ameaçou e me trouxe para cá a força, no primeiro dia que pisei meus pés aqui, ele me agrediu pela primeira vez, depois daquele dia ele não parou mais, quando achei que não podia piorar ele começou os abusos, eu nunca tinha feito nada com ninguém, nunca, tinha me guardado pra alguém especial e ele arrancou isso de mim como toda a minha vida.

Parei de falar e me acomodei nos braços de Sombra, ele não disse nada e apenas me confortou. Ficamos abraçados por um bom tempo até que consegui me acalmar.

— Ayla, vou chamar o doutor, seu ferimento tá sangrando. — Ele diz se afastando.

Olho para minha barriga e vejo minha camisola de hospital vermelha, assim que voltei minha vista para a porta, ficou tudo turvo e eu acabei apagando.

William (Sombra)

Cada palavra que saia da boca da Ayla me deixava com mais raiva, tudo o'que ela passou, até mesmo perdeu a própria mãe, eu ia matar aquele maldito com as minhas próprias mãos, ia torturar ele da pior forma possível.

Me afastei um pouco de Ayla e notei que ela estava sangrando, com certeza por causa da queda e por conta da força que ela fez. Corri pra poder chamar um médico e quando voltei ela estava desmaiada.

Os médicos ficaram com ela e eu fui para o corredor esperar, aproveitei e peguei meu celular para ligar para meu irmão.

Ligação On

— Tá tudo bem Sombra?

— Ela acordou e me falou o'que aconteceu, quero que peguem o desgraçado do padrasto dela, pode levar ele pra salinha.

— Pode deixar irmão.

Ligação Off

Desliguei a chamada e o médico saiu do quarto falando que ela estava melhor e que havia dormido de novo, voltei pro quarto e me sentei na poltrona ao lado dela, levei minha mão até a sua e fiz carinho.

— Como alguém teve coragem de machucar você? — Sussurro pra mim mesmo.

Tiro minha mão da dela e fico ali esperando, depois de quase uma hora, escuto alguém bater na porta, quando me levanto para abrir, minha mãe entra.

— Filho, como ela está ? — minha mãe pergunta me abraçando.

— Está bem mãe. — Dou um beijo em sua testa.

— Meu deus, o que fizeram com essa pobre moça, meu filho? — Ela se aproxima de Ayla que ainda está dormindo.

— Muitas coisas mãe, mas agora vamos cuidar dela, prometi protegê-la. — Digo me aproximando de minha mãe e colocando a mão em seus ombros.

Notei que ela estava chorando, realmente era difícil ver alguém no estado que Ayla estava, ainda mais sendo mulher, tenho certeza que minha mãe sentiu a dor dela.

Puxei ela pra um abraço e a consolei enquanto ela chorava.

— Quero que leve ela para casa quando ela tiver alta. — Minha mãe diz se afastando.

— Tudo bem mãe, vou levá-la.

Eu já ia levar ela pra minha casa, depois que matasse seu tio, Ayla não ia ter pra onde ir, e eu já sabia disso, por isso já decidi que levar ela pra casa é a melhor solução.

— Quero cuidar dela, ela merece ter uma vida boa a partir de hoje. — Minha mãe fala. — Pode ir pra casa descansar meu filho, vou ficar aqui com ela, qualquer coisa te ligo.

Concordei, estava com corpo todo dolorido e nem tinha comido ainda, dei um beijo na testa de Ayla e da minha mãe e fui embora.

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Comments

Marcia De Souza Gomes

Marcia De Souza Gomes

Ela vai ser bem cuidado e amada mas precisa também passar por um psicólogo pq tem traumas que o tempo não cura

2024-04-28

10

Maria Goreth Gomes da Silva

Maria Goreth Gomes da Silva

Ela está com pessoas amigas q vai cuidar bem dela

2024-04-25

1

Luzia Luisa

Luzia Luisa

estou lendo até agora estou gostando

2024-05-01

1

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