Capítulo 5

Finalmente tomei coragem e bati na porta, porém ninguém respondeu, bati novamente, porém tudo continuava silencioso e quieto.

“Acho que não deve ter ninguém em casa”

Dei meia volta e comecei a dar meus primeiros passos em direção à bicicleta. Foi quando eu ouvi um barulho de trancas e ferrolhos, vindos da porta.

Voltei minha atenção para a porta e franzi a testa.

A porta se abre, mas não completamente. Posso ver um homem escondido atrás dela, não dava para vê-lo direito, mas parecia que ele usava uma roupa de médico.

— Quem é? — Perguntou ele desconfiado.

— Eu vim fazer uma entrega… — pego o pacote e olho o nome do cliente — Senhor David?!

— Sou eu… Só um minuto.

O homem fecha a porta novamente, em seguida escutei  sons de ferrolhos, correntes e trancas. Após isso a porta se abre novamente, mas desta vez por completo.

Posso ver então com mais nitidez, o homem que deveria ter uns 50 anos no máximo, usava óculos redondos, tinha uma longa barba ruiva, cabelos longos e desgrenhados, olhos verdes e usava um jaleco branco.

— Venha aqui e seja rápido — fala ele com urgência, enquanto puxa a carteira do jaleco.

Dou alguns passos a frente, ficando de frente a porta e frente a frente com o misterioso homem e entrego o pacote para ele.

— Quanto tempo devo? — pergunta ele enquanto abre a carteira, que estranhamente… para uma pessoa que vive nessas condições… Estava abarrotada de notas de cem dólares.

— 29 dólares — respondo.

— Droga, estou sem trocado… — ele pega uma nota de cem e me entrega — Tome fique com isso e vá.

Me recuso a aceitar a nota, afinal não estava disposta a receber além do que era realmente justo.

— Não posso aceitar, senhor é demais!

— Garota, não tenho tempo para isso. Tome é vá antes que…

Neste momento uma luz forte nos atinge, olho para onde em sua direção, para ver qual era sua origem. Com os olhos estreitos e com minha visão tomada por vertigens, pude ver que a origem da luz era de um carro que estava parado em frente a casa.

— Droga!!! — Grita em tom desesperado o Senhor David.

Sinto um aperto no meu braço, em seguida sou puxada com muita força para dentro da casa. Minha visão ainda estava tomada por manchas, causadas pela luz forte vinda do carro misterioso.

Porém, posso ver o homem de jaleco, desesperado fechando a porta, com todos ferrolhos, correntes e cadeados possíveis, além disso ele empurrou um cômodo para montar uma barreira na frente da porta.

— O que está acontecendo? — Perguntei, mas o homem me ignorou — O que está acontecendo?! — gritei mais forte.

O homem então avança sobre mim e tampa minha boca com suas mãos.

— Cala boca garota, quer morrer?! Escuta aqui, nós precisamos sair daqui… Então ao invés de gritar, me ajude a procurar uma saída!

Olho para ele apavorada. Como se não bastasse o clima tenso, as pessoas… Quem quer que elas fossem, estavam tentando arrombar a porta para entrar dentro da casa.

— Doutor David, meu chefe só quer a fórmula… Entregue ela e tanto você, quanto essa garota, podem sair vivos! — grita um homem do lado de fora — E não adianta tentar fugir, todas as saídas estão cercadas!

Ao ouvir isso, o misterioso Dr. David entra em desespero.

— Droga, Droga… P#rr@... Como esses desgraçados me acharam?! E agora o que vou fazer?! — pergunta ele, desesperado enquanto fitava seus olhos na porta.

Mas inesperadamente ele olha para mim e do nada, começa a rir sem parar. Seu semblante preocupado, tinha mudado para um semblante mais insano e louco.

— Mas é claro… Você! — gargalhada.

Entro em desespero e mordomo a mão dele, em seguida tento correr para longe, mas logo ele me alcança e me agarra com todas as forças.

— Me solta, me solta… Socorro… O que vai fazer… — Ele tampa minha boca novamente.

— Eu já disse para ficar quieta… Vou te levar para a garagem, será minha cobaia!

Ele me arrastou em direção a uma escada que levava para baixo da casa. Assim que chegamos no fim da escada, pude ver uma porta enorme de metal, que parecia mais a porta de um cofre de banco.

O homem coloca seu dedo em um leitor digital e a porta se abre. Assim que isso acontece, um vento gelado e arrepiante toma conta da escada.

Sem perca de tempo o homem me arrasta para dentro do ambiente, a porta então se fecha atrás de nós. 

Já dentro do local, para minha surpresa me deparei com algo semelhante a um laboratório científico, cheio de computadores, líquidos misteriosos em fracos, instrumentos científicos e uma câmara com vidro reforçado.

Dr. David me jogou dentro da câmara e as portas de vidro começaram a se fechar. Tentei correr para passar por elas antes que fechassem, mas era tarde demais, elas se fecharam me trancando dentro da câmara.

— Me tira daqui!!! — gritei enquanto dava vários tapas e socos na porta de vidro.

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