Capítulo 10

Faltava cerca de 15 minutos para o ônibus sair e eu precisava achar aquele bilhete a todo custo. 

Tomei a decisão de refazer meus passos, saí da fila sozinha, mas pedia para Emme guardar o meu lugar e fazer alguma distração… para segurar o máximo que pudesse o ônibus.

Voltei algumas quadras, olhando para o chão a fim de encontrar o bilhete. Mas nada, nenhum sinal do bilhete.

E quanto mais os minutos iam se passando, mas eu perdia a esperança de encontrá-lo a tempo.

Mas minha perseverança foi recompensada ao vê-lo embaixo de uma lata de lixo em um beco, sem nenhum movimento.

“Finalmente!”

Corri para o beco, e peguei o bilhete. Olhei para ele em minhas mãos com tanta alegria e satisfação…

Foi então que senti uma picada dolorida no meu ombro. Quando dei por mim, estava cercada por aqueles mesmo homens que tinham matado Dr. David.

Tentei correr, mas um deles me segurou. Tentei gritar, mas fui amordaçada por uma fita adesiva.

— Finalmente achei você — fala Joe, enquanto engatilha a arma em sua mão.

Ele aponta a arma em direção a minha cabeça, em seguida vejo seu dedo no gatilho. Ele estava pronto para me matar, mas um dos companheiros o deteve.

— O que está fazendo?! —  fala o homem enquanto abaixa a arma que Joe segurava — Se esqueceu que o chefe quer ela viva?

— Me deixe em paz, Harry… — Fala Joe de forma brusca enquanto tenta se livrar do seu companheiro de crime — Essa garota me mordeu, ela merece morrer por isso!

— Vai fazer uma loucura por causa de uma mordida?! Põe essa cabeça quente no lugar do Joe, ou o chefe te mata!

Joe empurrou Harry para longe, em seguida ajeitou seu terno e guardou a arma.

Olho para ele apavorada, eu via o desejo que ele tinha de me matar, era louco e doentio. 

Porém alguns instantes depois, me senti estranha. De uma hora para outra, senti minhas forças sumirem, me sentia tonta, minha visão estava ficando turva igual a um parabrisa em uma noite de chuva.

— A droga está começando a fazer efeito nela — fala o homem que está me segurando.

— Não vamos perder mais tempo. Amarrem os braços e as pernas dela, depois joguem no porta-malas! — Fala Joe, visível irritado.

Apesar de estar com dificuldade para ver com nitidez, consegui acompanhar Joe entrando no carro e batendo a porta com força. 

— Segure ela firme — Falou Harry, enquanto se aproximava de mim segurando algumas cordas.

— Deixa comigo — Escuto a fala em um tom distorcido, do homem que estava me segurando.

Tento me debater por uma última vez, mas é inútil, na verdade um esforço tolo. Pois mesmo que conseguisse, não teria forças para fugir ou para pedir ajuda.

(Narrador)

Annabeth acaba desmaiando nos braços de Leandro. Enquanto isso Harry, amarra sua mão e suas pernas. Após isso Leandro a conduziu até o porta-malas do carro preto e discreto, que estava estacionado do outro lado do beco.

Joe por sua vez acompanha com os olhos seu companheiro, carregando a jovem Annabeth. Em seu desejo ardia raiva, ele queria a todo custo eliminar aquela garota. Para ele a existência dela era uma irritação, uma vergonha… Ele se sentia humilhado, por ter deixado aquela garota escapar. Era uma mancha para sua reputação…

Contudo, ele não era louco de desafiar a autoridade do chefe da máfia da Filadélfia e de sua misteriosa freguesia, uma empresa conhecida como… An-tek.

Por algum motivo que ele desconhecia, a empresa An-tek queria Annabeth. E o dono da máfia acatou o pedido de seus fregueses, inclusive a empresa estava enviando uma equipe especialista para analisá-la.

— Uma perda de tempo! — Resmungou Joe, enquanto dava um soco no porta malas.

Em sua cabeça, Joe, pensava que era impossível o Dr. David ter escondido algo, principalmente em uma adolescente irritante.

Mas a verdade seja dita, Joe jamais pensou muito com a cabeça e sim com suas mãos, desde o início de sua carreira no crime organizado.

Porém isso não era de todo mal, afinal quando o dono da máfia precisava de alguém para torturar, maus pagadores, ele podia contar com Joe, que sempre tinha as mãos mirabolantes, violentas e cruéis idéias.

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