4– Reconhecimento

 Quando desceu do táxi, pagou o motorista, que o ajudou a descarregar as malas.

 Ronni carregou os seus pertences para dentro da pequena pensão, uma em especial, a mais pesada, ele não deixava longe de si. Sempre nas suas viagens ele tinha a autorização de carregar os seus armamentos, vantagens de ser um ex-combatente de elite.

 Logo após preencher a ficha com a atendente, seguiu para o andar superior. O local era pequeno e muito simples, mas servia para o seu objetivo, pelos seus cálculos, não ficaria por mais de cinco dias por ali.

 Abriu a porta e deparou-se com algumas baratas passeando livremente no local. Ronni apenas as esmagou com a sola dos seus sapatos. Já esteve em lugares bem piores na sua vida. Queria apenas descansar o seu corpo após horas exaustivas dentro de um avião.

 Colocou as suas malas num canto e puxou as cortinas. De onde estava tinha uma bela vista de boa parte do porto, com o seu binóculo ele teria uma idéia de toda a movimentação suspeita.

 Não demorou muito e bateram à sua porta, era a comida que havia pedido na recepção. Muito bife e ovos fritos, foi o que aprendeu com o fiél empregado de seu amigo Marcus Petrus, proteína para aliviar as dores causadas pela mudança da lua. Pena não poder comer um bife sangrento...

......................

 Estava exausto, nem bem comeu e jogou-se na cama, acordando apenas na manhã seguinte, antes do dia clarear. Tirou as roupas amassadas, tomou uma ducha e colocou uma roupa casual, descendo para o reconhecimento do local.

 Fazia anos que não visitava a Irlanda, a sua última passagem por ali foi numa missão para o governo. Agora estava por si só, sem o respaldo das forças especiais e todo o cuidado era pouco.

 Carregava na parte posterior da cintura, uma pistola municiada, mas no coldre peso ao corpo, tinha a sua arma carregada com bala de prata, a camiseta larga disfarçava o volume.

 Estava de óculos escuros para poder observar tudo ao seu redor sem que demonstrasse o seu interesse.

 Logo na esquina havia uma pequena cafeteria, onde ele entrou calmamente e sentou-se numa banqueta ao lado do balcão, pediu um café forte e um misto quente. Tinha fome.

Observou com interesse disfarçado, o entra e sai de alguns clientes e os movimentos das garçonetes. Não sentia nada de incomum por ali e depois de quase uma hora no local, resolveu sair para ir mais para dentro da área portuária.

 Pagou a conta e saiu, indo em direção do fluxo de homens uniformizados que iam para o porto.

 Quanto mais se aproximava do porto, mais Ronni percebia como as ruas eram sujas e alguns moradores de rua perambulavam pelo local. Não era um grande porto, mas haviam muitos "conteiners"por ali. Tentou continuar até que pudesse se aproximar, mas foi impedido por seguranças que queriam que um crachá fosse apresentado.

 Ronni apenas deu meia volta, decidido a voltar mais a noite e com a escuridão, talvez passasse despercebido.

 As vítimas do possível lobisomem foram encontradas entre os contêiner, faltando parte do corpo, que pareciam ter sido devoradas por algum animal.

Apenas essa constatação já era um forte indício de que uma besta andava livremente por ali e cabia a ele eliminá-la.

Com passadas lentas, seguia pelas ruas estreitas, olhando ao redor enquanto voltava para pequena pensão. Destrancou a porta de seu quarto, trancando-a logo em seguida.

Tirou os óculos e as suas armas, deixando tudo sobre o pequeno móvel ao lado da cama. Foi até a janela com o seu binóculo nas mãos e começou a observar tudo precisava, tinha que mapear mentalmente aquelas ruas para ter uma boa rita de fuga caso precisasse.

Queria resolver logo tudo.Qyeria estar na Cornualha quando chegasse a sua lua. Lá tinha matas perfeitas para o seu lobo se divertir com uma boa caça. Fazia tempo que seu companheiro não ficava livre.

Um lobo satisfeito era mais fácil de domar...

Olhou no relógio de pulso, 11:00 horas, por isso sentia fome, mas precisava de carne. Não comeria ali na pensão, se pedisse mais carne iriam pensar ser um louco.

Pegou as suas armas novamente e desceu novamente, andando tranquilamente pelas ruas, guiado pelo seu olfato. Logo estava bem em frente a um restaurante de onde o cheiro de carne fazia a sua barriga reclamar, eram barulhos repetidos.

Não esperou mais, entrou e o seu lobo rosnou baixinho. Ronni sabia o que ele queria, o seu companheiro queria sangue. Escolheu uma mesa afastada e esperou pacientemente pelo garçon, que chegou muito simpático, com um bloco de anotações na mão.

Ronni puxou o ar automaticamente, os seus sentidos em alerta. Ele podia sentir o cheiro, parado bem na sua frente estava um lobo.

O homem contraiu os lábios, Ronni podia ver que também foi reconhecido.

— Não quero confusão. — O homem falou sério, sem o sorriso simpático de antes. — Tenho esposa e filhos, preciso desse emprego.

Ronni olhou para o homem que estava a sua frente, não era essa a sua forma de caçada, não faria isso no restaurante, na frente de tantas pessoas como testemunhas.

Ele não sentia o cheiro do perigo, apenas medo.

— Não se preocupe, estou aqui apenas para comer, preciso de carne. — Olhou com um olhar sugestivo para aquele homem parado ali, bem a sua frente.

— Eu sei o que espera que eu lhe sirva. Vou providenciar.

O homem de pequena estatura e um pouco calvo, saiu apressado rumo a cozinha.

Ronni ficou pensativo em seu canto. Primeiro iria almoçar, só então procuraria analisar o que descobriu.

Quando o homem retornou, estava sério e falava pausadamente, num nítido esforço para ter controle.

— Fiz um pedido especial para o "chef". Bife sangrento, creio que isso seria o seu pedido, senhor.

— Precisamos conversar.— Ronni falou a olhar fixamente para o garçon.

— Senhor, estou no meu trabalho...

— Após a sua jornada de trabalho. Estarei do lado de fora.

O homem assentiu com a cabeça. Não teria como escapar, o cliente era insistente.

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Comments

Maria Izabel

Maria Izabel

Espero que o garcon ajude Ronni a encontrar o lobo 🐺 assassino e correr atrás da sua companheira 😍

2024-03-15

7

Léa Aparecida Ribeiro

Léa Aparecida Ribeiro

Nossa agora o Ronni vai para a caçada

2024-02-22

0

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