Lisa observou Dante e o notou preocupado que quisesse matá-lo. Na verdade, antes, tinha sim rancor dele. Até ele, surpreendentemente, e a família dele se mostrarem sua família também. Ela nunca achou que teria uma família no mundo. Sua mãe biológica era uma prostituta e não tinha muito apego com Lisa, de outra, forma não a teria vendido aos Stoneheart.
— Não é para matar você que eu treino, mestre querido.
— Não? — Testou Dante e a puxou pelo cabelo para um beijo, sem resistir mais.
— Não. — Garantiu Lisa com as mãos atrás das costas, mas com a boca contra a dele, pedindo mais um beijo. Os olhos dela nos dele, parecia o encontro de mil vidas. Dante sentia uma sinergia sinistra. — Eu quero te beijar, eu quero te chupar, eu quero beijar cada centímetro do seu corpo como faz com o meu, mestre… Eu quero matar quem te traumatizou e impede que eu possa te tocar.
Dante desviou os olhos dos dela, ao notar as pupilas dela dilatadas e notar que a impelia acidentalmente a dizer a verdade de seus pensamentos. Ele engoliu em seco.
— Não gosto que treine com Marius, ele te fode com os olhos a cada movimento lindo seu, mas não vou te impedir de aprender com o melhor assassino do Império. — O príncipe falou dócil e roçou o nariz no dela, tocou o rosto dela e selou a boca na dela, mordendo o lábio inferior da menina e arrancando sangue.
— Mestre…
— Lisa, eu disse que se continuasse a chegar até o monstro dentro de mim, ele não te deixaria em paz… Querida… Agora eu não me responsabilizo mais pelas minhas ações violentas e doentias quando você é tão indomável, mas deixa eu te controlar. Eu sei que você é poderosa, minhas punições não são nunca para diminuir o seu poder, são porque eu preciso disso para me manter são. — Explicou. — Não quero te rebaixar. Aqui fora do nosso quarto, você é minha igual. Minha princesa.
— Eu sei, mestre. Não tem que explicar. — Garantiu Lisa, ainda mantendo as mãos atrás das costas e contendo a vontade de tocar o rosto dele e o abraçar. — Eu entendo. Eu gosto de você, eu… — Lisa lambeu os lábios, os olhos dela se encheram de lágrimas por ele e por ela serem tão ferrados que um só consegue sentir prazer causando dor e a outra sentindo. — Eu entendo, tá, meu querido mestre? Eu entendo.
— Shi, minha coisinha linda. Não chore. Eu quero ser o único a te fazer chorar, na nossa cama e no nosso quarto. — Deixou escapar Dante, enxugando as lágrimas dela. A segurou com as duas mãos geladas, na face oval e infantil de menina dela, a beijou nos lábios, sentindo o gosto salgado das lágrimas da menina.
Sunlight os assistiu, com a pata debaixo do pescoço, apoiando a cabeça dele acima do chão. O dragão soltou um longo suspiro e analisou sua montadora atentamente sabendo o quanto ela sofria por Dante e por ela, pelo vínculo que tinha com ela. Porque no casamento deles, o sangue mágico de Lisa, pela dádiva de Sunlight e o voto perpétuo também foi trocado com o de Dante e agora o dragão devia fidelidade aos dois.
Às 15:00 c.l. Na reunião das damas vampiras, Vernir a deixou sozinha porque disse não suportar, mas a obrigou a ir. Lisa havia implorado para não ir também, contudo, Vernir alegou como uma mãe severa que era necessário para Lisa fazer aliados e amizade com o resto da nobreza.
A sala de encontros era de um rosa delicado. Havia bonitas faixas rosas com os dizeres em Sangre: Bem-vindas. Janelas em arcos que mostravam a lua crescente brilhante que estava bem fina e quase ínfima. Inúmeras mesinhas de canto com jarros de rosas azuis, roxas e vermelhas.
As moças vampiras presentes na reunião eram cinco: Artemisia, filha do dono do banco de sangue do Império. Sarina, filha da vampira que governava o império das sedas e boa parte do centro comercial. Kayla, filha do Tenente que comandava as tropas do Império, que comandava também Marius, apesar de Marius ser um príncipe e general, ainda tinha um superior a quem respondia do exército antes do Imperador em si. Viner, filha do maior agricultor de grãos que mantinha os humanos do Império bem alimentados.
Lisa se sentiu desajustada, balançando a perna, impaciente. Ela notou como destoava, queria estar lutando com Marius e aprendendo a matar com ele. Ela notou que primeiro a espada em sua cintura ao invés daquela futilidade de bordados, jogos de cartas de advinhação, segundo suas vestes, terceiro que notou alguns olhares nojentos sobre si. Se fossem de desdém, ela se sentiria menos incomodada. Elas a olhavam como um brinquedo. Como Ethan a olhava. Como um brinquedo humano que elas podiam usar por algum motivo.
Lisa não se sentou com elas, se manteve parada em pé com as costas encostadas contra a parede e esperando a meia hora lunar de tolerância que Vernir a pediu, passar, olhando no relógio lunar que ganhou de Vernir, no pulso freneticamente. Havia se passado só dez minutos lunares, pelo inferno do mar da serpente.
Lisa estranhou quando uma vampira jovem que parecia uma das meninas da corte de Thorn, que caminhavam com a princesa Humana Vanier, irmã de Ethan e “ irmã” de Lisa, levantou do sofá rosa onde na mesa de centro bonita havia taças de sangue. Sangue.
Lisa acordou de seu torpor, pensou que era o sangue humano que alimentava os sanguessugas se lembrando do seu ódio, que os membros da monarquia com seu tratamento amável a fizeram esquecer, mas recordou agora com nojo. Sim, sua raça era só alimento e brinquedo para os vampiros, mesmo que, houvesse alguns sanguessugas decentes como seu sogro, sua sogra, seu cunhado e até mesmo Dante.
Notou a vampira loira, com o cabelo cor de milho, de elegante vestido rosa com flores, com saia rodada, se aproximando e sorrindo maliciosa para ela. Lisa tentou entender do que se tratava o olhar avaliativo da moça vampira sobre si, que parecia ser parte dos olhares das outras vampiras, estava inquieta.
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Atualizado até capítulo 82
Comments
Nilvan Coiote
vixe,será se ela vai querer morder ela?
2024-05-03
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