Quinze luas no céu em Evernight ( equivalente a quinze dias no nosso mundo) passavam rapidamente.
A lua brilhava fortemente naquele horário das 01:00 c.l ( Sigla " c.L." = com lua).
Lisa já estava habituada aos caprichos do príncipe e escondia os hematomas com os elegantes trajes que sempre se resumiam agora a camisas de manga comprida, sempre em cores escuras, calças e botas e acessórios estilosos.
Lisa analisou o príncipe Dante adentrando o fosso de Sunlight, com a sobrancelha escura dela arqueada, saindo da conversa com Sunlight e contemplando a magnitude e magnanimidade do ser que adentrou ali. Analisou a túnica azul dele. O longo cabelo prateado solto até os quadris. A pele pálida e bonita. As mãos para trás das costas sempre numa postura sábia e elegante. Ela arfou. Ele era mesmo seu marido? Podia sentir ele dentro de si e tê-lo para conversas e transar com aquela divindade?
Dante a contemplou, escutando os batimentos cardíacos dela aumentarem o ritmo como quando humanos correm, a achando meiga, até notar os olhos dela o comendo e como ela acariciava o próprio pescoço cheio dos hematomas que a causou e mordia o lábio inferior. Mesmo que intimidante e numa postura dominadora, com o longo cabelo dela preso num rabo de cavalo que apenas vampiros usavam porque vampiras ou costumavam usar coques ou apenas a deixar os cabelos soltos. O penteado de prender o cabelo como um rabo de cavalo era tipicamente masculino por ser uma forma que os soldados de cabelo grande mostravam sua vitória antigamente, até os cortes de cabelo curto entrarem na moda. Dante era clássico quando se tratava da aparência. Parecia telepatia que ele sabia sempre onde encontrá-la. O fosso ou treinando junto ao exército de vampiros com Marius.
— Querida…
Os olhos de Lisa brilhavam com devoção e luxúria.
— Amado mestre…
Dante sorriu pela recepção calorosa dela. A chamou com o dedo indicador, mordendo o lábio inferior por vê-la vestida tão indefinidamente. Ela correu para ele, mesmo que Lisa ainda passasse a mão pelo comprimento de Sunlight e agora pelas costas escamosas da couraça quente dele e não mais na cabeça onde estava antes. Sunlight possuía quatro gigantescas patas com garras afiadas que destroçam vampiros e humanos facilmente. Suas asas eram enormes e quando voavam causavam ventania antes, mas agora que ele cresceu tanto vendavais.
Quando ela chegou, o príncipe dos vampiros, pegou a mão dela com a sua, o coração dela pulsava tão rápido que quase a fez quase vomitar. Lisa notou encantada que Dante refez o caminho que ela fez e tocou levemente na cabeça Sunlight e beijou o focinho do dragão que parecia sonolento e preguiçoso pelo carinho anterior de sua montadora.
O dragão havia triplicado de tamanho, constatou Dante orgulhoso e encantado, mesmo que não como seu pai e irmão. O fosso era enorme e ele já estava quase apertado lá dentro. Dante notou percebendo que talvez os humanos não o alimentavam direito por isso. Ele poderia se tornar um dos dragões mitos que cobriam cidadelas inteiras. O maior dragão e o mais bonito de todos os três reinos conhecidos e catalogados em mapas de Evernight.
O dragão abriu os olhos serpentinos com pupilas em forma de risco em meio às íris dourada e se roçou em Dante pelo carinho. Dante sorriu.
— Bom menino. Seu papai vai roubar sua linda mamãe agora. — Avisou Dante e deu outro beijo na criatura.
Por um minuto, Lisa sentiu ciúme de Sunlight por ser beijado por Dante daquela forma.
A mão de Dante queimou, pela quentura do dragão, um chiado se fez presente, como quando carne é colocada em óleo fervente, mas isso não o impediu de afagar mais um pouco a cabeça da criatura que se mostrou dócil para ele para mostrar seu afeto.
Dante sabia que Lisa não era como aparentava ser. Sabia que ela era selvagem e monstruosa como o dragão dela que apesar de parecer inofensivo, ainda era um ser bestial e grandioso. Sabia que tinha algo de sombrio nela que ela tentava acalmar. Um monstro como o dele.
— Amor… — Chamou Dante a ela. Lendo o ciúme dela pelo toque dele em Sunlight, pela forma que a moça fechou os braços rente ao peito e desviou o olhar deles, fazendo um bico emburrado com os lábios. Achou graça que ela estivesse com ciúme do dragão dela. Mal ele sabia que ela estava com ciúme dele tocar Sunlight tão despreocupado. Ele sempre proibia Lisa de tocá-lo quando se amavam, parecendo paranóico.
Dante tirou a mão queimada e vermelha do dragão. Lisa viu a mão vermelha de Dante com horror. Os olhos dela se arregalaram.
— Ele não fez de propósito, meu príncipe. — Começou ela a falar rápido. — O perdoe. Não puna ele com as sombras. Me puna no lugar dele. Eu prometo… Por favor, eu prometo que…
— Amor, por mais tentadora que seja sua proposta de te punir… — Afirmou Dante fazendo a moça sentir um estremecimento e um incômodo no meio das pernas. Enquanto ele fechava e abria a mão queimada e que saia fumaça. — Por que eu o puniria? Eu sei que nosso Sunlight não fez de propósito. — A acalmou Dante, afagando o rosto dela com a mão boa e sem tocar no cabelo bonito e escuro dela. — Ele é um dragão. A temperatura dele vai ser quente. Eu que fui teimoso de acariciá-lo. Sabia a consequência.
Lisa respirou aliviada que ele não ia punir Sunlight. Dante notou algo no agir desesperado dela. O Sunlight já foi punido antes com as chicotadas das sombras por queimar sem querer alguém pela temperatura dele. Não no Império, no Império todos eram fascinados por ele e todos os vampiros eram cientes de que dragões eram quentes e queimavam os frios ( outra denominação para vampiros). Os tratadores do Império ficavam abismados quando iam alimentá-lo e o dragão só soltava fogo no alimento quando eles saiam, Dante os escutou comentando uma vez admirados que o dragão sempre dava passos para trás como se dissesse que não queria ferí-los e só queria a comida. Perceberam que era um ser inteligente e não queria causar medo em quem trazia sua comida.
— Meu bichinho lindo e fofo, está preocupada que seu mestre maltrate nosso bebê dragão fofo…
— Mestre, sim… eu tenho medo que o machuque.— Respondeu Lisa dócil. Pegou a mão que aos poucos se curava de Dante, a beijou como se o pedisse desculpas.
Dante arfou, ao notar que a mão dele, que continuava no rosto dela, foi esfregada pela bochecha dela. Enquanto ela lambia lascivamente a que foi ferida.
— Você é tão fofa para mim, não é? Como se não tivesse o poder de se irritar e mandar ele cuspir fogo em mim. — Falou Dante, perigoso, para mostrar que a enxergava e sabia que ela tinha poder. — Eu já te vi treinando e parece sanguinária. Eu penso que não quero ser o inimigo para quem você aponta sua espada ou para quem manda Sunlight cuspir fogo, eu sei que você é perigosa, você tem os olhos de uma sobrevivente e é por isso que me deixa de pau duro que me deixe te dominar e seja toda doce comigo, quando em seus olhos queima a chama da vingança.
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Atualizado até capítulo 82
Comments
Rosária 234 Fonseca
autora estou amando esse livro cheio de emoções drama muito bom gostei bastante ansiosa pelos próximos capítulos
2024-03-25
4
bianca senna
gente , temos que comentar , este livro está muito bem escrito e sua história está sendo muito bem desenvolvida .
maravilhoso 🤩
2024-03-05
3