Como fogo e ar

Lisandra só deu-se conta que era abuso quando ela ficou adulta e o interesse de Ethan se desfez e ele passou a brincar com outras crianças como fazia com ela, as oferecendo doces em troca de … o estômago dela embrulhou.

Lisa sentiu o olhar de Dante  e Marius demorado sobre si e soube que era por causa da nova vestimenta que usava: Uma camisa de seda preta, de manga comprida, com  gola alta.  Calça de couro preto  e botas cano longo pretas. Havia uma corrente de prata grossa no pescoço com um pingente de corvo que escondiam as marcas dele completamente de seu pescoço, os trajes cuidavam de esconder os hematomas nos pulsos, braços e seios

Marius observou a mãe dele, arqueou a sobrancelha, abriu  os braços, cheio de perguntas mudas se ela avisou a Lisa que aquele tipo de vestimenta era mais masculina e usada por vampiras que gostavam de montar outras fêmeas.

Dante, que usava trajes sempre considerados mais femininos,  como as túnicas, contemplou faminto a androginia das novas vestes dela,  apenas caminhou até ela, sentou no colo dela agitado e selou os lábios nos dela. Dante a puxou pela corrente grossa do pescoço, para um beijo faminto na frente dos presentes e tocou o cabelo amarrado num rabo de cavalo elegante dela, o puxando e o enrolando na mão, fazendo Lisa tombar o pescoço para trás enquanto ele começava a morder e a fincar as presas na garganta dela, depois lambendo para curar e mordendo, bebendo goles do sangue e depois lambendo.

— Hm…  hm…mes… príncipe.  Ahn, por favor… hm… me fode bem gostoso. -- Os gemidos dela com as mordidas brutais de Dante, fizeram o imperador e Marius abrirem os olhos chocados.

— É tão linda quando implora assim… —  Sussurrou Dante maldoso. —  Seu marido te satisfaz… tem medo dele?

— Não, eu gosto…

Todos da mesa se inquietaram com a oposição e ao mesmo tempo complemento paradoxal que eram aqueles dois. Ele com as vestes que ela deveria usar, ela com as vestes que ele deveria usar nas normas sociais. Ele a causando dor, ela acolhendo a dor. Dante com os olhos cravados nos dela, Lisa com os olhos nos dele.

Lisa  prendeu a respiração pela intensidade do olhar de ouro líquido dele, afogando-a numa piscina.

— Meu amado mes… príncipe… — Se corrigiu ela a tempo, se mantendo com as mãos longe dele, apertando a barra da mesa, para se conter. — Por favor…

— Daqui a pouco, a gente fode, querida. — Respondeu Dante lambendo os lábios, com o sangue dela sedutor e a beijando partilhando o sangue com ela.  — Gosta quando eu entro em você, não gosta? Hm… amo seus gemidos implorando pelo meu pau em você.

— Mestre, por favor, me fode…

— Há outros aqui, caso tenham esquecido. — interrompeu Vernir, repreensora.

Lisa acordou da sedução dele,  sem saber onde se enfiar, querendo entrar debaixo da elegante mesa com um pernil de porco,  acabou tirando os olhos dos dourados de  Dante em choque e saindo do feitiço sensual dele, ela corou violentamente.

Dante apenas sorriu debochado ao notar o choque de Marius e de seu pai e deu de ombros.

 Certo jantar primeiro. Primeiro a comida, depois o sexo. Lisa tentou focar em recuperar a dignidade ou o que restou dela.

Mas Dante a impediu quando beijou o pescoço dela, sensual. A posição feminina dele no colo dela, de pernas cruzadas, passando o braço ao redor do pescoço de Lisa, se esfregando nela,  como se implorasse para ser fodido, desconcertou muito o Imperador que se deu conta de que ele queria mostrar que tudo que ele e Lisa faziam era de comum acordo.

— Minha esposa e eu vamos para o nosso quarto nos divertir. — Os notificou Dante, com um tom apressado, maldoso, se levantando do colo de Lisa, que parecia um jovem rapaz e fechando opressor a mão na dela, como no rito de casamento e na união de sangue e sombras. — Mãe, eu sei que a senhora preza quando todos nós jantamos juntos, mas…

—  Só vão para o quarto, bebês queridos.  — Aprovou Vernir, massageando as têmporas pela atitude indecorosa, mas abalada ao notar a forma que Dante a chamou depois de muitos anos.  Ele não a chamava de “ mãe” desde que era uma criança e ela estava grávida de Marius, há vinte cinco anos. Ficou alarmada. Tinha acontecido algo? Ele precisava dela? Ele parecia bem, o sondou. Devia ser a futura visita do tio dele  o deixando ansioso e por isso ele a chamou de “ mãe” para se sentir protegido.

Dante fechou a mão opressivamente no pulso de Lisa.

— Nós vamos jantar no nosso quarto, não se preocupe. - Falou empático e sensual no ouvido da humana ao notar que Lisa estudava a comida lamentosa de deixar a mesa.

Dante achou graça da careta de protesto dela.

— Mas eu estou com fome. — Foi a primeira vez que ela mostrou sua cólera.

Dante gargalhou.

— Prometo que vou te alimentar bem no nosso quarto. A mamãe vai pedir para levarem algo para você comer lá.

Lisa lhe era sempre tão previsível e transparente, mas Dante incrivelmente, apesar de sempre complicar tudo, gostava disso nela. Era bom saber as intenções de uma pessoa só por olhá-la, melhor do que o ninho de cobras no qual foi criado no castelo do tio quando a mãe morreu e o seu pai ainda não tinha casado com Vernir e não tinha tempo para cuidar de Dante.

Lisa assentiu e deu um “ tchau” com a mão livre para os outros presentes.

Quando eles saíram, Marius analisou a mãe.

— Mãe, não avisou a ela que aquelas vestes eram usadas só por vampiras que mantêm escravas fêmeas e vampiros que gostam de comprar vestes nas sessões femininas?

— Ela gostou delas e ficou linda. — Respondeu Vernir, dando de ombros, com um elegante vestido preto e coque no cabelo que mostrava o pescoço altivo e de cor acobreada. . — Consegui fazer ela escolher uns vestidos também, Marius. Além do mais, acho isso tolice. Não vê o seu irmão, fez voltar à moda as túnicas que não eram usadas há milênios.

— O que tem de errado com esses dois que não podem se vestir conforme as normas sociais? Os falatórios de que são anormais… —  Reclamou Marius com um suspiro cansado, agora sabendo que ia ter que proteger os dois, um de ser chamado de puta e a outra de macho-fêmea.

— Vamos comer que é o melhor que fazemos.  — Disse Adramelec ainda abalado pelo complemento sinistro que eram aqueles dois.

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