...• Chloe Stenfield Lacerda...
A minha vida ganhou uma nova rotina nessas últimas semanas, o meu pai deveria agradecer ao Tom por economizar algumas centenas de dólares, já que ele estava realmente motivado a fazer a minha segurança, até se inscreveu em atividades extracurriculares para manter os olhos em mim.
Esse nosso lance implícito, está cada vez mais quente, eles não economizam nas provocações, e é impossível não manter os olhos neles, estamos sempre nos esbarrando, e eles parecem ter abdicado de vez o uso de camisa quando estão em casa, para o meu suplício, eles são a causa da minha falta de concentração.
Em casa as coisas estavam tensas, e essa manhã minha mãe me ligou em lágrimas, há três dias Leah bateu o carro próximo a faculdade, mas essa nem mesmo era a maior preocupação, e sim o comportamento agressivo que não condizia com quem ela é.
— Tudo bem, eu vou amanhã mesmo.
Falo, minha mãe do outro lado da linha parecia angustiada com o comportamento atípico da Leah, nem mesmo percebi que Tom havia acabado de entrar na cozinha, estava suado e muito provavelmente vindo da academia, a visão das costas largas e definidas acaba roubando os meus sentidos e atenção.
— Tudo bem?
— Minha mãe me pediu para viajar um pouco antes da festa da Jade. Eles estão preocupados com a Leah.
— Quando pretende ir?
— Amanhã.
— O que tem amanhã?
Noah surge, sem camisa, tinha acabado de sair do banho pelo visto, ele passa por mim, causando a mesma sensação de sempre.
— Preciso ir para casa, sei que estávamos planejando ir juntos no fim de semana, mas eu preciso ir antes.
— Acho que nós também podemos adiantar a viagem.
— Tom, vocês não precisam fazer isso.
— Não vamos deixar você viajar sozinha.
E eles não deixaram. Saimos a noite, quando cheguei em casa já era muito tarde, todos já estavam dormindo, eu sigo para o meu quarto, e quando passo pelo mural de fotos começo a reparar que a maioria delas são de momentos com o Noah e o Tom, assim como as memórias que tenho. E isso me faz pensar e me sentir um tanto egoísta, por não ter partilhado cada um desses momentos com a Leah.
Eu acordei com gritos no corredor, meus pais estavam discutindo com a Leah, eu nunca a vi tão transtornada, já que ela sempre foi calma.
— Leah?!
Ela me encara, e depois entra no quarto batendo a porta.
— Chloe, quando chegou?
Minha mãe pergunta, já me abraçando.
— Era muito tarde, não quis acordar vocês. O que aconteceu com ela?
— É o que estamos tentando descobrir. Mas quanto mais tentamos nos aproximar mais ela nos afasta.
Minha mãe choraminga abraçada ao meu pai.
— Acho que precisam dar espaço a ela.
— Espaço? Chloe, a Leah deixou a República, pediu um apartamento para os avós dizendo que não gostou do ambiente, nem mesmo falou com gente sobre isso, a três dias ela bateu o carro, e dentro dele tinha mais de quarenta latas de energético. Nós estamos preocupados.
Meu pai fala um tanto angustiado.
— Só que pressionar ela também não está funcionando, não é mesmo pai?
— Não, não está. Mas não sabemos o que fazer.
— Dêem um tempo para ela, talvez ela só queira ser ouvida.
— Mas para isso ela precisa falar. E ela não fala.
— Só esperem o tempo dela, mãe.
— Talvez você esteja certa. Mas é difícil ver ela desse jeito, me sinto impotente.
— Eu vou tentar falar com ela depois.
— Tudo bem. Olha... Liz e Henrry acabou de ligar e nos chamaram para tomar café da manhã lá, vou tentar convencer a Leah a ir, pode fazer bem para ela.
— Eu vou me arrumar.
Bati na porta algumas vezes e ela não atendeu Voltei para o quarto e pensei no que poderia fazer para ter um tempo à sós com a Leah, talvez eu devesse chamar ela para ir comigo para comprarmos as roupas para festa da Jade que será no final de semana. Me arrumei e bati na porta dela varias vezes, sem obter nenhuma resposta. Por fim quando já estávamos de saída ela apareceu na escada avisando que não iria. Mas meu pai chamou tantas vezes que ela decidiu vir conosco.
Seguimos para a casa da Liz, a mesa estava posta e Henrry já estava à mesa.
— Oi tio Henrry.
Ele revira os olhos, odiava ser chamado de tio, e eu fazia justamente para irritar.
— Bom dia! Bom dia Noah.
— Bom dia Chloe, Bom dia Leah.
— Onde está tia Liz?
— Ela foi chamar o Tom.
Sentei ao lado da Leah, enquanto meu pai e Henrry entraram naquela infinidade de assuntos sobre a empresa.
— Não vou ficar muito tempo.
Leah diz praticamente em sussurro para a minha mãe.
— Onde você vai Leah?
— Vou para a faculdade.
— Leah, pedi para você desacelerar, tirar uns dias para descansar.
— Vou ir comprar a roupa para a festa da Jade, você não quer ir comigo Leah?
— Não, eu não quero Chloe.
— Bom dia, Chloe e Leah!
Tia Liz nos abraça antes de sentar ao lado do Henrry, e ela é a única capaz de fazer ele parar de falar em trabalho.
— Bom dia a todos.
— Quase um milagre você aparecer para o café, Tom.
Henrry diz.
— Precisei barganhar com ele, Henrry.
— Vocês estão me caluniando.
— Claro, por que você não dorme! Você hiberna Tom.
Eu dou risada, Leah se mantém em silêncio, como se estivesse em outra realidade, na mesa a conversa que até então estava animada se torna monótona quando Henrry e Santini começam a falar sobre a reunião que teriam hoje.
Tom e Noah pedem licença e gesticulam para mim pedindo para segui-los. Eles seguem para a área da piscina e sentam nas espreguiçadeiras aproveitando o sol.
— Droga, eu deveria ter chamado a Leah.
Disse assim que me sentei na espreguiçadeira, paro para pensar o quanto nosso relacionamento havia se tornado estranho. Nem mesmo me lembro de algum período em que fomos muito próximas. Lembro que quando mamãe chegou do hospital eu fiquei frustrada por ela ainda não ter crescido, e por que tudo o que ela fazia era comer e dormir, minha amizade com o Noah e o Tom sempre foi tão intensa que não dei espaço para ela, enquanto eu estava em uma fase, Leah estava em outra e isso nos afastou, nossas diferenças são gritantes, Leah é totalmente o senhor chatinho, como mamãe carinhosamente chama nosso pai, é introvertida, organizada e perfeccionista. Eu sou a mamãe em uma versão muito pior, não é a toa que papai teve cabelos brancos antes do tempo, aventureira, encrenqueira, e um imã de confusões.
— Como estão as coisas?
Noah pergunta. Sempre foi o mais compreensível entre os dois, era o ombro amigo, e o abraço acolhedor, aquele que sempre ficava ao meu lado, já o Tom, sempre protetor, sempre a minha frente, como um fiel escudeiro, nunca permitiu que ninguém me intimidasse.
— Acordei com uma discussão entre ela é nossos pais.
— Leah se rebelando?
Tom gargalha, enquanto senta ao meu lado.
— Não acho que seja isso, sabe?
— Talvez ela só esteja se sentindo pressionada com as novas responsabilidades.
— De qualquer forma, eu vou tentar me aproximar dela esses dias. Tentar fazer ela falar, desabafar ou seja lá o que ela precisar.
Disse, um tanto introspectiva.
E eu tentei, todos os dias. Até mesmo fui até o apartamento dela. Leah nem mesmo fez questão que eu entrasse.
Olho para o vestido em cima da cama, tinha acabado de sair do banho a semana passou voando e hoje era a festa de aniversário da Jade, segui para o quarto da Leah e bati algumas vezes.
— Leah? Posso entrar?
Abro a porta devagar. Leah estava sentada de frente ao espelho e fazendo uma maquiagem.
— Posso me arrumar com você?
Eu pergunto, já que estava tentando a dias me aproximar dela, sem sucesso algum.
— Por que isso agora Chloe? Por que está tentando se aproximar?
Ela pergunta, completamente na defensiva, me olhando através do espelho.
— Somos irmãs.
— Grande coisa.
Ela dá risada, em um tom de zombaria.
— Grande coisa?
— Quando o fato de ser minha irmã importou para você Chloe?
— Sempre, Leah. Eu amo você.
— Se você diz... E respondendo a sua pergunta. Não, não podemos nos arrumar juntas. Quando sair feche a porta, por favor.
Ela volta a fazer o que estava fazendo, me ignorando completamente. Saio do quarto dela e fecho a porta, me sentindo tão mal, porque eu não tinha ideia de que havia magoado tanto ela.
Voltei para o meu quarto frustrada, pensando quantas vezes ela também se sentiu assim quando me procurava.
O meu celular vibra era uma mensagem do Noah.
Quando estiver pronta me avise, passo aí para buscar você.
Minha mãe bate na porta e entra.
— Chloe, você está pronta?
— Ainda não, mas vocês podem ir. Eu vou com o Noah e o Tom.
— Tudo bem, nos encontramos lá então.
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Atualizado até capítulo 65
Comments
Sereia Ruivinha
Mal sabe o que a pobre está passando, o inferno que ela está vivendo. Enquanto vcs ficam frescando com essa disputa besta de quem fica com quem
2024-05-11
1
Sereia Ruivinha
Já estou com raiva dessa cloe. Só pensa nela e acha que o mundo gira em torno dela
2024-05-11
1
Sereia Ruivinha
isso está muito nojento cara! A mulher não se decide e fica vivendo com 2 homens
2024-05-11
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