Emboscadas e Surpresas

De pé no telhado, abrindo a boca para revelar fileiras de dentes afiados e uma língua longa e serpenteante, o dragão preto estreitou os olhos dourados, continuando a dar uma risada afiada e sufocante.

A aparência do dragão negro se assemelhava a mesma forma exata como Subaru imaginava a espécie de um dragão.

Ele tinha a mesma aura de admiração por dragões de terra como Patrasche. Mas seu físico era maior e diferente.

Se os dragões terrestres tinham o mesmo tamanho que um dragão alado, este dragão era tão grande quanto um elefante.

Com esse físico o dragão negro não poderia ser capaz de voar. talvez suas asas fortes servissem apenas como um blefe.

Sim. O vôo deveria ser impossível.

Capella: Ser arrebatada por esses olhares nojentos, não é nem um pouco excitante e muito menos agradável seus pedaços de carne~. Ah, isso é horrendo, sendo vista com estes olhos por criaturas como vocês, que só conseguem pensar em gratificação sexual! Então, definitivamente não irei me aproximar de vocês.

Abrindo e abanando suas asas em direção ao chão, uma rajada de vento foi lançada. Espichando a língua vermelha e esvoaçada para fora como se estivesse lambendo os lábios, o dragão negro Capella deu um sorriso torcido. A expressão daquele ser era horripilante.

Devido à barreira do idioma, a comunicação com os dragões era bem restrita à interpretação. Patrasche era um exemplo disso. Como ela era bastante expressiva, suas atitudes severas eram agradáveis. No entanto, esse dragão não emanou nada além de repulsa e crueldade.

Subaru: … Nunca vi algo assim… Dragões podem falar?

Julius: Tendo vivido durante anos, os dragões são extremamentes inteligentes e são capazes de entender bem a linguagem humana. O dragão padroeiro de Lugnica, Volcanica, que estabeleceu uma aliança com o reino, pode se comunicar com a humanidade através da linguagem. No entanto, nunca ouvi falar de nenhum outro dragão capaz de usar essa capacidade.

O cavaleiro de cabelos roxos deu uma resposta detalhada à pergunta de Subaru.

Enquanto permanecia com sua espada erguida sobre os ombros, sem desviar o olhar do dragão negro, ele permaneceu alerta assim como os outros.

Em frente deles, estavam dois espadachins com uma força notável, e logo atrás um enorme dragão que se autodenominava o Arcebispo da Luxúria.

Seu desconforto inicial se transformou em uma parede de tensão.

Subaru: No mínimo temos uma chance de lidar com os espadachins… Ei, Akashi, seus clones podem fazer algo contra essa aí?

Akashi: Se eu dirigir a atenção dos clones para o dragão, não poderei prestar apoio contra os outros dois.

Subaru: Não se preocupe, nós conseguiremos lidar com eles, esse dragão é mais ameaçador, preocupe-se com ela!

Ambos os clones de Akashi se posicionaram, encarando o enorme dragão, os duplicatas estavam sérios e aguardando o que viesse para poderem agir.

De pé na frente deles, a mulher que empunhava sua lâmina sem nenhuma falha na postura, e o gigante, que agitava suas espadas freneticamente.

Embora a extensão da força da espadachim fosse desconhecida, o gigante havia dado brechas para melhor entendimento de uma de suas fraquezas. O gigante havia escolhido receber o ataque de Ricardo diretamente. Desnecessário dizer que não foi por falta de ação, mas sim porque ele tinha uma estratégia em mente. Ataques a longa distância, seu plano desencadeado anteriormente fez com que o gigante recuasse, ou seja, essa estratégia ainda seria incrivelmente eficiente.

O grupo de Subaru tinha a vantagem sobre os espadachins se planejasse um ataque à distância. No entanto o problema era,

Subaru: Fora os clones, existe alguém aqui que já lutou com um dragão antes?

Wilhelm: Sim.

Subaru: Wilhelm… é sério?

Embora Subaru tivesse feito uma pergunta com poucas esperanças, quem cortou esse sentimento foi Wilhelm com uma afirmação. O velho espadachim se virou para o Subaru surpreso.

Wilhelm: Quase há 40 anos fui enviado para subjugar um dragão do mal chamado Valgren, que apareceu no sul de Lugnica. O ocorrido causou tensão por causa de sua proximidade com Vollachia.

Subaru: Pondo de lado as ramificações diplomáticas, como foi a experiência de combater um dragão?

Wilhelm: Mais de 10% de nossos cavaleiros foram enviados para a batalha, e embora a cruzada tenha sido bem sucedida, 40% desses cavaleiros foram mortos. A cruzada teve êxito, mas o resultado foi considerável.

Subaru: Parece que a nossa situação é bastante desesperadora.

Vendo a reação desesperada de Subaru, Wilhelm continuou…

Wilhelm: Em comparação com Valgren, este dragão é menor em relação ao tamanho. Deve morrer ao ser decapitado.

Subaru: E Valgren não precisou ser decapitado?

Wilhelm: Valgren tinha um total de três cabeças que precisavam ser removidas.

Depois de terminar de falar daquela batalha distante, Wilhelm apertou com força a espada. Então decapitar o dragão certamente o mataria, e isso era um alívio.

Vendo a postura de Wilhelm, Subaru também se pôs em posição de batalha, com o chicote na mão. Capella pareceu surpresa diante da negação de ceder.

Capella: Ora, ora, ora, meu Deus, vocês são todos tão nojentos! Estão a beira da derrota! Além dos meus reforços, vocês estão enfrentando um Arcebispo! Vocês, criaturas podres, parecem não conhecerem seus lugares. Parece que eu estive julgando vocês na classe de insetos errada, seus ratos! Kyahahahaha!

Akashi (original): Ratos não são insetos, burra!

Garfiel: Pare de brincadeira! O que você pode fazer contra nós?! Meu eu espantoso irá até aí acabar com você!

Akashi (original): Isso se meu clone não pegar ela primeiro!

Capella: Kyahahaha, o latido destes cães raivosos está machucando meus ouvidos sagrados. Ou melhor, cães raivosos não… é apenas um gatinho e um coelhinho insignificantes. Miau~, miau~, miau~, não fique com raiva só porque aquele gatinho patético morreu!

Garfiel: Q-Quê?

Diante daqueles insultos cruéis, Garfiel gritou, mas se engasgou com a resposta dada por ela.

O dragão estava claramente se referindo à derrota anterior de Garfiel, onde quase havia sido espancado até a morte. Pelo jeito, Capella estava assistindo a luta. Mas o que chamou a atenção acima disso era,

Garfiel: Sua desgraçada. Como você sabe que meu eu incrível é meio-humano?

Capella: Hah? Como eu sei? É óbvio. Não fique cheio de si assim. Em você nem mesmo um fio de cabelo me interessa. Eu pude saber que você era um mestiço imundo assim que pus meus olhos em você. Morra do mesmo modo como viveu sua vida miserável, como um animal degenerado!

Akashi (original): Pra alguém tão feia, você certamente fala muita merda, não acha que está na hora de pôr um fim à essa balela?

Falando maldições indescritivelmente cruéis e ignorando Akashi, Capella se virou para o resto do grupo, farejando o ar.

Capella: Que fedor! Que fedor! Vocês, pedaços de carne, cheiram a podridão! Podre! Lixo!

Capella lançou seus comentários tóxicos enquanto se virou lentamente para encarar Crusch.

Uma luz pegajosa e desagradável entrou em seus olhos enquanto ela fazia beicinho, encarando a figura de Crusch. Quando Capella começou a falar novamente sua voz era quase agradável.

Capella: Mas misturado no meio de todo esse lixo, existe um pedaço de carne tão atraente. Esse cheiro é o melhor! Que beleza! Que corpo! Esse apelo! Ah, eu realmente quero quebrá-lo com minhas próprias mãos!

Capella ficou fascinada, falando mançamente com um tom de voz parecendo suave e agradável.

Crusch: Já chega!

Capella: Ahh?

Inclinando-se para Crusch como se quissesse lambê-la de cima a baixo, o dragão negro a encarou. Nesse momento, a aura de raiva que emanava dela fez o dragão roumper seu movimento. Ainda observando os movimentos de Crusch, o dragão franziu as sobrancelhas escamosas impaciente.

Julius, que se aproximou de Crusch enquanto estava distraída, lançou um ataque de seus meios espíritos direto no rosto do dragão.

Julius: Seja queimada pela minha luz. El Plailium!

Cada um brilhando com uma cor diferente, os seis meio espirítos de Julius dispararam um feixe de luz para cima, e quando aquele brilho atingiu Capella, ela começou a gritar.

Capella: Gaaaahh!

Julius: Esse é o preço de sua tagarelice abusiva. Se você tivesse alguma habilidade real, não diria tantas bobagens.

Akashi (clone 1): Bem dito, Julius!

O clone se lançou até Capella, uma voadora feroz atingiu o meio dos olhos do dragão e pressionou seu corpo para trás, arrastando suas garras ao chão. O clone, que estava em pleno ar após desferir o golpe, sorria de maneira provocadora para Capella.

Com o grito agudo de Capella, os dois espadachins que permanceram em silêncio e inalterados pisaram no chão com força e se moveram em direção ao grupo de Subaru.

Wilhelm: Pare aí!

Garfiel: Maldito!

Wilhelm voou em direção à mulher espadachim, enquanto Garfiel enfrentava as lâminas gêmeas do gigante com seus escudos.

Wilhelm: Não vá, mostre-me sua esgrima!

Quando ela começou a recuar após o primeiro golpe, Wilhelm a interrompeu com um ataque repentino.

Embora Wilhelm fosse velho, suas habilidades furtivas eram astutas, era isso que o tornava invencível. Uma investida dessas era praticamente considerada impossível de escapar aos olhos do Subaru.

A lâmina afiada do velho espadachim cortou de cima a baixo com a violência de uma tempestade. O comprimento da lâmina da mulher não a conduzia a uma ação rápida, o que não a ajudou muito em sua defesa, enquanto Wilhelm dava golpe atrás de golpe.

Mesmo assim, a mulher se mostrou assustadora. Ela habilmente se esquivou de qualquer ataque que não conseguisse defender com sua espada, e com facilidade e prática, conseguiu recuperar o equilíbrio.

Cada ataque que ele desencadeava servia apenas para mostrar que o corpo da mulher foi feito especificamente para momentos violentos como esse, assim como sua espada que obedecia a cada comando. Eram uma dupla perfeita.

A habilidade de Wilhelm foi suficiente para ele desafiar a baleia branca, mas o nível de agilidade entre o monstro e essa mulher eram infinitamente diferentes. E com essas habilidades, a mulher foi suficiente para pressionar Wilhelm.

Wilhelm: Gooah!

Emitindo um rugido, a rotação dos balanços e ataques cortantes de Wilhelm aumentou em velocidade.

Seu corpo, embora fosse velho, tinha táticas bem aprimoradas. Sua esgrima era o ápice da esgrima, a maioria dos jovens espadachins jamais poderiam se igular à ele.

Sua lâmina era como um flash, ele voou pelo ar, prestes a achatar o corpo da mulher contra o chão, mas ainda assim ela permanecia com sua expressão vazia e endurecida esperando bravamente para resistir a qualquer ataque.

Sem palavras, sem um único ruído, a mulher era como uma boneca cujo o único propósito era a batalha.

As colisões de aço irromperam no ar como uma explosão.

A esgrima de cada lado era limpa, pura e única, além dos diversos ataques em seus respectivos alvos, nenhuma destruição necessária ocorria.

Os dois voavam livremente em sua solitária dança de esgrima.

Wilhelm: Hah!

– Este era o reino sagrado de seu duelo, e intrusos não poderiam ser tolerados.

E não muito longe dali, outra batalha selvagem acontecia.

Garfiel: Há! Ryaa!

Rugindo enquanto flexionava os músculos, Garfiel desviava dos ataques do gigante.

Paralisado pela tontura, ele contra-atacou, batendo, rugindo, saltando, correndo.

Ao contrário da batalha elegante que acontecia ao lado deles, essa foi marcada pelo caos e brutalidade.

Embora o gigante pudesse ser chamado de espadachim, seu estilo de luta podia se assemelhar ao de um bárbaro ou a igual a um animal qualquer.

E da mesma forma, Garfiel lutou sem reverências e etiquetas.

O estilo de luta de Garfiel era selvagem e animalesco. Era uma violência absurda, sendo apenas Garfiel capaz de desencadear tal brutalidade, já que dependia de seu instinto, nenhum outro poderia igualá-lo ao seu estilo de luta. 

Esse duelo selvagem sem dúvida era sobre resistência; o oponente que se cansar primeiro perde. Portanto, o sucesso era incrivelmente variável.

Essas espadas gigantes eram tão pesadas que certamente um golpe direto quebraria facilmente os cotovelos de Garfiel, caso ele não ussasse proteção.

Garfiel precisava usar seus escudos vinculados com seus braços. Segurando-o igualmente bloqueando a enorme espada, Garfiel permitiu que ela deslize sobre o escudo, assim evitando-a e empurrando-a de volta, afastando a lâmina.

Os movimentos imprevisíveis do gigante não eram mera barbárie, mas ele não usou o menor truque, seus ataques foram chocantemente diretos e poderosos. Isso não poderia ser considerado como um poder. O gigante obviamente devia ter praticado milhões de vezes para obter tamanha força.

Se houvesse um único movimento errado, a lâmina do gigante partiria tanto o escudo prata quanto o próprio Garfiel ao meio.

Garfiel: … Não brinque comigo!

Garfiel estava fazendo todo possível para combater a força da grande pressão que emanava das duas enormes lâminas do gigante.

Quando ele atacou de cima, igualmente uma força veio dos lados, imediatamente seguido de baixo, e Garfiel aparou todos eles. E sobre uma brecha, a enorme mão do gigante atacou o braço de Garfiel, forçando-o a recuar.

O problema era que, além das outras duas mãos que empunhavam as duas espadas, haviam outros 6 braços. 

A defesa de Garfiel poderia ser perfurada por um terceiro ataque, e para isso o gigante começou a usar não dois, mas três braços para empunhar as espadas.

Garfiel tinha a vantagem na velocidade, mas o gigante tinha uma força muito superior a dele.

Quando seu queixo era atingido, e enquanto ele bloqueava aquelas espadas enormes, seus joelhos foram chutados, fazendo seu corpo despencar em direção ao chão. Mais quatro golpes se seguiram, no entanto Garfiel se conteve enquanto ele caía, e então finalmente conseguiu bloquear um dos ataques, firmando os pés fortemente no chão.

Ossos quebrados, sangue escorrendo e gritos dolorosos; era disso que era composto esse campo de batalha selvagem. Subaru apenas assistia aos guerreiros apaixonados, enquanto se via impossibilitado de interferir naquele caos.

De um lado um silencioso, o duelo de Wilhelm, e do outro, a batalha caótica de Garfiel.

Subaru e Crusch prenderam a respiração incapazes de se intrometerem no meio da luta de ambos os lados. Não por se sentirem impotentes, mas por estarem impressionados demais com o espírito de luta de ambos os lados.

No entanto, diferente de Subaru que estava submerso em admiração…

Akashi (original): Eles não parecem necessitar de apoio... mas, eventualmente, ambos serão superados em batalha. Eu devo deixar um clone lidando com o dragão enquanto outro ajudará o senhor Wilhelm ou Garf...

Ricardo: Tsk, é... e isso não é bom! Precisamos agir logo!

Ricardo, que estava examinando a magia de Julius, deu um passo à frente. E vendo suas intenções, Subaru começou a se mover também, mas,

Crusch: Senhor Subaru!

Ricardo: Abaixe-se!

Sentindo um puxão repentino pelo colarinho, Subaru se viu sendo arrastado por Crusch quando caiu no chão. Ricardo ficou na frente dos dois os protegendo soltando um rugido feroz.

Ricardo: Wwaaaaaaahh…!

As fortes ondas sonoras sacudiram a atmosfera, criando uma força invisível de destruição.

Essa onda sonora estrondosa era a mesma que Mimi e seus irmãos usaram contra a baleia branca. Essa era uma habilidade poderosa que acabaria com qualquer um em um piscar de olhos. E Ricardo, que desencadeou o ataque, refletiu uma chama negra que se aproximou do grupo.

Refletida de volta para o indivíduo que desencadeou o ataque das sombras brilhante, Subaru pareceu chocado.

Aquela chama negra se espalhou na face daquela onda. A natureza daquelas chamas ficaram ainda mais assustadoras quando entraram em contato com as folhas do jardim que se desfizeram em cinzas e caíram sobre o chão do parque.

O clone de Akashi, que enfrentava o dragão, estava envolto em um campo gravitacional gerado por magia. Mantendo-se suspenso, ele repeliu as chamas negras que foram lançadas contra ele e olhou aliviado para seus aliados.

Akashi (clone 1): Que chamas peculiares... De qualquer forma, estou aliviado que meus amigos estejam a salvo. Me sentiria inútil se, ao confrontar você, falhasse em protegê-los.

Os olhos do trio de Akashis se arregalaram ao verem um súbito brilho vermelho emergir dos olhos do dragão. Sem aviso, a criatura exalou um miasma negro potente, repelindo todos ao redor com a força do vento emanado de seu corpo, como uma aura poderosa.

Akashi (original): Isso é uma piada?!

Subaru: O que... diabos é isso?!

Akashi (clone 1): Gaaaah!!

O grito de agonia do clone ecoou enquanto seu corpo colidia violentamente contra o concreto, desaparecendo logo após entre Subaru e Akashi.

Ao redirecionarem o olhar para o dragão, Juliis, Crusch, Subaru, Akashi e Ricardo perceberam que a garra da fera exalava uma fumaça tênue, sinal de um ataque poderoso desferido há pouco.

Crusch: Ele foi abatido com um único golpe?!

Akashi (original): Tsk! Os clones têm sua durabilidade reduzida para fortalecer o usuário original. Qualquer golpe pode ser fatal para eles... Mas seu poder ofensivo é elevado. Ela ainda não foi vencida, por quê...

— O miasma dos Arcebispos é notoriamente mais poderoso. Assim como Akashi foi incapaz de enfrentar Regulus, o mesmo se aplicaria a qualquer outro. Os portadores do miasma de Nazgaroth parecem ter sido escolhidos a dedo cada membro do Culto da Bruxa, e não aleatoriamente, os portadores de Autoridade seriam os principais focos de um miasma mais intenso. Se Reinhard os enfrentasse sozinho, precisaria empregar mais de 100% de seu poder para assegurar a vitória, pois tal poder é, de fato, de outro mundo... muito além do nosso.

Akashi estava ciente disso e, por essa razão, não poderia derrotar seus adversários facilmente. Seriam necessários um ou dois golpes decisivos para eliminar os dois espadachins de anteriormente, mas o miasma era intenso o suficiente para que resistissem ao Celestial Glare e engajassem em um combate temporário, até que enfraquecessem e baixassem a guarda, permitindo que Akashi os finalizasse.

Crusch: Senhor Subaru... olhe aquilo!

Crusch apontou para Subaru, que se movia lentamente seu rosto, notou algo próximo, relacionado àquelas chamas negras...

Tudo que as chamas tocavam se desfazia em cinzas. Contudo, o verdadeiro espanto residia nas chamas remanescentes...

Subaru: O fogo... não se extingue?

Até mesmo a água foi tomada pela chama ardente. Como se tivesse pingado uma gota de óleo na água, o fogo se alastrou e saltou alto, como se mostrasse sua superioridade.

Ricardo: Irmão, quanto tempo você pretende ficar aí?

Julius: Subaru, não importa como as coisas estejam, mesmo se você olhar para sua condição… ser protegido por uma mulher é…

Ricardo e Julius ofereceram suas palavras desanimadoras para Subaru, que ainda se recuperava do choque ao ver as chamas. Do ponto de vista dos dois, Subaru estava deitado sobre o chão sendo protegido por Crusch que tentava evitar qualquer dano.

Subaru: Wah!

Crusch: É ótimo que você esteja bem. Não se preocupe, fique tranquilo, vou abster-me de dizer qualquer coisa sobre isso a Felix ou a dona Emilia.

Subaru: Me sinto ainda mais envergonhado por estar aliviado!

Crusch levantou Subaru, colocando-o de pé, acrescentando mais um ponto à vergonha do garoto.

Afastando-se, Subaru olhou para a fonte onde permanecia sendo tomada pela chama negra. Capella estava franzindo as sobrancelhas.

Subaru não conseguiu sentir nada vindo dela a não ser uma expressão de nojo.

Capella: Nojento, nojento! Não me olhe com um olhar tão desanimado! Não me viole com seus olhos sujos!

Subaru: Como…

Apesar de ter sido atacada pela magia de Julius e o posterior chute do clone Akashi, Capella agiu como se nada tivesse acontecido. No entanto, isso não significava que ela não havia sofrido danos. Ela certamente sofreu danos consideráveis do ataque dele.

A asa direita do dragão havia sido queimada, até que não passasse de um pedaço de carne ensanguentada. Os quase meio-espiritos que realizaram a magia atingiram o corpo do dragão. O lado direito do rosto do dragão foi arrancado. As asas estavam queimadas; seu abdômen queimado e derretido; sua língua que adorava ridicularizar as pessoas havia sido cortada; e seus olhos balançavam livremente não mais segurados pela órbita. Literalmente parecia um mero cadáver.

Diante da visão que se seguia, Subaru engoliu em seco. Julius, Akashi e Ricardo franziram as sombrancelhas, e Crusch prendeu a respiração, mas isso não era por causa do estado lamentável do dragão.

– E sim devido a sua carne escamosa maltratada se regenerando.

Ossos derretidos voltaram a crescer, músculos destruídos, e o couro carnudo todo cortado; o corpo destruído de Capella voltou a se regenerar em uma velocidade alarmante.

O calor impossível da regeneração fez o sangue fluido pelas escamas evaporarem sem deixar vestígios.

Capella: Agora, depois de terem visto até meus adoráveis órgãos internos, vocês estão satisfeitos? Vocês do grupo de lixos podres ficaram excitados ao verem minha metamorfose? Kyagahaha!

Subaru: Como… isso aconteceu?

Capella: Você não viu? Você não deveria ser capaz de chegar a conclusão a primeira vista? Você é cego e burro? Mas não se preocupe, essa senhora generosa e compassiva lhe responderá. Como pode ver, sou imortal!

Imortal – essa era a explicação mais simples e absoluta de seu poder.

Subaru não pôde deixar de engolir em seco na descrição do poder de Capella.

O pensamento de que ela estava blefando passou pela mente pensativa de Subaru. Na verdade isso seria bem reconfortante.

Subaru: Não é nada além de uma capacidade de regeneração rápida…

Capella: Chame como quiser, não sou capaz de descrever o quão absurdo é. É tão imortal.

Akashi: Se esse for o caso, só precisamos te arrebentar até que você finalmente morra, eu tenho outras formas de atacar, se me permitir testar!

Capella: Não é como se lixo como você pudesse fazer algo contra meu corpo maravilhoso! Independente do que faça, não resultará em nada além dos esforços patéticos de um verme exibido!

Akashi: Com você falando assim, fico até sem graça!

Enquanto Akashi brincava com a situação, diante da afirmação infundada de Capella, Subaru permaceneu em silêncio não sabendo se o que ela dizia era verdade.

Capella: Meu Deus, vejam só! Seu amigo não consegue nem falar! Olhe essas suas expressões de ovos podres nojentos! Sua carne podre e imunda! Morram! Não conseguem nem falar diante de mim. Todos deviam morrer! Exceto eu, claro! – Ah, espere…

De repente, Capella interrompeu suas próprias palavras. Ela abriu as asas agitadas levemente sobre o telhado da prefeitura. Pensando que ela estava se preparando para atacá-los, Subaru se preparou para o ataque dela, contudo,

Capella: Parece que o tempo acabou… Preciso ir fazer a próxima transmissão, então voltarei para dentro. Conversar com vocês é apenas perda de tempo. Fiquem aqui e morram, apodreçam no inferno!

Subaru: H-Huh?

Akashi: Não antes de eu fazer você queimar lá primeiro!

Desejando a morte do grupo, de repente como se perdesse o interesse, Capella bocejou e pousou vigorosamente sobre o corredor, onde Subaru a perdeu de vista enquanto a sombra negra desaparecia.

Akashi logo se disparou para dentro da prefeitura, correndo enquanto deixava seu clone 2 para trás, aguardando uma ordem.

Subaru: Seu idiota! Volte aqui!

Crusch: Senhor Akashi!

Ele não pôde deixar de considerar se isso era uma tática para atrair a atenção de seus inimigos –

Julius: Ela pode estar tentando nos atrair… mas se caso o que ela disse for verdade, não podemos deixar que faça a transmissão. Podemos deixar que Akashi a segure enquanto avançamos.

Subaru: É mas, se ela transmitir agora, a cidade entrará em pânico, e se Akashi for derrotado... Todos vão descobrir o que estamos fazendo. Temos que impedi-los antes do pior!

Esse palpite repentino o fez considerar.

Além disso, como Capella conseguiu entrar no interior da prefeitura? Embora ele não soubesse o tamanho do interior da sala de transmissão, parecia que ela destruíria tudo com apenas um movimento. Mas ele não poderia pensar sobre isso agora.

Ricardo: Muito bem, eu ficarei aqui com esses dois para lidar com os outros caras. Irmão, você vai entrar com Jul e dona Crusch.

Ricardo deu instruções a Subaru, que lançou um olhar questionador às palavras decisivas dele.

Ricardo: Esses dois espadachins são demais para você e dona Crusch lidarem, e eu não sou bom em lidar com ações internas. Julius pode lidar com isso muito melhor.

Julius: Um julgamento muito adequado. Para ser sincero, ficaria preocupado em deixar apenas Garfiel e Wilhelm aqui, então estou confiando essa situação a você também, Ricardo.

Ricardo: Claro, não vou decepcionar.

Julius e Ricardo assentiram um para o outro em concordância, sem deixar vestígios de dúvidas.

Sendo da mesma facção, os dois poderiam comunicar suas verdadeiras intenções apenas com uma troca de olhar.

Ricardo: A propósito, aquele garoto deixou o clone dele aqui, será que ele pode nos dar uma mão? Se fizermos 4 contra 2, teremos uma luta fácil.

Julius: Hm... Akashi, você pode prestar suporte ao Ricardo, senhor Wilhelm e Garfiel nesta batalha?

O clone sorriu e acenou sutilmente com a cabeça.

Akashi (clone 2): Certamente, mesmo com o baixo nível de durabilidade, minha força e velocidade são quase como as do original, ele me deixou aqui justamente para prestar serviços, então contem comigo.

Ricardo: Ótimo, vamos arrebentar esses caras, não decepciona, hein?

Subaru: Garfiel, você está proibido de perder. Após recuperarmos a prefeitura e derrotar a Luxúria, precisarei de você vivo para salvarmos Emilia, está me ouvindo?!

Garfiel: Não tenho tempo para negociar um plano com você agora, chefe.

Subaru falou com Garfiel, que ainda estava envolvido em sua batalha caótica. Ao lado dele, Crusch levantou a mão a erguendo em direção a sua boca, apontando sua voz em direção a Wilhelm.

Crusch: Wilhelm, vou deixar isso com você por enquanto!

Wilhelm: Não precisa se preocupar.

Wilhelm deu uma breve resposta às palavras de sua mestre.

Ambos se comprometeram e confiaram um ao outro, e então, liderados por Subaru, Crusch e Julius começaram a correr.

Subaru, a fim de impedir a transmissão até a cidade para evitar novos tumultos, correu junto de Crusch e Julius até a entrada principal em direção ao interior da prefeitura.

As duas figuras que guardavam o prédio responderam a essa ação, renunciando seus oponentes atuais pelo grupo em fuga de Subaru.

Ricardo: Ficar distraído em um momento desses só torna as coisas mais fáceis pra mim, há!

Akashi (clone 2): Seus oponentes somos nós, não se descuidem!

Seu grito altamente feroz criou ondas sonoras destrutivas que varreram as pequenas pedras espalhadas no chão, e o gigante e a mulher vacilaram ligeiramente. Embora o poder das ondas estrondosas tivesse começado a diminuir, elas ainda foram eficazes em deter os dois.

Atrás deles, seus oponentes haviam os alcançado com desprezo nos olhos.

Wilhelm: Que descortês me ignorar quando tem toda minha atenção.

Garfiel: Não vire o traseiro para o seu oponente a menos que queira ser morto!

Cortando e fatiando, apunhalando e golpeando, os duelos caóticos na praça continuaram.

Incapaz de ouvir os sons que aconteciam lá, Subaru correu para a entrada da prefeitura.

Subaru: Onde seria a sala de transmissão?

Crusch: Não sei ao certo, mas acho que seria no último andar do prédio, no nível mais alto, para que o som possa chegar o mais longe possível.

Julius: Pode haver emboscadas ao longo do caminho, tomem cuidado.

Passando pela entrada principal, eles entraram na prefeitura.

Um lugar que deveria estar lotado, com uma adorável senhora prestando serviço na recepção, com luzes brilhantes colorindo o ambiente, agora estava mal iluminado.

Felizmente, não havia cultistas permeando o lugar, muito menos cadáveres espalhados pelo chão.

Os estrondos de uma batalha interna se eram ouvidos e sentidos, com certeza, Akashi e Capella estavam se enfrentando.

Subaru: Vamos, vamos, deve ter algum mapa em algum lugar para nos mostrar a localização da sala!

Julius: Se pudermos, também gostaria de confirmar a segurança da equipe daqui. Embora isso pareça um pouco impossível agora…

Subaru: Aqui é…

Subaru verificou o central de ajuda e sem surpresas descobriu que não tinha ninguém lá, então ele apontou para as escadas. Julius subiu os degraus da escada em silêncio observando o local calmamente, e então balançou a cabeça gentilmente e seus passos cessaram.

Crusch o seguiu com a testa franzida e ao traçar o olhar dele, a expressão dela tremeu.

Vendo a reação dos dois, Subaru os seguiu e juntando-se a eles e vendo o mesmo, ele prendeu a respiração.

Com passos arrastados e estridentes, uma figura apareceu. Espiando pelas escadas, surgiu uma criança com um sorriso diabólico.

Tinha um físico pequeno, um rosto infantil, evocando uma imagem de juventude, a primeira vista parecia somente uma criança.

Mas isso existia só na aparência. Seus cabelos castanhos escuros estavam soltos e sujos; seu corpo era envolvido em um único pano, dando a ele uma aparência sombria; seus olhos amarelos pareciam conter todos os venenos do mundo – eles claramente não eram os olhos de um ser humano.

Obviamente não era uma pessoa normal.

???: Tão feliz, muito feliz, estou muito feliz, muito feliz, por causa dessa felicidade, tanta felicidade, muita felicidade, felicidade incrivelmente incrível, isso merece uma festa. Sim, um banquete! Tem sido uma espera triste e sofrida de estômago vazio! Portanto, a primeira mordida deve ser deliciosa para compensar o tempo perdido!

Do fundo do seu coração, o garoto descalço parecia estar profundamente feliz.

Enquanto ele falava, revelou fileiras de dentes amarelos afiados da mesma estatura que um dente canino. Vendo aquela atitude, com seu discurso exagerado, a mente de Subaru começou a o incomodar.

Se isso não fosse apenas sua imaginação, se a raiva fervente dentro dele realmente estivesse correta, então a pessoa diante dele,

Subaru: Se você é apenas um garoto qualquer travesso, explique-se rapidamente. Não temos muito tempo a perder. Se esse for o caso, deixaremos você ir… Senão, apresse-se e se apresente.

Subaru forçou-se a se acalmar falando num tom calmo, e como se zombasse da atitude de Subaru, o garoto torceu o rosto juvenil em uma risada estridente e zombeteira e respondeu,

???: Você realmente está nos confrontando com essa atitude? Isso é desagradável de se presenciar.

Subaru: Isso já é suficiente. Posso ver que você é meu inimigo, por acaso você se deparou com um garoto de cabelos brancos? Se sim, como ainda está vivo?

???: Nós somos o Arcebispo do Pecado da Gula do Culto da Bruxa, Roy Alphard.

Subaru: Gula!

Assim que a criança alegou ser a Gula, Subaru atacou com seu chicote. Cortando impiedosamente o ar, o chicote mirou no rosto do garoto contudo,

Roy: Dificilmente encontramos pessoas que desejam ser mordidas por nós! Isso é divertido!

Falando descaradamente e ignorando a pergunta de Subaru, a Gula rompeu o ataque de Subaru, enquanto mordia a ponta do chicote com seus dentes afiados.

O primeiro ataque deliberado e impiedoso de Subaru foi bloqueado por dentes.

Adiante, mordendo a ponta do chicote com o olhar afiado de mil facas, estava a Gula, Roy Alphard.

Subaru pareceu surpreso com o nome apresentado. Alphard.

Subaru: Esse nome… Esse desgraçado também compartilha o nome de uma estrela.

Crusch: Senhor Subaru, esse assunto já terminou! Permita-me.

Quando Subaru levantou o braço para outro golpe brutal, Alphard sacou suas próprias armas, ao mesmo tempo Crusch lançou seu ataque cortante de cem homens.

Uma frenética lâmina de vento varreu instantâneamente o primeiro andar da prefeitura dividindo as cadeiras e a mesa de recepção ao meio. É claro que, o corte deveria ter cortado Alphard impiedosamente, mas…

Roy: Uau, incrível! Mas embora ele parece esmagador…

Crusch: Eh?

Como se visse a lâmina invisível de vento, o garoto se inclinou para trás para evitá-la. Como uma ponte, ele descansou a cabeça brevemente no chão, antes de voltar a sua posição anterior em pose de batalha.

Roy: Como um ataque, essa tática foi de terceira categoria. Não parece tão delicioso.

Terminando sua frase, Alphard saltou do chão, seu corpo saiu voando como uma bala.

Sua boca se abriu para expor fileiras de dentes afiados parecidos com cães de caça. Se as pessoas vissem sua aparência, elas iriam erroneamente pensar que ele era realmente um verdadeiro cão de caça selvagem desgrenhado. No entanto, o nível de perigo de um cão de caça não poderia ser comparado, nunca.

Crusch ergueu sua lâmina na intenção de decapitá-lo, mas…

Roy: Embora suas qualificações sejam boas, não são suficientes. Para nós, você é uma iniciante qualquer.

Crusch: – ah!

Quando ele alcançou a figura de Crusch, a espada dela ricocheteou com um som agudo. Olhando de perto, envolto dos punhos, enroladas em um pano estavam as facas, ou melhor, as adagas gêmeas de Alphard.

Ele segurava uma adaga em cada mão, uma arma que permitia que seu corpo magro e pequeno lutasse com velocidade e flexibilidade.

Enquanto ele aparava a espada com a adaga da mão direita, com a outra mão, ele tentou agarrar a garganta de Crusch, embora ela tenha se esquivado para o lado para evitá-lo, Alpahard virou no ar, em torno do ombro dela, e a chutou para o lado.

Crusch: O que–

Subaru: Crusch!

Roy: Não fique parado observando, sendo você a presa mais fácil.

Alphard pisou no chão, voando em direção a Subaru.

A figura magra da Gula desapareceu ao meio da escuridão envolta dos trapos, Subaru perdeu de vista a figura.

Subaru: Isso não é bom…

Roy: Por causa de sua preguiça, você não conseguiu acompanhar e baixou a guarda.

Subaru: O quê?!

Visando o Subaru cheio de falhas, Alphard revelou sua fraqueza.

Mordendo os lábios, Subaru suprimiu a dor e esperou que o membro mais poderoso do grupo tivesse a oportunidade de atacar antes que fosse tarde, e o surgimento silencioso da lâmina de Julius cortou o ar.

Alphard imediatamente conseguiu torcer os pés evasivamente, mas seu corpo ainda foi derrubado pelo cavaleiro.

A Gula rolou no chão, com o corpo completamente coberto de sangue.

Roy: Aah! Uau, surpreendente!

Julius: Já que acha isso, então que tal outra surpresa. Veja como meus companheiros florescem.

Ao mesmo tempo que Julius falava, seus semi-espíritos começaram outra série de ataques enquanto Alphard se levantava e se afastava gradativamente para longe.

Naquele momento, a Iridescência encheu o corredor escuro de brilho. Uma aura forte floresceu nas costas de Julius e voou em direção a Alphard.

Roy: Espíritos!

Julius: Espero que alguém como você, que aprecia o gourmet, goste. Não importa qual seja o broto, tenho orgulho de desfrutar do crescimento e o desabrochar dessas flores infantis.

Roy: É horrível, eles são pretensiosos, não gostamos deles.

Vendo o mundo em chamas sob a aurora, Alphard falou alto enquanto tentava escapar. A espada fina de Julius seguiu suas costas.

Julius: Lolimancer!

Subaru: Não me chame por esse nome! Juli!

Julius: Leve dona Crusch com você até o último andar. Pare a Luxúria!

Ao escolher os sinônimos um do outro, Julius declarou que iria distrair Alphard.

Enquanto apoiava uma Crusch ofegante, Subaru julgou isso como o curso de ação mais racional, no entanto ele não conseguiu concordar com isso, apesar de ser a solução mais razoável.

Afinal, o garoto que corria à sua frente era ninguém menos que a Gula.

Este era o inimigo que Subaru estava perseguindo havia mais de um ano. Mas mesmo que ele estivesse ali…

Crusch: Eu entendo. Senhor Juli, rezarei para que sua lâmina seja rápida e precisa.

Antes que Subaru pudesse protestar, Crusch deu uma resposta de afirmação a Julius com um gosto amargo na boca, com falta de vontade.

Crusch foi mais uma vítima da Gula, tendo suas memórias roubadas.

É claro que ela queria aproveitar essa oportunidade para recuperar suas memórias. Mas ainda assim, não tendo muita escolha, ela confiou a luta a outra pessoa.

Roy: Então o que irá acontecer? Todos se renderão? Acho que até a mulher decepcionante e o homem desagradável podem servir como bons aperitivos. Então, senhor Juli, vamos comê-lo, mordiscá-lo, prová-lo, lambê-lo, mordê-lo em pedaços e devôra-lo! Não é tão ruim no final das contas!

Julius: Não diga nada tão desnecessário. É desconfortável. E não me nomeio como Juli em vão!

Enquanto a aurora presente no espaço estreito estava aos poucos desaparecendo gradualmente, Alphard ainda ostentava um sorriso confortável no rosto. Julius o perseguiu, e a espada atingiu a adaga de Alphard emitindo um som de aço.

Neste momento, a linha de visão de Subaru e Julius se cruzou.

A linha de visão era relativa ao Subaru, como se dissesse que não havia mais necessidade de ficar ali.

Subaru: Ah, droga! Ouça seu maldito! Você está proibido de perder!

Julius: Essa fala é minha! Ah, não importa, não irei. Absolutamente não posso morrer aqui.

Crusch: Vamos Lá! Senhor Lolimancer!

Coçando a cabeça, Subaru deixou de lado seus sentimentos por enquanto e correu enquanto observava as costas da figura ainda machucada de Crusch.

Embora ele pelo menos devesse andar na frente dela e isso fosse vergonhoso, Subaru entendeu que ela poderia reagir a qualquer tipo de ataque surpresa muito mais rápido do que ele.

Subaru seguiu Crusch, ofegante, e felizmente os dois conseguiram subir a escada em espiral seguinte.

E antes de seguir, ele se virou para dar uma última olhada na luta que ocorria lá embaixo, entre Julius e Alphard.

Julius estava em vantagem, mas não podia baixar a guarda.

Julius: Vá!

Subaru: Droga!

Ciente do olhar de Subaru, Julius gritou deixando-o inquieto até o fim.

Embora para Subaru ele fosse extremamente irritante, a ideia de algo ruim acontecer com ele era problemática.

Subaru virou-se para seguir Crusch, subindo as escadas em um só fôlego.

Com tudo em silêncio no andar acima, e sabendo que eles poderiam estar indo em direção a uma emboscada, eles imediatamente subiram mais uns lances de escadas em direção ao quarto mais alto.

Haviam vários elementos importantes que eram necessários para formar uma emboscada.

Em primeiro lugar, a localização. As emboscadas eram táticas que haviam sido colocadas em prática, por um oponente que esperava pela oportunidade de atacar um determinado inimigo em um local dominante. Esse era o elemento mais essencial.

Em segundo lugar, o inimigo precisava realmente comparecer no local definido. Finalmente, para executar a emboscada, era necessário o inimigo, e se caso o oponente estivesse ausente, tornaria o plano inútil.

Além disso, também era necessário especular sobre o momento em que o inimigo surgiria no local. Sendo assim, qualquer erro em comum ao decorrer do plano, todos seus efeitos não poderiam ser maximizados.

Então supondo que a luxúria estivesse planejando uma emboscada após derrotar Akashi, todas essas três condições foram cumpridas.

De qualquer forma, eles precisavam invadir a sala de transmissão dentro de um determinado período de tempo.

Subaru: Portanto, devemos primeiramente destruir essa situação.

Crusch: Entendo seu ponto. Não, eu escolhi acreditar no senhor Subaru. Nesse caso, confiarei em você. Acha que Akashi está bem?

Subaru: Tem que estar, ele certamente é capaz de lidar contra oponentes perigosos sozinho, mas aquele imbecil não devia ter avançado sozinho!

Chegando ao cômodo mais alto, eles viram uma escada.

Ou seja, a escada levava para o telhado, onde Subaru e Crusch teriam que estar preparados para derrotar os planos e a estratégia da Luxúria.

Crusch, que ficou intrigada de início com a proposta de Subaru, parecia determinada. Isso não era diferente de sua personalidade de antes de perder suas memórias.

Crusch: Sinceramente só queria ver como está a batalha na praça…

Subaru: Bem, se formos verificar nossas ações não terão o menor sentido.

Mesmo nessa altura, enquanto subiam, eles podiam ouvir o choque de espadas e um urro de tigre vindo de Garfiel no lado de fora. A luta ainda estava acontecendo, então nenhuma ajuda vindo deles poderia ser esperada.

Subaru: Falando nisso…

Olhando ao redor, Subaru examinou energicamente a situação do telhado.

Eles puderam ter um vislumbre do estrago que o enorme dragão havia feito sob o teto da prefeitura.

Marcas de garras ficaram expostas por todo o chão, vestígios do dragão negro foram deixados ali. As grades e cercas que davam para a praça foram derrubadas pela magia de Julius.

Subaru pensou naquele poder terrivelmente avassalador, enquanto examinava a sala, confirmando se realmente estavam abaixo da sala de transmissão.

Claro que Capella estaria esperando-os lá em uma emboscada.

Crusch: Ah…

Subaru: O que houve? Por favor, tome seu tempo se não estiver totalmente preparada.

Crusch: Sinto muito, mas acabei de notar uma coisa…

Crusch falou calmamente para Subaru que se ocupava com uma cerca de ferro. Ele a encarou surpreso, e ela lhe lançou uma expressão rígida.

Crusch: Parece que tenho um certo medo de altura…

Subaru: Um medo inesperado, hein… Entendi! Pronto!

Confirmando que o chicote ficou preso com firmeza, Subaru acenou com a cabeça para Crusch, que respondeu com firmeza e deu um passo à frente para os braços de Subaru.

Crusch: Por favor, não solte.

Com ela aninhada em seus braços, agarrando-se nele, Subaru se soltou do prédio.

Claro que seus corpos foram puxados pela gravidade, enquanto caíram em queda livre. À medida que caíam, eles alcançaram o limite que o chicote enrolado no pulso do Subaru permitia.

Ao mesmo tempo, devido a enorme pressão suportando o peso dos dois corpos, os ombros de Subaru estavam doendo suficientemente para estar em perigo a ponto de quebrar.

Girando de lado, os dois fizeram um arco para cima, alcançando outra parede externa da prefeitura.

Ao avistar uma janela se aproximando, Subaru posicionou seus pés, e com um impulso, chutou o vidro quebrando-a.

Crusch: Argh!

Subaru: O quê?

Eles finalmente estavam agora na sala de transmissão. Por um momento, Crusch pareceu soltar um pequeno grito de dor, mas Subaru fingiu não ouvir ao soltá-la de seus braços.

Eles imediatamente ficaram de pé, e olhando ao redor eles descobriram,

Lá, olhando fixamente para os dois que haviam acabado de pular, estava Akashi, que havia acabado de sacar sua espada e encarava um dragão preto com uma postura rígida.

O dragão do mesmo corpo maciço que haviam visto sobre o telhado da prefeitura, agora estava naquela sala diante deles, encarando-os, ambos o dragão e Akashi estavam intactos, mas o cenário em que se encontravam era de uma intensa batalha que havia ocorrido.

Originalmente, o dragão pretenderia incendiar aquele que passasse pela porta, mas sua batalha com Akashi distraiu Capella, e atrapalhou seus planos.

Obstruída pelo seu tamanho, ela estava presa dentro de uma sala onde seus movimentos foram restringidos, aqueles estrondos pareciam ser todos do impacto dos punhos de Akashi, que atingiam e eram bloqueados por Capella, a qual logo cessou suas investidas, o miasma negro seguia intenso e fortalecia sua pele cada vez mais.

Embora o dragão preto tenha tentado se preparar para atacar, movendo suas asas…

Subaru: Akashi, Crusch!

Crusch: Certo!

Akashi: Esperem!

Como se tivesse se esquecido de seu medo de altura, Crusch assentiu ao chamado, antes de atacar.

Crusch lançou o ataque de cem homens e sua lâmina de vento cortou o dragão negro danificando sua asa e cortando uma parte frontal de sua perna. O dragão negro berrou alto quando sangue escuro começou a jorrar de sua perna cortada.

Dragão: AAAAAAHHHHHH!!!

Akashi: Essa não!

Subaru: Cuidado! Abaixe-se… Uoah!

Capella gritava enquanto suas asas, impotentes e rasgadas, contorciam-se na pequena sala da prefeitura.

Ela se debatia com suas asas loucamente causando desordem. Sua lâmina de vento cortou o dragão preto, danificando seu corpo.

Embora essa sala fosse um pouco maior que as outras demais, sua durabilidade não era tão forte a ponto de resistir aos túmulos de uma criatura do mesmo porte que o de um elefante.

A fim de escapar dessa destruição, Subaru se virou para correr quando naquele momento ele encontrou…

– aos pés do dragão, uma jovem acorrentada assustada, que tremia muito.

Subaru encontrou os olhos da chorosa garota.

Percebendo que a Luxúria havia adotado uma estratégia de refém muito eficaz, caso a primeira emboscada falhasse e fosse um fracasso, Subaru ficou cheio de raiva.

Focalizando nessa visão, Subaru resolveu agir em vez de escapar.

Pensando em uma maneira de desviar do rabo do dragão, Subaru deslizou pelo chão em direção à menina, desviando do rabo do dragão que pairava sobre sua cabeça.

Ele agarrou o corpo pequeno e trêmulo da garota, e lançou seu chicote ferozmente nas costas do dragão negro. Não pareceu causar danos, mas permitiu que ele demonstrasse sua raiva.

Dragão: Espere! Espera! Eu não sou…

Crusch: Não precisa responder. Considere isso como uma retribuição pelo estrago que você causou na cidade.

O dragão parecia querer dizer alguma coisa, mas Crusch não o deu ouvidos.

A lâmina implacável de Crusch se moveu como se tivesse vontade própria.

Com fragilidade decepcionante, Capella não mostrou defesa contra essa força.

Crusch cortou as duas asas do dragão e Capella deu um lamento agudo. Seu corpo enorme foi sacudido violentamente contra uma infinidade de golpes, e ela tropeçou para trás perdendo o equilíbrio, na direção oposta da janela que Subaru havia quebrado.

Dessa vez as asas do dragão negro não se regeneraram.

Embora ela tivesse dito que era imortal, se essa fosse sua velocidade de regeneração, então ela não poderia ser considerada uma ameaça.

Dragão: ESP–

Crusch: Acabou!

Não permitindo que o dragão continuasse, Crusch lançou vários ataques contínuos no corpo da criatura.

Akashi: Que droga, eu disse para esperar!

Akashi surgiu diante dos ataques de Crusch, facilmente os dispersando enquanto os aparava em pleno ar mas, acidentalmente, um dos cortes escapou do controle de Akashi, atingindo o dragão.

O corpo negro da criatura jorrava sangue escuro sem parar, até que cambaleou e caiu quebrando uma parede, esmagando a moldura da janela e caindo do lado de fora.

O dragão negro em queda gostaria de expandir suas asas, mas um lado de sua asa estava cortada, tornando-se incapaz de suportar um vôo.

O dragão negro, sem chances de se regenerar, não teve tempo e chance de dizer absolutamente nada, apenas caindo no chão.

Segundos depois ouviu-se o som de carne molhada sendo achatada no chão seco.

Akashi: Maldição!

Subaru: Akashi! Por que você a protegeu? Provavelmente teríamos derrotado a Luxúria de uma vez!

Subaru claramente parecia enfurecido com a atitude de Akashi, ainda que não entenda a razão por trás de suas ações.

Crusch: Vou verificar toda a situação. Senhor Subaru, você pode cuidar dessa criança?

Subaru: Sim, claro.

Akashi: Que merda, Subaru, solte essa garota agora!

Garota: HAHAHAHAHA!!

Subaru, surpreso, virou-se para a jovem, cuja ria vigorosamente e descontroladamente, surpreendendo Subaru e Crusch.

E com a facilidade e esforço de um braço, a garota o agarrava pelo pulso e lançava Subaru contra Akashi.

Subaru: O-O que?!

Akashi: Tch!

Subaru foi impedido de colidir contra Akashi, sendo pego no último instante.

???: Gahahaha, você é realmente um tolo! Quer mesmo me desafiar em um duelo de inteligência tática? Parece que seu cérebro está derretendo diante de tanta arrogância!

Enfurecida, Crusch avançou contra a garota. Seu golpe de espada foi facilmente esquivado, e em seguida, Crusch foi derrubada por um golpe com um braço que lembrava as garras de um dragão, atingindo suas costas e lançando-a de bruços ao chão.

Crusch tornou-se um tapete sob os pés da garota, que soltou uma risada aguda e estridente, provocando uma expressão de choque em Subaru e Akashi. A voz cruel e irritante era inconfundivelmente familiar.

Capella: Devia ter ouvido seu amigo, pois eu sou, de fato, Capella! Kyahahaha!!!~

Quando Capella piscou e esticou a língua, Crusch cuspiu sangue, suas costas esmagadas sob o pé de Capella, que encarava os dois oponentes com um sorriso maligno e uma aura sombria e ameaçadora, daquele miasma maldito.

...Continua......

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