Estratagema na Prefeitura

Felix: Ah, droga! A cura mágica não tem efeito! Sendo assim, só posso usar uma cura primitiva.

Felix, com o sangue manchando suas bochechas, cerrou os dentes com irritação, acenando com a mão. Deitada na frente dele, com o sangue ainda fluindo de seu corpo, estava a inconsciente Mimi.

De todo o coração, querendo parar o sangramento, ele usava um pano mágico para tentar conter a ferida, e várias camadas de bandagens cobriam a ferida.

Isso era algo normalmente usado para lesões nas mãos e nos pés, mas também poderia ser aplicado no peito para manter o fechamento de uma ferida e evitar sangramentos. Só que o ferimento no peito de Mimi estava logo acima do coração.

Subaru encostou-se na parede enquanto observava o tratamento desesperado e se preocupava com Garfiel. Olhando para baixo em vez de encarar Mimi, Garfiel estava sentado com as mãos ensanguentadas em seu cabelo loiro, e com o olhar baixo em pânico.

Obviamente o sangue que cobria seu corpo não era só o de Mimi, mas também aparentemente ele tinha suas próprias feridas. O canto de sua boca estava manchado de sangue, suas roupas estavam rasgadas, principalmente no joelho, onde podia ser ver a falta de carne enquanto em seus ombros escorria sangue.

Subaru: Garfiel, Mimi pode ser tratada por Felix, por enquanto. Você precisa de tratamento especial também. Consegue usar feitiços de cura?

Garfiel: Ah… Sim…

Assentindo, Garfiel lentamente pressionou as palmas das mãos nas feridas e começou a enviar a mana curativa em seu próprio corpo. Observando as feridas cicatrizando, Subaru olhou para o espelho da conversa em sua mão. Refletido na superfície do espelho estava um velho e silencioso espadachim, de rosto enrugado e aparência complexa.

Subaru: A ferida não pode ser curada… ou seja…

Wilhelm: Com toda probabilidade, deve ser por causa da Proteção Divina do Deus da Morte.

Terminando a frase de Subaru, Wilhelm chegou à mesma conclusão que ele.

A terrível maldição da ferida que é incurável foi dada pela Bênção do Deus da Morte. O fato de que a ferida de Mimi não poder ser curada por magia, provavelmente se deve a essa benção.

Então, na mente de Subaru, apenas uma pessoa poderia ter feito isso.

Subaru: Wilhelm, embora isso não seja algo que me alegro em lembrar… como está sua ferida?

Wilhelm fechou os olhos brevemente, então arregaçou as mangas do casaco e mostrou o pulso esquerdo a Subaru.

O curativo enrolado firmemente em volta de seu pulso não apresentava vestígios de sangue, o que implicava que o responsável por ter feito aquele ferimento não poderia estar por perto. A muito tempo atrás, sua esposa havia causado aquilo. E se a pessoa que causou o ferimento de Mimi fosse a mesma que atacou Wilhelm?

Wilhelm: Mesmo assumindo que o ferimento causado em Mimi tenha sido por alguém que tenha a mesma bênção que minha esposa… eu teria notado, já que meu ferimento se abriria novamente. Sendo assim, a vida do atacante não deve estar próxima.

Ele estava frustrado ou aliviado? Subaru não sabia.

Wilhelm havia perdido sua esposa há quinze anos. Mesmo há um ano atrás, ele não tinha dúvidas de que ela estava morta. No entanto, se apegar a esperança era algo habitual de um ser humano, e mesmo que Wilhelm se apegasse a essa fraqueza, Subaru não o criticaria.

Portanto, neste momento, Subaru não encontrou palavras que pudessem dizer a Wilhelm que, é claro, não desejava nem conforto casual nem encorajamento.

E naquele instante, uma mudança ocorreu no lugar e isso foi,

Ricardo: Ei, irmão. Não precisa se apressar enquanto cura suas feridas.

Dizendo isso, Ricardo sentou no chão perto de Felix, que conduzia as magias de cura desesperadamente.

O homem fera sentou-se na frente de Garfiel sangrento, olhando-o atentamente.

E para isso, Garfiel ergueu a cabeça lentamente para encontrar os olhos da fera.

Ricardo: Não sei o que aconteceu, mas eu sei que se o irmão não tivesse trazido ela até aqui, Mimi não seria capaz de escapar sozinha.

Garfiel: –

Ricardo: Realmente… obrigado. Estou profundamente agradecido.

Com os dois punhos no chão, Ricardo se ajoelhou e curvou a cabeça.

Quando a testa de Ricardo beijou o chão agradecendo Garfiel, por ter salvado sua família, o tigre pareceu chocado.

O estado de Mimi não era otimista. Claro que Ricardo esperava o retorno seguro de Mimi. Era compreensível que Garfiel sentisse culpa em relação a isso, por não conseguir proteger e defender Mimi com sucesso. Mas isso não foi culpa de Garfiel, do que adiantaria culpá-lo?

É claro que, após ter recebido ela de volta naquele estado, ele não podia estar calmo. No entanto, vendo a reação dele, Subaru pôde dizer que a postura arqueada dele era completamente sincera.

E obviamente ao mesmo tempo, ele também nutria uma raiva implacável daqueles que deixaram Mimi naquele estado. E portanto,

Subaru: Garfiel, embora deva ser desagradável para você falar sobre isso… Conte-me exatamente o que aconteceu… quem os atacou, quem era o "ele" que mencionou, até mesmo você estando neste estado, o que é inimaginável, deve ter sido difícil…

Ao pedir uma explicação de Garfiel, uma ideia de enraizou na mente de Subaru.

Foi antes, enquanto ele classificava as informações dele com Julius e Wilhelm sobre toda a situação, que a ideia passou por sua mente por um breve momento.

Tomando as cinco torres de controle, o Culto da Bruxa tornou a cidade inteira refém.

Cada lugar deve ter sido controlado por uma força poderosa. Assumindo que sua ideia estava certa, Subaru chegou a conclusão que esse lugares provavelmente eram protegidos por – Ganância, Luxúria, e Ira. Também há a possibilidade da Gula estar presente.

– A Gula era precisamente o principal alvo de Subaru.

Então resumidamente, Ganância tinha Emilia consigo, a Ira era uma lunática que confundia Subaru com seu interesse romântico, Petelgeuse. Luxúria cuja natureza horrenda ele havia ouvido antes. E por fim a Gula que ele por muito tempo estava caçando.

Embora a situação fosse a pior possível, ao mesmo tempo, era uma situação onde muitas oportunidades surgiram. Na verdade, não havia um momento melhor que esse para exterminar cada um dos inimigos em uma única cajada só.

Ficar preso na teia de aranha era mais precisamente o momento certo para criar uma oportunidade para exterminar todas as aranhas.

Subaru: De qualquer forma, precisamos atacar esses caras. Afinal, se não o fizermos, nunca seremos capazes de ficarmos são e salvos.

Garfiel olhou para Subaru, espantado, e ele assentiu de volta, encorajando-o a falar.

Garfiel: Depois de ouvir a transmissão, meu espantoso eu e Mimi fomos até o centro da cidade. Nós dois tivemos um pressentimento ruim daquela voz na transmissão.

Ricardo: Ah, também estávamos pensando em uma maneira de chegar até o centro da cidade. Parece que você teve a chance de ser o primeiro.

Garfiel: No começo não havia aparições de sentinelas na prefeitura, nem a aparição de nada em nosso caminho, então, eu fui direto até a prefeitura, onde lá eu…

Houve uma pausa em suas palavras quando ele cerrou os dentes e apertou os punhos.

Subaru pôde notar que ele estava com raiva, mas aquele ódio não era dirigido ao seu oponente, e sim a si mesmo.

Soltando um suspiro pesado, Garfiel continuou…

Garfiel: Eu me encontrei com duas figuras… dois Inimigos surgiram. Um deles era um homem enorme que carregava duas espadas gigantes. A outra era uma mulher magra e tinha uma espada esbelta. Não importa o que eu fizesse mesmo que eu desse o máximo de mim, eu não teria chances… Eles provavelmente, se tornassem um, acabariam comigo. Mas... daí "ele" apareceu, no momento em que eu me distraí e quase fui atingido por um ataque do homem... o Akashi surgiu do nada e impediu o ataque daquele cara com uma espada como se aquilo não fosse nada... foi ele quem me permitiu fugir e enfrentou aqueles dois sozinho...

Subaru: Entendo, mais uma vez ele deu as caras, me pergunto se o Akashi acabará vindo até nós, ou vai seguir escondido?

Garfiel: Você não parece preocupado com o fato dele ter os enfrentado sozinho, nem mesmo eu sei o que houve depois...!

Subaru: Heh, qual é, esse cara está tão forte que precisaram do Reinhard para impedi-lo, isso antes mesmo do Reinhard treiná-lo. Não preciso me preocupar com ele enfrentando aqueles dois, agora... contra um Arcebispo do Pecado, eu não tenho tanta certeza. De qualquer modo, se aqueles caras eram ainda mais fortes que você… poderia ser que um deles foi o transmissor?

Garfiel: Provavelmente, não.

Garfiel era provavelmente o segundo mais forte, ou o mais forte na ausência de Akashi, da facção de Emilia, sendo assim, ele deveria enfrentar o Culto da Bruxa assim que eles surgissem. No entanto, nem mesmo ele foi capaz de se defender de meros cultistas comuns.

Garfiel: Esses dois não emitiram a mesma aura de malícia como na transmissão. Tivemos sorte de escaparmos porque Akashi abriu uma brecha… digo, a aura deles era mais sinistra do que eu esperaria de um cultista comum... talvez aquela sensação diferente fosse algo de espadachins experientes, ou coisa assim.

Garfiel ainda em um estado lento, devido ao baque com Mimi, encarou seus oponentes com algo como reverência.

Ricardo que o ouvia, deu um baque nos joelhos com as mãos, e se levantou. Então ele agarrou o ombro de Garfiel,

Ricardo: Forte ou não forte já posso entender com mais clareza. O que eu quero saber é: quem deixou o irmão em tal estado? Quem fez isso com Mimi? E de quem devo me vingar? Apenas isso.

Garfiel: As minhas feridas foram causadas pelo cara alto, a mulher era apenas uma distração. No entanto, por causa dessa mulher, Mimi…

Wilhelm: Você poderia deixar essa mulher para mim?

Ricardo foi incendiado por vingança em relação à Mimi, e Garfiel jurou o mesmo objetivo com vergonha. No entanto, quem interveio foi Wilhelm, que ouvia silenciosamente através do espelho.

Para ele, isso não era algo que ele pudesse deixar de lado. Mas foi cruel com os dois que não sabiam de sua intenção.

Ricardo: Por quê? Isso não tem nada a ver com você, Wilhelm. Nem você tem o direito de tirar a oportunidade de me vingar daqueles que prejudicaram a minha família.

Wilhelm: Eu… não posso afirmar com certeza se o que penso é verdade. No entanto, se aquela mulher é quem eu imagino que seja, então, ela é de muito importância para mim. Eu devo insistir.

Ricardo: Você…se me irritar não poderei poupar você.

Embora Ricardo tenha rosnado de agitação, Wilhelm também recusou teimosamente.

Precisamente porque ele entendeu a situação de ambos os lados, Subaru não conseguiu determinar quem estava certo. Sendo assim quem separou a briga foi,

Crusch: Wilhelm e senhor Ricardo. Agora, como companheiros, vocês não devem brigar num momento como esses. Não quando tantas vidas estão expostas ao perigo. Além de que não podemos ter a certeza de que Akashi não eliminou os dois oponentes no combate, como o senhor Garfiel disse, o Akashi impediu o ataque de um dos oponentes como se não fosse nada e os enfrentou sozinho. Há a possibilidade de nenhum deles estarem presentes, o que poderia abrir uma brecha para irmos até a Luxúria.

Wilhelm: Dona Crusch…

Com vergonha, Wilhelm se curvou enquanto ajustava seu smoking.

Com uma voz fria, cheia de coragem, Crusch repreendeu os dois, enquanto apontava a possibilidade de um caminho livre para a prefeitura.

E enquanto isso, considerando opções que evitariam conflitos internos,

Anastasia: Ok, ok, vamos nos acalmar e tomar uma decisão.

Batendo palmas suavemente, Anastasia pegou o espelho e apontou para Subaru. Rindo dele, ela acariciou seu cachecol de raposa.

Anastasia: Antes de tudo, queria discutir e pôr em ação o ataque a câmara municipal, proposto por Natsuki e a facção da Crusch, usando de base a idéia de que o garoto Taiga tenha eliminado os cultistas. Afinal, se apenas atacarmos as torres de controle, ainda teremos a principal base no comando da cidade e isso pode piorar nossa situação, embora isso seja um pouco precipitado…

Subaru: Não, estou pensando a mesma coisa, se a prefeitura nos atacar primeiro, reduzirá nossas escolhas. Se queremos agir, quanto mais cedo melhor.

Anastasia: … Você mudou bastante em relação ao ano passado, não é? De qualquer forma é exatamente como Natsuki disse. Graças ao espelho da conversa, nosso grupo pode conversar e se comunicar, e felizmente cerca de 70% de nosso poder de combate pode ser suficiente. Seria razoável dizer que nosso ataque a prefeitura se sairia bem, certo? E se levarmos em consideração as duas vezes que seu amigo apareceu no campo de batalha de última hora e enfrentou os oponentes sozinho, há uma possibilidade dele surgir na prefeitura quando formos atacá-la e nos prestar algum apoio, o homem que obrigou Reinhard a sacar sua espada certamente é uma arma de grande uso para nós agora.

Subaru: Ei... não chame meu amigo de arma como se fosse qualquer coisa, ele é nossa espada.

Subaru olhou para Garfiel e Ricardo.

Para recuperar a prefeitura de uma só vez, seria necessário dividir suas forças de combate. Precisavam do máximo de forças possíveis e próximas para isso, sendo eles Garfiel e Ricardo. Então do outro abrigo Wilhelm e Julius viriam. Além disso, também poderiam adicionar as presas de ferro de Anastasia, junto com Ton e kan e também os grupos de aventureiros que descansavam e se hospedavam na cidade. Isso melhoraria a eficácia da batalha, não podendo contar com a presença de Akashi com garantia, seria melhor não criar expectativas.

Subaru: Honestamente, se Reinhard e Akashi estivessem aqui as coisas seriam bem mais fáceis… Devemos pedir que Ton e Kan enviarem um sinal pedindo ajuda pro Reinhard?

Julius: "É estanho que ele não esteja por perto", é isto que você está pensando?

Julius afastou a ideia de Subaru de maximizar o combate com a ajuda do cavaleiro de cabelos vermelhos que até o momento não havia dado as caras.

Julius: Antes de entrar no abrigo os dois dispararam magia no céu, enviando o sinal. No entanto, Reinhard não apareceu. E este não é um pensamento agradável, mas…

Subaru: Mas o quê…? Não enrole, você está hesitando agora?

Julius: Sinto ter que dizer que você terá que sentir a mesma ansiedade que eu.– Os seguidores da dona Felt foram separados dela pouco antes disso tudo acontecer, parece que eles foram vistos pela última vez com um homem ruivo.

Subaru: Homem ruivo…? Não poderia ser aquele bastardo, poderia?

Julius: Não posso negar e nem confirmar sua pergunta.

Subaru rangeu os dentes, indignado, enquanto ouvia a resposta elegante de Julius.

E agora, por que eles não estavam agindo? Reinhard já estava tomando alguma providência? Subaru estava confuso. Mas saber que eles não poderiam contar com a ajuda dele naquele momento era desagradável.

Os ombros de Subaru caíram em contemplação. Enquanto isso, Felix havia retornado.

Suas roupas femininas estavam sujas de sangue preto, e ele bufou enquanto enxugava o suor com as costas da mão.

Felix: Huu, isso foi cansativo.

Ricardo: E então? Como está a condição de Mimi? Você a salvou?

Quando Felix se pôs a frente deles, Ricardo questionou sem fôlego, e Garfiel lançou um olhar de pânico sem se levantar. E recebendo essa sinceridade, Felix balançou a cabeça.

Felix: Não posso dizer que a salvei, mas a ferida não piorou. Isso é tudo graças aos irmãos dela. Ao fortalecerem o vínculo, ela mal consegue se segurar.

Ricardo: Essa é a Proteção Divina dos trigêmeos… Nesse Caso, o que acontecerá com os irmãos?

Felix: A bênção deles significa que três filhos compartilham o mesmo fardo do cansaço e das lesões. O fortalecimento dos vínculos permite que os irmãos compartilhem dos ferimentos da irmã gravemente ferida. No entanto, nesse caso, embora a vida dela possa ser prolongada…

Tivey: Quando a vida da irmã estiver esgotada, nós também morreremos… Certo?

Do outro lado do espelho, uma voz ecoou. Ricardo franziu a testa e pegou o espelho de conversa, que refletia Hetaro e Tivey, sentados lado a lado. Os dois irmãos também estavam segurando o peito com dor.

Ricardo: Vocês são dois idiotas! Um grupo sem um pingo de esperança.

Hetaro: No entanto, quando eu penso que essa é a dor de nossa irmã, sabendo que estou sentindo a mesma dor que ela, juntos, me faz sentir melhor e mais feliz.

Tivey: Eu não sou tão forte quanto meu irmão. Então, chefe, acredito que logo você terá que fazer algo por nós. Porque se eu morrer, eu vou me tornar um fantasma e vou assombrá-lo.

Vendo Hetaro e Tivey sentados lado a lado em seu abrigo, Ricardo deu um suspiro profundo e pegou seu facão na mão.

Ricardo: Nesse caso, temos que nos mover rapidamente.

Anastasia: Envie os Presa de Ferro e mande-os proteger a estrada até a prefeitura antes de nosso retorno. Depois, dê o melhor de vocês para invadirem a prefeitura e tentem agir de uma só vez. Os inimigos são o homem alto e a mulher esbelta. Após isso, a seguir deve surgir a Luxúria.

Subaru: As elites aqui são Garfiel e Ricardo, e depois Julius e Wilhelm.

Crusch: – Eu também irei.

Isso veio de Crusch que amarrava o cabelo em um rabo de cavalo.

Ela ficou com a espada na mão, depois de trocar seu vestido para seu uniforme formal e habitual de um cavaleiro, sendo algo adequado para a batalha.

Subaru: Crusch, dizendo que vai lutar, tem certeza? Quer dizer que pode lutar?

Crusch: Embora eu não seja tão forte quanto antes, tive Wilhelm como meu professor. Além disso, posso usar o vento para aumentar meus ataques, pretendo não ser um fardo.

Embora as habilidades de Crusch terem sido de enorme ajuda na batalha contra a baleia branca há um ano, Subaru estava hesitante em confiar nela em seu estado atual de amnésia. Não sabia de suas façanhas agora, já que perdeu as memórias,

Wilhelm: O talento da dona Crusch no campo de batalha não diminuiu. Isso eu posso afirmar.

As palavras de Wilhelm cortaram as preocupações de Subaru. Do outro lado do espelho, ele observava sua mestre que assentiu em agradecimento pela confiança.

Wilhelm: No entanto, peço que tenha cuidado. Por favor, coloque sua segurança em primeiro lugar.

Crusch: É obrigação da nobreza suportar o fardo e derramar sangue pelo povo. Se as pessoas inocentes chorarem e estiverem em perigo, eu as protegerei. Eu irei lutar, Wilhelm.

Wilhelm: … Honestamente. Mas é por isso que eu lhe ofereço minha espada.

Crusch falou com determinação em resposta à lealdade de Wilhelm.

Felix levantou a mão enquanto observava, com o rosto cheio de admiração.

Félix: Sim. Sim. O Felix também! Se a dona Crusch irá lutar, permita-me acompanhá-la.

Crusch: Felix viajou entre os abrigos para lançar feitiços de cura para as pessoas necessitadas. Estou muito orgulhosa de suas conquistas e contribuições. Mas não se confunda em qual lugar deve lutar.

Felix: Gaah..

Silenciado dessa maneira, Felix abaixou a cabeça, procurando qualquer retaliação. Incapaz de encontrar uma, ele levantou uma bandeira branca com uma expressão chorosa de rendição.

Félix: Velho Will, proteja dona Crusch, ok? Definitivamente estou contando com você.

Wilhelm: Hmmmm, entendido. Mesmo que eu esteja em perigo, mesmo que eu esteja queimando, farei isso.

Essa foi a resposta determinada de Wilhelm, essa confiança entre esses dois não poderia ser abalada.

Ricardo balançou a espada gentilmente, e Garfiel havia terminado sua cura, e apoiou suas costas contra a parede.

Através do espelho, Wilhelm segurava sua espada na cintura, e Julius ajustava seu uniforme enquanto acariciava seu cabelo. Este foi o início da batalha decisiva – que também incluiria Natsuki Subaru.

Subaru: Gaah! Ai…

Felix: S-Subaru, o que está fazendo?

Mordendo seus molares para suportar a dor na perna direita, Subaru se pôs de pé, levantando-se. Felix com o rosto vermelho de raiva, deu um tapa na cabeça de Subaru, enquanto encarava os pés enfaixados dele.

Subaru: Felix, isso dói!

Felix: Claro que sim! Eu disse que você precisa descansar. Então por que se levantou? Quer que seu pé apodreça?

Subaru: Mesmo que isso seja necessário, eu ainda preciso agir. Você deve entender meus sentimentos, Felix. Você realmente acha que eu devo ficar aqui esperando resultados?

Felix levou a mão à boca quando Subaru o pressionou.

Enviando seus companheiros para um lugar onde a sobrevivência era improvável, e depois aguardar os resultados. Subaru nunca poderia suportar uma coisa dessas.

Mesmo ele não sendo forte, ele poderia criar estratégias que funcionem durante a batalha. Sabendo que ele poderia ajudar alguém com isso, como ele poderia ficar aqui parado?

Subaru: Você tem seu objetivo, e está sendo útil, sendo assim, por que eu também não posso desempenhar esse papel? Beatrice me protegeu, o Akashi tá por aí lutando, e Emilia corre perigo nas mãos da Ganância. E em um momento desses você quer que eu recue?

Felix: … Isso significa que você não vai se arrepender de perder seu pé?

Subaru: Claro que vou. Mas eu me arrependeria mais ainda se eu não lutasse.

Felix: Mm hehe… então, Subaru também quer desempenhar um papel legal.

Com uma expressão exausta Felix levou a mão até a perna de Subaru, onde se encontrava a ferida.

Felix: Vou lhe dar um consolo.

Subaru: Consolo é… Ah, espere, Felix! A ferida realmente dói, então se esfregar de um lado para o outro não irá fazer piorar, não é?

Com a mão na ferida, Felix deu uns tapas na perna de Subaru, com isso uma dor enorme percorreu sua carne – era o que devia ter acontecido, em vez disso uma luz brilhante brilhou sob a lesão, tirando a dor que o atingia como uma lâmina.

Então, com uma expressão de surpresa diante dessa mágica, Subaru encarou Felix que se levantou.

Félix: Hm? Que expressão assassina é essa?

Subaru: Não é nada. Só acho que se você tinha uma magia tão conveniente, devia ter usado ela antes. Olha, agora consigo me mexer.

Quando a língua afiada de Felix o atingiu, Subaru pulou levemente com a perna direita.

Enquanto desfrutava da alegria de sua nova liberdade de movimento, ele começou a dançar no lugar. A dor não era mais um problema.

No entanto, ao rodopiar sentiu algo molhado nos pés, o sangue ainda escorria das bandagens.

Subaru: Eh? Ei, você não curou?

Felix: Eu nunca disse que havia curado. Eu apenas perguntei se você não se arrependeria se perdesse seu pé. Eu apenas removi a dor. Contanto que você tome cuidado, você pode manter sua perna se limitar a sua corrida.

As pernas sangrando de Subaru tremiam quando Felix reenfaixou a ferida e lançou novos feitiços. O sangue parou; Subaru, no entanto, sentiu-se ainda mais desconfortável, percebendo que não sentia nada da perna.

A dor é necessária para evitar a destruição do próprio corpo. Por uma questão de necessidade isso foi revogado mas…

Felix: Claro que eu estou fazendo isso com relutância. Quando nos reencontramos de novo, definitivamente haverá alguns efeitos residuais. Por isso não se esforce tanto!

Subaru: Entendido. Você tem sido de grande ajuda, sou grato.

Felix: Subaru-kyun, está planejando ignorar as palavras do Felix.

Felix suspirou quando Subaru reexaminou sua perna enquanto assentia. Incapaz de manter uma promessa, ele agradeceu Felix antes de se virar para encarar Garfiel e Ricardo.

Subaru: Muito bem, eu também irei. É inútil me parar. Eu posso não ser muito útil no combate, mas certamente deve haver algo que eu possa fazer.

Ricardo: Por que eu pararia você? Você nos ajudaria com a força de mais de cem homens. Estarei contando com você.

Subaru: Eu poderia fazer… Hein?

Como se esperasse por uma rejeição, Subaru estava pronto para se defender, no entanto, ele foi recebido no meio do alvoroço de braços abertos.

Ricardo: A baleia branca e a Preguiça. Eu vi duas vezes seus esforços, mano. Você está errado se achar que apenas Wilhelm vê um valor em você. Também sei elogiar alguém quando digno.

Subaru: Woo, sério?

Inspirado pelas palavras de Ricardo, Subaru se juntou a eles. E antes de sair do abrigo, ele se aproximou da cama onde nela estava Beatrice, e tocou gentilmente sua testa.

Subaru: Beatrice… eu vou sair. Eu errei e deixei você nesse estado. Agora é a minha vez de trabalhar duro. Eu vou enfrentar esse culto e trazer Emilia de volta. Fique aqui e descanse.

Confortado pela respiração pacífica dela, Subaru se levantou. Enquanto isso, Garfiel e Ricardo conversam com Mimi, que ainda desacordada provocava um sentimento infeliz nos dois. No entanto, ainda dava pra ver um vislumbre de determinação em seus rostos.

Subaru: Vamos deixar o abrigo e seguir adiante até a hidrovia que nos levará ao caminho da prefeitura – então, animem-se, certo?

Antes de partirem, todos trocaram olhares. Com determinação alimentada por seus respectivos juramentos, com o ímpeto feroz os impulsionando adiante, até que...

???: Ora, parece que todos já estão de partida, não é?

A voz jovem ecoou enquanto passos firmes se aproximavam do grupo. Com olhos arregalados, todos se voltaram para receber o Vento Branco de Lugnica, o espadachim cujas histórias há muito não se ouviam.

Subaru: A-Akashi?!

Interrompendo sua marcha, Akashi parou diante dos amigos, um sorriso sereno em seu rosto. A surpresa era evidente, apesar de saberem da presença de Akashi em Pristella e que ele sobrevivera à batalha contra Reinhard, a aparição do jovem de cabelos alvos e olhos carmesim era inesperada.

Akashi: Olá, desejo-lhes um bom dia.

Ricardo: Hahh! Quem diria? As coisas estão finalmente melhorando!

Ricardo proferiu com um sorriso largo e uma risada robusta. Subaru, sorrindo ao reencontrar o amigo, repreendeu-o,

Subaru: Seu idiota, você faz ideia de como estávamos preocupados? Sem notícias suas, sem sequer uma carta? E essa história de ter se tornado um "criminoso"? Você perdeu o juízo?

Akashi: Peço desculpas, Subaru. É uma longa história, prometo explicar tudo quando houver tempo. Por ora, como está Mimi? A última vez que a vi, ela estava em condições terríveis.

Felix: Ela ainda não está completamente recuperada, mas consegui estancar o sangramento. Fiz tudo que estava ao meu alcance para salvá-la.

Akashi: Entendo, é uma situação delicada... E Beatrice, ela também está descansando? O que aconteceu com ela?

Subaru, com uma expressão grave e um lampejo de raiva ao recordar os eventos, relatou os ataques da Ganância e da Ira. Akashi ouviu atentamente e franzindo o cenho, comentou,

Akashi: Entendo... então foi isso que ocorreu. Além disso, peço perdão por falhar tantas vezes, por não ter conseguido proteger Emilia daquele homem quando nos encontramos. E os cultistas... eles fugiram antes que eu pudesse eliminá-los. Parece que estão concentrando esforços na proteção da Prefeitura. Se agirmos agora, talvez possamos capturá-los.

Garfiel: Então, mesmo sendo quem você é, eles conseguiram escapar? Que peculiar.

Akashi: Não deixarei que isso aconteça novamente. Agora, qual é o próximo passo?

Subaru: Vamos para a Prefeitura. Se é verdade que aqueles dois estão lá, devemos nos preparar para um confronto, não apenas com a Luxúria... mas com você conosco, nossas chances aumentam, mesmo sem Reinhard.

Akashi: É mesmo? Então, podem me considerar um trunfo para este embate. Vamos nessa?

Sem mais delongas, o grupo estava pronto para o combate, agora reforçado por um aliado formidável.

A guerra para recuperar Pristella começaria com um ataque central ao prédio da prefeitura. Os dois espadachins de capuz e o Arcebispo do pecado da Luxúria os aguardavam.

Gravando esses nomes em suas memórias, os soldados marcharam para o campo de batalha.

Andando em cima da laje de pedra, Subaru vislumbrou o curso de água.

A água que corria lá dentro era clara e livre de poluição. Mesmo agora, fluía em seu caminho constante e bem estabelecido.

O mecanismo que dividia o fluxo entre esquerda e direita ainda estava bem vivo e intacto.

Garfiel: Ei, chefe, cê não deve mexer muito sua perna, sabe.

Subaru: Eu sei, eu sei. Mesmo não sentindo dor alguma, ainda posso sentir o sangue escorrendo, mas por enquanto consigo me mover? De qualquer forma, os níveis de perigo que a cidade enfrenta aumentam 10% a cada segundo.

Akashi: Esqueci de perguntar, mas o que aconteceu com sua perna, Subaru?

Subaru: Cortesia daquele maldito da Ganância.

Akashi: Quando eu o encontrar, o partirei em dois.

Ricardo: É assim que se fala, garoto! Agora, estamos condenados após o décimo primeiro segundo, não é? Bem, isso provavelmente é verdade, na verdade.

Garfiel, que assumiu a liderança do grupo, lançou um olhar preocupado a Subaru, antes de espiar Ricardo que levantou a voz que ecoou no ar. No entanto, a expressão do homem-fera não estava nem um pouco desanimada. Akashi manteve uma expressão estoica por de baixo de seu capuz, apenas os observando.

Carregando seu facão afiado, Ricardo avançava vigorosamente. Mas nem mesmo com sua atitude cavalheiresca foi suficiente para aliviar a tensão e culpa em Garfiel.

Ainda assim, mesmo que Ricardo estivesse em seu estado habitual, ele não poderia estar em um estado de espírito calmo no momento. Isso ficou bem claro no abrigo. Afinal, três de seus familiares estavam correndo risco de vida.

Por outro lado, a autoconfiança e a imprudência de Garfiel haviam desaparecido, e o que restava era uma atitude cautelosa e mais tímida.

Subaru: … Bom, também não posso dizer que me sinto melhor.

Não foram apenas aqueles dois que não conseguiram manter o seu estado de espírito.

A própria condição ferida de Subaru, a inconsciência de Beatrice, e o mais importante: a segurança de Emilia. Tudo isso pesava e muito em sua mente.

Mesmo que ele se apressasse em buscar uma vingança rápida, a experiência lhe ensinou que isso só traria resultados terríveis.

Essa era a filosofia do grupo, os Invasores da Prefeitura, que buscavam o melhor resultado possível.

Não tendo encontrado nenhum cultista no caminho, eles chegaram com sucesso ao ponto de encontro, e lá,

Wilhelm: Senhor Subaru!

Subaru: É ótimo ver que vocês estão seguros. Vocês não vão acreditar em quem está aqui!

As figuras de Wilhelm e Crusch se aproximaram, assim como Julius enquanto acariciava seus cabelos, o trio observava Akashi proximo de Subaru, e com uma surpresa agradável, Wilhelm e Crusch esboçaram sorrisos ao jovem.

Wilhelm: Jovem Akashi, realmente faz muito tempo, não é?

Crusch: É bom ver que está bem. Estamos contentes por tê-lo conosco novamente, Akashi.

Akashi os cumprimentou com uma reverência, inclinando-se levemente com um sorriso gentil e os olhos fechados.

Akashi: De fato, faz muito tempo, mestre Wilhelm, dona Crusch. É um imenso prazer reencontrá-los após tanto tempo.

Wilhelm: Percebo mudanças significativas em você, não apenas físicas. Há algo diferente... sua aura está alterada, acredito que tenha se fortalecido ainda mais desde nosso último encontro, após a derrota da Preguiça.

Akashi: Sim, senhor. Dediquei-me ao treinamento diário e sempre mantive seus ensinamentos em mente.

Wilhelm: Isso é excelente. Sinto-me orgulhoso ao ver o quanto evoluiu, jovem Akashi.

Enquanto se aproximava de Subaru, Julius iniciou,

Julius: Tenho certeza que você deve estar louco de preocupação com a dona Emilia. Tem certeza que quer nos acompanhar?

Subaru: Em termos de prioridade, estar aqui é mais importante no momento. Mais ainda estou ansioso. Não ter informações sobre ela me deixa inquieto, e se eu ficasse para trás, eu poderia acabar fazendo alguma besteira.

Julius: Eu entendo. Se dona Anastasia estivesse na mesma situação, eu não conseguiria me manter calmo.

Depois de assentir às suas respostas preocupadas, Subaru se virou para olhar Wilhelm.

O velho espadachim exercitou os braços com os olhos fechados, aquecendo o corpo.

O quão turbulenta devia estar sua mente naquele momento… isso estava além da compreensão de Subaru.

E como se sentisse o olhar de Subaru, ele tirou de dentro de seu casaco um espelho e o entregou a Subaru.

Wilhelm: Senhor Subaru, aqui, pegue o espelho da conversa. Durante a batalha duvido que haja uma margem de manobra para eu operá-la, então deixarei para você.

Subaru: Entendido, vamos seguir como planejamos.

Colocando o espelho cuidadosamente no bolso, Subaru endireitou as costas.

Agora ele tinha a responsabilidade de manter contato com os outros dois grupos.

Subaru que, estava envolvido pela batalha, segurava um espelho, enquanto o outro estava sob posse de Felix que caminhava de abrigo a abrigo, e o último estava nas mãos de Anastasia, que serviu como força de inteligência.

Idealmente, esses três poderiam trabalhar juntos se necessário.

Crusch: Então, para confirmar, estamos indo em direção ao campo de batalha identificado pelo senhor Garfiel e Akashi, onde dois dos cultistas estão guardando o lugar. Um é um gigante com duas longas espadas, e o outro é uma mulher magra com uma espada longa e esbelta, certo?

Garfiel: Sim, isso mesmo. Acredito que nenhum deles são espadachins comuns. Se eles fossem pessoas normais, eu os teria cortado ao meio, mesmo se eles estivessem lutando a sério. E para terem sobrevivido e conseguido fugir do Akashi, é sinal de que precisamos levá-los muito a sério.

Sendo a primeira a falar, Crusch acenou a cabeça em resposta à afirmação de Garfiel, ela voltou-se para Julius e Wilhelm…

Crusch: A prefeitura está sendo controlada pela Luxúria e por esses dois cultistas. Provavelmente outros inimigos podem surgir. Algum de vocês já ouviram falar sobre a Luxúria?

Julius: Sinto muito, mas infelizmente eu não conheço nada a respeito. Mesmo como membro dos cavaleiros, meu conhecimento é escasso. A Preguiça e a Ganância são muito mais famosos, felizmente ambos foram encontrados por Subaru.

No meio da fala, julius se virou para encarar Subaru, que assentiu em resposta.

Subaru: Embora eu tenha visto a Ganância pessoalmente, não creio que as histórias sobre ele sejam falsas. Mas… derrotar uma cidade inteira… é difícil de acreditar. Ele é forte, mas em termos de proeza de combate, até eu poderia igualá-lo. Embora ele possa negar qualquer ataque.

Ricardo: Mas e se isso não foi devido a força de combate dele?

Subaru: Acredito que não. Embora a Ira tenha engolido ele em chamas, não o machucou nem um pouco. Suas roupas estavam intocadas. Ele nem sequer soltou um pingo de suor.

Akashi: Quando eu o enfrentei, minha espada sequer o tocava, era como se algo invisível me segurasse e impedisse qualquer tipo de avanço... além disso, essa habilidade pode ser usada ofensivamente também, ja que ele me atacou sem mover um músculo e me atirou pra longe.

O poder de Regulus poderia facilmente ser chamado de invencibilidade.

Se isso fosse verdade, os Invasores da Prefeitura seriam obrigados a enfrentar o pior tipo dos inimigos. Embora ele quisesse acreditar que tal possibilidade não existisse, numa hora dessas toda consideração era bem vinda.

Subaru: Se nem você conseguiu fazer algo, certamente estamos com problemas com a ganância… mas não vamos nos preocupar com isso por enquanto…

Julius: Reinhard nunca estaria ausente em um momento desses, principalmente quando civis inocentes estão em perigo. Acho que agora ele deve estar enfrentando um problema que o impede de agir. Como nós, ele deve estar em um encontro com os cultistas.

Apenas julius pareceu compartilhar do mesmo pensamento que Subaru. Antes de tudo acontecer, Reinhard e Felt foram convocados por Heinkel. Ele só queria acreditar que a idéia que se enraizou em sua mente ao saber do encontro estivesse errada.

Subaru: Fora isso, há algo que eu gostaria de entender e confirmar. O nome da Lúxuria…

Capella Emerada Lugnica. Por qual motivo ela se chamaria Lugnica?

Ricardo: Ela deve estar zombando de nós. Todos os membros da família real eram bem conhecidos.

Crusch: Ainda pode não ser desinformação. Ainda é cedo para descartar como apenas uma mera brincadeira.

Crusch e Ricardo foram os primeiros a darem suas opiniões a Subaru.

Sendo o Culto da Bruxa, qualquer possibilidade devia ser considerada. O caráter podre da Luxúria era bem visível apenas ouvindo sua voz. Poderia ser apenas uma zombaria com a família real, mas também poderia ser algum tipo de enigma.

E diante dessas duas propostas Wilhelm levantou a mão.

Wilhelm: Eu me lembro de uma coisa.

Subaru: O que seria?

Wilhelm: Embora eu não conheça nenhuma Capella, conheço e ouvi um pouco sobre a reputação de Emerada Lugnica. Isso não significa que exista uma conexão direta… mas de fato havia alguém chamada Emerada na história da família real em Lugnica.

Surpreso com essas palavras, Subaru ficou com os olhos arregalados enquanto Wilhelm levou a mão ao queixo.

Wilhelm: Seu nome remonta há muito tempo atrás, antes da guerra demi-humana, e antes de minha entrada no exército. A cerca de 50 anos atrás. Na época, dona Emerada era conhecida como uma jovem muito bonita e inteligente.

Subaru: E a Luxúria se autodenominou Emerada? Por quê?

Wilhelm: Quanto as razões dela, eu não sei. Mas ouvi dizer que a dona Emerada faleceu ainda jovem, devido a uma doença desconhecida. E por algum motivo… um funeral do estado que deveria ter ocorrido em sua homenagem nunca foi realizado.

Negligenciar a realização de um funeral pela morte de uma realeza era praticamente impensável. Wilhelm franziu as sobrancelhas enquanto tentava explicar.

Wilhelm: "Foram tempos difíceis", era a razão que eles haviam dado. No entanto, a verdadeira razão era que as pessoas não queriam vê-la.

Subaru: Não queriam? Por quê?

Wilhelm: Embora Emerada fosse bonita e inteligente, ela era… extremamente cruel, com uma quantidade imensurável de escuridão dentro de si. Portanto, até a família real de Lugnica a considerava… uma herege, um fato oculto do público.

Akashi: Um rostinho bonitinho, ocultando uma crueldade terrível... sinto que já vi esse filme.

Tendo apenas um testemunho não confirmado, dizer essas palavras duvidosas em relação ao seu reino que defendia e servia, provavelmente causou um gosto amargo na língua de Wilhelm.

Suas palavras começaram a vacilar na segunda parte da explicação.

Subaru: Então… a Luxúria resolveu usar o nome de Emerada… mas por qual finalidade?

Wilhelm: Se eles estão tentando difamar a família real, o nome de Emerada não seria muito significativo. Já que nos dias de hoje quase ninguém a conhece.

O resultado da conclusão de Wilhelm foi um suspiro de alívio. Ao contrário de Subaru, Akashi, Garfiel e Ricardo… Julius, Crusch e Wilhelm serviam fielmente ao reino. Os sentimentos de ambos os três eram insondáveis.

Algo tão cruel quanto esse insulto ridículo com a família real não era permitido.

Subaru: Apesar disso… Capella é…

Julius: Alguma opinião sobre este nome?

Julius voltou sua atenção bruscamente para Subaru, que tinha uma expressão amarga no rosto.

Subaru: Não é nada demais…

Após uma breve pausa, Subaru coçou a cabeça enquanto pensava a respeito do assunto.

Subaru: Não é apenas Capella… Regulus e Sirius também. E até mesmo Petelgeuse… mas dizer que isso é significativo é impossível…

Garfiel: Corta toda essa merda, chefe, e nos conte. O que há de tão especial nesses nomes?

Subaru: É que é estranho… dizer que eles têm o mesmo nome das estrelas que minha cidade natal…

Crusch: Ah, o nome relacionado as estrelas, não é?

Subaru: Meu nome, Subaru, também vem das estrelas… Ah, não, não importa. É um pensamento estúpido.

Akashi: Se refere a estrela mais brilhante das Pleiades?

Subaru: É essa aí mesmo, mas vamos deixar esse assunto pra lá.

Em resposta à fala de Subaru, Crusch arregalou os olhos, parecendo profundamente interessada. Vendo que todos compartilhavam da mesma reação, Subaru coçou a cabeça, Akashi só suspirou levemente enquanto sorri.

Subaru: Não me olhem de maneira estranha, ok? Minha cidade natal nomeou essas estrelas, e os Arcebispos simplesmente compartilham os mesmos nomes, por algum motivo. Gosto muito de aprender sobre as estrelas e suas histórias, então é natural eu ter conhecimentos extras.

Crusch: Realmente, esse tipo de conhecimento vindo de um interesse como esse, não parece combinar muito com você. Estrelas, hein.

Subaru: É porque meu nome vem das estrelas. É esse o motivo. Desculpe se parece chato.

Sentindo-se envergonhado, Subaru resolveu não se aprofundar nos detalhes.

No entanto, Crusch rejeitou as tentativas de Subaru em terminar a conversa.

Crusch: Espere um pouco, por favor, senhor Subaru. Os nomes deles são realmente coincidentemente os nomes de suas estrelas?

Subaru: O que você quer dizer?

Crusch: Por exemplo, os nomes das estrelas podem estar relacionados as raízes dos inimigos? Desde a razão de sua fundação até as atividades que seguem e realizam, tudo relacionado ao Culto da Bruxa está envolto a muitas camadas de mistério. Não podemos descartar tão facilmente algo com o qual eles podem estar totalmente relacionados.

Subaru, ainda surpreso com o questionamento de Crusch, estava perdido em seus pensamentos.

Coincidentemente o nome “Subaru” também vinha de origem das estrelas. E, por algum motivo, os Arcebispos compartilhavam os mesmos nomes que as estrelas de seu mundo. Subaru sempre acreditou que os nomes relacionados às estrelas eram meras coincidências. Por quê?

Afinal de contas, este era um mundo diferente. Não havia mais ninguém aqui que compartilhasse o conhecimento das estrelas que Subaru conhecia, o que Akashi sabia era muito vago e nem se sabe do Al. Mas ele poderia ter certeza disso? Neste mesmo lugar, na cidade de Pristella, Subaru testemunhou a arquitetura japonesa. E profundamente enraizada na cultura de Kararagi, mesmo refletida no dialeto Kansai, estava a influência japonesa, talvez de Hoshin.

Talvez o estabelecimento das ideologias do Culto da Bruxa tivesse alguma relação com o conhecimento moderno conhecido por Subaru. Os Arcebispos que receberam os nomes das estrelas, não eram necessariamente independentes.

Subaru: Petelgeuse, Regulus, Capella, Sirius…

Julius: Subaru disse que esses eram os nomes das estrelas. Existem histórias ou anedotas por trás deles? Talvez haja algum tipo de conexão.

Subaru: Pensando nisso…

Akashi: Ah, esses nomes? São mais do que simples estrelas, cada um tem sua própria saga. Petelgeuse, sempre persistente; Regulus, corajoso; Capella, cuidadosa; e Sirius, a estrela-guia. Histórias do céu refletidas em nós, moldando destinos de maneiras misteriosas. Por mais que, a história dessas estrelas não coincidam tanto com os Arcebispos até o momento...

Subaru: Heh, talvez? O Petelgeuse me pareceu bem persistente daquela vez... mas não era essa a resposta que eu procurava...

Então, ouvindo Subaru sussurrando consigo mesmo, Julius falou quando todos voltaram a atenção para o garoto.

Ele vasculhou as memórias diluídas de seu mundo original, finalmente lembrando o que sabia das estrelas. Sabendo que seu nome existia nas estrelas, Subaru mergulhou avidamente em desenhos de constelações e gravou várias estrelas em sua mente.

E associando o nome daqueles terríveis pecadores abomináveis,

Subaru: A mão de Órion…

Crusch: Eh?

Ouvindo as palavras de Subaru, Crusch que parecia interessada no assunto, inclinou a cabeça para o lado.

No entanto, Subaru não captou sua reação enquanto se aproximava pensativo.

Subaru: Isso mesmo! Chama-se as mãos de Órion!

Crusch: S-Senhor Subaru, o que… É essa mão?

Subaru: A origem do nome de Petelgeuse… veio de uma estrela. Sua autoridade eram as mãos invisíveis, e o outro nome dado a essa estrela é a mão de Órion.

Akashi: Então é aí que você quer chegar?

Era um absurdo. Mas isso era apenas uma coincidência divertida? Eles estavam relacionados?

Não o Arcebispo Petelgeuse, mas sim a estrela chamada Betelgeuse – esse era um nome extremamente familiar para Subaru. A pequena mudança na letra e a incompatibilidade tinham sido a razão dele não ter notado até então.

Subaru: Outro nome dado para a estrela Sirius é: "brilhante", e Sirius pode usar magia de fogo, o que não e nada sútil. No máximo e literal…e Regulus e o "Pequeno rei". Isso não pode se aplicar aos valores egocêntricos daquele bastardo?! E por último… Capella é…

Crusch: Capella é…?

Subaru: Uma cabra! Capella é uma cabra!

Cavando através de sua memória, Subaru procurou alguma relação de significado que ligasse os mitos das estrelas com os Arcebispos do Pecado.

Um sorriso surgiu no rosto de Subaru. No entanto, Crusch que ouviu a resposta de Subaru, permaneceu com as sobrancelhas erguidas enquanto segurava os ombros de Subaru, e dirigiu um olhar para os outros companheiros que compartilhavam a mesma expressão complexa.

Julius: A mão de Órion?

Wilhelm: Brilhante?

Ricardo: O pequeno rei?

Garfiel: O que diabos é uma cabra?

Subaru: Hein?

Akashi: Você acaba de criar uma confusão, eu diria.

Subaru: Não fala assim, é esquisito te imaginar como a Beatrice.

Com a reação das quatro pessoas que se viraram para encará-lo, Subaru percebeu que seus pensamentos e especulações eram mais inúteis do que imaginava.

Crusch: Desculpe, senhor Subaru. Parece que acabamos o pressionando demais. Meus pensamentos nos desviaram.

Até Crusch parecia lamentar e desistiu.

Sem espanto, a correlação entre os simbolismos das estrelas e os nomes dos Arcebispos falhou relativamente.

No entanto, eles não tiveram tempo agora para lamentar a falha, pelo menos não antes de pôr em ação a operação.

Como resultado disso, eles atacaram depois de compartilhar e discutir suas habilidades e diferentes estilos de combate.

Os membros das Presas de Ferro que acompanharam Julius e Crusch, saíram como uma força de observação e precaução garantindo que o caminho até a prefeitura fosse seguro e aberto.

Assim, os sete haviam chegado em segurança.

Garfiel: Sim, como da última vez, nada mudou.

Com o nariz tremendo, Garfiel confirmou a falta da presença de novos inimigos.

De acordo com o que ele havia dito, ele foi emboscado pelas figuras de preto que o cercaram quando ele se aproximou da entrada para se preparar para invadir.

Mas nem o nariz de Garfiel, nem os olhos afiados de Subaru, detectaram a presença de um inimigo.

Se eles não estivessem aqui, então eles poderiam simplesmente seguir pela entrada principal. Garfiel equipou seu escudo e Ricardo segurou seu facão em posição de batalha, enquanto isso, Wilhelm observava um lago tranquilo da praça.

Para os três, particularmente essa batalha se tornaria bastante pessoal. Em especial para Wilhelm que ainda tinha coisas a confirmar.

Julius: Pelo que vejo, esta área é bastante aberta. Embora meus quase-espíritos tenham sido enviados para patrulha-la, eles não encontraram nenhum outro caminho para que pudessemos nos esgueirar. Parece que a nossa única opção é seguirmos diretamente.

Julius havia enviado seus amigos espíritos para explorar os arredores. Diante da geografia desse lugar, era difícil de lançar um ataque, também era difícil se defender.

Akashi se manteve calado, seus olhos carmesim olhavam os arredores de maneira inquieta, sua expressão neutra tornava aquela visão um tanto estranha, mas ninguém o percebeu, então que seja.

Subaru: Você não pode enviar seus espíritos lá dentro para explorar? Só para saber quantos inimigos existem. Isso tornaria as coisas mais fácies.

Julius: Minhas desculpas. Mas meus amigos não são capazes de executar uma ordem complicada. E o inimigo não deve ser incapaz de detectar a presença de espíritos. Então seria difícil.

Subaru: Isso não seria sua culpa. Ainda assim, é uma pena. Teria sido útil.

O desconhecimento das circunstâncias da própria prefeitura aumentou novamente o perigo de um ataque direto.

Dito isso, ficar esperando só pioraria a situação. Embora o Culto da Bruxa estivesse afirmando que estariam abertos a negociações, isso era, na realidade, extremamente improvável.

Subaru: Então agiremos como planejamos. Embora o inimigo tenha eficácia na batalha, nós temos a vantagem de força numerosa. São basicamente três contra um, quatro caso o Akashi decida se juntar a alguém. Nós vamos lidar com isso rapidamente, e depois nos livraremos da pessoa que ocupa o lugar.

Julius: Embora seja um pensamento otimista, estou ansioso pelo nosso sucesso.

Julius deu uma resposta irônica ao discurso de Subaru. E sem precisar de sinal, eles correram para a entrada, na estrada reta, em direção a praça logo em frente da prefeitura.

Garfiel liderou, seguido por Wilhelm e Julius. Ricardo logo atrás os seguiu, e Subaru, Akashi e Crusch guardavam a retaguarda.

Ele pôs as mãos sob sua perna. Embora não sentisse sensações desconfortáveis, ele podia correr livremente.

Akashi: Não hesite em recuar, se algo acontecer em relação à sua perna, viu, Subaru?

Akashi diria enquanto Subaru sorria e o respondia de forma irônica.

Subaru: Nunca pensei que você me diria algo desse tipo um dia, mas tudo bem, vou fazer o que posso pra não ser um fardo.

Garfiel: Eles estão aqui!

Duas figuras voaram em direção a Garfiel que estava na liderança. Enquanto o grupo observava, as grandes lâminas balançaram no ar e a espada esbelta tremulou o ar.

Um soldado entre eles sacou sua própria arma. O ataque dos cem homens foi desencadeado.

Crusch sacou sua espada e através da magia do vento, lançou um ataque cortante em direção ao inimigo.

Qualquer coisa que estivesse dentro de seu campo de visão poderia ser afetado por seu ataque. Essa era a espada de longo alcance de Crusch.

Até mesmo as mágicas de defesa da baleia branca foram danificadas pela lâmina cortante dela. O som de aço encontrando aço soou, e o gigante e a mulher giraram para longe.

Subaru: Você os acertou?

Crusch: Não, eles desviaram.

Seu ataque surpresa bem posicionado não conseguiu fazer contato.

Enquanto jogavam seus corpos para o lado, aterrissando ordenadamente sobre uma pedra, as duas figuras, vestidas de preto, sacaram suas respectivas armas em uma formação defensiva preparada.

Duas enormes lâminas gigantes, e uma longa e esbelta espada afiada. Dos pés as cabeças, estavam usando a desprezível roupa do Culto da Bruxa.

Eliminando o impacto do golpe, eles se inclinaram para a frente, se preparando para o ataque, mas antes disso…

Julius: Embora tenham evitado o golpe cortante da dona Crusch, podem desviar disso?

Três cores diferentes brilhavam em cima da cabeça dos cultistas. As luzes emitidas dos quase meio espíritos caíram sobre as duas figuras.

Os seis meio espíritos de Julius trabalharam em grupo de três, e atacaram o gigante e a mulher. Uma luz mágica a qual Subaru nunca havia visto antes jogava uma pressão tão grande sobre eles, que os forçou a se ajoelharem.

Contra essa pressão sobre os inimigos, Garfiel e Wilhelm se apressaram para agir enquanto avançavam em direção à mulher, enquanto Ricardo mirava sua lâmina no pescoço do gigante.

Garfiel: Pega essa!

Wilhelm: Haaa!

Ricardo: Acabou!

As forças desumanas de Garfiel e Wilhelm atacaram, prontas para abrir as defesas do inimigo.

Se eles pudessem matá-la nesse intervalo de tempo–

A mulher ainda ajoelhada, girou a espada e seu punho, cortando as pernas de Garfiel e Wilhelm. Eles se esquivaram imediatamente, mas a mulher seguiu a mesma trajetória, girando e se contorcendo sem que Garfiel percebesse, ela envolveu o pescoço de Garfiel com sua perna e o moveu até a magia de Julius.

Garfiel: O qu–?

Envolto das pernas da mulher, Garfiel teve seu corpo controlado. Ela se protegeu de quaisquer efeitos mágicos usando Garfiel como escudo.

Então seu joelho quebrou o nariz de Garfiel quando ela tentou agarrar sua mão direita, para usar seu rosto como refém do ataque de Wilhelm.

Nessa profunda demonstração de habilidade, Garfiel gritou de dor, enquanto Wilhelm rangia os dentes.

Quebrando o impasse, ela chutou o velho espadachim, liberando Garfiel no processo.

Embora seus golpes tenham sido limitados, seu golpe foi forte sucificiente para fazer Wilhelm voar pelos ares. Quando ele recuperou o equilíbrio, ela já havia feito meia volta ao seu redor, dando-lhe um outro chute nas costas.

Enquanto isso, o ataque de Ricardo foi evitado pelo enorme braço do gigante. Ainda ajoelhado devido aos efeitos da magia de Julius, o gigante descartou suas espadas, e levantou as mãos sobre a cabeça.

Ricardo: Idiota, isso é inútil!

Como resultado de seu julgamento impensável, seus braços seriam cortados. Embora o facão de Ricardo fosse contundente, ele continha um impulso e uma força incrível.

Os braços grossos do gigante foram amputados pelo impacto do golpe. Seus braços voaram pelos ares enquanto seus ossos vermelhos e brancos ficaram visíveis antes de caírem no chão.

Ricardo deu um passo atrás e levantou o facão, no objetivo de cortar o pescoço da enorme cabeça do homem. No entanto, o gigante apenas recuperou suas espadas que estavam no chão com seus braços extras, e bloqueou o ataque do homem fera que deveria ter sido fatal.

Ricardo: O quê?!

O gigante então ergueu os braços, permitindo que uma cortina de sangue jorrasse, dissipando a magia que Julius havia lançado. Livre dessa magia, o gigante foi novamente capaz de agir rapidamente.

Ricardo, incapaz de suportar as pesadas lâminas que se seguiram, teve seu braço atingido pela lâmina, não conseguindo recuar. Ele gemeu quando o punho do gigante colidiu com seu rosto, enviando o corpo do homem fera que voou para trás.

Contra os três oponentes que estavam agora na defensiva, a mulher e o gigante ergueram suas armas na intenção de matar. E finalmente alcançando os outros quatro,

Julius: Goa!

O encantamento de Julius foi lançado sob o vento cortante, que girava com chamas vermelhas brotando de dentro e em volta da figura da mulher.

O tornado de chamas rapidamente encontrou a mulher que se aproximava, afastando-a de Garfiel e prendendo-a em seu núcleo.

E então o som de uma barra de ferro se chocando contra o vento, e um apito de um chicote cortaram o ar.

A lâmina de vento de Crusch, juntamente com um golpe do chicote de Subaru, atingiu a enorme forma do gigante.

Claro, que para ele, aquele ferimento não era um assunto sério; mas uma ferida marcou seu peito. Com o súbito aparecimento de Akashi diante do gigante, o homem recuou um único passo antes de receber um soco direto em seu rosto, cujo recuou arrastando seus pés contra o chão

Assim, eles conseguiram deter o ataque do gigante, e Ricardo avançou e chutou a mandíbula do gigante.

Ricardo: Você se deu mal!

Subaru: É hora de dizer isso? Volte depressa, Ricardo!

Levado pela onda do lançamento do chute desencadeado pelo gigante, Ricardo girou para trás; recuperando sua lâmina, ele limpou seu rosto do sangue, e se juntou a Crusch e Subaru na retaguarda, pronto para enfrentar o gigante novamente. Akashi permanecia imóvel diante dos três, sentindo a aura sombria que emergia gradualmente do gigante.

Akashi: Só falta a sua... e de quem está lá em cima, Celestial Glare!

Seu olho esquerdo carmesim transformou-se em um azul celeste profundo, e com um comando, Akashi desencadeou uma ventania poderosa que fez seu manto e capuz voarem, deixando todos os presentes admirados. Era evidente que Akashi trajava um kimono que irradiava elegância e sutileza. O tecido branco como neve servia de fundo para o padrão delicado de pétalas de cerejeira vermelhas, que pareciam flutuar com cada movimento seu.

Uma faixa vermelha viva e ampla cingia sua cintura, oferecendo um contraste audacioso que capturava os olhares. A parte inferior do kimono, aberta de forma distintiva, revelava calças pretas ajustadas, permitindo liberdade de movimento sem comprometer a estética. Nos pés, um par de zoris tradicionais completava o visual, harmonizando com a refinada estética do kimono.

Preso à sua cintura, o estojo que abrigava a espada espiritual Kagotsurube Isshin, um presente de Halibel, marcava sua silhueta. Seus cabelos estavam arrumados em um coque, e seu olho esquerdo brilhava com uma luz suave, porém ameaçadora.

Subaru: Q-Que pressão asfixiante...!

Ricardo: Garoto?

Crusch: Esse é o Akashi que conhecemos?!

Com os músculos das pernas tensionados, Akashi avançou sobre o gigante, sua aura negra crescendo à medida que se aproximava. O gigante atacou com uma espada imensa, num golpe que lembrava uma tesoura, com lâminas vindo de ambos os lados contra Akashi, que se defendeu com os pulsos e, num movimento ágil, acertou uma joelhada no queixo do adversário, lançando-o aos céus. O jovem de cabelos alvos como neve surgiu no ar com uma velocidade impressionante e golpeou o gigante de volta ao chão, causando um impacto poderoso e um tremor passageiro.

Akashi lembrava-se das palavras daquela voz que uma vez lhe instruíra sobre como enfrentar inimigos impregnados com o Miasma de Nazgaroth...

— Se o miasma parecer muito intenso, ataque com força. Quando o oponente estiver enfraquecido, você poderá purificá-lo, caso não olhe nos olhos, use o feitiço que implantei em você.

Akashi questionava-se sobre a simplicidade daquela estratégia, mas sabia que a facilidade dependia do adversário enfrentado... Como garantir que alguém tão poderoso quanto Regulus não emergiria com um miasma avassalador? Sua única tarefa era derrotá-los e extrair o miasma, impedindo que os Quatro Cavaleiros da Calamidade utilizassem essas pessoas para se fortalecerem, sugando sua vitalidade enquanto avançavam em direção àquele mundo.

Wilhelm: Que assustador...

Subaru: Você não cansa de impressionar, né?

Vendo que a mulher estava envolta de uma gaiola de vento em chamas, Subaru arregalou os olhos involuntariamente.

Subaru: Wooow, você realmente pode usar uma magia tão conveniente e espetacular como essa?!

Julius: Só irá segurar durante um tempo. Ainda não sou proficiente o suficiente para tornar o ataque letal.

Julius respondeu amargamente ao comentário de Subaru. Confirmando suas palavras sobre o espetáculo que se seguia diante de seus olhos.

Enquanto a mulher se banhava naquele tornado de chamas, a espada em sua mão brilhou sob os raios do fogo quando ela ergueu a lâmina no ar e desencadeou um movimento leve perfurando a gaiola, ela se quebrou.

O esgrima elegante daquela mulher… e a fisiologia especial do gigante…

Subaru: Você só pode estar brincado…

A frente da túnica preta do homem se abriu, e os muitos braços do gigante foram revelados. Akashi o encarava com uma feição séria e prepadado, e o gigante despreocupadamente, pegou seus dois braços decepados do chão, e os levou até os tocos enquanto pressionava o corte que aos poucos se uniram com um som doentio de regeneração.

Momentos depois, os braços desaparecidos do gigante foram recolocados, restando quase nenhum vestígio de lesão. Como se confirmasse a cura, ele agitou as espadas orgulhosamente. Ambos pareciam invencíveis.

Olhando de lado, Julius e Wilhelm, protegidos pela magia de Julius, estavam tendo seus ferimentos tratados por Garfiel.

A sensação de desespero ao ver Garfiel e Wilhelm, que trabalhavam juntos, sendo derrotados, não poderia ser facilmente apagada.

No entanto, seria um erro dizer que a situação era desesperadora.

Subaru: Embora o ataque corpo a corpo não seja tão confiável, o Akashi mostrou ter uma proficiência física muito maior… mas talvez ataques de longa distância sejam mais eficazes.

Se era a magia de Julius ou a lâmina de vento de Crusch e até o chicote de Subaru, então eles ainda tinham chances.

O último não seria tão útil, mesmo que funcionasse – esse sentimento ainda jazia lá, mas ainda os outros dois ataques ainda podiam mudar a maré.

No comentário esperançoso de Subaru, Julius e Crusch assentiram.

Garfiel e Wilhelm também entenderam o poder de seus oponentes em combate corpo a corpo. Ricardo desde o início não tinha planos para enfrentar eles sozinhos, os lutadores corpo a corpo avaliaram os movimentos de seus inimigos, e qualquer lacuna seria preenchida com ataque mágico.

Akashi: Eu prestarei apoio pra todos, vou fazer o que puder para não permitir que vocês se machuquem gravemente.

Garfiel: E como pretende ajudar todo mundo? Você é forte e rápido, mas ainda é só—

Garfiel imediatamente se calou ao presenciar a cena, haviam mais dois Akashis presentes, totalizando em três. O trio de clones sorriram para Garfiel de maneira que quisessem dizer "O que dizia?"

Wilhelm: Ele se triplicou?!

Julius: Foi a mesma técnica que ele usou para salvar os cavaleiros desacordados naquele dia... isso combinado com uma grande velocidade para afastá-los totalmente do local, pode nos ser vantajoso!

Akashi (original): Diferente do senhor Halibel, eu só posso criar mais um clone, o que aumentaria minha força em apenas 3 vezes... mas o que tenho agora é o suficiente.

Com a revelação da nova técnica de Akashi, esta foi provavelmente a melhor maneira de minimizar lesões e alcançar a vitória, três Akashis dividos para enfrentar três inimigos fortes, pode ser o caminho para sairem dessa vivos. E ainda assim, naquele momento…

???: Caóticamente essa conspiração chegou! Como um mero pedaço de carne ridiculamente feia como você ousa superficialmente viver? Francamente, kyaagahahaha!

O que atravessou no campo de batalha foi uma risada estridente e discretamente aguda.

O grupo estremeceu com aquela voz. E com essa aparição repentina, perceberam que a situação havia piorado.

Subaru desviou o olhar ao redor, procurando pela figura.

Onde ela estava? De onde vinha a risada?

???: Para onde vocês estão olhando, seus pedaços de merda estúpidos? É por causa dessa tolice que vocês morrerão em pouco tempo. Suas atitudes são dignas de nojo e pena. Abram bem esses olhos de cachorros mortos e pensem um pouco com essas suas cabeças vazias. E, então, talvez essa dama gentil mostre misericórdia diante dessas suas almas imundas!

Enquanto procuravam pelo barulho, uma voz cruel e zombeteira caçoou do grupo.

Do lado de Subaru, cujo olhar se desviou, Crusch respirava com dificuldade.

Seus olhos cor de âmbar estavam fixos no alto. Subaru seguiu seu olhar com um sentimento de compreensão onde esperava encontrar a Luxúria. Sua linha de visão apontava para o telhado da prefeitura.

Akashi (original): Finalmente parou de se ocultar...

Akashi murmura, seu olhar fixo ao mesmo ponto que Subaru.

Lá, como se o dono da voz estivesse observando formigas a uma longa distância…

???: Kyahahahaha, essas suas expressões patéticas, vocês as reservaram para o meu divertimento? Se esse é o caso, essa dama lhes dará bons elogios, seus macacos tolos!

Gargalhadas ecoaram quando o grupo encarou o céu.

A mulher espadachim e o gigante não tiveram a menor reação quando um aliado se juntou a eles na batalha.

Uma enorme sombra surgiu sobre o telhado da prefeitura, ela continha chifres e longas asas negras, as garras se projetaram em volta das janelas do edifício, e a tal voz se apresentou:

??? Esta adorável dama diante de vocês é uma dos Arcebispos do Pecado, representando a Luxúria.

O dragão negro olhou para eles com um sorriso maldoso no focinho…

Capella: SOU CAPELLA EMERADA LUGNICA, MORRAM, SEUS PEDAÇOS DE CARNE PODRES!!!

– O Arcebispo do Pecado da Luxúria fez sua aparição repentina no campo de batalha.

...Continua......

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