Situação Interrompida

Reinhard saltou em direção a Sirius, atingindo seu oponente, fazendo-a voar pelo céu.

Sirius: Ahaha! ah, como você é impressionante!

Quando a figura heróica voou em sua direção, ela levantou a voz, extasiada, e acenou com os braços. Acompanhando esse movimento, o gemido penetrante de sua corrente se desenrolou de seu pulso. Essa cobra de ferro certamente já provou do sangue de milhares de pessoas, e neste momento estava participando de uma caçada rotineira tentando esmagar sua presa, com suas mandíbulas de ferro.

No entanto, o oponente de Sirius agora, não era uma pessoa qualquer, nem mesmo suas correntes de ferro podiam acompanhar a velocidade desse ser.

Reinhard: Uma corrente? Que problemática.

Ouvindo os sons das correntes, Reinhard franziu as sobrancelhas. Sirius voou para cima e Reinhard a perseguiu por baixo.

Com Reinhard como alvo, Sirius deu um golpe rápido e preciso. Mesmo encarando a corrente que se aproximava, Reinhard não pegou a espada pendurada em sua cintura.

Não era que ele não pretendia empunhar sua espada, ele simplesmente não podia. A espada de Reinhard só podia ser desembainhada se ela reconhecesse que seu oponente era digno. Sendo assim ele foi condenado a enfrentar aquele monstro desarmado.

Ondas de choque e faíscas dançavam no local. Para Subaru e os outros espectadores, os raios pareciam brilhar no céu.

Reinhard encontrou a corrente de frente, levantando uma perna esbelta para se defender. Ele enrolou as correntes de Sirius envolta de sua perna direita e deu um puxão fazendo com que ela perdesse altitude, com essa brecha ele enrolou as correntes de ferro envolta do braço esquerdo do monstro.

A capacidade de realizar esse tipo de feitiçaria foi a prova viva de que Reinhard transcendeu os limites das habilidades humanas.

Em apenas um momento ele alternou facilmente entre o ofensivo e defensivo.

Sirius: Ahahahahhaha!

Sirius quase ofegante, mostrou seu sorriso apaixonado para os espectadores que a observavam do chão.

Não seria desnecessário dizer que nem todos foram capazes de acompanhar essa luta. Apenas aquelas pessoas com treinamento de combate seriam capazes de seguir aqueles ataques contínuos e rápidos.

Sirius riu alto enquanto sacudia seu braço direito descontroladamente como um tornado.

Como o seu braço esquerdo havia sido capturado por Reinhard, Sirius só podia usar o direito.

No entanto, mesmo que a cobra metálica dela viesse de todas as direções rasgando o céu com suas presas, ela foi bloqueada instantaneamente pela corrente presa no pé direito de Reinhard, criando um som agudo acompanhado de uma chuva de faíscas.

Cada faísca dançando sob o céu azul, era acompanhada por um instrumento metálico cujo som ecoava pela praça. Uma performance rodopiante de vermelho e amarelo.

Um ataque, outro golpe, mas durante esse período Reinhard havia diminuído ainda mais a distância entre ele e Sirius. Logo, depois de trocar uma série de golpes, ele a alcançou.

Sirius: Que inesperado, você conseguiu me alcançar.

Reinhard: Você é muito hábil. acho um desperdício você ter se comprometido com o mal.

Reinhard rapidamente puxou a perna direita para trás e num impulso empurrou a mão esquerda com os dedos eretos e alinhados, como se usando a mesma postura e se preparando para usar um golpe de karatê.

Com as presas expostas, Sirius moveu seu braço direito livre, lançando sua corrente ondulante contra Reinhard. E embora a corrente fosse feita de aço, o Espadachim usou sua própria mão como lâmina e a partiu em duas.

No passado, em seu mundo, Subaru testemunhou a divisão perfeita de pauzinhos de madeira descartáveis, um utensílio utilizado em restaurantes, um substituto para colheres.

Se Reinhard participasse desses eventos, ele até poderia cortar ao meio uma lâmina de aço, como se fosse um papel.

Uma das duas partes cortadas da corrente foi impulsionada pelo ataque, e voou em direção à torre do relógio.

A violenta colisão destruiu uma das paredes do edifício. A visão de fumaça e os escombros colidindo com a praça sacudiu Subaru de seu transe.

Ele ficou completamente fascinado com a luta entre Reinhard e Sirius. Ele não entendeu muito bem o que havia acabado de acontecer, mas aquilo foi surpreendente.

Subaru: Deixarei ela com você, Reinhard.

Falando calmamente, como se dissesse para si mesmo, Subaru não podia ficar ali perdendo tempo, apenas observando e esperando por resultados.

Subaru espremeu-se através de uma brecha na multidão, correndo para a abertura da torre. Lusbel provavelmente estava na torre, esperando para ser salvo das garras cruéis de Sirius.

Salvá-lo diminuiria as preocupações de Subaru.

Subaru então subiu ansiosamente as escadas, onde sentiu mais uma vez o cheiro desgradável de mofo das paredes úmidas.

A torre estava muito mais brilhante do que quinze minutos atrás, graças à luz que inundava as paredes que haviam sido quebradas pela corrente de Sirius.

Após subir todas as escadas, Subaru encontrou Lusbel amarrado no último andar. Ele estava de bruços no chão, onde podia se notar suas lágrimas, que haviam se transformado em uma poça no chão.

Subaru: Lusbel! Você está seguro agora.

Subaru, com ternura, pegou o acorrentado Lusbel nos braços. Ele ignorou a torrente quente de lágrimas quando retornou o olhar desesperado e aterrorizado de Lusbel.

Subaru: Está tudo bem, eu estou do seu lado e não precisa se preocupar com aquele monstro, um herói está cuidando dela agora. Vamos aproveitar este momento para tirar você daqui.

Lusbel: Hhm…

Subaru falou com maior sinceridade. Gradualmente a força do corpo de Lusbel, havia chegado a seu limite, Subaru pode perceber isso com apenas o olhar do garoto que continha uma expressão chorosa.

Subaru: Espere um minuto, vou tirar isso de você.

Depois de tocar suavemente a cabeça do garoto que chorava, Subaru começou calmamente a remover as correntes.

Subaru tocou cuidadosamente o corpo do garoto, que estava envolta de correntes. Dos ombros aos tornozelos, a corrente foi enrolada com força, e ele também foi amordaçado. Subaru teve o cuidado de evitar ferir a criança enquanto a desenrolava.

Subaru: Bom, eu tirei. Consegue se levantar? Se não, eu te carrego.

Lusbel: N-não se preocupe… obrigado–hk.

Lusbel levantou-se vacilante, com as pernas rígidas ele mostrou sua gratidão. Embora ele estivesse com o rosto manchado de lágrimas, ele ainda era um garoto forte.

Subaru: Pronto, agora temos que sair daqui, apesar de ser o lugar mais seguro por enquanto, é melhor se prevenir. Você consegue andar? Está ferido?

Lusbel: Minha mão direita, só um pouquinho…

Lusbel franziu a testa e obedientemente apresentou seu ferimento a Subaru.

Em sua mão direita ferida, havia uma laceração afiada que havia sido claramente feita por uma arma semelhante a uma corrente. Vendo o sangue escorrendo pelo ferimento, Subaru contorceu o rosto em desconforto.

Subaru: Maldita, amarrando uma criança tão pequena e fazendo uma coisa dessas.

Lusbel: N-Não…isso aconteceu de repente. começou a doer quando fui amarrado.

Subaru: De repente?

Subaru não entendeu qual foi a causa daquele ferimento, mas pelo menos ele conseguiu libertar Lusbel sem causar nenhum ferimento grave ao garoto.

– Repentinamente, uma apreensão terrível tomou conta e preencheu o coração de Subaru.

Subaru: De qualquer forma, não podemos ficar aqui. Vamos!

Subaru pegou a mão esquerda não ferida de Lusbel e levou-o até o fundo da escada em espiral, até a saída da torre. Quando ele chegou na praça, ele ouviu,

Multidão: Mate ela, mate ela, mate ela!

A multidão mergulhou em um frenesi, aguardando ansiosamente a execução daquela aberração capturada, pedindo vingança.

Olhos cheios de ódio e ressentimentos jaziam em cada pessoa. Aversão incrédula ao antinatural. Querendo se livrar da presença de um inimigo que não era fisiologicamente aceitável. Essa emoção era de intenção assassina. Isso, Subaru chamou de ira. Uma multidão de completos estranhos, caminhando lado a lado, buscando o mesmo objetivo.

Multidão: Mate ela! mate ela! mate ela!

Todas suas emoções se reuniram ali em uníssono, como se fossem apenas um.

Multidão: Mate ela! mate ela! mate ela! mate ela!

Unindo forças juntos, essa era…

Sirius: Deixando suas diferenças de lado, e unindo seus sentimentos em um, isso certamente é amor não é?

Sirius havia sido pressionada ao lado da torre por Reinhard.

A multidão ao redor ansiava pela morte do monstro.

A desesperada Sirius pareceu perder as correntes até de sua mão direita. Se as duas mãos estavam desarmadas, não havia jeito dela se defender de Reinhard. Esse seria o fim do Arcebispo, no entanto, Sirius demonstrava seu habitual sorriso plácido.

Reinhard: Você tem alguma coisa a dizer?

Sirius: Sim, obrigado. Então deixe-me te avisar de uma coisa, os outros arcebispos do pecado não são tão dóceis como eu, então quando for direcionar essa pergunta a eles, tome cuidado! Você pode acabar se dando mau.

Reinhard: Manterei isso em mente.

Diante da bondade calorosa de Reinhard, Sirius falou calmamente. Reinhard assentiu e deu um passo à frente, pronto para executá-la com a lâmina que era sua mão.

Multidão: Mate ela! mate ela! mate ela!

Conforme os gritos da multidão crescia com cada vez mais intensidade, o destino de Sirius se aproximava.

Parado na frente da torre destruída, Subaru sentiu um frio latejando que fazia seu coração rachar.

Por que ele estava se sentindo assim? Ele queria falar, queria abrir a boca, mas não conseguia se mover. Se ele tentasse manter contato acabaria sendo influenciado pela multidão que estavam sob o feitiço.

Certamente ele se juntaria aos gritos e diria “Mate Ela!”

Sirius: Nós nos perdoamos, nós amamos, e nos arrependemos, é exatamente assim que deve ser o amor!

Ignorando Subaru, Sirius continuava pregando a sua retórica.

O que ela dizia parecia fazer sentido, mas, levando em consideração suas palavras, aquela proposição e a atmosfera ficaram desagradáveis.

Uma sensação desagradável surgiu no coração de Subaru. E então o santo espadachim chegou a mesma repulsa que Subaru.

Não havia mais motivos para deixar Sirius falar, muito menos viver. Então, um pouco antes de Reinhard alcançá-la, Sirius sorriu e segurou os braços no ar.

Imediatamente, acompanhados por sons estridentes, correntes foram ejetadas através de seu casaco preto. Essas correntes foram disparadas através de suas mangas, e depois enroladas na torre quando Sirius começou a voar sob o ar mais uma vez. Ela pretendia escapar–mas antes que ela pudesse, Reinhard pisou no chão. Ondas de choque se espalharam com a explosão. A mão do cavaleiro a alcançou e instantâneamente a tocou suavemente.

Multidão: Mate ela! mate ela! mate ela!

Subaru: Reinhard!

Ele gritou o nome do herói, mas, caindo sob a influência da multidão:

Subaru: Mate-a!

Reinhard a cortou.

O corte foi tão profundo e preciso que o corpo de Sirius demorou para processar a ferida, até que seus órgãos foram derramados, o corpo dela foi cortado ao meio.

O corpo dela jorrava sangue e derramava seus intestinos pelo ar, espalhando por toda a praça. Essa era a visão mais parecida com o inferno que alguém poderia testemunhar.

Reinhard: N-Não pode ser..

Depois de pousar, Reinhard emitiu um murmúrio atordoado.

Subaru testemunhou os olhos azuis e cintilantes de Reinhard, se arregalaram em espanto, tristeza e desespero.

–Em seguida ele não pode ver mais nada.

Agora, espalhados por toda a praça, estava os corpos de todas as pessoas que haviam sido divididas ao meio. O lugar se tornou uma poça de sangue.

Antes que Subaru perdesse a consciência, ele não conseguiu entender o que havia acontecido.

E pouco antes dele ser puxado para a morte mais uma vez, ele sentiu a mão quente de um garoto segurando a palma da sua, cujo o dono apertou com força, olhando para Subaru, buscando a salvação.

Liliana: Depois que a música acabar e elas voltarem a conversar, não deveríamos preparar algo para elas comerem e beberem? Alguns lanchinhos certamente vão dar uma amenizada no clima e diminuir a distância entre elas, você não acha?

Subaru: —Grk.

Beatrice: Ai, ei, isso dói Subaru!

Piscando rapidamente surpreso ao que ele acabara de ouvir, Subaru arfou ao ver que havia retornado pela quarta vez.

A súbita mudança de consciência fez com que ele se agarrasse à mão de Beatrice com o mesmo aperto que ele estivera com Lusbel momentos antes dele morrer.

Beatrice chutou a perna de Subaru em lágrimas ao sofrer aquela repentina atrocidade, que recuou de dor massageando as mãos.

Liliana: Waaa, por que você fez isso as adoráveis e delicadas mãos da dona Beatrice? Você vai quebrá-las. Está tudo bem, eu…eu vou beijá-las, e logo irá melhorar… haha.

Beatrice: Tudo bem, você não precisa, isso é nojento, eu diria.

Beatrice corou em pânico quando Liliana agarrou sua mão. Ela se escondeu atrás de Subaru. Mesmo que ele tivesse machucado sua mão, sua confiança no parceiro não diminui.

Emília: Subaru, você está bem? Você estava pálido há pouco.

Uma Emília preocupada se juntou a ele.

Subaru: Emilia-tan…

Se vendo refletido nos olhos de ametista, Subaru deu um suspiro. Ele havia voltado.

Ele tocou o peito e deu um suspiro. Seu abdômen foi cortado e sua cabeça foi esmagada. Embora Subaru estivesse confiante em sua experiência com mortes, essa tinha sido sua primeira verdadeira decapitação.

Subaru: Não consigo encontrar uma conclusão simples…

Recuperando as memórias que ele herdou, esta morte o ensinou a verdadeira realidade por trás dos poderes de Sirius.

Embora ele não tivesse presenciado muita dor, a sensação de perda e o choque o atingiram. Sua compreensão parcial do fenômeno cresceu.

Subaru: Nojento…

A causa da morte anteriormente desconhecida, foi agora identificada.

E então, a causa da morte dessa vez era…

–Sirius poderia transferir Mortes se alguém morresse nas proximidades dela.

Após analisar a situação, Subaru chegou a essa conclusão.

Ele foi cortado ao meio e decapitado e morto do mesmo jeito que Sirius. Não apenas lavagem cerebral com mudanças emocionais, mas até as feridas poderiam ser transferidas para as pessoas. Em outras palavras, matá-la significa matar todas as pessoas ali presentes.

Subaru: O que devo fazer…?

Subaru não podia chamar Reinhard novamente, isso causaria a morte de todos na praça.

Como Reinhard era capaz de matar Sirius, ele também deveria ser capaz de detê-la. O problema era que, se ela fosse pega viva, não haveria maneira de acabar com seu controle espiritual. Subaru estava em um impasse. Se ela fosse morta, todo mundo seria enterrado com ela.

Se ela fosse pega, havia a possibilidade de espalhar seu contágio.

O tempo passava enquanto Subaru pensava.

Vendo o silencioso Subaru, todos ao seu redor ficaram desconfortáveis. Percebendo isso, ele mudou sua expressão e sorriu,

Subaru: Ah, desculpe, não se preocupem comigo, eu apenas me senti desconfortável e enjoado, deve ser pelo o que eu comi de manhã.

Liliana: Ah, entendo, também sinto náuseas às vezes acompanhado de gases…

Subaru: Espere aí, uma garota como você não deveria dizer essas coisas deselegantes assim do nada.

Vendo o humor habitual de Liliana, Subaru se recompôs.

Subaru: Então…eu vou comprar sobremesas, como Liliana sugeriu. Emilia-tan continue fazendo companhia a Liliana e a Priscilla, sim? Beako, venha comigo fazer compras, preciso de sua ajuda para escolher os doces.

Beatrice: O que você…—Tudo bem, vamos.

Segurando as mãos de Beatrice enquanto falava, Subaru com um olhar sério no rosto chamou Beatrice que ao ver a reação suplicante do companheiro, assentiu sem exitar.

Emília: Tudo bem, então…vejo vocês depois!

Enquanto acenava dizendo adeus, Subaru pegou a mão confusa de Beatrice e correu do parque pela quarta vez. Desta vez, em vez de deixar Beatrice para trás, ele levaria sua parceira confiável junto. Mesmo não tendo avanço algum sobre a situação.

Priscilla: Hmm…

Assistindo os dois se afastando, a mulher vestida de vermelho observou a dupla com uma expressão pensativa.

Beatrice: E então? Você vai me contar o que está acontecendo, de fato?

Tendo saído do parque, Beatrice determinou que haviam deixado a linha de visão de Emilia e diminuiu os passos. Mesmo que ela tenha diminuído a velocidade para conversar, Subaru agarrou seu braço e a conduziu para frente.

Beatrice: Subaru?

Subaru: Desculpe. Temos que conversar onde mais ninguém estiver por perto. Há muitas coisas que eu quero discutir, mas não temos tempo suficiente. Na verdade, temos menos de 15 minutos.

Beatrice: Entendo, me conte enquanto andamos, eu diria.

Beatrice marchou obedientemente quando Subaru desviou o rosto, tentando esconder sua ansiedade.

A presença de sua parceira iluminou o coração de Subaru, e ele cuidadosamente examinou a situação em questão e tentou transmitir cuidadosamente à Beatrice.

Subaru: O Culto da Bruxa irá atacar a praça para onde estamos indo agora, e precisamos parar sua maldade.

Beatrice: O Culto da Bruxa…?

Ouvindo esse nome, Beatrice prendeu a respiração e continuou prestando atenção nas palavras de Subaru.

O que mais o incomodava eram as regras e as penalidades que o impediam de divulgar informações recebidas através do seu Retorno da Morte. Mesmo que ele tenha conseguido transmitir as informações para Rachins de forma segura, não tinha certeza se conseguiria fazer isso com Beatrice. Essa era a verdadeira natureza sombria do demônio das sombras.

Subaru se recordou de que Akashi ainda manteve lembranças após suas mortes no Santuário, mas a verdade só veio a tona dentro do Castelo dos Sonhos de Echidna. Subaru e Akashi nunca precisavam ficar trocando muitas informações do lado de fora, pois ambos sabiam certas coisas individualmente ou igualmente, inclusive, Subaru não tinha a certeza de que Akashi ainda manteve essa informação em mente, ou se os efeitos do Retorno Através da Morte continuam se aplicando à Akashi, o que manteria suas memórias.

Por não ter certeza disso, e nem saber onde Akashi está, Subaru preferiria não contar nada sobre este assunto, caso eventualmente se encontrem.

Por isso ele tomou muito cuidado ao transmitir suas palavras para Beatrice. As mãos negras eram aterrorizantes, mas não insuportáveis. No entanto, se elas alcançassem Beatrice ou Emilia, Subaru se sentiria tomado pela culpa.

Ele podia aceitar que fosse castigado, mas quando o assunto são os outros, ele não seria implacável.

Beatrice: Você não pode dizer nada, como sempre, eu diria?

Subaru: Desculpe, eu sou tão irracional…

Beatrice: Na verdade, vou acreditar mesmo sem nenhum fundamento, suponho. São as palavras de Subaru, então Betty irá acreditar, na verdade.

Beatrice pegou a mão de Subaru com a sua.

O calor na palma da mão dela deu forças para ele continuar a explicação.

Sirius, a Ira, poderia conectar sentidos e fazer lavagem cerebral nas pessoas ao redor. E levando em consideração a dificuldade de comunicação, a percepção de perigo de Beatrice seria distorcida.

Subaru: Em primeiro lugar, o Arcebispo do Pecado do Culto da Bruxa que aparecerá é a Ira. Há algo muito importante que teremos que lidar, suas habilidades… ela pode controlar as emoções dos outros… ou o certo seria compartilhar sentimentos…?

Beatrice: Controlando emoções e compartilhando sentimentos?

Beatrice ergueu o rosto. Ela não conseguia ao certo entender esse poder concretamente. É claro que, Subaru não sabia entender completamente o efeito desse poder.

Subaru: Explicar é um pouco difícil… se a Ira estiver muito feliz, mesmo se eu estiver muito zangado, também me sentirei feliz.

Beatrice: Eu estava certa, quando imaginei que isso era uma ameaça, na verdade.

Subaru: Tentar reconhecer o inimigo é impossível.  Não importa o quão perigosa esteja a situação, o sentimento de medo não virá, você vai apenas aceitar com prazer, sem poder agir nem questionar e muito menos conseguirá entender a situação, essa é a verdadeira natureza desse poder, entendeu?

Uma criança chorando e implorando pela vida foi aplaudida após ter sido jogada do alto da torre. As massas de pessoas ao redor ficaram alegres ao presenciarem a agonia e a morte do garoto.

Beatrice: Agora eu entendo o compartilhamento de emoções, eu diria. Mas e quanto ao compartilhamento de sentidos?

Subaru: Quanto a isso… se outra pessoa sentir dor, eu também vou sentir. Se a cabeça do arcebispo for cortada, a minha também sairá voando pelos ares. É avassalador, não é?

Enquanto ele explicava, sua frustração pela situação desesperadora começou a surgir. Era uma explicação direta; se ela morrer, eles também morrem.

Subaru: Se ela estiver viva, há a possibilidade de você enlouquecer apenas estando por perto. E se ela for morta, todos nós morreremos. Ela é o pior tipo de inimiga, é problemática viva ou morta.

Na sua segunda morte, Subaru foi enlouquecido pelo medo. A origem desse medo era Lusbel que buscava salvação desesperadamente.

Seus espíritos se enfraqueceram, levando-os a este estado. Também era difícil imaginar que Lusbel, com quem ele falara antes, resistisse a um terror tão avassalador.

Subaru não continuou a falar, mas ainda segurava a mão de Beatrice. Obviamente ele levou Beatrice, porém ainda não havia encontrado uma solução, ela provavelmente estaria envolvida em uma batalha sem nenhuma esperança real de vitória.

A coisa mais fácil a se fazer seria chamar Reinhard e fazer com que ele capturasse Sirius viva. Ele simplesmente diria a Reinhard o que deveria fazer antes de atacar.

Antes do ataque repentino na praça, ele se encontraria com Rachins, e logo em seguida Reinhard seria chamado para lidar com a crise. Reinhard não era imprudente, então ele não atacaria diretamente sem pedir detalhes.

Subaru: Eu sou idiota, sou realmente idiota. Assim que Reinhard for chamado, logo em seguida Sirius aparecerá e reagirá imediatamente, não terei tempo para explicar a ele a situação como da última vez.

Subaru precisava contar toda a situação atual para Reinhard a tempo. Ele conseguiria fazer isso? Subaru não tinha certeza se seria capaz de transmitir todos os seus pensamentos a tempo.

Beatrice: Subaru, na verdade, ainda há mais notícias ruins, eu diria.

Cortando sua linha de raciocínio, foi Beatrice que baixou a cabeça.

Subaru: Eh? Sério… ? Não quero mais ouvir notícias ruins.

Beatrice: Eu entendo, mas preciso lhe dizer… Betty será inútil dividindo um campo de batalha com Reinhard, eu seria apenas uma garotinha bonita, eu diria.

Subaru: Hein?

Beatrice falou de olhos baixos.

Beatrice: Reinhard atua como um buraco negro para mana. A mana circundante na atmosfera o seguirá cegamente, causando uma catástrofe a sua volta. Espíritos e usuários de magia não poderão usar mana e, então, eu não poderei fazer nada.

Quando ela disse isso, Subaru se lembrou que Emilia já havia dito isso a ele há um ano atrás. No primeiro dia, quando Subaru foi invocado para este mundo, Reinhard e Elsa travaram uma batalha feroz na casa de saques do velho Rom.

No momento da batalha, Emilia precisava da mana que circulava na atmosfera para usar como magia de cura para os ferimentos de Rom. E por conta disso, Reinhard não podia dar tudo de si na batalha.

Sendo assim, se Reinhard estivesse no mesmo campo de batalha que Beatrice, ela seria incapaz de lutar pela falta de mana.

Subaru: Aah… por que tem que existir algo assim…?

Beatrice: Se Reinhard pode resolver o problema, então não importa se Betty poderá lutar ou não… mas, se ele não for capaz, então…

Subaru: Então mesmo que ele não seja capaz, se estivesse presente só te atrapalharia, e Beako não seria útil.

Todo seu plano fantasioso foi morto.

Somente a presença de Reinhard já era suficiente para sugar toda mana do lugar, fazendo com que as magias percam suas funções.

Era terrível, horrível, simplesmente horrível demais, um desastre. Subaru não conseguia mais enxergar uma luz.

Foi certo pensar em Reinhard? Beatrice conseguiria ajudar?

Enquanto ele pensava, a ansiedade começava a queimar a mente de Subaru. Ele ponderou todo o esforço que pôde na busca de uma solução, mas não conseguiu encontrar nenhuma. A imagem daquele garoto de curtos cabelos brancos até os ombros, e olhos carmesim seguia surgindo em sua mente, Subaru range os dentes enquanto se perguntava "Onde você está?!"

A verdade, é que sabendo que Akashi conseguiu enfrentar Julius e Reinhard, logo após ter derrotado inúmeros cavaleiros sem pausa, significaria que Akashi está muito mais forte. Subaru acreditaria que Akashi poderia deter Sirius de algum modo, ao lado de Beatrice, ele se questionou se havia mais técnicas úteis no arsenal de conhecimento mágico adquirido de Akashi, algo que pudesse evitar toda essa catástrofe.

Subaru: Se não podemos contar nem com o Akashi, ou o Reinhard, então o que podemos fazer...?

E mesmo assim, o tempo passava sem piedade.

Beatrice: Subaru, chegamos na praça, de fato.

Ao ouvi-la, Subaru ergueu o rosto e encarou a praça à sua frente.

Os dois haviam chegado ao seu destino que logo seria marcado pela tragédia.

O tempo restante foi se esgotando aos poucos, o ponteiro da torre do relógio mudava a cada segundo, e a praça lotada se intensificou.

Nenhuma solução foi encontrada ainda.

Faltavam menos de dez minutos para que a tragédia acontecesse. O que fazer para evitar isso? Como deveriam agir?

Beatrice: Subaru, eu devo ter encontrado uma solução, na verdade.

Subaru: Uma solução?

Vendo o rosto tenso de Subaru, Beatrice falou. Sua mente foi surpreendida pela doce voz.

Beatrice: Posso estar errada, mas as descrições das habilidades da Ira parecem familiares… estou pensando em uma magia semelhante de nível superior chamada Nect.

Subaru: Nect!

Nect era uma magia que Subaru havia experimentado no passado. Com Nect, os usuários de magia podiam compartilhar sua consciência e sentimentos de outras pessoas. Parecia semelhante às habilidades de Sirius.

Enquanto se perguntava por que não havia notado isso antes, Subaru pensou em voz alta.

Subaru: Então, há algum condutor para o Nect?

Beatrice: Normalmente, contra-atacar Nect é desnecessário e impossível, eu diria. Geralmente, pretende-se unir e usar Nect para expressar sentimentos. Usar essa magia como arma é incomum e parece estranho, de fato.

Beatrice deu sua resposta infeliz ao ansioso Subaru.

No passado, Subaru relutante usou Nect para compartilhar sua visão com Julius, em sua batalha contra Petelgeuse, assim tornando suas mãos invisíveis visíveis.

Nect foi usado para a cooperatividade no campo de batalha entre aliados.

Não era o tipo de magia que seria usada para fazer reféns. Sendo assim, a habilidade de Sirius era algo totalmente diferente, embora fossem parecidas.

Beatrice: Normalmente, para ser utilizada, Nect exige uma condição, que requer contato através da circulação de mana do ambiente, de fato. A autoridade do Arcebispo provavelmente tem o poder de contornar tal condição, eu diria.

Subaru: Para que sua autoridade possa alcançar essa força…

Beatrice: Teria que usar um contra ataque – para evitar isso, Shamak é a resposta mais óbvia, na verdade.

Subaru: E o senhor Shamak chegou pra salvar o dia! Isso é magnífico!

Subaru logo se animou com a proposta de Beatrice. Shamak era uma magia familiar. Em tempos dolorosos, difíceis e perigosos, nas mais desesperadoras situações, Shamak sempre esteve ao lado de Subaru.

Antes de contratar Beatrice, as únicas fontes de força de Subaru eram Rem, Akashi, Patrasche e Shamak.

E mesmo após a destruição de seu portão de mana, por meio de seu contrato com Beatrice, Shamak ainda o ajudava.

Subaru: Entendo… se for Shamak então quer dizer que de alguma forma…

Beatrice: Subaru parece ter um nível incomum de confiança em Shamak, eu diria. É o mais baixo nível de magia yin, e realmente não é muito útil.

Subaru: Nem mesmo Beako pode falar mal do Shamak assim!

Beatrice: O que fez Subaru defender tanto o Shamak dessa maneira, de fato?

Beatrice ouviu as divagações incompressíveis com um suspiro, e depois olhou em volta.

Beatrice: O Shamak está enraizado na alteração da consciência – é uma mágica que rompe a força do contato da mente com o ambiente, eu diria.

Subaru: Em outras palavras…?

Beatrice: Quando essa mágica for lançada na multidão, a mente de todos ficará cega com Shamak, e a autoridade do Arcebispo será anulada.

Beatrice falou com confiança e firmeza. E ouvindo isso, Subaru cerrou os punhos com empolgação ao ver um vislumbre de esperança.

Subaru: Tudo bem, irei depender de sua magia. Então… o que vem a seguir?

Beatrice: A força de combate… além de Reinhard e Akashi, quem poderia enfrentar o Arcebispo frente a frente e derrotá-lo, na verdade?

Se eles chamassem Reinhard, Beatrice não seria capaz de utilizar sua estratégia com o Shamak. No entanto, no momento, ele parecia ser o único capaz de derrotar Sirius.

Beatrice: Nessa ocasião, já que Betty precisa manter o Shamak, Betty não será capaz de lutar, de fato.

Subaru: Realmente… então estamos de volta à estaca zero.

Sem o apoio de Beatrice, Subaru seria incapaz de derrotar a Ira. No entanto, sem um trunfo, ele não conseguiria enfrentar a situação. Agir com apenas o seu chicote não permitiria que ele escapasse ileso.

Subaru: Pensando bem, naquela vez havia outros lugares para lutar além da praça, e também haviam pessoas dispostas a lutar.

Subaru pensou em sua primeira aparição na praça. Ao notarem uma presença ameaçadora na torre, várias pessoas reagiram imediatamente. Um homem-fera, uma mulher com os olhos vendados, um empresário de aparência séria e Rachins.

Excluindo Rachins, como seriam em combate os outros três sujeitos? Juntar Subaru aos três totaliza 4 pessoas, então talvez ainda houvesse um jeito.

Subaru: Que linha de pensamento estúpida, pedir a estranhos para confiar em mim e unir forças? Sinceramente, não sei mais o que pensar…

???: Nesse caso, eu poderia desempenhar esse papel? Tornando-me a sua força?

Uma voz repentina por trás penetrou em seus pensamentos desesperados.

Com aquela voz familiar, Subaru e Beatrice olharam para trás surpresos. De pé atrás deles com as mãos nos quadris estava–

Subaru: Emilia-tan?? O que você está fazendo aqui…?

Emilia: Subaru estava agindo de um jeito estranho, fiquei preocupada achando que algo de ruim estava acontecendo. Parece que fui excluída novamente, infelizmente essa é uma das suas características ruins.

Tendo sido criticado, Subaru fechou a boca. Ele não conseguiu responder diante do espanto. Beatrice tomou o lugar dele e olhou para Emilia.

Beatrice: Você deveria ter ficado na praça, de fato. Por que você veio, eu diria?

Emilia: Eu… fiquei confusa. Subaru me disse para esperar, mas Priscilla me disse o contrário.

Subaru: Priscilla?

Emilia: Ela disse que se eu não os seguisse eu me arrependeria, quando cheguei vi que estava tudo bem, e pensei em sair em silêncio… Mas vocês dois pareciam discutir algo sério.

Subaru rangeu os dentes, amaldiçoando mentalmente Priscilla e sua intromissão arrogante. Graças àquele capricho malicioso, ela arranjou perfeitamente a situação que Subaru mais queria evitar.

Subaru: Emilia-tan, estou feliz que tenha se preocupado. Estou feliz mesmo, mas agora…

Emilia: O Culto da Bruxa vai aparecer? Eu ouvi você… e mesmo que me peça para voltar, eu não irei.

Subaru: Emilia!

Havia pouca base para sua linha de pensamento.

Ele falou brusca e rispidamente, desesperado para afastar Emilia.

Subaru não conseguia saber o motivo, mas instintivamente ele sabia que ela não podia enfrentar o Culto da Bruxa. Não era nada parecido com uma proteção teimosa.

Aquele culto era um veneno a ser evitado. Isso é um pensamento geral que todos nascidos neste mundo seguem, Emilia era um caso especial.

Subaru: Emilia, você não precisa se envolver, isso não tem nada a ver com você.

Emilia: Mesmo assim, e se Subaru se machucar, por que eu não estou lá? Eu nunca deixei isso acontecer, e não pretendo deixar. Se Subaru lutar, eu lutarei ao seu lado; se Subaru quer alcançar um objetivo, darei o melhor de mim para ajudar. E como Subaru prometeu me proteger… eu também quero proteger Subaru.

Emilia falou com o coração inflexível entre as mãos. Esses eram seus verdadeiros sentimentos sobre sua relação com Subaru.

Para mantê-la longe do perigo, Subaru teve que reunir cada gota de sua coragem, e enfrentar a diversidade com um coração de aço.

No entanto, agora Subaru estava com medo. Medo de lutar, ele morreu três vezes seguidas em um curto período de tempo.

Não importa o quão experiente com a morte ele seja, a morte era horrível, inaceitável, e não importa o quanto ele experimentasse ela, ele nunca conseguiria se acostumar.

Ter sua vida tirada era completamente irracional. Aquilo negou a si mesmo, pisou em sua existência.

Embora ele tentasse encobrir tudo, Subaru não conseguia ignorar tudo o que o afetava.

Mesmo mantendo teimosamente a ideia de que havia pessoas que ele queria proteger, ele nunca poderia negar o coração fraco que estava com medo da morte.

Aconteça o que acontecer, Natsuki Subaru não era capaz de superar essa fraqueza.

Beatrice: Subaru, você deveria desistir, de fato.

Subaru: Beatrice…

Beatrice: Emilia é teimosa, eu diria. Ela não vai mudar de idéia, de fato. Betty também entende os sentimentos de Emilia, eu diria. Betty quer proteger Subaru da mesma forma… Betty não pode negar isso à ela.

Beatrice é essencial para a estratégia, e também para a parte decisória. Se ela lançar uma bandeira branca, Subaru não será capaz de resistir.

Emilia olhou para Subaru com sinceridade e Beatrice com adoração, e vendo que era impossível convencer Emilia do contrário, Subaru cedeu.

Subaru: … Os cultistas vão atacar você. Se isso acontecer pense em você como prioridade.

Emilia: Hm, entendo. Mesmo que eu seja pega, Subaru definitivamente vai me salvar. Eu acredito em você, e farei meu melhor.

Subaru: Não sei se tenho azar ou sorte… então, quanto da nossa conversa você ouviu?

Emilia: Eu ouvi a essência, que o Culto da Bruxa irá atacar as pessoas na praça, e que o Arcebispo vai causar danos ao ‘Nect’, que Beatrice quer neutralizar com Shamak. Durante esse meio tempo, preciso pensar em uma maneira de distrair aquele vilão.

Subaru: C-Certo, essa é uma maneira infantil de entender, mas se entendeu, tudo bem. Posso contar com você?

Emilia: Deixa comigo, eu sou muito forte.

Emilia fez pose de coragem com as mãos. Aquela adorável ação mostrava falta de tensão, mas ela pareceu entender.

Subaru se sentiu inquieto e inútil ao ter de confiar em Emilia.

Subaru: Emilia-tan e Beako estão aqui, então não posso falhar.

Usando a ansiedade para fortalecer sua determinação, Subaru fechou os punhos.

Durante o período que ficaram dialogando, mais que metade do tempo já havia se passado.

Se pudessem, seria preferível eles evitarem se chocar contra a torre e dar de cara com Sirius, mas fariam o seu melhor para resgatar Lusbel.

Subaru: Ouça, Emilia-tan, em breve uma pessoa estranha irá aparecer na torre. Você ataca com tudo o que tem. Acho que se conseguir derrubá-la da torre tornaria as coisas mais fáceis. Então Beako prepara seu feitiço, e aí quando ela tiver lançando a magia, nós começamos a lutar.

Emilia: S-Sim, deixe comigo. embora eu não saiba se as coisas vão correr bem, vou tentar.

Emilia enjireceu, e Subaru e Beatrice acenaram um para o outro. O plano estava formado.

Subaru: Ela chegou!

Uma figura podia ser vista se movendo pela janela da torre do relógio.

Um corpo envolto em um casaco preto, uma cabeça envolta em bandagens. As pontas de suas correntes, penduradas em suas mãos, atingiram o chão com sons de chocalho quando ela olhou para a praça.

As pessoas ainda não haviam notado sua presença ali. Sirius estava em seu palco, sacudindo seu corpo e abrindo os braços como se estivesse admirando as pessoas que não estavam preparadas para a ameaça iminente.

Ela então começou a bater palmas chamando a atenção das pessoas que agora ouviam seu ridículo discurso.

Com gestos onipotentes, Sirius ergueu o peito para falar ferozmente.

Subaru engoliu em seco.

Emilia: Ul huma!

Um enorme bloco de gelo apareceu na frente da torre, pairando no ar perto de Sirius.

O gelo grosso, do tamanho de cinco pessoas, atingiu a torre com um estrondo violento. Um enorme pingente cristalino atravessou as paredes da torre e as paredes se separaram.

Com esse estalo as paredes da torre entraram em colapso, Subaru deixou o queixo cair em surpresa.

Subaru: E-Emilia-tan?

Emilia: Subaru disse que precisávamos atacar primeiro, então eu fiz isso… errei?

Subaru: Não… só não esperava que você atacasse antes da apresentação dela.

Subaru ainda não havia sinalizado para ela agir, e mesmo assim Emilia atacou sem exitar, percebendo o perigo antecipadamente.

A multidão, em pânico, parecia estar bem, então talvez Sirius tenha sido incapacitada.

Isso claro, graças à contribuição de Emilia.

Subaru: Beako, o que você acha?

Beatrice: Agora eu acho que você primeiramente deve achar uma maneira de abordar as pessoas ao nosso redor, eu diria.

Emilia observou a destruição da torre enquanto Subaru se virava lentamente para encarar a multidão. O homem-fera e a mulher com os olhos enfaixados estavam lá – era uma pena, Subaru queria se aliar a eles.

Subaru: Uh, o que eu devo fazer agora? Não seria melhor que explique a eles que não pretendíamos fazer mal, Emilia-tan?

Emilia: Uhm, é melhor você fazer isso, Subaru.

Enquanto Subaru coçava a cabeça em desespero, Emilia repentinamente tocou seus ombros e se pôs em linha de frente, ficando cara a cara com a multidão.

Nesse mesmo instante, um estalo soou no ar e uma espada azul de gelo apareceu nas mãos de Emilia. Ela assumiu uma postura de prontidão, como se estivesse pronta para a batalha.

Subaru: Emilia-tan, você não precisa exagerar…

Emilia: Não é isso. Olhe bem, Subaru. Não há sinal de sanidade.

Subaru: Hã?

Assustado com a voz repentinamente firme de Emilia, Subaru observou a multidão ao redor deles e exclamou surpreso.

As pessoas ao redor deles estavam vermelhas do pescoço para cima, os vasos sanguíneos em seus rostos à beira de estourar, olhos vermelhos olhando para o grupo de Subaru. Um sentimento de raiva percorria os olhos deles.

Subaru: Beako, e o Shamak?

Beatrice: Falhou, eu diria.

Subaru: O quê?!

Beatrice: Essa magia usada na multidão não é nem um pouco parecida com Nect, é algo maléfico, na verdade. Uma maldição…

Beatrice levantou a voz com raiva à pergunta de Subaru.

Ele só pôde responder franzindo a sobrancelha. Ele não tinha certeza dos detalhes, mas o Shamak de Beatrice falhou.

Ele entendeu imediatamente o problema, contudo não tinha uma solução plausível para isso. Então, as pessoas foram engolidas pela loucura.

Multidão: Isso fede! Fede! Fede! Fede! Fede! Fede! Fede! Cheira mal! Cheira mal! Cheira mal…!

A voz de todos em uníssono transmitia um som alto e terrível, que amaldiçoava o mundo.

Ao mesmo tempo, o som estridente da torre do relógio em colapso ecoou. O restante da torre se partiu, dizimando todo o resto. Os pingentes de gelo se partiram em pedaços com a queda dos escombros, seguidos do som de passos. Passos de uma abominação.

Ela não saiu ilesa. Metade das bandagens que cobriam o seu rosto estavam sujas de sangue que escorria do braço esquerdo até às correntes.

O ataque surpresa de Emília surtiu efeito, mas isso também desencadeou um sentimento desagradável.

Sirius: Nojenta, o fedor daquela mulher imunda, o fedor de alguém que levou meu marido de mim, o fedor de vermes, o fedor podre impregnado nesse seu corpo sujo. Eu te odeio, odeio tanto que apenas te queimar em cinzas não seria suficiente para tirar esse seu cheiro porco.

Subaru: O que você está dizendo?

Sirius: E aquela outra mulher, obviamente não é aquela pessoa, mas tem um fedor parecido. Que vergonha, fedor de insetos podres! Ah, ah, aaaahh, que odioso, que rançoso! Que vil!

Cuspindo provocações sem nenhuma piedade, a mulher agarrou a cabeça ensanguentada e agitada soltou um grito áspero. Saliva voou de sua boca, enquanto ela batia os pés no chão implacavelmente. Subaru conhecia esse comportamento selvagem, e sentiu um arrepio nas espinhas.

Sirius: Você está testando meu amor para com meu marido espírito? E quanto à você? não está satisfeita por roubar meu marido de mim? Sua cadela, vadia, meia-bruxa mestiça!?

Ela emitiu um grito de raiva quando saltou para a frente

Sirius, que caiu da torre, cruzou os braços contra o rosto, e suas correntes arderam em chamas quando ela aterrissou na praça.

Exercitando seus membros, armada com suas chamas, ela ergueu o rosto.

Emilia segurava sua espada de gelo, enquanto ficava de prontidão a frente de Subaru e Beatrice, protegendo-os. Balançando os braços para frente e para trás, ela gritou em voz alta e furiosa.

Com chamas vermelhas banhando a multidão com calor enquanto erguia os braços.

Sirius: Eu sou o Arcebispo da Ira, do Culto da Bruxa.

Em uma reação frenética, totalmente diferente da qual Subaru esperava, a louca se apresentou.

Sirius: Sirius Romanée-Conti. Seus malditos, vou queimar vocês e espalhar suas cinzas no túmulo do meu marido!

...Continua......

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