Solução Ideal

???: Que sensação estranha...

O jovem rapaz de capuz murmurava, enquanto seus olhos carmesim fitavam os arredores do distrito 2. Os comerciantes, as pessoas que iam e vinham, por alguma razão, isso tudo parecia familiar para ele.

Suspirando levemente, Akashi Taiga se tranquilizou, ele pensava estar tendo um deja vu e que não havia nada para se preocupar. Dando alguns passos adiante, ele notou um rápido vulto entrando em um beco.

Akashi: Aí estão vocês!

Ele diria enquanto corre em direção do beco, seu olho esquerdo se tornava azul celeste outra vez, e uma perseguição se iniciou.

E enquanto isso...

Agachando no chão e respirando fortemente, Subaru finalmente resistiu ao impulso de entrar em colapso.

Emilia e Beatrice o cercaram, com olhares preocupados, e até mesmo Liliana parecia preocupada. Priscilla parecia vagamente interessada, resfriando o próprio rosto com seu leque.

Banhado em olhares e vozes preocupados, Subaru gradualmente se reorientou.

Sentindo que o tempo estava lentamente acelerando de volta ao normal, Subaru percebeu o que era o gosto que sentia em sua boca.

Ele se lembrou do que era trocar canais em uma TV.

Não havia sensação de uma perda de cheiro, gosto ou visão, mas o ambiente em sua volta subitamente desintegrou-se em pó, e transformou-se em algo completamente diferente.

Os olhos, ouvidos, nariz e pele de Subaru se adaptaram ao novo mundo, mas sua consciência não conseguia se esquecer do canal prévio, então existia uma sensação de violação.

Tudo que ele podia fazer era ignorá-la, para mastigar, mastigar, mastigar e engolir a sensação de desconforto que era trocar os canais até que tudo acabasse.

Subaru cerrou seus dentes e finalmente ficou de pé.

Ele chacoalhou sua cabeça e olhou em volta. O parque repleto de brilho do sol, fontes e grama verde, e uma propagação colorida de canteiros de flores.

Subaru atualmente estava cercado por quatro belas garotas — Emilia, Beatrice, Liliana e Priscilla. Ele teria ouvido as palavras de Liliana duas vezes agora.

Emilia: Está tudo bem com você, Subaru? Sua aparência não parece muito boa.

Subaru: … Emilia-tan. Agora há pouco, a Liliana falou que iria cantar outra música?

Liliana: Por onde eu começo?! Eu, Liliana, fui tão ignorada que essa situação me pegou de surpresa e machucou meu coração! Compensação! Eu exijo uma compensação!

Enquanto falava, Liliana agarrava freneticamente as mangas de Subaru, declarando uma ação judicial, apenas para ser sacudida por Subaru. Ele ignorou o “Ei” de indignação que a Cantora emitiu e se virou para Emilia, que parecia acompanhar a seriedade de Subaru.

Emilia: Sim. Liliana disse que ela iria cantar outra música que nós havíamos perdido. E então, Subaru e Liliana começaram a conversar calmamente sobre alguma coisa.

Subaru: Isso aconteceu agora? Entendi, obrigado… muito obrigado.

Obrigado. Apenas dizendo essas palavras, ele sentiu uma sensação inexplicável de desgosto.

Subaru não poderia fazer nada senão erguer uma mão para cobrir sua boca. Vendo-o nesse estado, Emilia fez uma careta perplexa.

Emilia não fez nada errado. Desnecessário dizer, o agradecimento dele não foi amargo. Entretanto, ele evocou as memórias dolorosas do mundo prévio.

Subaru: Então, isso significa que eu…

“Morri”, ele finalmente percebeu. Mas ele era incapaz de vocalizar a palavra.

— Natsuki Subaru havia morrido.

Após a morte, ele retornou para o momento em que ele disse adeus ao mundo. Apesar de que ele estava aliviado com seu retorno bem sucedido, o remorso também cresceu em seu peito. Obviamente, Subaru deveria estar completamente acordado.

Naquela floresta um ano atrás, no Santuário, durante a Provação, Natsuki Subaru rejeitou resolutamente a Morte, e os ressentimentos que a acompanham.

Mas ele ainda morreu. E tão facilmente, também. Sem nenhuma resistência, sem nenhuma sensação de desafio, sem nem mesmo estar ciente.

Por que isso? A situação obviamente era anormal, claramente isso é um fato, mas nem mesmo Subaru havia uma pista do que acontecera. Ele claramente havia experienciado a situação, mas ele não podia racionalizar nada a respeito.

Subaru sequer percebeu o quão anormal a situação era. E não era apenas Subaru. Todos presentes foram afetados pela mesma insanidade que ele.

Eles obviamente viram o garoto acorrentado, gritando, mas todos estavam sorrindo e torcendo freneticamente por ele. Sem mencionar a insana salva de palmas que acompanhou a queda da criança.

O que exatamente teria engatilhado tudo aquilo?

E quando Subaru testemunhou tudo aquilo, como exatamente ele morreu?

Ele era incapaz de distinguir um agente para sua Morte e, até mesmo agora, ele não conseguia encontrar um. Ou talvez, ele estava à frente dele o tempo todo, e ele falhou em vê-lo como uma ameaça.

Mas ele não podia confiar em nada do que ele havia sentido. Apesar de que ele registrou a anormalidade da situação após ter morrido, até aquele momento, ele era incapaz de pensar lucidamente.

Como ele morreu, afinal?

Havia algum explosivo acoplado ao corpo do garoto? Eles poderiam ter explodido com o impacto no chão, levando tudo com eles. De fato, isso era quase exatamente como a memória de sua morte.

Tudo era muito vago. A memória no momento da morte dele foi significativamente borrada pela insanidade dele naquele momento. Mesmo que ele estivesse completamente calmo agora, o estado mental em que ele estava na hora, privava-o de sequer ser capaz de racionalizar aquela memória.

Se Subaru estivesse em um estado de insanidade, então seria virtualmente impossível se lembrar do que realmente havia acontecido.

Emilia: Você está bem mesmo, Subaru? Até mesmo a Liliana está com uma expressão de incômodo.

Liliana: Eu não estou fazendo uma coisa tão sem sentido. O que o senhor Natsuk pensa de mim não me entristece nem um pouco, então por favor, não entenda errado.

Emilia: Viu? É tão óbvio que isso realmente está te incomodando.

Até mesmo a ingênua Emilia viu através do descaramento de Liliana. Durante o diálogo delas, Subaru se lembrou da situação atual dele.

Subaru, nesse ponto do tempo, deveria estar tirando vantagem da canção de Liliana para fazer umas compras e ir buscar alguns lanchinhos de reconciliação. E pouco depois de comprar alguma coisa, ele conheceu um monstro chamado Ira.

— O pesadelo que era aquele discurso ocorreria em menos de quinze minutos.

Subaru: Você tá brincando comigo…

Em sua experiência com o Retorno Através da Morte, nunca o tempo entre o ponto de salvamento e a morte foi tão curto.

O tempo oscilando entre algumas horas e alguns dias, isso era o que o Retorno Através da Morte sempre deu a Subaru no passado. O tempo que ele tinha agora era curto, quase ao extremo.

Em apenas quinze curtos minutos, o que Subaru podia fazer?

Mas mesmo enquanto ele se intrigava com isso, o tempo ainda passava.

Nessa situação, meramente evitar a morte seria incrivelmente simples. Subaru precisava apenas evitar o local onde o discurso fosse ser entregue. Dessa forma, a causa da morte, como a possível bomba, não o afetaria.

Era tremendamente improvável que uma bomba com a capacidade de afetar uma cidade inteira tivesse sido preparada.

Então, se Subaru quisesse apenas sobreviver, ele poderia simplesmente não ir. Sirius não iria aparecer próxima de Subaru. Não parecia existir um alvo em específico, e Subaru apenas aconteceu de estar lá.

Logo, mesmo que Subaru não estivesse presente, aquela praça ainda seria a cena do crime de Sirius. O discurso que não era relacionado com a presença de Subaru iria acontecer no seu local de origem e todos ali seriam afetados.

Entretanto, não importa como as coisas se desenhem, aquela criança cadente ainda estaria condenada à morte.

Subaru: Eu tenho que impedir… droga, eu preciso…!

Subaru arranhou sua cabeça e chegou a uma decisão.

Ele não poderia deixar de salvá-lo. Aquela criança, Lusbel, estava à espera de um irmãozinho ou irmãzinha, e havia tomado o lugar de seu amor de infância naquela torre. Como alguém poderia ser tão desavergonhado a ponto de pensar apenas em si mesmo e não tentar resgatar o garoto?

Subaru: Beako e eu…

“Iremos juntos”, Subaru hesitou em declarar.

Beatrice: E o quê, Subaru?

Se virando para encarar Subaru, Beatrice expressou uma pergunta séria.

Agora que ele sabia que a situação crítica era iminente, levar Beatrice com ele era a opção óbvia para se escolher em termos de efetividade de combate.

Se ela estivesse ausente, a força de combate de Subaru seria cortada ao meio. Mesmo assim, Subaru hesitou. Não era por uma razão sentimental, como não querer que Beatrice lutasse.

Claro, dizer que não havia um pingo de consideração também não seria verdade, mas esse não era o motivo principal de Subaru.

O motivo era a Emilia. Ou melhor dizendo, deixar Emilia aqui.

O Culto da Bruxa estava nessa cidade.

Esses fanáticos — embora ele ainda precisasse descobrir se essa frase deveria estar no plural ou não, pelo menos a Arcebispa da Ira estava presente. Ele não havia nenhuma pista se ela estava trabalhando com algum outro cultista ou não.

Entretanto, em uma cidade onde o Culto da Bruxa estava ativo, a ideia de deixar Emilia sozinha sem ninguém para protegê-la deixava Subaru com uma ansiedade persistente.

Deixar alguém importante em um lugar além de seu alcance era perigoso até demais.

O medo de deixar uma pessoa importante em um lugar onde ela não pertence. O medo de que as mãos demoníacas do Culto da Bruxa iriam alcançar alguém importante para ele em um lugar onde ele não poderia observar.

No fundo do coração dele, um medo denso assolava Subaru.

E, levar Emilia para a Ira? Isso estava fora de questão. O fato de Emilia encontrar o Culto da Bruxa iria indubitavelmente resultar em tragédia. Apenas isso era uma certeza.

Bastou lembrar-se de Petelgeuse para que isso ficasse claro. Subaru não poderia permitir que Emilia se aproximasse do Culto da Bruxa. Isso não era uma questão de por quê. Ele simplesmente não podia.

Subaru: Beatrice e eu…

Beatrice: E o quê, Subaru?

Subaru: Nós iremos comer o mesmo doce, tá certo?

Beatrice: …?

Beatrice franziu a testa enquanto ela ouvia Subaru. Ela provavelmente suspeitou que ele estava pensando sobre outra coisa completamente diferente. Subaru acenou com a cabeça para Liliana, que estava com olhar de perdida, e se virou para Emilia.

Subaru: Eu irei dar um pequeno passeio para comprar alguns doces, e então eu voltarei. Emilia-tan, apenas espere aqui enquanto elegantemente e consistentemente escuta a música de Liliana e seja boazinha.

Emilia: Entendi. Mas você não quer que eu vá?

Subaru: Tudo bem, acredite em mim. Eu vou te proteger.

Diante das palavras dele, Emilia piscou seus olhos grandes e acenou a cabeça enquanto corava. E então, Subaru discretamente chamou Beatrice, que o tratava com um olhar suspeito.

Subaru: Proteja Emilia por mim. Se eu precisar de sua força, eu te chamarei imediatamente.

Beatrice: … o que você encontrou que você não pode sequer falar com a Betty sobre?

Subaru: Apenas esteja bem preparada. Se eu vier te chamando, independentemente se você estará afim ou não de enfrentá-la, nós estaremos em uma situação bem terrível.

Subaru gentilmente beliscou o nariz levemente descontente de Beatrice, então acenou e partiu enquanto ele sentia os olhares de quatro pessoas em suas costas.

Correndo pelo caminho, ele alcançou a praça em menos de cinco minutos.

Entretanto, o tempo de partida dele foi um pouco tardio. Nessa situação tensa, a menor diferença de cronometragem poderia se tornar uma questão de vida ou morte.

Subaru: Apesar de que nesse caso, sem fazer compras, eu terei aproximadamente dez minutos…

Subaru desacelerou para uma caminhada, e examinou a praça em que ele havia chegado.

Antes, ele havia focado na torre e não havia tido uma chance para observar as redondezas, mas, pelo menos agora, nenhum suspeito de roupa preta poderia ser visto em lugar algum.

Logo, a Arcebispa do Pecado provavelmente estava agindo sozinha.

Subaru: A questão é o que fazer agora. Assim que o discurso começar, eu poderia muito bem ser forçado a entrar naquele estado mental confuso novamente.

Já que o princípio daquele espaço anormal ainda era incerto, uma vez que fosse capturado novamente, ele não tinha ideia se poderia recuperar seus sentidos. Logo, Subaru concluiu que seria impossível reconhecer a anomalia como uma anomalia, devido ao poder aterrorizante da lavagem cerebral.

Subaru: Eu deveria dizer a todo mundo para se refugiar em algum lugar longe daqui? Iria ser como na situação como Petelgeuse… não, não há mão-de-obra o suficiente, e se Sirius agir preventivamente nesse meio-tempo, isso seria autodestrutivo.

Ele poderia pedir às vítimas que não deveriam estar envolvidas com a situação para se refugiarem. Mas como ele iria concretizar isso? Afinal, já que o discurso de Sirius não parecia ter nenhum alvo em particular, então ela não limitaria o local apenas a essa praça.

Se não houvesse uma audiência aqui, ela apenas iria para outro lugar. Como resultado, o incidente apenas iria se desdobrar em um conjunto diferente de vítimas.

Subaru: Nesse caso, o único jeito é eliminar o culpado…!

A vantagem primária dele era saber que Sirius planejava aparecer por aqui.

Isso era muito similar com a batalha com Petelgeuse e sua seita. Não importa o quê, o Culto da Bruxa não deveria ser permitido a andar livremente por aí. Impedir que o culto do mal realize seus crimes significa que as causas fundamentais precisam ser eliminadas. Caso contrário, as tragédias apenas iriam se repetir.

Ele percebeu isso tarde demais.

Se tivesse chegado a essa conclusão mais cedo, Subaru não teria vindo sozinho. Já era tarde demais para que ele voltasse ao parque.

Ele se perguntou se deveria ser possível voltar ao hotel, para pedir a Wilhelm ou Julius por ajuda.

Subaru: Perder tempo com esses pensamentos é inútil. Eu sou o único aqui agora. Assim que o discurso começar, eu devo estar preparado para agir… não, a solução na verdade é muito mais simples!

Subaru havia notado uma pequena janela na base da torre, que presumidamente era onde Sirius teria entrado para dar o seu discurso lá de cima.

Nesse caso, ela já deveria estar na torre, se preparando para o discurso dela, que iria acontecer brevemente. Mesmo que ela não estivesse, Lusbel provavelmente estaria preso ali, aguardando por resgaste.

Então, Subaru olhou cautelosamente para os lados, e silenciosamente se aproximou de uma porta de ferro construída discretamente ao lado de um beco. Ele abriu a porta e entrou dentro da torre.

O interior da torre de relógio era incomparavelmente escuro, seu ar, frígido e empoeirado.

A torre inteira estava completamente silenciosa. Diferente das torres do relógio de seu mundo, essa não possuia engrenagens. O mecanismo de medição do tempo era movido inteiramente a pedras mágicas.

— Logo, o único som que poderia ser ouvido de dentro da torre seria emitido por outra pessoa.

???: …Mmgrr!

???: Não precisa chorar tão alto. Você é um bom garoto? Você deve ser uma criança forte. O papai Muslan e a Mamãe Ina, e seu irmãozinho também, eles devem estar tão orgulhosos do garoto forte que você é. Você é um menino tão bom.

Uma voz desagradável ecoou. Os gemidos de uma criança aterrorizada ecoaram.

Um som acompanhou a choradeira do topo da escadaria em espiral. Ele soava como um rancor, uma bênção, um ódio e um amor.

Era distorcido. Era perturbado. Jamais poderia se dizer que era normal.

Subaru determinou que essa era de fato Sirius, inalou profundamente, e então segurou sua respiração.

A batida do coração dele começou a acelerar, o peito dele estrondeando. Por sorte, as escadas eram de pedra. Com cuidado, ele conseguia silenciar seus passos, especialmente quando a atenção do inimigo deveria estar focada em outro lugar.

Subaru se preparou para chamar Beatrice a qualquer momento enquanto ele lentamente subia as escadas. A tensão aumentava à medida que o som vindo de cima ficava mais alto e mais próximo.

Apesar de que a torre por si só seja alta o bastante para que Subaru precisasse erguer a cabeça para ver o topo, não havia nada particularmente notável na sua jornada até lá em cima. Um pilar largo ficava no centro da torre, e a escadaria em espiral circulava-o.

A voz de um demônio e de um herói vinham do fim dessas escadas. Apenas uma única janela apontava para o lado de fora da torre, presumidamente para dar acesso às pessoas para que elas ajustem e confiram os entalhes cravados nas pedras mágicas. O som veio do espaço anterior àquela janela.

Essa sensação era comparável à de um sótão.

Subaru sorrateiramente espiou por de baixo das escadas e viu que ali realmente haviam duas figuras vagas interrompendo a escuridão silenciosa.

Não havia outra figura. Não havia mais ninguém no local. Parecia seguro afirmar que não haviam cultistas de quinta categoria escondidos em silêncio.

— Eu irei procurar por uma abertura e desferir um golpe.

Capturar ela viva não seria uma possibilidade.

Apesar de que essa era a vontade dele, o nível de dificuldade era muito alto. Sem mencionar que enquanto ela estivesse viva, quem iria saber que tipos de truques ela tinha na manga?

Subaru se agachou, colocando a mão dele em sua cintura.

Ele segurava em sua mão aquilo que estava preso em seu cinto e o puxou, soltando-o.

Segurando em suas duas mãos estava uma arma com uma curva alongada, com tecido feito de fibras especiais.

A arma era chamada normalmente de chicote, e arqueólogos de alguns filmes famosos de seu mundo carregavam esse item enquanto exploravam as ruínas.

Chicotes possuíam mais alcance e eram mais difíceis de serem manipulados do que os filmes faziam parecer, mas no último ano, sob a tutela de Clind, a habilidade de Subaru aprimorou vastamente.

O motivo dele escolher o chicote era simples.

Diferente de espadas, martelos, lanças e arcos, o chicote era incrivelmente versátil. Mais importante, com armas como a espada, o potencial de aprimoramento de Subaru em apenas alguns anos era incrivelmente limitado.

Subaru já tinha uma pequena familiaridade com esgrima com o kendo, e sabia exatamente o quão difícil seria para ele alcançar quaisquer patamares usando aquela arma.

Logo, Subaru não escolheu nem a lança nem a espada, mas o chicote. Originalmente, ele sempre confiou na sua esperteza, criatividade e artimanhas para vencer.

Nesse caso, uma arma que estivesse à altura da sua força iria permitir que ele exerça melhor o seu poder. Os chicotes também permitiriam a ele atacar de uma distância mais longa.

Subaru inalou gentilmente e exalou lentamente. E então ele prendeu sua respiração de novo.

Ele se levantou e continuou subindo as escadas, segurando o chicote com sua mão direita. A figura escondida nas sombras não o detectou. Isso deu a ele a vantagem inicial.

Subaru deu meio passo à frente e jogou seu braço para cima. Com um som de apito agudo, a cauda do chicote voou em direção ao alvo.

Esse preventivo ataque lateral, que buscava priorizar a velocidade angular e curvada ao invés da força, parecia espelhar um movimento de badminton.

A cabeça da cobra cortou o ar, atacando em direção às costas desprotegidas do seu alvo, tentando derrubar aquela figura perversa.

Entretanto,

Sirius: Por que você está tão bravo?

A silhueta cujas costas estavam viradas pra ele, respondeu com uma voz distraída.

Imediatamente depois, ela balançou a mão direita na velocidade de um relâmpago para defletir o impacto do chicote de Subaru, usando as correntes que se penduravam em volta do braço dela.

Era como se uma cobra voasse sobre o céu para interceptar a outra.

Por um segundo, Subaru ficou atordoado com essa visão, mas se recuperou e inclinou seu braço até o fim, enquanto ele concluía que a parte frontal do chicote de fato fez contato com sua presa.

Sirius: Ora?

Com uma pequena risada, a figura em colapso, Sirius, recuperou seu equilíbrio e se levantou de novo.

Apesar de que a corrente pendurada no braço direito dela defletiu o golpe de Subaru, o chicote mordeu parte das travas da corrente, levando Sirius ao chão enquanto Subaru puxava-a.

Subaru: H-Há!

Encarando a Sirius que lutava para se recuperar, Subaru apertou ainda mais sua pegada, enquanto ele corria em direção à aberração enfaixada em um semicírculo, batendo nela com um ombro. O corpo dela, que era mais leve do que o esperado, saiu voando facilmente devido ao impacto com à massa corporal dele.

Sirius: Mn, Gah!

Sirius deu um grito leve, e, após levar uma pancada no chão, tombou pela janela, assim como Subaru havia planejado. Mais de dez metros de altura separavam dali até o chão. Uma criança que caísse dessa altura espatifaria no solo.

Subaru: Tá tudo bem, Lusbel?!

Subaru não confirmou o impacto de Sirius, ao invés disso correu em direção à outra figura que estava no chão. Aquele pequeno corpo pertencia a Lusbel, que segurava as pontas de uma corrente em suas duas mãos, encarando Subaru com uma expressão medo.

A corrente na mão dele era conectada à corrente que envolvia toda a parte inferior de seu corpo, uma outra forma de expressar o mau gosto de Sirius.

Subaru: Aquela coisa…! Forçando-o a se amarrar…!

Pouco a pouco, ele compreendia a extensão do horror que Lusbel devia ter sentido, sendo forçado a segurar aquela corrente contra seu pescoço. Até mesmo agora os vestígios de terror ainda estavam cravados em seu rosto.

Uma vez ciente dessa malícia, Subaru sentiu uma raiva incontrolável. Ele imediatamente pegou os ombros do garoto, tirando as correntes dele.

Subaru: Já chega! Você vai ficar bem. Você nunca irá precisar fazer outra coisa desse tipo de novo, venha comigo!

Lusbel: Mas, se… Eu, eu não, seguir os termos do nosso acordo, então Tina… Tina vai…!

Lusbel respondeu, seus olhos lacrimejando e seus lábios tremulando.

Vendo-o, emoção entalou a garganta de Subaru.

Aquela criança, em uma tentativa de proteger a sua amiga de infância, concordou com a negociação que fez com aquele diabo. E, mesmo experienciando o que ele viveu, Lusbel estava mais preocupado com sua amiga do que com ele mesmo.

Apesar das pernas tremerem, apesar dos dentes vibrarem, apesar da visão borrar devido às lágrimas e apesar de não ser mais capaz de formar frases coerentes.

Subaru: Não. Nessa cidade, existem… muitas… pessoas confiáveis.

A voz rouca dele era incapaz de transmitir o que ele queria expressar.

Com o objetivo de fazer o jovem se sentir tranquilo, ele precisava falar palavras reconfortantes e autoritárias. O Santo da Espada estava na cidade agora. E também estava o Cavaleiro dos Cavaleiros, e o melhor curador do reino, e várias pessoas que podiam destruir uma cidade.

Logo, não havia necessidade de ficar com medo. Nenhuma força do mal poderia agir desenfreadamente. Sim. Exato. Medo era completamente desnecessário. Não havia necessidade alguma de ficar com medo. E, logo:

Subaru: Então… pernas, parem, de tremer!!

Na frente de Lusbel, cuja visão ficou desfocada por causa do medo, Subaru desesperadamente bateu as pernas dele que não respondiam e gritou.

A voz dele, misturada com sofrimento, inesperadamente ecoou e agravou o medo que residia em seu peito. Subaru sentiu uma sensação de desgosto, com uma origem não identificada, envolvendo todo o seu corpo.

Lusbel: — Guuhk

Lusbel vomitou, emitindo um som parecido com o estouro de uma bolha. Ele começou a contrair-se enquanto exalava, entrando em colapso numa poça de seu próprio vômito. Subaru queria ajudá-lo, mas ele também sentia que os seus órgãos estavam retorcendo-se de dentro do corpo dele, e ele expeliu o que estava presente em seu estômago, sentindo-se como se ele estivesse decolando.

O Daisukiyaki que ele havia comido de manhã ficou irreconhecível, e o cheiro visceroso e azedo de seu ácido gástrico era devastador. Subaru continuou vomitando vigorosamente, sentindo apenas o gosto da dor enquanto o vômito dele ameaçava afogá-lo.

Enquanto ele vomitava e vomitava, zonzo, com um zumbido em seus ouvidos, ele ainda estava tremendo sem parar. Não de frio. Uma mão invisível estava torcendo o estômago dele, os seus órgãos internos sendo atirados de lado. Subaru estava ciente de sua origem.

A origem era, indubitavelmente:

Sirius: — Seu medo é a prova de sua gentileza.

Ouvindo a voz gentil vindo de trás dele, Subaru vomitou novamente.

Quase se afogando no fluído transbordando em seu estomago, Subaru entrou em colapso no chão sujo. Ele sentiu um toque de líquido pegajoso na bochecha dele. Ele estava tão próximo da acumulação de imundice no chão que, a qualquer momento, uma breve respirada poderia levar ao estouro de uma bolha amarela.

A maioria das pessoas não poderiam suportar uma visão tão terrível, no entanto ela o olhou com um sorriso doce.

Subaru e Lusbel estavam olhando um para o outro. Ambos estavam desesperadamente lutando para respirar em seus próprios vômitos, seus corpos devastados pelos tremores.

Sirius: Pessoas são capazes de entender umas às outras. Pessoas podem se tornar uma. Gentileza não foi feita para alimentar o ego. Ela existe para os outros. A gentileza só brilha, porque ela existe para o bem dos outros. Ser gentil apenas consigo mesmo, isso é egoísmo! Então, sua gentileza, existindo para o bem dos outros, é digna de respeito! Ah, ah, isso é amor!

Subaru:“Gu, ah, hk…

Sirius: Por favor, sinta-se confortável. Permita-me observar. Sinta, e permita-me observar seu Amor. Sua ternura infinita. Sua virtude que o obriga a salvar o Lusbel!

Enquanto falava, Sirius começou a dançar enquanto olhava para os dois, ambos deitados em uma poça de vômito. Ela cruzou os braços dela, uma mão apontando para Subaru e outra para Lusbel, enquanto sacudia sua cintura. Como se estivesse dançando. Como se estivesse prestando uma homenagem.

Sirius: O medo de Lusbel, as suas duas almas gentis sentirão juntas. Você vai sentir o medo de Lusbel, e, através disso, os sentimentos de Lusbel passarão até você. Lusbel, através do seu medo, sentirá o que você irá sentir novamente sobre ele. Seus medos mais uma vez serão sentidos, e o medo de Lusbel será combinado. Seus medos combinados, sentidos por Lusbel, irão compor seu próprio medo. Esse medo, misturado ao medo de Lusbel, se tornará um medo novinho em folha. E o frescor do medo de Lusbel mais uma vez será repassado para seu novo verdadeiro medo. O verdadeiro medo que você sente, e o medo secundário nascido através de Lusbel, levarão ao medo dele, e o próximo nível de medo gerado pelo coração de Lusbel será adicionado ao seu novo maior nível de medo…

Algo estava sendo sussurrado em seu ouvido. Essa inércia avassaladora era próxima do absurdo. Subaru não tinha tempo para compreender essas palavras. Por quê? Porque para Subaru, tudo que passava por sua audição e visão era aterrorizante. Se respirar era aterrorizante, então piscar era aterrorizante. Mas não piscar era doloroso e insuportável. Até mesmo aquela dor existia apenas para simbolizar o terror de Subaru. Sentir uma dor significava sentir a dor que viria em seguida. Isso faria Subaru sentir um medo contínuo, sem fim, infinito. Então não adiantaria se recusar a piscar. Mas, se ele piscasse, o mundo iria ser consumido pela escuridão por um momento. Nesse momento escuro onde não poderia ser visto, ele não poderia saber o que estava acontecendo. Apesar de que talvez nada esteja acontecendo, não haveria como ele confirmar. Ser incapaz de confirmar qualquer coisa era aterrorizante. Se o desconhecido instintivamente estimulava o medo, então a vida não era nada além de uma tentativa infinita de superar o medo. No fim, o tão conhecido medo sempre foi o sentimento de fraqueza que começou a assolar uma criatura quando ela sentiu sua vida ameaçada. Ser capaz de sentir essa emoção era sinônimo de ser uma criatura viva. A função desse horror era similar à dor. Afinal, criaturas que abandonassem seus instintos de perigo não poderiam sobreviver. Adormecer o seu medo era o mesmo que se condenar.

Sirius: Ora? Vocês dois parecem estar perdendo a cabeça. Amar e enriquecer as pessoas emocionalmente pode ser algo muito delicado às vezes. Ah, isso é porque o amor é simplesmente doloroso. Entretanto, é precisamente pelo fato de o amor existir que nós podemos sobreviver. Isso é mesmo algo muito difícil. Então, eu farei com que Tina me ajude. Lusbel se esforçou muito

Ser insensível ao valor da vida significava violar uma habilidade intrínseca à sobrevivência. Em outras palavras, o medo era necessário. Logo, não havia absolutamente nada por que se envergonhar por enaltecer o espetáculo de estar se sentindo tão apavorado, como é o caso agora. Claro, esse tipo de coisa era apenas uma suposição sem nenhum significado. Mas conduzir tais pensamentos era a melhor forma de resistir ao medo dominante e esmagador na esperança de encontrar uma ruptura vitoriosa, não era? Subaru certamente pensou assim. Lusbel, à frente dele, começou a ter convulsões enquanto seus olhos rolavam para trás de sua cabeça. A luz da vela que representava a vida daquele jovem garoto estava prestes a ser extinta.

Isso era triste e lamentável. Entretanto, Subaru não poderia ser desencorajado. Ele iria sofrer e lutar até o final. Não era isso que ele havia jurado naquela terrível, fatigante e nefasta provação há um ano? Senão, por que exatamente Subaru achava tão triste e doloroso sobreviver, mesmo assim? Assustador.

Muito, muito, muito assustador. Aterrorizante. Tudo era aterrorizante. Vivo. Aterrorizante. Piscando. Aterrorizante. Respirando. Aterrorizante. Rançoso. Aterrorizante. Nojento. Aterrorizante. Assustador. Assustador. Assustador. Assustador. Assustadorassustadorassustadorassustadorassustadorassustadorassustadorassustadorassustadorassustadorassustadorassustador—

Liliana: Depois que a música acabar e elas voltarem a conversar, não deveríamos preparar algo para elas comerem e beberem? Alguns lanchinhos certamente vão dar uma amenizada no clima e diminuir a distância entre elas, você não acha?

O mundo imediatamente virou-se de cabeça para baixo em um piscar de olhos, e Subaru entrou em colapso assim que ele ouviu o som fresco. O rosto desajeitado de uma garota encontrou-se com a queda dele enquanto ele colidia ferozmente com a testa dela.

Liliana: Gah?!

Subaru: Huh?

Uma voz aguda gritou.

Subaru cambaleou vários passos para trás devido à dor repentina e perfurante. Em algum lugar à frente dele, um som de alguma coisa caindo na grama foi emitido. Subaru não reagiu imediatamente, pois ele estava muito ocupado esfregando sua testa.

Subaru: O-O que…?

Emilia: O que foi, Subaru? Você deu uma cabeçada na Liliana do nada. Isso não foi legal. Se você não gosta dela, você deveria resolver suas diferenças conversando um com o outro.

Beatrice: Está certo, de fato. Antes de recorrer à violência, nós devemos advertir amplamente aquela garota rude que nós iremos jogar ela pelos ares, eu diria.

Liliana: Eu sou tão feia assim?!

Liliana saltou para ficar de pé com um grito inesperado.

Ao ouvir as palavras dela, Emilia e Beatrice trocaram olhares, sem dizer nada. Liliana sofreu outro golpe e sucumbiu de novo.

Priscilla: Que farsa ridícula. Plebeus não deveriam ter permissão para tratar meu pássaro canoro de tal maneira. Isso nunca irá acontecer de novo.

Se recusando a tolerar a violência sendo imposta em Liliana, Priscilla anunciou uma reclamação sobre o comportamento de Subaru.

Subaru deu a ela um aceno superficial com a cabeça, confirmou sua localização mais uma vez, e

Subaru: Nojento…

Um segundo reinício não mudou nem um pouco a avaliação dele sobre aquela aberração.

O Segundo Retorno Através da Morte de Subaru o atingiu de um modo absurdo. Caindo sob o feitiço dessa loucura duas vezes seguidas o deixou em um tremendo fardo mental. Essa morte provavelmente ocorreu devido a um ataque cardíaco louco e induzido pelo medo.

Ele queria resgatar Lusbel e desafiá-la, e essa tentativa fútil tinha um preço incrivelmente alto. No entanto, embora Subaru tenha morrido duas vezes em menos de trinta minutos e ainda não tivesse produzido resultados materiais, seu tempo não havia sido completamente desperdiçado. Antes de ele perder sua consciência, Sirius explicou de maneira simples e respeitosa o que havia acontecido. Isso era,

O medo que Subaru sentiu de Lusbel, e o medo que Lusbel sentiu de Subaru. O ciclo interminável de medo anulou qualquer estado anterior de medo e acabou se tornando tão extremo que se tornou fatal. Esse foi o motivo de suas mortes anteriores.

Subaru então só pode chegar a uma conclusão– Sirius podia manipular as emoções e os sentimentos das pessoas ao seu redor cruelmente, apenas para o seu próprio prazer. Essa era a autoridade mágica que não pertencia naturalmente a este mundo, era uma habilidade pertencente ao Culto da Bruxa.

Ele então precisava encontrar uma maneira de lidar com Sirius, agora que ele sabia de seu poder, o qual apenas a autoridade de um Arcebispo do Pecado teria, agora se tornara mais fácil para ele derrotá-la. Quando ele descobriu as mãos invisíveis de Petelgeuse ele teve uma vantagem sobre a batalha, sendo capaz de ver suas mãos invisíveis, resistindo aos ataques do Arcebispo.

Embora ele pudesse resistir, nunca entendeu o porquê. Mesmo agora ele tendo sua providência invisível, Subaru ainda estava confuso sobre o motivo dele poder usá-las.

Subaru estava otimista em relação ao seu pensamento de que talvez as autoridades do Culto da Bruxa não o afetassem, mas os recentes assassinatos nas mãos da Ira pareciam refutar sua teoria.

Subaru foi alvo de Sirius, assim que entrou em contato com sua figura, assim caindo em seu feitiço. A solução mais simples e direta podia ser a mais extrema possível: podiam derrubar a torre usando magia à distância.

Assim ele evitaria contato com Sirius, e sabendo do lugar onde ela iria surgir ele poderia aproveitar a oportunidade para lançar os ataques e evitaria ter de usar o seu Retorno Através da Morte novamente. Tudo isso a custo de sacrificar a vida de uma criança corajosa.

Mas é claro que Subaru não cogitaria essa opção. Sacrifícios eram necessários? Quem seria tão hipócrita a ponto de pensar nisso?

Decidir por um bem maior utilitário ao preço de outras vidas, na perspectiva dos que foram sacrificados, significava que o mundo inteiro estaria perdido.

Ele precisava resgatar Lusbel e impedir qualquer sacrifício desnecessário.

Subaru: Então, para resgatar Lusbel…a única maneira é derrotar Sirius.

No entanto, ele não poderia fazer isso sozinho. Não importava como ele lutasse, tentar lutar contra Sirius sozinho era equivalente a suicídio. As habilidades dela não eram simples detalhes a serem ignorados, ela conseguir desviar do ataque surpresa de Subaru era surpreendente. O quão hábil ela era?

Em outras palavras, Subaru precisava de alguém que pudesse igualar Sirius no combate. Alguém de confiança que ele pudesse confiar. Subaru suspirou seguindo essa linha de raciocínio. quem poderia enfrentar Sirius sem ser afetado pela sua autoridade? Ninguém ali presente na praça poderia enfrentá-la. Na praça, quatro pessoas, incluindo Subaru, estavam preparadas para lutar contra Sirius, no entanto mesmo essas pessoas não seriam capazes de confrontá-la.

Tendo em vista que eram pessoas normais, no entanto, no meio daquelas pessoas, uma delas carregava um trunfo nas mangas. E então, imediatamente Rachins veio à mente de Subaru.

Subaru: Reinhard!!

Embora Subaru, extremo oportunista que ele era, tentasse resistir ao pensamento comum, ele finalmente se lembrou do homem cuja presença era o pico máximo do oportunismo.

Após um breve momento de reflexão, Subaru agiu imediatamente. Como da última vez ele deixou Beatrice junto de Emilia e usando sempre a mesma desculpa ele abandonou a praça.

Embora Subaru não estivesse tentando justificar sua reação tardia, o motivo de ter demorado tanto para relacionar Reinhard com Rachins era, sem dúvidas, pelo fato do seu curto período de tempo entre suas mortes. Morte seguida por outra, loucura pós loucura, tudo isso acontecendo em apenas 15 minutos.

Nesse estado, tentar encontrar a melhor solução possível num tempo limitado entre o desespero e a morte era impensável. Também explorar com calma as contramedidas antes de escolher a melhor solução era quase impossível. Felizmente, agora ele se via desesperadamente argumentando.

Subaru: Finalmente te encontrei. Não vou deixar você fugir facilmente, por favor chame Reinhard imediatamente, isso é uma emergência!”

Rachins: Você é tão irritante! Por que eu correria o risco de ser instruído por aquele ruivo bastardo?

Uma multidão animada se reuniu ao redor dos dois, que rugiam furiosamente um para o outro.

A multidão parecia saborear a atmosfera tensa, esperando ansiosamente uma briga a qualquer momento.

Usando a mesma desculpa, Subaru abandonou a praça onde Beatrice e Emilia estavam e correu até a praça onde encontrou Rachins e o confrontou causando agora essa situação estranha na tentativa de iniciar a negociação.

Subaru falou rápido e ansiosamente para o olhar severo de Rachins. Ele sabia que seria difícil convencê-lo, já que ambos não se entendiam muito bem. Mas diante disso, ele não podia desistir tão facilmente.

Subaru: Preste atenção e escute. Se você não quer morrer, apresse-se e chame Reinhard agora.

Rachins: Hã? Seu pirralho diabólico, está me desprezando? Você acha que conseguirá me matar? Tente e veja se eu não te mato bem aqui.

Subaru: Ah… não foi isso que eu quis dizer!

Rachins entendeu errado, e considerou as palavras de Subaru uma provocação, fazendo sua raiva se elevar. Não importa quão ele tente, Subaru nunca se entendeu com Rachins. Além disso, parecia que o rapaz tinha uma má impressão de Reinhard, o qual deveria ser seu companheiro, já que ambos eram da mesma facção.

Subaru: Seu idiota, teimoso sem consideração!…

Subaru lançou seus insultos à Rachins e agarrou a cabeça com as mãos. Parte dessa situação desajeitada também foi por culpa de Subaru, por não explicar calmante e claramente suas intenções. Mas diante do comportamento teimoso do rapaz, Subaru achava isso imprudente e queria reclamar.

Da perspectiva de Rachins, Subaru parecia um louco delirante, não podia culpá-lo. Ele não podia tocar no seu tabu revelando informações sobre o seu Retorno Através da Morte. No entanto, na situação em que estava, ele não tinha muitas escolhas.

Subaru colocou a mão no peito e tentou suprir seu medo.

Subaru: Escute! isso não é brincadeira, a razão pela qual eu preciso da presença de Reinhard, é porque existe um inimigo o qual eu não consigo lidar agora.

Rachins: Alguém com quem você não pode lidar? Não pense tão pouco de si mesmo, seu patético.

Rachins bufou ironicamente da resposta de Subaru.

Subaru: O Culto da Bruxa aparecerá aqui!

Diante das palavras perturbadoras de Subaru, Rachins congelou. Terminando a frase, Subaru imediatamente abriu os olhos e pôs sua mão no peito, mas a dor que esperava não veio.

Ou seja, a punição que esperava por divulgar informações que potencialmente poderiam revelar seu Retorno Através da Morte. Subaru estava decididamente aliviado com isso. Embora Subaru não tivesse acionado o Retorno Através da Morte a mais de um ano, as penalidades associadas à ele ainda permaneciam.

Quando Subaru tentou contar sobre o poder a Beatrice, ele foi destruído pela dor causada ao se associar à bruxa. Portanto, assim como todos, ele foi incapaz de discutir qualquer coisa relacionado ao tabu e suas preocupações.

Mas além disso, ele não tinha tempo para considerar essa história agora.

Rachins ao ouvir o nome do Culto da Bruxa, reconsiderou o pedido de Subaru. deixando cair o olhar e estreitando os olhos em contemplação.

Rachins: Ei, pirralho.

Subaru: É Natsuki Subaru, pare de me chamar sempre de pirralho, Rachins.

Rachins: É senhor Rachins para você, bastardo Subaru. quanta credibilidade tem essa afirmação? Usar o nome do Culto da Bruxa como um mero blefe não é algo digno de se fazer.

Rachins falou em voz baixa, lançando um olhar hostil a Subaru. Nesse mundo, quando você cita o nome da bruxa ou o do Culto da Bruxa gera uma sensação desagradável, eram incrivelmente pesados. Isso se originou da idéia de que a bruxa era a personificação do mal absolutamente enraizada na história do mundo.

Até Rachins usava uma expressão séria que ele normalmente nunca revelaria.

Subaru: Não estou brincando, o Culto da Bruxa virá aqui, e muitas pessoas correm perigo.

Rachins: E onde você tirou essa? Ah, droga! Está certo, afinal sua facção derrotou o Arcebispo da Preguiça, então realmente parece conter verdades em suas palavras.

Antes que Subaru pudesse dar uma resposta, Rachins encontrou sua própria conclusão. Apesar de ele ainda ter algumas dúvidas em relação a isso, Rachins queria ouvir os detalhes.

Rachins: Eles planejam atacar a cidade? Ou somente nessa parte em específico?

Subaru: A ira do Culto da Bruxa planeja atacar essa parte da cidade. Ela aparecerá na torre do relógio, e seu alvo é todas as pessoas da praça.

Rachins: Isso é bem consistente com o estilo deles. Droga, quanto tempo temos?

Subaru: Provavelmente, faltam apenas cinco minutos, então por favor envie o sinal a Reinhard.

Rachins: Cinco minutos? Porra, por que você não avisou antes?

Subaru: Era o que eu estava tentando fazer a cinco minutos atrás.

Embora Rachins estivesse indignado com a falta de tempo, Subaru o procurou e tentou o convencer durante 10 minutos.

Subaru: De qualquer forma, podemos, por favor, parar de enrolar e ligar logo para Reinhard? De acordo com sua conversa ontem, a magia que vai usar é como se fossem fogos de artifício, certo?

Rachins: Fogos de artifício? O que diabos é isso… ? Eu atiro magia para o ar, e aquele maldito do Reinhard pode reconhecer como o sinal.

Subaru: É bom, simples e rápido… mas o que aconteceria se mais alguém, disparasse magia para o ar?

Rachins: Não há necessidade de se preocupar. Quanto à isso, o bastardo ruivo pode identificar quem foi o responsável por lançar a magia.

Esse foi mais um detalhe estranho que Subaru registrou na parte de trás de sua cabeça. Parecia que, claro, Rachins havia alcançado a meta de estabelecer e aprender a usar magia básica.

Rachins: Eu não sou um ator ou um músico famoso, por isso afastem-se, seus desocupados irritantes!

Rachins finalmente cedeu à persuasão de Subaru e se preparou para enviar o sinal para Reinhard. A multidão que desde então observava a conversa recuaram decepcionados, quando Rachins levantou a mão, começando a emitir uma bola de fogo.

Rachins: Goa.

Rachins recitou o encantamento, e uma chama vermelha irrompeu de seu braço erguido. A chama disparou e logo explodiu com um som seco no céu azul.

Subaru concentrou toda sua atenção à luz que coloriu o céu, isso o lembrou de fogos de artifício, mas além disso, o fato de que o sinal alcançaria o herói, dava a ele a sensação de alívio.

E o que aconteceu a seguir, talvez tenha sido causado por esse sentimento de alívio nebuloso.

Tomado por esse sentimento, Subaru permitiu que sua guarda relaxasse.

Enquanto isso, novamente no distrito 2...

Akashi estava no telhado de uma casa, observando a bola de fogo que acabara de ser lançada. Sua mão mergulhou na pequena bolsa presa à cintura, retirando uma kunai. O homem imóvel abaixo dele usava os mesmos trajes que os membros do Culto da Bruxa. Akashi o fitou com determinação.

Akashi: Melhor começar a falar. Seus dois amigos podem ter fugido, mas você não escapará. Já removi o miasma de você, e agora seu corpo não passa de uma estátua deitada no chão.

O homem permaneceu em silêncio.

Akashi aproximou a kunai do pescoço do cultista. Ele tentava arrancar informações, mas o homem não falava, mesmo após receber incontáveis cortes. O controle mental não funcionaria; era necessário olhar nos olhos das pessoas para isso acontecer. O homem de capuz parecia saber disso, mantendo os olhos fechados.

Akashi: Que irritante.

Murmurou o jovem, sua voz havia se tornado seca, com um tom ameaçador.

Akashi: Se não pretende me responder, então não preciso mais de você.

Com precisão, a lâmina da kunai rasgou a garganta do homem. Akashi voltou o olhar na direção de onde a bola de fogo havia sido disparada. Curiosidade o consumia. Algo estranho estava acontecendo: um déjà vu repetido, um susto como no último loop. Os mercadores e compradores na região comercial do distrito 2 agiam e falavam exatamente como antes. Seria um déjà vu? Ou algo mais?

O corpo do cultista desapareceu, mas Akashi não se importou. Um mistério pairava no ar. Ele saltou para dentro de um beco escuro e continuou caminhando, como se nada tivesse acontecido. O que estaria por trás desses estranhos eventos?

Retornando à torre do relógio.

Será que a idéia de que Reinhard logo chegaria, faria Subaru relaxar tanto que deixou de prestar atenção à sua volta?

Sirius: Oh, meu Deus, parece haver uma bola de fogo no céu, que luz mais linda e ofuscante.

É claro que o inimigo estaria ciente de qualquer comoção em volta da torre.

Sirius, sem surpresas nenhuma, apareceu na torre. Como sempre usava curativos que escondia seu rosto.

Ela parecia estar encarando aquela chama vermelha com a mesma admiração com a qual a maioria das pessoas trataria fogos de artifício.

Sírius: Isso é ótimo! Bem pessoal, desculpem e bom dia!

Aquele som invulgarmente agudo chamou a atenção da multidão da bola de fogo, e eles se viraram para encarar Sirius.

Subaru: Não, não olhem!

Vendo aquele sorriso feroz e enfaixado pelo canto do olho, ele imediatamente emitiu um aviso alto. No entanto, ninguém o deu ouvidos.

O próprio Subaru, tinha o mesmo sentimento em relação a Sirius desde o seu primeiro contato. Mesmo que ele virasse o rosto, sua bochecha ainda podia sentir uma enorme intensidade. Havia uma tremenda onda de perigo que o ameaçava.

Diante de uma besta carnívora sangrenta, quem poderia virar o olhar? Desviar o olhar de um perigoso par de presas afiadas só poderia ser feito por aqueles que já desistiram de viver.

Recusando-se a morrer, seus instintos humanos dirigiram seus olhares para Sirius.

Sirius: A atenção veio mais rápido do que eu esperava, isso deve ser graças aqueles dois que atraíram a atenção de todos antes de minha chegada. Por favor, uma salva de palmas para aqueles jovens.

Sirius bateu palmas enquanto falava, as correntes presas a eles batendo no chão, enquanto ela observava Subaru e Rachins, onde o último qual já havia caído em sua autoridade.

Subaru cerrou os dentes e tentou se conter para não reagir ao olhar de Sirius. Agora redirecionar a atenção de Rachins era impossível, ele já estava enfeitiçado. Se ele tentasse falar com Rachins, Subaru também sucumbiria e seria pego em uma armadilha.

Subaru esperava que se sua consciência não cedesse ao charme de Sirius, ela se tornaria resistível. Portanto, o que Subaru pretendia fazer era desviar o olhar e tapar os ouvidos. Mesmo que tais métodos o deixasse indefeso, ele não estaria sujeito a manipulação mental dela.

Mas agora, Subaru não conseguia mais tapar seus ouvidos. Sua contramedida premeditada não servia mais depois que seus olhos foram capturados pela figura no alto da torre.

Por que ele tapava os ouvidos? Porque ele não queria mais ouvir a voz de Sirius. No entanto, por que ele se privaria de um som voluntariamente tão agradável?

Com a atenção voltada para ela, Subaru esqueceu de si mesmo e se virou para vê-la. Sirius observando Subaru enquanto ele fazia isso, juntou as duas mãos alegremente e balançou o corpo de um lado para o outro. As correntes se esfregavam contra o chão novamente, criando uma fricção metálica.

Sirius: Tudo bem! levou 19 segundos até que todos percebessem minha presença aqui e parece que há uma criança aqui que me ama mais do que qualquer outro. Estou realmente muito feliz em receber essa recepção tão calorosa, por favor, permitam-me me apresentar.

Enquanto ela falava, Sirius abaixou a cabeça respeitosamente, encarando um redemoinho de olhares ansiosos.

Sirius: Sou o Arcebispo do Pecado da Ira, do Culto da Bruxa, Sirius Romaneé-Conti.

Esse título deveria ter causado repulsa e terror entre as pessoas, no entanto, as pessoas ao verem o monstro se apresentar, a receberam com palmas calorosas, como se fosse uma nova vizinha amigável e gentil.

Sirius: Oh, obrigada! desculpe por tomar o tempo de todos, mas prometo ser o mais breve possível.

???: Poderia? então parece que tive sorte  em ter vindo aqui assim que consegui.

Sirius baixou o olhar mais uma vez, e Subaru e o resto da multidão se viraram para o lado para encarar a figura de alguém que havia chegado.

Seu rosto belo e calmo era reverenciado por todos os presentes que o contemplavam.

Todos estavam de frente para a via navegável atrás da praça. Diante da hidrovia, uma divindade encarava Rachins, com lindos olhos azuis da cor dos céus, de vestimentas brancas da cor da esperança, um herói que todos os humanos desejavam, e agora a existência desse herói surgiu no campo de batalha.

Reinhard: Me desculpem pelo atraso, foi difícil encontrar um atalho até aqui.

O herói não levou cinco minutos, mas sim trinta segundos para chegar, e pediu desculpas.

O recém chegado Santo da Espada varreu os olhos rapidamente através do círculo de pessoas, antes de levantar os olhos para a Ira.

Reinhard: Agora entendo porque fui chamado. Ótimo trabalho, Rachins, ou será que foi você, Subaru?

Saltando da água para o chão e depois para a praça, Reinhard aliviou o rígido Rachins, depois deu um tapinha nos ombros de Subaru com as mãos.

Reconhecendo o toque daquelas mãos como reais, Subaru resfolegou ofegante, enquanto todo seu corpo estremecia.

Subaru: R-Reinhard?

Reinhard: Sim, sou eu. Pelo que parece é realmente uma emergência, não é? no topo da torre… é um Arcebispo do Pecado, certo?

Reinhard acenando com a cabeça pareceu compreender o perigo. Subaru viu suas sobrancelhas claras franziram enquanto ele escolheu não enfrentar Sirius deliberadamente.

Subaru: Sim, ela tem a capacidade de fazer lavagem cerebral, e embora pareça maluquice, se eu olhasse pra ela agora, ou ouvisse sua voz eu cairia sob seu feitiço.

Reinhard: Eu sei, e parece que não é apenas isso. Acho que se você também permanecer na presença dela, também acabará sendo afetado. Se eu ficar perto dela por muito tempo, não sei se conseguirei me controlar.

Subaru: Não pode ser… até você…

Ao ouvir a declaração vulnerável de Reinhard, Subaru caiu em um desespero sem palavras.

Embora não existisse base para acreditar nisso, ele estava convencido de que se Reinhard estivesse aqui, tudo ficaria bem. Mas tirando essa crença, foi o próprio Reinhard.

Neste caso, ter uma ideia de como derrotar aquela presença maligna tornou-se absolutamente mais difícil.

Sirius: Me desculpe perguntar… mas, você é o famoso Santo da Espada? Se sim, oh, que dia glorioso será esse!

Reinhard: Como você disse, sou o atual herdeiro do Santo da Espada. Embora, infelizmente eu ache que esse título seja muito pesado e inapropriado para mim agora.

Sírius: Que nada, isso é bobagem. Não é problema algum! É muito bom ter você aqui, porque este país tem a maior afeição e admiração por você como um cavaleiro. Todos te amam, e você os ama igualmente. Você é a personificação de minha esperança e o ideal do meu amor.

Reinhard: Sou?

Reinhard ainda de costas, conversa com ela de maneira bastante casual. Por sua vez, Sirius sacudia suas mãos ruidosamente enquanto se envolvia em uma dança estática.

Subaru: Ei, ei, Reinhard. Se continuar conversando, essa situação não terminará nada bem! Vai ser muito ruim. embora eu não possa dizer o por quê.

Reinhard: Esse parece ser o caso, se isso não se aplica somente a mim, então não posso continuar com isso por muito tempo, sendo assim…

Reinhard suspirou com sua perplexidade e deu um passo à frente.

Subaru: Reinhard?

Reinhard: Não consigo aguentar por muito mais tempo–... então, por isso, irei me livrar do problema o mais rápido possível.

Assim que essas palavras desapareceram, Reinhard enrijeceu levemente as pernas e saltou para frente. Todos ao redor ofegaram ao sentir o impacto das ondas se espalhando pelo chão.

Sírius: Ahahaha, como isso é incrível, impressionante!

Sem esforço algum, Reinhard atingiu Sirius no alto da torre de controle.

...Continua......

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