Gorgeous Tiger

Subaru: Espere, vamos nos acalmar. Primeiramente, antes de nos precipitarmos, podemos classificar o que sabemos?

As palavras ditas por Felix alcançaram o limite do que Subaru poderia lidar por agora.

Felix e Ricardo acenaram para a mão levantada de Subaru enquanto consideravam a sugestão dada por ele.

Subaru: Agora, neste momento, mudar para outro lugar seria muito difícil com tantos feridos.

Felix: Bem, as feridas mais graves já foram curadas e estabilizadas. Além disso, não deveria continuar surgindo ainda mais pessoas feridas, e ainda assim…

Com seu profissionalismo, Felix deu seu diagnóstico, e Subaru parou para analisar a situação em que o hospital de campanha se encontrava.

A iluminação mínima, e o chão de pedra frio como blocos de gelo. Pela sensação única e decorrente do ar, Subaru julgou que o lugar em que estava era subterrâneo – quase como um estacionamento de um grande supermercado.

Subaru: Ainda estamos em Pristella?

Felix: Aqui é um dos abrigos de Pristella. Nessa cidade, se algum problema com os cursos de água ocorressem, os danos causados pela água seriam super problemáticos, então há diversos abrigos por toda a cidade. Este é um dos abrigos na Primeira Rua.

Ricardo: A praça onde encontrei o mano é perto daqui. Depois de um certo esforço, conseguimos trazer o irmão e as outras vítimas em segurança!

Continuando a explicação de Felix, Ricardo proclamou enquanto batia fortemente em seu peitoral grosso. Ferris olhou fixamente para Ricardo até ele terminar sua fala.

Felix: É uma sorte que eu também esteja aqui, junto com tantos feridos. Esse senhor com cara de cachorro não teria conseguido lidar com toda a situação, muito menos dar tratamento.

Ricardo: Sim! Agora eu não preciso sentir nenhum tipo de arrependimento ou preocupação em relação a isso! Ahahahaha!

A atitude habitual de Ricardo e sua risada eram revigorantes, mesmo que não combinasse com a atmosfera sombria do hospital. Se pelo menos uma pessoa mantivesse essa atitude positiva, todos poderiam manter as esperanças.

Felix: Então, o que aconteceu com Subaru-kyun lá fora, durante o ataque do Culto da Bruxa? Isso tem a ver com o ocorrido de um jovem que foi lançado contra uma torre do relógio?

Subaru: H-Hã, um jovem? É provável... Ah, bem… haviam dois Arcebispos na praça, Ira e Ganância. Quem quase destruiu meu pé foi a Ganância, que raptou Emilia… no entanto, quem causou todo essa dano a essas pessoas foi a Ira.

Felix: Como isso aconteceu?

Subaru: A autoridade da Ira… é um pouco difícil de explicar. Se alguém for ferido, ela tem o poder de transmitir a dor e o ferimento para as outras pessoas que estiverem ao redor.

Com cuidado, ele escolheu as palavras simples, para tentar explicar o poder dela. Ricardo inclinou a cabeça, e a pele de Felix mudou de cor para um esbranquiçado pálido, quando ele percebeu as implicações da terrível habilidade.

Ele olhou para os feridos e encarou suas feridas.

Felix: Então… essa era a razão pela qual Subaru-kyun e todos os outros tiveram a mesma lesão. Tive um mal pressentimento, mas…

Subaru: Ah…

Emoções absurdamente frequentes acompanhavam um personagem distorcido. No entanto, com Sirius, esse absurdo era de natureza fisiológica. Mas isso não se aplicava somente a ela.

Subaru ainda tinha mais uma coisa a dizer.

Subaru: Também temos a Ganância, que é igualmente problemática.

Felix: Ah~… eu já estou muito cansado, não tenho energia para dar atenção a coisas ainda mais problemáticas.”

Subaru: Desculpe, mas não acho que seja possível ignorar aquele maldito Ganância, ele pode evitar qualquer ataque. Seja ele banhado por chamas, atingido por um chicote, ou socado diretamente, qualquer dano é nulo.

Mesmo sendo banhado pelas chamas ardentes de Sirius, Regulus permaneceu intacto, defendendo tanto a si próprio quanto a inconsciente Emilia em seus braços, indefesa. Isso só demonstrou a exibição de seu poder incontrolável.

Felix: Um ser que pode transmitir lesões e um cara que é invencível… você só pode estar brincando.

Subaru: A mão invisível de Petelgeuse era muito poderosa… mas comparado com os poderes desses caras… o poder deles está em um nível completamente diferente.

Tendo isso em mente, as habilidades das mãos invisíveis de Petelgeuse, naquela época, acabaram não sendo eficazes em Subaru.

Considerando essa ineficácia, Subaru não teve muitas dificuldades para derrotá-lo. E comparando ele com os outros, agora, Subaru pensa nele apenas como um lunático ao invés de um Arcebispo do Pecado.

Portanto, a partir de agora, essa seria sua primeira batalha formal e direta com o Culto da Bruxa.

Subaru: Sendo assim, o Arcebispo que acabou de se apresentar, Luxúria… possivelmente tem habilidades tão problemáticas quanto as dos demais. Inclusive, vocês falaram sobre um tal jovem, que jovem é esse?

Ricardo: Pouco distante da praça, haviam pessoas reunidas enquanto o resgate era feito. Essas pessoas disseram que um homem de roupas brancas, que carregava uma mulher nos braços, foi atacado por um jovem de manto e capuz com uma espada luminosa.

Os olhos de Subaru se arregalaram em surpresa, ele engoliu saliva e lentamente olhou para Ricardo.

Subaru: C-Como é?! Ele estava tão perto da gente?!

Felix: Exatamente, este sem dúvidas era o garoto que procuramos, o Akashi-kyun.

Ricardo: E pra variar, disseram que este garoto não conseguia atingir o homem de branco de jeito nenhum, todos viam ele voando com sua espada em direção do homem, mas sem nenhum sucesso. E, por fim, o garoto foi arremessado pro outro lado do distrito contra uma Torre do Relógio. Quando ele finalmente desceu, disseram que ele rejeitou qualquer ajuda e desapareceu.

Subaru: Aquele idiota...! Parece que, mesmo depois de tanto tempo, ele segue afobado e ataca o que vê pela frente. Que maluco mais irresponsável, vai acabar morto...!

Subaru sorria enquanto diria todas aquelas coisas, seu olhar voltado para Beatrice.

Quebrando o breve silêncio, Felix lhe diria,

Felix: E o pior de tudo… Há provavelmente cinco arcebispos aqui.

Subaru: Cinco…?!

Felix formulou sua hipótese que era aterrorizante demais e que ia além da imaginação de Subaru. Como ele chegou a essa teoria?

Felix suspirou e ergueu o dedo para o Subaru confuso subjugado.

Felix: Escute. Pense um pouco na transmissão que a Luxúria fez. Essa cidade tem quatro comportas de água, certo?

Subaru: Ah, sim, certo. Eles tomaram o controle, o que significa que eles podem estar planejando afundar toda a cidade… tornando a situação ainda mais complicada e perigosa.

Felix: E existe a possibilidade de cada Arcebispo ocupar uma torre… já são três inimigos reunidos em um só lugar, o que é algo novo e inesperado. Então, a pior das piores hipóteses vem à mente… que deve haver ainda mais Arcebispos pela cidade.

Subaru: Então… possivelmente seriam quatro deles…tch.

Falando o número em voz alta, Subaru finalmente entendeu o que Felix queria dizer.

Em Pristella, havia quatro comportas de água, norte, sul, leste e oeste, que administravam a cidade. E já que todas foram tomadas, indicava que,

Subaru: Então, pode se supor que cada torre é guardada por um Arcebispo? Nesse caso há quatro deles…

Felix: Subaru-kyun, considere o que aconteceu – a transmissão que ocorreu agora pouco, usou uma magia que existe apenas no prédio da prefeitura. O inimigo também deve ter ocupado o centro da cidade, o que significa que eles capturaram cinco fortalezas.

Essa especulação ainda mais desesperada deixou Subaru sem fôlego.

Como Felix havia dito, a prefeitura devia ter sido tomada para que eles pudessem se comunicar com a cidade. Além da luxúria, devia haver mais dois Arcebispos.

A única explicação plausível e mais compressível para isso seria um ataque coordenado pelo Culto da Bruxa.

Subaru: Além da praça em que eu estive, e o Akashi sendo lançado pra longe, houve alguma outra comoção? Um outro ataque?

Se isso fosse apenas uma zombaria por parte do Culto da Bruxa, seria difícil imaginar que eles tomariam apenas um lugar como alvo. A natureza desses caras era gerada apenas para pisar e humilhar a existência das pessoas. Eles não hesitariam em deixar um único ser passar despercebido pelas suas ações.

Subaru só podia rezar para que seus piores temores não se realizassem. E buscando por uma resposta, seus olhos imploraram por uma confirmação.

Distraidamente Felix baixou seu olhar, ficando em completo silêncio. Ricardo tossiu, mostrando uma série de dentes afiados em seu rosto grande de homem fera.

Ricardo: Honestamente, agora a única situação que conhecemos é a que citamos. Nem sabemos a localização dos outros abrigos, por isso é do nosso interesse ficar aqui.

Subaru: Por quê? Não deveríamos procurar pelos nossos aliados para nos unirmos e colaborarmos? Você não está preocupado com eles?

Enquanto falava, Ricardo gesticulou com as mãos, e Subaru olhou rapidamente para Felix.

Nesse mesmo abrigo, era estranho que Felix e Ricardo fossem as únicas pessoas presentes que Subaru conhecia.

Subaru: Onde estão a Crusch e Wilhelm? É incomum ver vocês três separados. Eles estão em outro abrigo?

Felix: Você parece estar confuso, Subaru-kyun. Os únicos que você conhece aqui são Ricardo e eu, e como você pode ver–

Felix respondeu com uma sensação de desconforto, e uma ansiedade enorme cresceu dentro de Subaru. No entanto, dispersando esse sentimento, uma voz gentil e delicada aliviou aquela atmosfera tensa.

Ouvindo a voz repentinamente, Subaru olhou para cima e ao redor sendo incapaz de localizar o dono.

???: Eu sinto muito, parece que estou preocupando você. É bom revê-lo, senhor Subaru.

Felix: Dona Crusch é uma malvada.

Subaru: O quê? Hã?

Felix que estava conversando com seu mestre que não poderia ser vista, enfiou a mão no vestido, Subaru observou com os olhos redondos enquanto o curandeiro tirava do bolso um objeto familiar.

Subaru: Espere, isso é…

Felix: Isso mesmo. Foi um saque de um ano atrás. Nós o usamos também durante a batalha contra a preguiça, lembra?

Felix respondeu mostrando o espelho em sua mão.

À primeira vista, o espelho parecia ser um objeto comum, mas ao invés de refletir seu reflexo, ele refletia o rosto de uma bela dama de cabelos verdes com um sorriso gentil– aquela sem dúvidas era Crusch.

O objeto mágico conhecido como o espelho da conversação era mais ou menos a versão deste mundo de um telefone celular, que permitia que seus proprietários falassem através de um espelho emparelhados. Um ano atrás eles haviam desenvolvido um papel significativo na batalha contra o Culto da Bruxa, e agora foram trazidos para essa cidade.

Crusch ligeiramente franziu a testa diante do silêncio de Subaru.

Crusch: Felix, o senhor Subaru parece um pouco perturbado, você escondeu isso dele?

Felix: Desculpe por isso. Mas eu não pensei que nossa próxima ligação seria tão cedo, então eu não achei que seria importante contar isso a ele ainda.

Subaru: E-Espere. Deixa eu ver se entendi. É graças aos espelhos da conversação que você está conversando com a Crusch que está em outro abrigo agora, certo?

Crusch: Certamente.

Enquanto mestre e cavaleiro conversavam, Subaru demorou um tempo até resolver sua confusão e compreender a situação.

Timidamente, para confirmar a segurança de Crusch, Subaru pegou o espelho da mão de Felix.

Subaru: Graças a Deus… é difícil imaginar o que está acontecendo agora pela cidade, então, ainda bem que podemos entrar em contato através dos espelhos. Crusch você não está ferida?

Crusch: Não, obrigada pela sua preocupação. Estou bem. Felizmente, consegui encontrar um abrigo a tempo, sem sofrer nenhum tipo de ataque ou ferimento. Ouvi dizer que você foi ferido gravemente e foi levado para o abrigo. Como você está?

Subaru: Não posso dizer nada como "Estou completamente bem", mas me sinto suficientemente bem. Eu irei fazer alguma coisa. Vou agir assim que minha ferida estiver melhor e enfaixada… Felix, não me olhe assim.

Quando Subaru anunciou suas intenções, ele sentiu o olhar rígido e afiado de Felix. No entanto, mesmo ele sendo ingrato, mesmo sabendo disso, ele não podia ficar sentado esperando por respostas sem fazer nada. Romper o impasse em que se encontravam era um meio urgente e necessário.

Subaru: Falaremos sobre isso mais tarde… Crusch, como estão as coisas em seu abrigo? Algum conhecido conseguiu se abrigar a tempo?

Crusch: Sim, existem vários outros aqui comigo.

???: Eu também estou aqui, Subaru. Felizmente, todos que estavam hospedados no hotel conseguiram chegar são e salvos até aqui.

De algum lugar atrás de Crusch, uma voz elegante se sobrepôs à conversa.

No instante seguinte, Subaru congelou e balançou a cabeça com força, para confirmar que não ouviu errado, através daquela voz encorajadora.

Subaru: Sua presença aí é meio reconfortante, Julius.

Julius: Ouvi dizer que você foi carregado até o abrigo inconsciente. Já que você se recuperou com sua vivacidade de sempre, vejo que minhas preocupações eram infundadas… É verdade que a dona Emilia foi sequestrada?

Subaru: …Sim, é verdade. Desculpa, sou tão inútil.

Julius: Você estava enfrentando dois Arcebispos. Não sou um homem tão horrível a ponto de culpar você por falta de força. Dona Anastasia e dona Crusch estão aqui, assim como alguns membros do "Presa de Ferro", ah, e dois seguidores da dona Felt também estão aqui.

Ele rapidamente confirmou o status de Emilia, sem responsabilizar Subaru.

Embora a gentileza de Julius fosse acolhedora e reconfortante, ele amplificou os sentimentos de culpa de Subaru. Ao ouvir suas últimas palavras, Subaru confirmou a presença de um homem ferido no refúgio.

Subaru: Certo, diga aos outros dois seguidores da Felt, que o amigo deles está aqui. Está ferido, mas vivo.

Julius: Entendo, é bom ouvir isso. Com certeza irei passar a diante. Eles estão tentando agir com coragem, mas certamente estão preocupados. Bem, e então Subaru…

Depois que Ton e Kan foram informados da segurança de Rachins, Julius mudou o tom de voz na intenção de alterar o assunto da conversa.

Julius: O que faremos? Creio que ficou sabendo do Akashi...

Subaru: Sim, eu acabei de ser informado, aquele pirralho imprudente também arriscou enfrentar aquele Arcebispo maldito e foi derrotado… e agora não tenho a mínima idéia do por que de você estar me perguntando isso.

Julius: De fato, é bom que encontremos ele e o traga para um dos abrigos se, contra um, Akashi foi derrotado... não sabemos o que os outros podem fazer com ele. Hm... assim como a batalha contra a preguiça demonstrou, você parece ter um talento especial para lidar com o Culto da Bruxa. Talvez você pudesse fazer algo inesperado e resolver nosso dilema?

Subaru: Que tipo de crença boba é essa? Lamento desapontar, mas eu não sou nenhum tipo de especialista sobre o Culto da Bruxa.

Julius: Isso é lamentável. Agora sobre a dona Emilia, tenho certeza que é o que seu coração mais cobiça. Então, o que você quer fazer?

As respostas de Subaru obviamente não atingiram as expectativas de Julius, mas mesmo assim ele não desanimou.

A última metade de sua frase continuava uma verdadeira questão.

Subaru: Emilia foi levada pela Ganância… ele apenas só fala suas próprias crenças egoístas e não admite quaisquer divergências. Não quero deixar ela nas mãos dele nem mais por um segundo.

Julius: O que quer dizer, que resgatar a dona Emilia da Ganância, é sua responsabilidade.

Subaru: Claro… espera, você acabou de dizer, minha responsabilidade?

Julius falou em um tom baixo enquanto mostrava a palma da mão aberta para Subaru, mostrando os cinco dedos.

Julius: Ouça, Subaru. Felix já deveria ter esclarecido que no total devem haver, provavelmente, cinco arcebispos em cada um dos lugares chaves de Pristella. Levando em consideração a capacidade e os status de cada inimigo, a divisão de forças durante a batalha é essencialmente importante.

Subaru: … Não importa de onde seja, eles podem afundar a cidade de um jeito ou de outro, a qualquer custo.

Julius: Isso mesmo. A solução para derrotar os Arcebispos em uma só tacada, é atacando cada um desses lugares individualmente ao mesmo tempo. Nessa situação, devemos restabelecer nossos contatos com nossas forças, que estão espalhadas pela cidade, se possível, usaremos a força daquele que enfrentou e derrotou quase todos os cavaleiros presentes num único lugar e em poucos minutos… você entende toda essa situação, certo?

Embora incapaz de entrar em contato com seus camaradas, ou com o jovem que todos procuravam, Julius formulou um plano de ataque elaborado e coordenado.

Quando a prefeitura foi tomada, todos foram separados e buscaram refúgio em diferentes abrigos. E a fim de julgar o estado dos outros abrigos, soluções e ações precisavam ser tomadas imediatamente.

Felix: A propósito, o velho Wil  confirmou que há uma multidão de pessoas vagando pela cidade. Eles perderam os sentidos e estão agindo de modo estranho, parecendo bonecos sendo controlados.

Subaru: … Isso só pode ser a autoridade de Sirius! Droga, a situação parece só estar piorando a cada segundo.

Ouvindo a informação desagradável e irritante de Felix, Subaru coçou a cabeça em agitação quando mais notícias foram expostas. No mínimo, devia haver um jeito de entrar em contato com todas as forças de combates existentes na cidade–

Subaru: Não sei onde Otto, Akashi e Garfiel estão, e Emilia foi sequestrada… que bagunça.

Julius: Joshua e o subchefe do Presa de Ferro também estão desaparecidos, assim como o senhor Wilhelm, dona Felt e Reinhard. Também não temos notícias da dona Priscilla…

Subaru: Eu não sei onde Al e o mordomo estão, mas Priscilla deveria estar na praça antes de toda a comoção começar. Não tenho idéia do que aconteceu com ela depois disso… Liliana deveria estar com ela também.

Embora a natureza de Priscilla não fosse normal, e também a estranheza de Liliana fosse anormal, Subaru não queria que nenhuma das duas se machucassem.

Levando em conta a proclamada sorte de Priscilla, se a cantora estivesse com ela talvez ficasse bem. Subaru só podia esperar e torcer para que ficassem bem.

Patrasche também estava presente, mas diferente deles, ela estava mais segura no pavilhão da plumagem aquática. Ela era suficientemente inteligente para evitar uma comoção, então se preocupar com ela agora era desnecessário.

Atormentação constante incomodava Subaru, ele sentiu que lançar 5 ataques simultâneos nas 5 fortalezas era impossível.

Não importa como isso fosse ditado, era impossível. Não havia combatentes e aliados suficientes para atacar cinco locais diretamente. Sem contar que eles enfrentariam Arcebispos e não uma força inimiga qualquer.

Subaru: Espere… por que temos que atacar todos os outros cinco lugares diretamente ao mesmo tempo?

Julius: Como assim? É como havíamos dito. O Culto da Bruxa pode causar danos  tremendos se resolverem atacar de qualquer lugar que estejam.

Subaru: Eu entendo que precisamos retomar todas as torres de controle eventualmente. Mas ao mesmo tempo?

Julius: Assim que eles descobrirem que foram atacados em um dos locais, imediatamente os outros Arcebispos começarão a colocar seus planos em prática, não é? Deve ser por isso que eles lançaram um ataque coordenado.

Julius deu uma resposta clara a Subaru. Enquanto ouvia suas palavras, Subaru ponderou sua sua decisão de precisão.

Obviamente a lógica de Julius era correta. Mas os oponentes que eles enfrentavam não eram normais.

Na praça, Regulus e Sirius lutaram letalmente.

Regulus não estava dando tudo de si e muito menos levando a sério. Por esse fator, ele não causou quase dano algum, mas Sirius realmente tinha a intenção de matá-lo. Se desejasse, Regulus poderia ser capaz de matá-la em questão de minutos.

Tendo isso em mente, eles realmente poderiam estar trabalhando juntos para tomar o controle da cidade?

Subaru: … Eles realmente têm algum senso real de cooperatividade. Claro, eles revelaram ter cooperado um com o outro para tomar controle sobre as torres, mas meu questionamento é, será que eles conseguem manter um contato amigável e organizado a cada passo de seus planos?

Julius: Com base em quê?

Subaru: No tempo em que fiquei na praça, os dois Arcebispos presentes estavam tentando se matar. Eles só pararam porque receberam mais instruções de seu evangelho. Se isso não tivesse acontecido, provavelmente um teria matado o outro.

Julius: Então… eles não conseguem se coordenar corretamente entre si?

Julius parecia um pouco incerto com a resposta de Subaru.

Subaru: Há alguém que tenha acesso ao exterior?

Julius: Alguns membros do Presa de Ferro estão patrulhando de olho nas torres… o que você pretende fazer?

Subaru: Embora isso seja apenas uma conjectura, a forma de comunicação aqui está escassa. Existe a opção mais simples entre elas que seria lançar sinais mágicos no ar. Mas em uma cidade tão grande e complexa como essa, a comunicação verbal é problemática. Levaria muito tempo sem um espelho da conversação.

Julius: A probabilidade de que o Culto da Bruxa tenha trazido tais espelhos é baixa. Se esse fosse o caso, meus espíritos sem dúvidas já teriam detectado…

Juntos eles chegaram às mesmas conclusões simultaneamente. Subaru respondeu com um “ah” antes de continuar.

Subaru: Então eles costumam fazer comunicação de modo fácil e compreensível? Se algum tipo de comoção não surgir, eles não irão agir. E assim, isso acaba reduzindo nossa necessidade de dispersar nossas forças de combate diretamente nas quatro torres.

Julius: O único problema com esta proposta é que existe um lugar que é diferente dos outros quatro destinos.

Subaru: A prefeitura… O edifício que pode informar as outras torres do ataque. Portanto, por primeiro teríamos que começar por ela.

Foi decidido. A concentração atual e inicial do combate seria focado no escritório central de Pristella. Eles teriam que ir até lá e derrotar o Arcebispo do Pecado da Luxúria com todas suas forças, e depois destruir todas as outras 4 torres.

Mesmo assim, seria uma corrida contra o tempo, mas o risco era menor do que decidir atacar os cinco lugares de uma vez só. Pelo menos Subaru acreditava nisso.

Julius, do outro lado do espelho, caiu em um pensamento profundo.

A proposta de Subaru foi baseada no relacionamento desagradável de Regulus e Sirius, assumindo a idéia de que o Culto da Bruxa era uma confusão de distorções.

Claro, se o evangelho desse uma ordem como matar todos de Pristella, suas esperanças seriam fundamentalmente subjetivas.

???: Minhas mais sinceras e profundas desculpas pelo meu atraso, todos podem me ouvir?

No meio de um silêncio pesado, uma voz repentina entrou na conversa.

A voz envelhecida e castigada pelo tempo que Subaru tanto admirava era mais admirável e confiável do que qualquer outra na situação atual.

O rosto de um velho com cabelos brancos surgiu refletindo-se no espelho da conversação.

Subaru: Wilhelm! Você está bem!

Felix: Velho Wil! Obrigado por não entrar em contato! Isso deixou as pessoas preocupadas, sabia?!

Ouvindo a voz familiar, Felix, com seu tom de ironia habitual, recepcionou o companheiro. Wilhelm abriu bem os olhos e acenou com a cabeça.

Wilhelm: Minhas desculpas, eu estava envolvido em alguns problemas e não consegui encontrar um lugar calmo para ficar. Mas agora alguns cidadãos e eu conseguimos chegar em um abrigo seguro. Senhir Subaru, Felix, ver a segurança de vocês me dá paz. E quanto a dona Crusch?

Crusch: Estou bem, Wilhelm. Estou tão feliz que esteja seguro.

Wilhelm: Não se preocupe comigo… foi por causa de minha impotência que eu não estive ao seu lado numa situação dessas. Permita-me despir um pouco de sua atenção, assim que possível irei encontrá-la.

Subaru: Essa sensação de alívio é incrivelmente anormal.

Enquanto Crusch e Wilhelm falavam através do espelho, Subaru, descobrindo que o diálogo entre mestre e servo transmitia uma sensação avassaladora de segurança e confiança, suspirou admirado por Wilhelm.

E feliz por confirmar sua segurança, Subaru reuniu-se com Julius para reformular sua conversa com ele, enquanto tentava organizar um resumo para Wilhelm. Contudo,

???: Há muitas coisas a serem ditas e transmitidas, mas a que eu tenho a dizer é mais urgente.

Naquele momento, Wilhelm desapareceu do espelho, substituído por um homem fera; um gatinho usando um monóculo.

Este era o vice-chefe do Presa de Ferro, Tivey, que parecia ter unido forças juntamente com Wilhelm. Sua expressão estava ansiosamente estranha.

Ricardo: Ei, se não é Tivey! Ver sua segurança é melhor do que qualquer outra coisa.

Tivey: Você também, chefe… mas não estamos completamente bem agora. Minha irmã está com você?

Ricardo: Mimi? Eu não a vi, aconteceu alguma coisa?

Ao ouvir a voz fraca de Tivey, Ricardo olhou diretamente para o espelho, onde outra figura substitui Tivey.

???: Chefe! Nossa irmã, nossa irmã, ela…

Ricardo: Hetaro! O que houve? Por que você está em pânico?

Aquele que apareceu era o irmão idêntico a Tivey, Hetaro. Ele geralmente costumava ser um jovem maduro, mas agora seu rosto estava distorcido pela dor e desespero.

Lágrimas encheram seus grandes olhos redondos e sua voz estremeceu enquanto ele olhava para o espelho.

Hetaro: N-Nossa proteção divina de trissecção foi ativada… de nossa irmã, a-a ferida dela é séria, ela…

Tivey: Ei, irmão, acalme-se… é como ele disse, chefe. Parece que Mimi sofreu algum tipo de ataque, quando nossa irmã é ferida, a ferida também é transmitida para mim e o irmão, então…

Ricardo: Compreendi. Esperem aí, vou procurar por Mimi imediatamente. Não chore, apenas esperem.

Com a voz mais baixa que Subaru já ouviu ser transmitida do homem-fera, Ricardo falou no espelho.

Naquele tom de som suave, Subaru sentiu um sentimento e uma pressão diferente do habitual. E sentindo a opressão, Subaru recuou, tremendo.

Os olhos do homem fera estavam cheios de raiva, e sua boca aberta revelou fileiras de dentes caninos extremamente afiados. Com seus músculos tensos, ele sacou sua lâmina que brilhava intensamente sob a luz enfraquecida do ambiente.

???: Espere um pouco, Ricardo. Não posso permitir tal ação arbitrária.

A voz que interveio o ataque raivoso de Ricardo veio do outro lado do espelho. Ricardo voltou-se para encarar Anastasia que foi refletida no espelho.

Ele franziu a testa, levantando sua lâmina para seu empregador.

Ricardo: Não me impeça, senhora. Eu não quero discutir com você agora.

Anastasia: Certamente, Ricardo, nosso longo vínculo faria você perceber que não estou brincando. Não me faça dizer de novo. No momento, ações precipitadas não podem ser permitidas. Até mesmo pelo bem de Mimi.

Ricardo: VOCÊ ESTÁ ME PEDINDO PARA ABANDONAR MIMI? É ISSO MESMO?!!

Abrindo a boca, a raiva transmitida da boca de Ricardo sacudiu o ar do abrigo.

Essa tamanha intensidade não era motivo de risos. Subaru cambaleou vários passos para trás, para longe das presas afiadas da besta que emanava raiva. Ricardo fixou seu olhar afiado em Anastasia.

Pelo outro lado do espelho, ela o encarou firmemente.

Anastasia: Você deveria entender, Ricardo. Agora todos nós entramos em circunstâncias imprevisíveis. Você é a minha arma mais importante. Não posso deixar você sair desse jeito irracionalmente.

Ricardo: Você ousa dizer isso… com quem você pensa que está falando, Anabo?… tch

Anastasia: Com você é claro, com quem mais seria? Não se esqueça do que eu disse, cachorro monstro.

Os dois falaram nomes que apenas velhos conhecidos reconheceriam. Com a pele formigando de arrepio, Subaru desesperadamente procurou uma forma de intervir.

Ele queria poder apoiar Ricardo. Mas ele também entendia os sentimentos e a opinião de Anastasia.

Anastasia, que mantinha uma relação especial e próxima com o grupo, preferiu priorizar a segurança da cidade, do que a de Mimi.

Subaru percebeu que não havia como ele intervir, muito menos havia algo para interromper. Ricardo também deveria entender.

O tempo foi passando. Se Ricardo forçasse sua saída, nem Subaru nem ninguém ali dentro poderia detê-lo. Anastasia, que olhou friamente para a fera através do espelho mágico, tinha uma expressão rígida.

No entanto, ainda assim, Ricardo desviou seu olhar do espelho.

Subaru: Ricardo, espere!

Anastasia: Pare! Não se apresse em tirar conclusões.

Percebendo o movimento de Ricardo, Anastasia falou. Ricardo deu uma resposta silenciosa, como se estivesse pensativo. Ele se virou e farejou a entrada do abrigo.

Ricardo: Tem algo de errado, alguma coisa está vindo… isso é, cheiro de sangue…?

Subaru: Cheiro de sangue?

No meio de tantos feridos, ele parecia ser capaz de detectar diferentes cheiros a distância.

Em alerta, Ricardo apontou sua lâmina para a entrada do abrigo. Algo estava se aproximando.

Subaru e Felix engoliram em seco, testemunhando a observação de Ricardo.

Sob passos pesados, uma sombra emergiu diante do chão na entrada do refúgio.

Naquele momento, os pacientes do abrigo, intimidados pela figura do intruso, prenderam a respiração.

E não foi outro o responsável por quebrar aquele silêncio, a não ser o próprio Subaru.

Parado ali, estava a figura de um ser baixo, loiro e familiar.

Subaru: Garfiel?

Um Garfiel suado, sujo e ofegante.

E percebendo a presença de Subaru, ele correu com uma oscilação estranha em seus passos. Então, Subaru finalmente percebeu o motivo pelo qual ele tinha seus movimentos tão instáveis.

Todos presente ficaram espantados e sem palavras quando Garfiel ficou frente a frente com Subaru. Ali, de cabeça baixa, ele caiu de joelhos, se ajoelhando.

Garfiel: “Desculpe, chefe… hk! Meu incrível eu… é tão inútil…! Tão incompetente…sinto muito…! Se não fosse por ele... não teriamos fugido!

Depois de dizer isso, Garfiel soltou um grito de dor. Em seus braços estava a figura de Mimi toda ensanguentada.

– Meio dia antes de Garfiel correr até o abrigo.

Mimi: ~E então… Hetaro estava à beira das lágrimas, então Mimi não teve outra escolha a não ser segurar a mão dele. Ainda assim, Hetaro parecia muito solitário, então, Mimi sem escolhas, segurou a outra mão dele, e acabei segurando as duas mãos!

Garfiel: … é mesmo?

Mimi: ~Sim, isso mesmo. E então, depois disso~ A senhorita parecia realmente feliz!~

Mesmo tendo uma resposta desanimada, a pequena garota andando ao lado dele, lhe deu um sorriso e prosseguiu com sua história entusiasmada.

A garota ingênua tinha cabelos laranjas e olhos redondos. Garfiel estava se perguntando do por que dela estar se misturando com alguém de uma facção tão hostil como a de Emilia.

Ela estava assim desde que veio até Pristella. Ou melhor, até mesmo antes disso. Ela se apegou a Garfiel desde que foi até a mansão de Roswaal como mensageira.

Inicialmente ele achava e suspeitava que ela estava tentando obter mais informações a respeito do retentor mais forte de Emilia. Mas essa hipótese foi descartada há muito tempo devido ao testemunhar o comportamento de Mimi. Agora, Garfiel não fazia ideia do por que dela ter se apegado tanto a ele.

O “porquê” era impossível de se deduzir, e Garfiel confuso só pôde inclinar a cabeça curiosamente para o lado.

– Agora eles estavam calmamente juntos caminhando pelas ruas de Pristella no crepúsculo.

Nenhum dos dois havia sido convidado para um passeio; ao invés disso, Mimi apenas começou a seguir Garfiel quando ele se afastou para longe do hotel.

Embora ele desejasse estar sozinho para organizar seus pensamentos, Garfiel não tinha coragem de dar aquela desculpa apenas para se livrar dela. Oprimido pela ansiedade de Mimi, ele apenas caiu nessa conversa banal, enquanto tentava organizar seus sentimentos.

Mimi: Garf~ sua expressão é estranha~. O que aconteceu? Foi algo divertido~?

Garfiel: Mesmo se algo divertido não tiver acontecido eu não posso permanecer feliz? Meu Incrível eu não quer falar sobre isso, e não há motivos e nem obrigação para falar sobre isso.

Mimi: Se você continuar falando sobre coisas muito complicadas como obrigações, você vai acabar como Joshua, não é? Mimi acha melhor relaxar e curtir as coisas! É melhor quando Garfiel se joga para trás~gargalhando e rindo~ feito um idiota.

Garfiel: Cê está dizendo que eu pareço um idiota?

As palavras exageradas de Mimi não eram muito confortantes, e Garfiel arregalou os olhos e mostrou os dentes afiados bem abertos com uma expressão espantada. Ela soltou um “ah~” e saiu correndo. Ela parou um pouco longe rindo enquanto esperava que ele a alcançasse, parecendo esquecer da conversa que teve com ele a pouco. Garfiel ficou incrédulo que ela tenha dito a ele que ele parecia ser o tipo de cara que sempre ria como um idiota.

A mais ou menos uma hora atrás, Garfiel havia desafiado o Santo Espadachim, Reinhard para uma batalha.

O homem mais forte do reino – ou como alguns diriam, o ser mais forte do mundo.

Antes de seu confronto contra o Espadachim, Garfiel havia ouvido um pouco sobre Reinhard de Subaru.

Reinhard era um amigo, um benfeitor, e de uma forma mais complexa, um rival de Subaru. Encontrá-lo neste lugar foi uma surpresa inesperada.

Por meio de sua conversa, Subaru revelou que havia se resolvido com sucesso em relação ao seu constrangimento anteriormente. Desde que a queixa se dissipou, Garfiel não sentiu mais nenhuma obrigação em particular.

O título do ser mais forte tinha um significado muito grande para Garfiel.

Para ser o mais forte. Para presenciar seu crescimento em se tornar o mais forte. Para se esforçar até se tornar o mais forte.

Garfiel acreditava que, assim que o homem nascesse, seu primeiro grito colocaria isso como um objetivo claro e elevado.

Todos, sem exceções, pelo menos uma vez desejaram e sonharam em se tornar os mais fortes enquanto caminhavam pela longa estrada conhecida como vida.

Mas um dia todos iriam esquecer daquele sonho, exceto Garfiel.

Esse sonho se enraizou em seu coração e foi a fonte da motivação e persistência de Garfiel ao longo de seu caminho. Para ele, herdar o título do mais forte era uma combinação de seu objetivo, algo que herdou desde o seu nascimento, junto de uma combinação indispensável que lhe permitia guardar o desejo de proteger a todos.

Portanto, diante do homem intitulado como o mais forte, Garfiel não reprimiu sua força demonstrando suas garras e dentes afiados.

Ele foi até Subaru e recebendo a permissão para confrontar Reinhard, deu tudo de si.

O Santo Espadachim parecia estar muito distante de ser o homem mais forte. já que ele dava a impressão de ser apenas um homem gentil de boa aparência que não tinha proezas marciais.

No entanto, Garfiel sabia que as pessoas mais poderosas eram capazes de esconder seu próprio poder. Deixando de lado sua própria tendência ao agir, a maioria das pessoas fortes não aparentavam ser fortes ao realizar suas atividades diárias. Roswaal, Akashi e Subaru eram assim.

Ele julgou que Reinhard estava no mesmo campo que eles.

– A disputa ocorreu em um pátio, dentro do hotel em que se hospedavam, coberto de cascalho.

Recusando a proposta de Garfiel de deixar o hotel para um terreno maior em algum canto da cidade, por medo de causar danos ao redor, Reinhard se contentou apenas com a luta localizada dentro do hotel.

Para Garfiel, isso só poderia ser considerado humilhante. Mesmo que ele fosse o homem mais forte, Reinhard estava subestimando Garfiel mesmo não o conhecendo direito. Desejando imediatamente forçá-lo a se arrepender de sua arrogância humilhante, Garfiel o confrontou diretamente.

A batalha aconteceu no pátio, onde Subaru havia sido o responsável por dar a ordem marcando o início da partida. Garfiel mostrou as presas, pensando apenas em lançar o metal em seus pulsos no herói carmesim.

E no mesmo momento, esse pensamento desapareceu quase instantaneamente. O homem à sua frente podia se mover mais rápido que o vento, agindo num piscar de olhos.

Até aquele momento, sua atmosfera gentil não havia sumido, ainda mostrava a expressão de um homem elegante e gentil. No mesmo instante, ele se dissipou para revelar uma lâmina bem afiada.

Uma pessoa comum não seria capaz de ter a sensação de sentir o estado natural e afiado do cavaleiro, sentindo como se ele próprio fosse uma espada.

Até certo ponto, se uma pessoa soubesse pouco sobre artes espirituais, esse sentimento se manifestaria como se uma opressão esmagadora espremesse todo o seu corpo.

Mas Garfiel não era assim.

Garfiel era forte.

Percebendo que seu corpo tão natural estava tremendo sob a pressão de seus órgãos, Garfiel uivou para afastar sua hesitação enquanto avançava para cima de Reinhard.

O ataque não era pra ser letal, e eles igualmente concordaram em não causar ferimentos graves – e esquecendo desse acordo mútuo, Garfiel mirou na garganta de Reinhard com suas garras afiadas, tentando causar um golpe decisivo.

E naquele momento, antes que seu golpe pudesse acertar seu alvo, elegantemente seu corpo foi pego no ar, e em seguida Garfiel finalmente entendeu a diferença e disparidade em sua força.

Garfiel: Eu perdi…

Depois disso, apesar de lançar vários ataques ofensivos de vários ângulos, Reinhard evitou casualmente todas as táticas de Garfiel.

Além disso, Reinhard havia evitado todos seus ataques, sem nem ao menos dar um passo para trás desde o início da luta, mantendo sua postura intocada.

Em outras palavras, Garfiel havia exaurido todas as suas forças apenas contra a parte superior do corpo intacto de Reinhard.

Depois de ter recebido um golpe repentino e forte, lançando-o sob o ar, Garfiel assumiu sua derrota.

O cavaleiro nem ao menos tocou sua espada, cuja área era sua especialização. Ele foi capaz de derrotar Garfiel a punhos nus.

O que Reinhard e Subaru disseram logo depois disso, Garfiel não se lembrava.

Ser tão ingrato ou relutante a ponto de não querer aceitar sua derrota não era uma impressão que Garfiel queria transmitir. Ele apenas deixou o hotel sem muitas delongas.

Neste momento, ele foi incapaz de ordenar seus sentimentos enquanto eles eram varridos por um redemoinho avassalador.

Sendo estrangulado por suas emoções, Garfiel procurou por uma resposta sozinho, enquanto caminhava pela cidade das comportas – e enquanto alguém o conduzia freneticamente,

Mimi: Garf~ Garf~, Veja! Dê uma olhada! O pôr do sol está totalmente refletido na água. É super~vermelho! Isso é Incrível! Surpreendentemente lindo!

Enquanto a seguia, Garfiel foi conduzido pela garota barulhenta, puxando sua manga, e ele não teve outra escolha a não ser segui-lá.

Graças a ela, ele conseguiu sair do hotel, mas em momento algum teve tempo para pensar.

Garfiel: Ei, desde o começo cê tem sido muito barulhenta, pode se acalmar um pouco, anã?

Mimi: Ahhh… não!

Garfiel: Uma resposta imediata?!

Ela agarrou os pulsos de Garfiel, correndo e girando. Tendo seus pulsos presos, com uma pressão inesperadamente forte, Garfiel girou em círculos com ela.

A ideia de fugir na velocidade da luz passou pela sua mente, mas ele não sabia se o sangue de demi-humano dela lhe daria vantagens na corrida. Mimi certamente poderia acompanhar a fuga de Garfiel.

Além disso, ele certamente se destacaria, e ele gostaria de evitar conflitos.

Antes de sair da mansão, Frederica e Ram lembraram-no repetidamente que incomodar Emilia ou Subaru por causa de sua própria peculiaridade seria de fato um mau exemplo. O único que ele poderia incomodar era Otto, que era considerado um irmão mais velho que estava acostumado a lidar com suas travessuras.

Garfiel: Haha.

Mimi: Oh~ Oh~ O que há de errado, Garf~? Existe algo te incomodando?

Garfiel: Cê tá querendo dizer, algo irritando, certo?!

Mimi: Sim, irritando! O que aconteceu?  Fale sobre isso~, Fale sobre isso!~

Mesmo que quisesse, ele não conseguia falar abertamente sobre si mesmo para Mimi, e ela certamente o acertou várias vezes na lateral de seu corpo com um “Ei, eiii”. Considerando sua forma pequena e estranha, Garfiel sacudiu-se para fora de seu mal estar.

Ele se inclinou para a direção do rio, apreciando a vista.

Garfiel: Ah… é realmente uma cena comovente.

Mimi: Não é? Isso é incrível!~ Surpreendente!

O reflexo do sol poente na água foi de fato uma cena brilhante e inspiradora. A água cintilante estava coberta por uma luz amarelada, e o céu coberto pela cortina do pôr do sol laranja.

Tendo percebido isso, Garfiel sentou-se na beira do rio, observando-o ir lentamente junto dos veleiros.

Mimi: Hmmm~ hmm~ hmm~

Sentando-se ao lado dele, Mimi balançou os pés alegremente enquanto cantarolava uma melodia.

Embora seu comportamento fosse extremamente travesso, ela agora estava se comportando bem. Agarrando os ombros semi-nus de Garfiel, ela balançava a cabeça alegremente.

Olhando de lado para o rosto feliz dela, ele percebeu que a cor do cabelo de Mimi combinava exatamente com o tom alaranjado do pôr do sol. Ele inconscientemente estendeu a mão para acariciar a cabeça dela, e com isso Mimi pareceu satisfeita, inclinando-se para o lado com seu toque.

Mimi: É Fofo? A cabeça de Mimi~ é frequentemente tocada pela senhorita também! Ela me acaricia e chama isso de algo como um "ídolo de cura".

Garfiel: Ah, é realmente confortável. O "idolo de cura" ou o que quer que seja, o chefe às vezes diz coisas como… isso.

Mimi: Garf, você ainda está irritado?

Garfiel: Estamos falando de outra coisa agora!

Mimi: Hã?

Enquanto Mimi inclinava a cabeça, Garfiel riu inadvertidamente ao ver o rosto que era a imagem da própria inocência dela.

O alívio começou a florescer em seu peito, levando embora o sentimento de que era mesquinho e impotente. E ali um sentimento que era de humilhação foi substituído por determinação.

Garfiel: … ser o mais forte de uma hora pra outra não é possível. Meu eu incrível ainda está em uma jornada para procurar e encontrar minha meta e objetivo.

Mimi: Ooh~, então você está subindo os degraus da escada para chegar ao topo e ser o melhor!~

Garfiel: Parece que cê entendeu muito bem. Sim, essa é a maneira mais correta de alcançar o topo e se tornar "o mais forte".

Mimi falou animada, e Garfiel tocou a cicatriz em sua testa.

Embora sua tagarelice fosse irritante, ela conseguiu animá-lo. Se ele estivesse sozinho neste momento, provavelmente ele ainda estaria se lamentando melancolicamente.

Felizmente a companhia de Mimi acabou sendo bastante útil.

Garfiel: Ei, anã, já que estamos aqui, por que não vamos comer em alguma barraca por aí? Vai ser um prazer tê-la comigo.

Mimi: Ei, Garf~, veja!

Garfiel: Hã?

Com esse chamado, Garfiel se levantou ficando de pé enquanto dava tapinhas no traseiro.

Mimi ainda permanecia sentada à beira do rio e seu grito repentino chamou a atenção

de Garfiel enquanto ele seguia o olhar dela.

Do outro lado da hidrovia, as cordas de um barco a vela se soltaram, deixando o barco encalhado quando começou a deslizar e fazer seu curso pela hidrovia. Estava navegando sozinho, no entanto o problema não era ali.

Mimi: Ei, crianças!

Mimi soltou um grito de alerta alto naquela direção, onde cinco crianças brincavam em um outro barco que estava à frente do visto por Mimi. As crianças estavam tentando se inclinar em direção ao barco à deriva.

As crianças não perceberam a aproximação do outro barco. Se colidissem, o barco a frente poderia virar derrubando as crianças no rio.

Sob o grito de Mimi, as outras pessoas ao redor do canal perceberam o perigo. Um dos proprietários do barco voou em direção às crianças em pânico, ainda assim ele não chegaria a tempo.

Ouvindo as vozes estridentes de seus espectadores, as crianças finalmente perceberam a situação e entraram em pânico ao perceber a repentina aproximação do barco. Então–

Garfiel: Ei, crianças. Agradeça à gata anã ali que notou vocês.

Mimi: Garf~!

Ele imediatamente saltou sob o barco mantendo um equilíbrio perfeito ao pousar. Para as crianças, o silencioso Garfiel só poderia ser um milagre que caiu dos céus.

Com um sorriso torto, as crianças enjireceram diante da presença intimidadora do estranho homem loiro assustador. Enquanto o pânico diminuía, Garfiel pegou as cinco crianças em seus braços, pulando novamente eles pousaram em uma calçada perto da hidrovia enquanto os barcos se colidiam violentamente, virando o barco das crianças.

Garfiel, por ter segurado habilmente as cordas que conectavam os barcos, evitou uma reação em cadeia de colisões que teriam causados uma série de barcos afundados.

Restringir o movimento do barco virado evitou que os outros barcos fossem acertados, sendo assim, ele evitou que o barco virado se desviasse ainda mais de seu percurso e minimizou os estragos na área.

Garfiel: Certo, isso deve resolver o problema.

Depois de ancorar as cordas, Garfiel terminou seu trabalho, com um alvoroço de vivas e aplausos vindos das testemunhas.

Um dos armadores, que deveria estar monitorando as condições e as situações do barco, abaixou a cabeça para expressar sua gratidão, o qual Garfiel acenou com a mão parecendo tímido.

Então,

Criança: I-Irmãozão, muito obrigado!

Garfiel: Ah?

As crianças agora resgatadas se reuniram ao redor de Garfiel para expressar palavras de gratidão.

Elas haviam perdido as expressões tímidas de antes presentes no barco apenas para olhar Garfiel agora com expressões brilhantes.

Diante disso, Garfiel começou a sentir que seu humor melhorava enquanto esfregava o nariz.

Garfiel: Não há necessidade de nada disso. Aconteceu por acaso… Minha incrível personalidade foi guiada aqui através dos destinos predestinados do vento. Afinal aqui é a Cidade das Comportas de Água… Se alguém começasse a derrubar lágrimas, haveria aqui uma enchente, não estou certo?

Os aplausos começaram a se acalmar quando Garfiel deu uma resposta complacente. Os aplausos também se tornaram intermitentes. Mas ao contrário dos adultos, as crianças fizeram expressões dramáticas.

Crianças: Uau, que Incrível! — Tão legal!~

Garfiel acenou em satisfação com a cabeça ao ver as crianças animadas. Então, um deles ansiosamente fez uma pergunta.

Criança: Irmãozão, qual é o seu nome?

Garfiel: Não vale a pena mencionar. No entanto, questionei sobre isso… meu incrível eu é um tigre. Sim, um tigre… um GORGEOUS TIGER!!

Crianças: GORGEOUS TIGER!

Garfiel fez uma pose inclinando-se para trás com as mãos estendidas para o céu. Com os olhos brilhantes, as crianças soltaram gritos abafados de excitação enquanto o imitavam.

Enquanto Garfiel compartilhava de sua alegria com as crianças ao redor, Mimi correu para perto com os olhos também brilhosos.

Mimi: Garf é tão legal!

Ela correu para se juntar às fileiras de crianças que se aglomeravam em volta de Garfiel.

As risadas encantadas das crianças, de Mimi e Garfiel ecoaram pelos cursos de água crepúsculares.

– Os aplausos e os gritos haviam se dissipado, deixando apenas o armador solitário os contemplando com um sorriso no rosto.

^^^(Nota da Pleiades — Aqui foi decidido por manter “Gorgeous Tiger”, devido a esse trecho estar escrito em Katakana (ゴージャス・タイガー, “Gōjasu Taigā”). Uma tradução literal para “Gorgeous Tiger” seria “Tigre Grandioso”, “Tigre Deslumbrante” ou “Tigre Esplêndido”.)^^^

Garfiel saltou com energia enquanto compartilhava lanches com as crianças em uma barraca de lanches.

Garfiel: Então, meu eu incrível disse a eles: "Agora não vou deixar cê se aproximar nem mais um passo para frente, sua escória inferior! Aqui é território do chefe, e cê já está sob cativeiro!" Hah!

Criança: Uau, isso é tão legal!

Mimi: É incrível~! Garf é tão legal!~

Enquanto Pristella era invadida pelo brilho do pôr do sol, Garfiel compartilhou histórias do ano passado com Mimi e as outras crianças.

O que ele acabou de descrever foi um dos eventos mais impressionantes que aconteceram naquela época, os eventos a caça à aranha no solo.

Uma vila próxima a mansão teve um surto conhecido como aranhas do solo, e de alguma forma, Subaru, Otto e Garfiel foram encarregados de enfrentar a cruzada contra eles, em uma combinação perfeita de intrigas entre os três.

Uma das crianças resgatadas ouviu com alegria as lembranças dele. Era uma criança com cabelos loiros, apenas com cerca de sete ou seis anos de idade.

Ele tinha feições adoráveis e um lindo rosto sorridente que certamente um dia atrairia suspiros apaixonados das mulheres. Mas agora, ele era apenas uma criança feliz admirando o modo rotineira da vida de Garfiel.

Depois de comprar lanches para as crianças, Garfiel decidiu escolta-las em segurança até suas casas, uma por uma. Quatro dos cinco meninos voltaram para casa ilesos. O que significava que faltava apenas esse menino.

Garfiel: Com apenas um pequeno grupo, você não acha que veio muito longe apenas para brincar?

Enquanto eles desfrutavam da viagem atenciosamente até a casa da criança, Garfiel franziu a testa.

A aventura das crianças os levaram ao cruzamento da primeira com a segunda rua, que era perto onde se localizava a sede da companhia de Kiritaka Muse.

E enquanto caminhavam, Garfiel não pôde deixar de pensar que eles haviam se afastado demais de suas casas.

Na verdade, eles vieram do terceiro distrito sem desvios, a viagem levaria quase uma hora de caminhada para ser concluída.

A criança riu em resposta.

Criança: De vez em quando, a Cantora vai ao parque do primeiro distrito. Estávamos procurando por ela!

Garfiel: Urgh… é sério? O chefe disse que o canto dela é muito poderoso, mas meu eu incrível tem certa desconfiança.

Esfregando o nariz, Garfiel achou difícil confiar nas palavras da criança.

Garfiel só encontrou a cantora Liliana uma vez, na sede da companhia Muse. E, mesmo sendo uma breve comunicação, foi o suficiente para ter deixado um grau significativo de impacto sobre ele. A impressão inicial que ele teve sobre a cantora era extremo.

Liliana era, sem dúvida, uma garota de personalidade forte. No entanto, essa “força” era indiferente e incompatível com a impressão comum de um bardo puro e honesto.

Mimi: Garf~, você realmente nunca ouviu o canto da Cantora? É realmente muito poderoso!~

Garfiel: Hah? Cê já, anã?

Mimi: Sim!~ Felizmente eu não adormeci até o fim da apresentação!~ Mimi é tão forte! Louvada seja Mimi!~

Garfiel acariciou a cabeça de Mimi obedientemente, e ela soltou um “Sucesso!” e saiu correndo, antes de se virar com expectativas nos olhos e fazer sua pergunta ao garoto do lado de Garfiel.

Mimi: Então, você ouviu a Cantora cantar?

Criança: Não, mas sentimos falta dela. E como nós já havíamos percorrido todo o caminho até aquele distrito, estávamos nos cansando…

Garfiel: Ah, então é por isso que cês estavam navegando por aquele barco sobre o rio? Sorte de vocês que eu estava lá.

Criança: Gorgeous tiger!

Garfiel: Há!

Enquanto o menino estendia a mão para os céus, como se estivesse adorando um deus, Garfiel imitou seu movimento. Essa foi uma referência ao Gorgeous tiger.

Energicamente eles brincaram juntos, mas a criança logo deixou seu braço cair em desânimo com um suspiro cansado. Vendo isso, Garfiel inclinou a cabeça para o lado.

Garfiel: Por que você parece tão cansado? Não fique deprimido, desse jeito sua felicidade irá embora, sabe.

Criança: Bem… é que quando eu chegar em casa, minha irmã provavelmente vai ficar brava.

Garfiel: O quê?

Quando o menino revelou seu medo causado por sua irmã, Garfiel teve uma reação exagerada, e agarrando os ombros do garoto ele perguntou ansiosamente.

Garfiel: Desculpe, mas por que ela ficará brava?

Criança: … porque eu fugi.

Garfiel: Ah…

Pelo que parecia, o menino havia esquecido de dizer a sua irmã que estaria com seus amigos hoje. E como supunha, sua família provavelmente devia estar muito frustrada e preocupada.

Esse tipo de sentimento não era estranho para Garfiel. Como irmão mais novo, a presença de sua irmã sempre se destacara, agindo da mesma forma que qualquer outra irmã mais velha sempre agiria. A rigidez dela o aterrorizava.

Mesmo depois de dez anos de separação, depois que ele cresceu, o medo de perder aumentou ao invés de diminuir.

Garfiel: Entendi… Não te deixam em paz.

Criança: … hã?

Garfiel deu um tapa no peito orgulhoso quando o menino revelou seu choque.

Tentando aliviar a tensão e pressão do menino, Garfiel sorriu mostrando suas presas afiadas.

Garfiel: Ter medo da irmã mais velha é algo com que eu estou familiarizado. Se sua irmã assustadora vier correndo pra cima de você, meu eu incrível te protegerá.

Criança: Irmãozão!

A criança de estado emocional abalado abraçou Garfiel com força. Mimi se juntou ao abraço, agarrando Garfiel por trás.

Desta forma, sendo segurado pela frente e trás pelos dois, Garfiel retomou sua determinação e lutou com eles fortemente enquanto continuavam sua jornada.

O pôr do sol estava realmente se aproximando, e certamente eles não voltariam a tempo para o jantar, ainda assim, hoje não havia sido um dia ruim.

Não importa como ele enfrentasse as coisas, ele nunca conseguiria jantar calmamente no mesmo salão ao lado de Reinhard. No entanto, após uma noite de descontração e reflexão, ele seria capaz de lidar com isso no dia seguinte.

Isso tudo foi graças as crianças que acreditavam e admiravam o Gorgeous Tiger, assim como a atitude alegre e descontraída de Mimi.

???: FRED!

Uma voz ensurdecedoramente aguda atacou repentinamente os ouvidos de Garfiel.

Ele ergueu a cabeça surpreso e avistou a figura de uma garota correndo em sua direção. Ela tinha os cabelos elegantemente loiros e longos e estava olhando fixamente para o garoto com Garfiel.

Criança: … Irmã.

Irmã: Você… o quão preocupados você vai nos deixar? Pretende fazer isso até se sentir satisfeito?!

A garota saltou para frente afim de acertar um chute flexível em seu irmão, cujo corpo voou suavemente para trás evitando o golpe.

Garfiel, que testemunhou aquele ato, ficou paralisado pelo choque impedindo-o de conseguir dar uma resposta adequada à bela garota à sua frente, que pousou no chão perfeitamente.

Durante esse meio tempo, ela lançou um olhar penetrante e rígido para Garfiel, e cravou o calcanhar em seus pés.

Irmã: Seu ser altamente suspeito, o que você quer do meu Fred?

Garfiel: Gah… primeiro mexa seus pés, anãzinha.

Enquanto ele enfrentava o turbilhão de dor de seu ataque e de suas palavras raivosas, Garfiel falou firmemente. Vendo que seus ataques preventivos não causaram nenhum dano, a garota recuou com uma expressão tímida.

Embora ela estivesse esperando que Garfiel ficasse com raiva, ele ainda estava longe de atingir seu limite. Ele em vez disso ainda estava surpreso.

Ele nunca tinha imaginado que realmente haveria uma irmã que indiscriminadamente atacasse seu irmão mais novo, com chutes violentos.

A propósito, o menino que havia sido chutado pela irmã, teve seu impacto suavizado.

Com um “Ei!~”, Mimi voou em direção a ele, abraçando-o e pousando levemente. Evitando o ataque da garota.

Vendo isso pelo canto dos olhos, Garfiel deu um suspiro, e vendo essa reação

Irmã: O que há com essa atitude…? Se você tem algo a dizer, apenas diga, e não ouse fazer nada comigo ou com Fred, caso contrário…

Garfiel: Em primeiro lugar, acho que há algum mal entendido aqui. Além disso, não voe em direção ao seu irmão assim. Cê pode acidentalmente causar uma lesão grave nele, não é?

Irmã: Hah…

Agachando-se e ficando na mesma altura que a garotinha, Garfiel fixou seus olhos nos dela e falou baixinho.

A irmã mais nova do menino também era jovem – devia ter apenas uns 10 anos de idade.

Sua nitidez inicial havia desaparecido e sua expressão de raiva se transformou em uma de choro, tendo ouvido a resposta calma e firme de Garfiel.

O que ela disse era certamente um blefe, mas com certeza ela reuniu toda força e coragem para enfrentar Garfiel. Em certo sentido, a coragem dele de enfrentá-la a deixou ainda mais assustada, em uma infeliz reviravolta.

Fred: Ah… Gorgeous Tiger, por favor, não fique muito zangado com minha irmã.

Incapaz de suportar em ver sua irmã triste e trêmula, o menino limpou a poeira de seu corpo e ficou atrás dela, implorando a Garfiel. A expressão da menina mostrou que sua autoestima foi ferida por súplicas e apelos feitos pelo seu irmão, mas ela ainda tinha a dignidade de tentar proteger seu irmão de Garfiel. Embora ele não soubesse o que estava acontecendo de início, ele pôde perceber que o relacionamento entre eles não era ruim.

Garfiel: Então meu eu incrível agora parece um cara mau. Isso é meio desagradável de se ouvir.

Mimi: Ser um cara mau não é bom, Garf!~ Em vez disso, seja o Gorgeous Tiger!

Mimi saltou e cutucou a cabeça de Garfiel. Embora não tenha doído, foi um golpe bastante intrigante.

O confronto inútil entre os dois irmãos e Garfiel permaneceu. Assim como ele se perguntou quanto tempo isso iria durar.

???: Crianças, onde vocês estão?

A voz que quebrou o impasse entre o grupo veio de outra pessoa.

Ao ouvir aquela voz gentil e acolhedora, os dois irmãos se entreolharam. Garfiel observou a figura dos dois correrem em direção a voz.

Irmã e irmão chegaram na esquina logo a frente, onde lá uma mulher apareceu. Eles voaram na direção dela sem hesitar.

A mulher alta e loira era mais que provável de ser a mãe dos dois.

Fred: Mãe!

Irmã: Mãe, Fred estava andando com aquela pessoa suspeita…

A irmã mais velha se agarrou ao vestido da mãe, enquanto soluçava, enquanto o irmão mais novo defendeu a existência e inocência de Garfiel.

Depois de ouvir as divagações das crianças, a mulher sorriu.

Ela deu um passo à frente, com seus filhos ainda agarrados a ela.

Mimi: Garf?!~

Garfiel congelou, e Mimi se virou para examiná-lo.

No entanto, Garfiel foi incapaz de responder ao chamado preocupado de Mimi. Seu coração caótico, mais confuso do que nunca, não tinha forças nem energias para isso agora.

Afinal, a pessoa que estava a sua frente era,

???: Meus filhos parecem ter sido bem recebidos, minhas sinceras desculpas. Se possível você poderia me contar o que aconteceu?

Ela falou em um tom calmo e suave, que não continham ligação alguma com malícia ou suspeita.

Com alguns passos, ela ficou frente a frente com a fera. Quando Garfiel estremeceu com sua presença, ela inclinou a cabeça parecendo confusa.

Aquela expressão, com aquela atitude, com sua doce voz, tudo isso agarrou Garfiel como garras afiadas que o perfuraram por dentro, causando um  tremendo choque.

Garfiel: Mãe…?

Um murmúrio rouco e sem forças saiu de sua garganta.

...Continua...

Capítulos
1 A Linhagem do Farsante
2 Perspectivas de Cada Um
3 Pé na Estrada
4 A Cidade das Comportas, Priestella
5 O Pecador Zarpa
6 O Valor de uma Cantora
7 Uma Reunião Surpreendente, uma Reunião Predestinada e uma Reunião Não Intenciona
8 Jantar Pacífico
9 O Demônio da Espada sob a Lua
10 Penetras
11 Circo de Tragédia
12 Solução Ideal
13 Situação Interrompida
14 Teatro do Leão
15 Ruídos
16 Gorgeous Tiger
17 O Custo de um Erro
18 Estratagema na Prefeitura
19 Emboscadas e Surpresas
20 Reagrupar
21 A Cavalaria e o Homem que Chegou Atrasado
22 Devaneios Heroicos
23 O Mais Novo Herói e o Mais Antigo Herói
24 Uma Maldição Inescapável
25 Um Estado de Espírito
26 Aquele que Você vai Amar um Dia
27 Malícia em Trapaça
28 Malícia em Trapaça parte 2
29 Uma Cidade de Conflito
30 O Desafiante do Deus da Guerra
31 Onde Reside o Coração
32 Regulus Corneas
33 Vítima do Território
34 Enaltecimento de um Guerreiro
35 Os Arrependimentos de Liliana Masquerade
36 Liliana Masquerade
37 Um Banquete de Jantar Repulsivo
38 Eclipse
39 Theresia Van Astrea #1
40 Theresia Van Astrea #2
41 Os Frutos da Batalha por Priestella
42 Um Cavaleiro Sem Nome
43 O Sábio da Torre de Vigia
44 Caminhos Distintos
45 Rumores de um Futuro Incerto
46 Devastação
47 Aqueles que Trazem a Ruína
48 Death Ballet
49 Palácio Carmesim
50 O Peso da Desconfiança e dos Corações Determinados
51 A Praga Que Envenena o Mundo
52 Entre a Agonia e o Desespero
53 Aquele que Simboliza a Guerra
54 Contagem Regressiva
55 Deus da Guerra
56 Aquele que Trouxe a Condenação
57 Morte e Conquista, Parte 1
58 Morte e Conquista, Parte 2
59 Desejos e Vontades Herdadas
60 Decisão
61 Arco EX (6)
Capítulos

Atualizado até capítulo 61

1
A Linhagem do Farsante
2
Perspectivas de Cada Um
3
Pé na Estrada
4
A Cidade das Comportas, Priestella
5
O Pecador Zarpa
6
O Valor de uma Cantora
7
Uma Reunião Surpreendente, uma Reunião Predestinada e uma Reunião Não Intenciona
8
Jantar Pacífico
9
O Demônio da Espada sob a Lua
10
Penetras
11
Circo de Tragédia
12
Solução Ideal
13
Situação Interrompida
14
Teatro do Leão
15
Ruídos
16
Gorgeous Tiger
17
O Custo de um Erro
18
Estratagema na Prefeitura
19
Emboscadas e Surpresas
20
Reagrupar
21
A Cavalaria e o Homem que Chegou Atrasado
22
Devaneios Heroicos
23
O Mais Novo Herói e o Mais Antigo Herói
24
Uma Maldição Inescapável
25
Um Estado de Espírito
26
Aquele que Você vai Amar um Dia
27
Malícia em Trapaça
28
Malícia em Trapaça parte 2
29
Uma Cidade de Conflito
30
O Desafiante do Deus da Guerra
31
Onde Reside o Coração
32
Regulus Corneas
33
Vítima do Território
34
Enaltecimento de um Guerreiro
35
Os Arrependimentos de Liliana Masquerade
36
Liliana Masquerade
37
Um Banquete de Jantar Repulsivo
38
Eclipse
39
Theresia Van Astrea #1
40
Theresia Van Astrea #2
41
Os Frutos da Batalha por Priestella
42
Um Cavaleiro Sem Nome
43
O Sábio da Torre de Vigia
44
Caminhos Distintos
45
Rumores de um Futuro Incerto
46
Devastação
47
Aqueles que Trazem a Ruína
48
Death Ballet
49
Palácio Carmesim
50
O Peso da Desconfiança e dos Corações Determinados
51
A Praga Que Envenena o Mundo
52
Entre a Agonia e o Desespero
53
Aquele que Simboliza a Guerra
54
Contagem Regressiva
55
Deus da Guerra
56
Aquele que Trouxe a Condenação
57
Morte e Conquista, Parte 1
58
Morte e Conquista, Parte 2
59
Desejos e Vontades Herdadas
60
Decisão
61
Arco EX (6)

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