Declaração

— Então... você não levou as últimas folhas? — ele ri.

Pego o livro do chão e passo as páginas rapidamente.

Sinto-me péssimo! A dias atrás a Stephany foi atacada por Íris e eu fiquei com medo de perdê-la. Agora eu tranco-a numa cela fria e suja, sem água e sem comida. Sozinha no relento...e ela estava grávida. Não sei o que faria se, por minha causa, eles dois morressem. Até o meu pai era uma pessoa melhor do que eu como pai e como marido...

A partir de hoje vou mudar...por ela e por nosso filho!

Olho para Fernando que me olhava o tempo inteiro esperando a minha reação. O ignoro. Viro a página.

Deitei a minha cabeça sobre a barriga dela para ouvir o coração dele. Ela acaricia os meus cabelos com delicadeza. O meu coração dispara...eu nunca iria imaginar que ela me trata-se dessa forma.

Espero que um dia eu consiga dizer tudo o que sinto por ela.

Fecho o livro. Fernando põe as mãos no meu rosto e o acaricia.

— E o que você escreveu sobre matar a minha família e eu? — pergunto.

— Eu estava de cabeça quente... — ele diz a olhar nos meus olhos. — Às vezes você consegue ser muito irritante!

— Eu? Irritante? — pergunto achando graça. — Você que é irritante!

— Stephany... — ponho as mãos sobre o seu peito. Sinto o coração dele quase pular para fora. — Eu te amo muito e quero passar todos os meus dias com você e apenas com você!

— Fernando...eu também te amo muito... — ele morde os lábios. — E quero passar o resto da minha vida com você e apenas com você!

Nós rimos. Fernando beija-me suavemente.

— E eu espero muito que você não saia por aí com outras mulheres! — dou-lhe um puxão de orelha.

— Eu nunca fiquei com nenhuma outra mulher desde que nos tornamos noivos... — ele ri. — E eu não fico bêbado...eu estava a fazer cena!

— Então, por que você ficou tão bravo naquele dia? — pergunto confusa.

— Porque eu acordei e não te encontrei no quarto. Eu fiquei com medo de que algum empregado fizesse algo contra você! — ele explica. — Mesmo você sendo a minha esposa, a rainha, eles não te respeitam por você ser humana...assim como a Íris e as outras mulheres também não te respeitaram.

— Desculpe-me... — digo sem graça.

— Está tudo bem... — ele diz me beijando novamente. — Quer dar um passeio no jardim real?

— Vocês têm um jardim? — pergunto surpresa.

— Sim... só de rosas-vermelhas... — ele diz me puxando pela mão.

Fernando e eu fomos caminhando até o jardim. Ele aproveitou para fazer um tour pelo castelo. Depois desse tour detalhado vejo a beleza desse imenso castelo.

Chegamos ao jardim, já está quase amanhecendo. Caminhamos de mãos dadas. O jardim é gigante e muito lindo.

— Elas são lindas... — digo admirando a vista.

— Não tão lindas quanto você! — Fernando entrega-me uma rosa-vermelha e abraça-me. O sol começa a raiar e ele nos leva em um piscar de olhos de volta para o quarto.

— Obrigada por isso, Feh... — tomo a iniciativa de beijá-lo. Ele retribui.

Ele agarra a minha cintura e me tira do chão. Laço as minhas pernas em volta dele. Começo a desabotoar a sua camisa.

— É melhor nós pararmos por aqui... — ele diz segurando a minha mão e colocando-me devagar o chão.

Empurro ele na cama e subo encima dele o beijando.

— Vamos ver se você vai gostar disso! — mordo o seu pescoço o fazendo arrepiar. — O que foi, querido? Pensei que não sentia dor...

Fernando sorri e joga-me para o lado. Agora ele está por cima de mim com aquele sorriso sem-vergonha de sempre.

— Você tem certeza disso? — ele pergunta me beijando. — E se...eu machucar ele?

— Não vai! — tiro o seu cinto.

Ele beija-me mais e mais. Tiro a sua camisa e ele retira o meu vestido. Os nossos corpos novamente em perfeita harmonia e sincronização. Isso é algo surreal. Acredito que nascemos um para o outro. Os nossos corpos se encaixam feito um quebra-cabeça.

— Avise-me se eu te machucar... — ele sussurra no meu ouvido.

......................

— Se eu soubesse que te levar ao jardim te deixaria tão animada...eu teria te levado todos os dias... — ele ri.

— Idiota! — dou-lhe uma cotovelada. Ele ri novamente.

— Te machuquei? — ele pergunta.

— Eu não sinto dor, querido! — brinco. Nós rimos. Ele morde o meu ombro suavemente e me puxa para debaixo do cobertor.

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