Segredos revelados...

Respiro fundo e continuo a ler.

O meu pai recebeu a notícia de que a princesa não havia falecido. Mas, que estava se recuperando. Ele resolveu, então, fazer com que Stephan escolhesse entre as suas duas filhas, a mais velha, de 17 anos, ou a mais nova, de 7 anos, para ser levada ao reino do submundo para se tornar a minha esposa. Triste o rei entregou a mais velha, a que tinha me atacado.

Infelizmente, quando um príncipe chega aos seus 21 anos ele tem de se casar para assumir o trono, como rei. E, como eu não queria escolher...o meu pai escolheu para mim, a princesa Stephany King.

Olho para o livro e vejo que os dois deixaram-se enganar pelo meu pai. Ele nunca gostou de mim e só fez um teatro para que eles não levassem Stela que era apenas uma criança. Continuo a ler.

O meu pai disse para eu dormir com aquela garota idiota, eu fiz! Pediu para eu fingir ser apaixonado por ela, eu fiz! Mas, essa garota é tão irritante...

Essa garota é tão inútil, seria mais fácil de ela ficasse parada e deixasse que eu fizesse o meu trabalho. Mas, ela cisma em fazer escândalo. Eu a odeio, mas...dormir com ela não é a pior coisa do mundo. Ela é bonita e tem um corpo esbelto. Mas, tem uma voz...sinto vontade de arrancar as cordas vocais dela com os meus dentes!

Sinto o meu peito doer. Arrependo-me de ter lido o diário do Fernando. Respiro fundo e continuo.

Espero que ela morra naquela cela fria, sem água e sem comida. Aquela desgraçada! Ela escondeu uma pulseira de chumbo no quarto e atacou-me quando eu menos esperava.

Assim que o meu pai descobre o que fiz com ela, vem no meu quarto e dá-me um baita sermão. Ele que me obrigou a casar com essa inútil e a dormir com ela. Se dependesse de mim, eu nunca dormiria com ela!

Lágrimas escorrem pelo meu rosto, eu o odeio profundamente! Eu realmente acreditei que ele me amava...

Stephany está grávida...pelo menos eu realizei o que o meu pai tanto queria. Casei-me e fiz um herdeiro para o trono. Agora estou livre...

Após a Stephany dar a luz ao bebê, atacarei o palácio e matarei todos de uma vez só. Ela mesma já vai estar morta.

Algo em mim, parece morrer. Não acredito que acreditei numa coisa dessas...

Ainda tem algumas páginas, mas eu não consigo ler. Fecho o livro e o taco na prateleira com força. Pego o pote de morango e jogo longe.

— Tamiris! — grito.

— Sim, rainha? — ela aparece em um piscar de olhos e faz reverência. — O que desejas?

— Você pode me teletransportar para o palácio da minha família? — pergunto sorridente. — quero passar um tempo com a minha família...

— E o rei sabe? — ela pergunta desconfiada.

— Eu disse para ele que faria bem para o bebê pegar um ar fresco — minto. — E a minha mãe poderia ensinar-me um pouco sobre bebês já que ela teve seis!

— Seria eu a pessoa indicada para isso, rainha? — ela pergunta indecisa.

— Você é a única vampira em quem eu confio, Tamiris! — digo me levantando. — Se não fosse por você eu estaria morta, agora! Você é a única em quem eu confio.

Ela concorda com a cabeça e segura as minhas mãos. Logo, estamos no palácio em que nasci.

— Não posso ouvir a senhora daqui, então... — ela explica. — Se precisar de qualquer coisa me chama! — Ela entrega-me uma bolinha plástica — É só você aperta-la que eu aparecerei o mais rápido possível!

— Obrigada Tamiris... — sorrimos uma para a outra.

Tamiris vai embora e um dos guardas me guia para onde está a minha família.

— A rainha Stephany Yung está aqui, vossas majestades! — o guarda anuncia.

Stela e David correm e pulam nos meus braços. Arthur se emociona ao ver-me. Os meus outros irmãos, cunhadas e a minha mãe vem ao meu encontro.

— Você está linda como rainha, Fany! — Abigail e Paloma gritam animadas.

— Parabéns minha menina! — a minha mãe abraça-me.

— Aquele idiota fez algo para você irmã? — Estêvão segura o meu rosto, me examinando. — Você está bem?

— Por que está aqui, Stephany? — Stephan me questiona.

— Eu vim ver a minha família? — digo algo óbvio. — Stephan, eu cresci aqui!

— Mas, você está casada! — ele aponta para a minha barriga. — Deveria estar em casa, descansando!

— Não é como se eu estivesse doente! — reviro os olhos.

A voz de Fernando falando sobre eu revirar os olhos vem na minha cabeça. Um sorriso surge no meu rosto.