Entre amor e ódio

Abro os olhos, estamos num salão enorme.

— O que vocês estão a fazer aqui, Fernando? — viro-me depressa, é o Martin.

— Ela precisa de um médico, pai — Fernando aponta-me.

— O que aconteceu? — Martin franzi o cenho.

— Ela caiu e machucou-se... — Fernando murmura.

— Não, o seu filho jogou-me no chão... duas vezes! — protestei.

— Alguém deu-lhe permissão para falar? — Fernando olha-me torto.

— Parem os dois, agora! — Martin repreende-nos. — Princesa Stephany porquê ele jogou-lhe no chão?

— Ele ficou bravo porque eu... — Hesito e olho para o Fernando que me solta um sorrisinho maléfico.

— Diga logo, tenho trabalho a fazer! — Martin se irrita.

— Eu... saí do quarto! — solto.

— Ela fugiu do quarto e sem permissão! — Fernando corrige.

— E por qual motivo? — Martin lança-me um olhar, irritado.

— Porque o Fernando machucou-me! — mostro os meus pulsos roxos.

Fernando e eu encaramos-nos por um tempo. Martin suspira e aproxima-se da gente.

— Fernando, você vai levá-la a um médico humano, agora! E, Stephany... não tente nenhuma gracinha. Respeite o seu futuro marido! — Martin, enfim fala.

Óbvio que o Martin vai ficar do lado do filho dele. Não sei nem, porque pensei que seria diferente.

— Não posso levá-la para um médico agora... — Fernando diz ao olhar o relógio do salão. — Ainda está cedo... não posso ir ao reino dos humanos.

Suspiro frustrada. Ele envolve novamente as suas mãos na minha cintura e leva-me de volta para o quarto.

— Ok, já pode ir embora! — Digo ao deitar-me na cama.

— E...por que eu iria embora do meu quarto? — ele

pergunta se deitando ao meu lado. — Vamos dormir juntos como um casal... — ele sussurra em meu ouvido ao me abraçar.

— O quê?! Não! — Discordo e tento levantar-me. — Aí... — Encolho-me de dor.

— Fui eu? — ele pergunta soltando-me.

— Não...bem, não exatamente... — nós rimos. É estranho darmos-nos bem agora e mais cedo só faltava ele matar-me.

......................

Acordo com dois homens junto ao Fernando no quarto.

— Eu trouxe dois médicos para examinarem você... — Fernando se aproxima.

— Princesa Stephany King?! — os médicos arfam juntos. — O que a senhora faz aqui?! A senhora está bem?!

— Estou bem, estou bem! — digo para tranquilizar os médicos. — Só estou com uma dor muito forte e gostaria que vocês me examinassem para ver se é grave.

— Com a sua licença, senhora... — ambos fazem reverência.

......................

— A sua saúde está impecável, princesa! — um dos médicos diz. — A senhora só precisa de repouso, remédios para dor e uma pomada para massagem.

— Muito obrigada! — agradeço feliz por não ser grave.

— Ótimo! — Fernando diz. — Guardas, prendam eles no porão!

— O quê?! Fernando... não! — sento-me na cama. — Leve-os de volta para suas famílias!

— Eles ficarão até você melhorar! — Fernando explica.

— Leve-os de volta para suas famílias. Estou bem! — Peço. — Qualquer coisa a Tamiris pode ajudar-me!

— Ficamos felizes em servir a senhora, nossa princesa! — os médicos se pronunciam.

— Não, não quero nenhum humano aqui! — Nego. — Aceitei casar-me com o príncipe Fernando para que vocês e todos os humanos ficassem seguros!

— Princesa Stephany... — um dos médicos tenta consolar-me.

— Eu não abandonei a minha mãe e os meus irmãos a toa... Levem os médicos em segurança para o reino dos humanos, guardas! — ordeno.

Fernando se dá por vencido e concorda. Logo, estamos sozinhos novamente.

— Tenho que ir ajudar o meu pai, mais tarde eu volto — Fernando explica.

— Ok... poderia pedir a Tamiris para vir ajudar-me com a pomada para massagem? — pergunto levantando-me da cama.

— Eu posso ajudar-lhe com isso... — Fernando sussurra no meu ouvido enquanto abre o zíper do meu vestido.

— Não, não precisa! — Digo tentando afastar-me. Isso é em vão. Fernando agarra na minha cintura e começa a tirar o meu vestido.

— Você é minha noiva... não precisa sentir vergonha — Fernando sussurra enquanto beija o meu pescoço.

Viro-me de frente para ele, seminua. Ele analisa o meu corpo e beija a minha testa.

— Vem... — ele pega gentilmente as minhas mãos e faz com que eu me deite na cama. — Relaxa...vou ser carinhoso com você, querida... — Ele beija a minha barriga e depois olha-me nos olhos vendo o meu rosto ficar vermelho. Ele sorri daquele mesmo jeito sem-vergonha.

— Você não tinha que ajudar o seu pai?! — grito envergonhada colocando as minhas mãos sobre o seu peito.

— Ele pode esperar... — Fernando sorri.

Eu odeio aquele sorriso sem-vergonha dele!

Fernando tira a sua camisa e desabotoa a sua calça. Sinto o meu rosto queimar e engulo em seco. Ele percebe a minha reação e sorri. Ele vem por cima de mim e beija-me. Até que ele beija bem ou eu que nunca experimentei outro beijo antes? Fernando beija-me com mais intensidade, apertando o meu seio com força, muita força. Me contorço de dor e tento afastá-lo. Os meus esforços não valem de nada, ele é forte demais.

— Fernando... — gemo baixo. — Espera, Fernando!

Sinto algo escorrer na minha boca. É sangue.

— Fernando, saí! — grito acertando um tapa no seu rosto. Ele para e fica me olhando. Tento recuar, mas ele não permite. — Você está me machucando. Solte-me!

— Desculpe-me...acabei me animando... — Fernando aproxima-se novamente de mim e me beija. — Vou ser mais carinhoso... — Ele volta a beijar-me, dessa vez com mais calma. Ele tira o meu sutiã com delicadeza e continua a beijar-me.

Nossos corpos se encaixaram como se fossem feitos um para o outro. Embora eu o odiasse, aquele momento era mágico. Meu corpo estava cansado, mas ele queria mais e mais.

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