Capítulo 19: Flora

Flora…

Ontem o dia foi muito corrido, mas conseguimos deixar o quarto da minha filha pronto, com suas roupas todas guardadas.

(imagem retirada da internet)

Acordo bem cedo, tomo um banho, me arrumo, vou até o quarto da minha princesa, confiro se está tudo certo e desço para preparar o café. Estou muito ansiosa para buscar a minha princesa, mal dormi a noite.

Meus pais e Jade, vem bem cedo para minha casa, querem organizar a festinha para a chegada de Iris. Minha mãe fez salgadinhos e bolo, Jade trouxe suco e algumas decorações.

Após o café, os deixo em minha casa e vou até o orfanato.

Jurema me aguarda ansiosa no portão, me abraça, parabenizando pela minha primeira vitória.

— Onde ela está?

— No pátio com as outras crianças!

Seguimos conversando até lá.

Ao chegarmos, Iris está com algumas amiguinhas brincando de boneca, ao me ver abre um largo sorriso e corre para os meus braços.

— Mamãezinha!

A pego no colo e nos abraçamos fortemente!

— Que xaudade!

— Também estava morrendo de saudades, minha princesa!

A encho de beijos e fica grudada em meu pescoço.

— Não vou deixa você ir embora, hoje!

— Então não quer conhecer os seus avós e sua tia? — pergunto a fazendo se afastar e seus olhos brilham.

— Eu vou pa casa com você, mamãezinha?

— Vai, sim, meu amor!

Ela começa a chorar emocionada e também me emociono com sua reação.

Nos despedimos de todos no orfanato, Iris pega sua boneca, seus desenhos e vamos para o carro. A sento na cadeirinha que comprei ontem e assumo a direção do veículo.

Durante o caminho, vamos conversando, ela está toda animada, mas preocupada se vão gostar dela.

Logo que chegamos em casa, a pego no colo e entramos em casa.

Assim que vê meus pais e Jade, afaga seu rostinho envergonhada em meu pescoço. Me sento com ela no sofá.

— Filha, não precisa ter vergonha, esses são os seus avós Renato e Clarice, meus pais... e aquela, sua tia Jade! — digo apontando para cada um.

Meu pai se aproxima, ajoelha na frente dela, pega em sua pequena mãozinha, deposita um beijo nas costas da mão e diz:

— Pode me chamar de vovô, se quiser minha princesa!

Ela apenas assentiu com a cabeça e sorri, minha mãe e Jade fazem o mesmo.

A levo em seu quarto, para conhecer e se familiarizar com a casa, ela fica eufórica com o novo quarto, pega os novos brinquedos e o que mais gosta é de sua mesinha, onde pode sentar para desenhar.

Ficamos na porta, observando seu lindo sorriso a cada coisa que via.

Ela coloca seus desenhos na mesinha, me aproximo e vejo serem diferentes dos outros que fazia.

— Filha, o que é isso?

— Boboleta, mamãezinha!

— Eu sei filha, mas porque todos são de borboletas?!

Ela desenha outra borboleta, toda colorida com as canetinhas que Jade deu, nele contém flores.

— Pa você mamãezinha!

— Quem é esse, meu amor? — pergunto, constando um homem embaixo da borboleta.

— Meu papai!

Olho com espanto para todos na porta.

— Filha, eu não tenho marido, então seremos apenas nós aqui!

— Meu papaizinho, está chegando… eu sonhei e minha mãe disse que ele está chegando.

Não questiono, mas confesso que fiquei assustada.

— Filha, que tal irmos para a sala comer, beber e brincar com todos?

Ela concorda, não demora para ficar a vontade com meus pais e Jade. Fazem todas as suas vontades, correm por toda a casa, arrancando altas gargalhadas dela.

Eu e Jade ficamos, observando meus pais correndo com ela, bebendo suco.

— Te conheço, amiga! O que está pensando?

— Fiquei preocupada com o que ela disse, sabe… sobre o seu pai estar vindo, foi o mesmo que disse quando nos conhecemos!

— Do que tem medo?

— Que ela pense que Rubens seja seu pai, ele nem aceitou bem essa adoção e tal!

— Não fique pensando nisso, amiga! Curte a sua filha, é normal, toda criança querer ter um pai, não fique focada nisso!

— Tem razão!

O dia foi muito agradável com todos aqui em casa, comemorando a chegada da nova integrante da família.

Ao anoitecer, todos foram embora, levei Iris para tomar um banho, a troquei, deitei com ela em sua cama e contei-lhe uma história.

Estava tão cansada, que adormeceu antes que terminasse.

Deposito um beijo em sua testa e vou para o meu quarto, tomo um banho, visto meu pijama e vou dormir.

Acordei várias vezes durante a noite, para ver se estava bem e dormiu a noite toda, não acordou nenhuma vez.

Pela manhã, meu despertador toca, me arrumo, vou até o quarto de Iris, a acordo, a arrumo e explico que vai ficar na casa dos avôs para eu trabalhar, ela queria ficar comigo, mas acabou entendendo.

Após tomarmos o café, a deixo com minha mãe e vou para a escola.

O dia ocorre normalmente, liguei várias vezes para saber como minha filha ficou e no almoço conversei com ela, estava muito feliz.

Ao sair do trabalho, vejo a mensagem da minha mãe avisando estar com Iris no parquinho.

Vou direto até lá, assim que minha filha me vê corre para os meus braços a encho de beijos, até que ouvimos uma voz que faz a minha filha se agarrar em mim.

— Então realmente fez adoção? — pergunta Rubens.

O ignoro, coloco Iris no chão e digo para voltar a brincar.

— Já disse para ficar longe, Rubens! Não tenho que te dar satisfação de nada da minha vida!

— Nunca vai se livrar de mim, Flora! É minha esposa e se continuar me afrontando vai se arrepender! — ameaça.

— Escuta aqui, rapaz, não pode falar desse jeito com a minha filha, se coloque em seu devido lugar, ou eu mesma prestarei uma queixa contra você!

— Não teria coragem!

— Pague para ver se não tenho coragem! Estou cansada te ver ameaçando a minha filha, querendo crescer para cima dela, só porque é policial! Pode até ser da polícia, mas isso não te faz mais do que nós, se continuar com isso, se prepare para arcar com as consequências! Como pode ver, temos muitas testemunhas aqui! — diz alto.

Cheio de ódio, olha para as pessoas que estão nos olhando, se afasta, volta para a viatura e vai embora.

Com toda aquela confusão apaziguada, vou atrás de Iris, mas sinto um arrepio horrível percorrer a minha espinha, quando a vejo sair correndo na rua atrás de sua bola, um carro vem em sua direção.

— Iris! — grito apavorada.

Continua...

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