Hugo…
Meu nome é Hugo, sou um homem solitário, fui acolhido por um homem muito bondoso e honesto.
Seu Waldemar, é um senhor de seus sessenta anos, viúvo que não teve filhos, ele é dono de dois postos de gasolina na região, esse que fica a dois quilômetros de Porto Alegre e outro em Canela. Esse eu nunca fui, pois ele não gosta que eu saía daqui de Porto Alegre, moro nos fundos do posto.
Ele me encontrou entre a vida e a morte, levou-me para o hospital de Porto Alegre e desde então cuida de mim, como se fosse um pai.
Não me recordo de nada do meu passado, apenas do meu nome, porque havia um pingente num dos bolsos da jaqueta que usava, quando fui encontrado.
Desde que cheguei aqui mudei muito, foquei em atividades física, luta que eu sinto ser algo que faz parte do meu passado e mudei completamente. Era bem magro, agora tenho um corpo atlético e bem definido.
Estava trabalhando em minha moto, quando ouvi alguém chamando, era voz de mulher. Ao ir ver de quem se tratava, vejo uma mulher muito linda sendo assediada por um idiota, pego uma barra de cano e vou até lá.
A garota, chamou muito a minha atenção, linda com um olhar penetrante. Ela não disfarçou seu interesse, parecia me comer apenas com o olhar.
Assim que vai embora, volto para a minha casa para terminar o conserto da minha moto, já estava terminando quando um carro estaciona bem próximo da minha casa, ao olhar, vejo que se trata do idiota que mexeu com a garota que ajudei.
Me coloco de pé, observando ele se aproximar com mais quatro homens.
— Vamos ver se é tão valentão agora! — exclama o rapaz.
— Não sabe se defender sozinho e precisa dos seus amiguinhos? — pergunto com sarcasmo.
Eles vêm para cima de mim, fecho o punho e desfiro um soco no rosto de um deles, ao tentarem me acertar, agacho e dou uma rasteira em outro, ao me levantar, desfiro um chute no peito do outro o fazendo cair de costas.
O quarto, vem com o punho fechado para cima, mas seguro seu pulso, virando o braço dele para trás, chuto as suas costas o fazendo bater de cara com um poste e desmaia na hora.
Tentam me segurar por trás, para o outro golpear, mas ganho embalo e chuto o peito do outro com os dois pés. Para me soltar, empurro a cabeça para trás o mais forte que consigo, o atingindo no rosto, assim que me solta, percebo que machucou seu nariz e saí limpando o sangue.
O que mexeu com a garota, pega um cano de ferro e vem para cima, mas um disparo é efetuado, assustando a todos. Ao olhar para o lado, vejo senhor Waldemar, com sua arma mirando para cima. Ele é aposentado da polícia militar.
— Saíam daqui antes que eu descarregue a minha arma em vocês!
Pegam o que desmaiou, entram no carro apressados e saem cantando pneu.
— O que aconteceu aqui? — pergunta o senhor.
Explicou-lhe o que aconteceu.
— Tenho nojo dessa espécie de homem, além de serem canalhas de obrigar uma mulher a estar com eles, ainda são covardes para vir em bando contra um!
— Mas não tiveram a mínima chance!
— Não quero confusão aqui no meu posto, Hugo!
— Desculpe, senhor Waldemar! Juro que isso nunca mais vai acontecer novamente!
— Me preocupo com você rapaz, sabem que mora aqui e podem querer voltar quando estiver dormindo, para se vingar!
— Estarei atento, senhor! — digo recolhendo as ferramentas que usava.
— Trouxe algumas coisas para você, estão no carro! Tem frutas, legumes e algumas quitandas que minha funcionária preparou!
Waldemar, tem sido como um pai para mim, sempre preocupado cuidando de mim.
— Consertou a moto?
— Sim! Finalmente encontrei o problema!
— Hugo… e essa moça que ajudou! A conhece?
— Não! Ela mora em Porto Alegre, estava de passagem, a ajudei e queria pagar, mas não aceitei!
— Bonita? — pergunta ele.
— Uma mulher linda, simpática, com um olhar sincero… e muito elegante!
— Vejo que essa garota chamou mesmo a sua atenção, nunca te vejo ceder, a mais de um elogio a uma mulher!
— Nada a ver! Ela até me convidou para sairmos para beber algo, em agradecimento a ajuda, mas não vou não!
— Porque não? Tem que sair Hugo, está há tantos anos enfiado aqui nesse lugar, precisa se divertir, ainda é jovem! Conhecer pessoas, uma namorada…
— Como farei isso, se não sei nada sobre mim, senhor Waldemar! Não sei se eu tinha família, amigos… talvez uma namorada que esteja a minha espera!
— Se nunca se lembrar, nunca vai ter ninguém! Não pode ficar a vida toda assim, tem que tentar tocar a sua vida, meu filho! Conhecer um amor, alguém que te faça feliz, que te faça ter novas perspectivas, sonhos…
— Vou pensar nisso…
Vamos até o seu carro, pegamos as coisas que trouxe e entramos em minha casa, passo um café para nós e conversamos enquanto fazemos a refeição.
Ao cair da noite, ele vai embora.
Tomo um banho e decido ir até o bar que a garota disse que estaria.
Me arrumo, subo em minha moto e vou até a cidade.
Assim que entro no bar, está lotado, várias pessoas dançando na pista, outras em mesas e a visto, a bela garota com mais três mulheres ao seu lado.
Com certeza esse lugar não é para mim, na verdade, fiquei tanto tempo apenas na minha casinha, que lugares muito movimentados, me incomodam.
O olhar da garota, encontra o meu, parecia surpresa em me ver ali, me sinto um idiota e saio do lugar.
Assim que chego em minha moto e pego o capacete, percebo que está próxima de mim.
— Vai mesmo embora? — pergunta a garota.
Ao nos olhar, ela sorri.
— Fico feliz que tenha vindo! Posso te pagar uma bebida?
— Desculpa, mas não gosto de lugares tão agitados, não estou acostumado! Não devia ter vindo!
— Espera! Se veio é porque teve um motivo…
Sorrio com seu jeito ousado, arqueando uma das sobrancelhas.
— Talvez eu tenha ficado curioso em conhecer uma linda garota, que passou hoje pelo meu local de trabalho!
— E essa garota era bonita?
— Bonita? Não! — digo e ela cruza os braços. — A palavra correta, seria linda, uma beleza única!
— Garota de sorte essa!
Nós dois sorrimos.
— Não vai não! Podemos ir para um lugar mais tranquilo, se quiser…
— Não quero estragar a sua noite!
— Vai estragar se for embora!… Me espera aqui, vou avisar a minha amiga e vamos para algum lugar!
Não sei o que estou fazendo, mas a espero, assim que volta entrego-lhe o capacete reserva que carrego, ela coloca.
— Não tem medo de sair com um desconhecido?
— Não é um desconhecido, eu te conheci há algumas horas, após me salvar de um idiota!
Sorrio, subimos na moto e ela agarra em minha cintura, fazendo meu corpo receber uma espécie de descarga elétrica.
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Atualizado até capítulo 122
Comments
Gedna Feitosa Gedna
Xiiiii, aí tem coisa. P q será que esse senhor não quer que ele vá até que ele vá até lá?? Será que ele sabe de tudo e se apegou ao Hugo e não que q ele se encontre com a sua verdadeira família.???
2025-01-15
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Andrea Souza
uauuuu é o irmão da Flora!!!! Que bom que está vivo!!!! E agora estou na dúvida, qual a ligação da Flora com a pequena Íris???
2025-04-02
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Heloísa Garbin
o Hugo pode ser irmão da flora que desapareceu
2025-03-08
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