Capítulo 16: Olivia Teodoro

Olivia…

Essa noite foi maravilhosa, Teodoro me proporcionou um prazer indescritível, incomum, que jamais havia sentido em toda a minha vida.

No entanto, sei que assim que abrir meus olhos, volto a minha realidade e tenho que esquecer o que aconteceu aqui nesta noite.

Abro os olhos e Teodoro não está ao meu lado, olho para o lado e está em frente ao espelho, veste uma calça social, camisa e ajeita sua gravata.

— Bom dia! — diz seco.

— Bom dia! — digo sentando-me, enrolada no lençol.

Estou toda dolorida.

— Se arrume, vou te deixar em casa, estou atrasado para o trabalho!

A forma que está agindo, não parece o Teodoro de ontem a noite, mas nem ligo, assim é melhor.

Pego as minhas roupas que estão sobre a cama e vou até o banheiro.

Faço a minha higiene pessoal, me troco e volto para o quarto. Ele se aproxima de mim, entrega-me um copo com água e um comprimido, olho para ele, com uma das sobrancelhas arqueada, aguardando uma resposta.

— Pedi para um dos funcionários do prédio, comprar a pílula do dia seguinte, não quero arriscar ser pai tão jovem!

Tomo o comprimido e bebo a água.

— Aconteceu algo, Teodoro? Está estranho…

— Olha só, senhorita certinha, não quero que fique criando falsas expectativas em relação a nós, só porque tirei a sua virgindade! Sou homem de uma noite só e não repito as minhas transas!

— Quem disse que eu quero repetir? — questiono — Foi bom, mas nada que me faça querer repetir!

Saio do quarto, ele diz para eu aguardar na sala, que vai me levar para casa.

Irritada, pego a minha bolsa de mão no sofá, saio do apartamento e entro no elevador. Pego o meu celular e vejo as inúmeras chamadas perdidas de Lavínia, retorno a ligação.

— Nossa Olivia, até que enfim! Estava preocupada!

— Desculpe, meu celular estava no silencioso!

— Onde está?

— Saindo do apartamento de um cara!

— Por favor, Olivia, não me diz que…

— Sim, Lá! Mas não se preocupe, foi algo que eu quis muito e não me arrependo!

— Está com Teodoro?

— Como sabe?

— As nossas colegas da faculdade! Me espera aí, vou te buscar, suas roupas estão dentro do meu carro!

— Vou te esperar, no mesmo lugar onde troquei de roupa ontem a noite, só que na lanchonete!

Sigo para o local e aguardo Lavínia chegar. Estou a sua espera, quando vejo Daniel passando do outro lado da rua, acompanhado de outra garota. Os dois parecem muito íntimos, me escondo no estabelecimento e os observo pelo vidro. A garota parece muito nervosa, desfere um tapa no rosto dele e vai embora. Ele parece ficar arrasado, passa as mãos pelos cabelos e vai embora.

… O que Daniel está aprontando? …

Saio do local e não demora para que Lavínia chegue, pego as minhas roupas e no estabelecimento troco de roupa, para não ficar chato pedimos um café e Lavinia quer saber os detalhes da noite anterior.

— Não acredito que fez isso, e ainda por cima com meu irmão!

— Melhor do que um estranho! Mesmo ele agindo como um idiota hoje de manhã, não me arrependo, foi ótimo!

— Téo, é um mulherengo que não leva ninguém a sério!

— Eu sei, não me esqueci de suas palavras, quando estava com ele, mas me surpreendi muito com ele, quando disse ser a minha primeira vez, foi todo carinhoso e muito cuidadoso, confesso que agradeci internamente, por ter sido ele a tirar a minha virgindade!

— Sério isso? — pergunta e concordo com a cabeça, após dar um gole em meu café. — Confesso que isso me surpreendeu agora!

Conto-lhe sobre a cena que vi minutos atrás, mudando o foco da conversa.

— O que será que esse cara está escondendo, Olivia?

— Não sei, mas eu vou descobrir!

Lavínia me deixa em casa, entro pelos fundos e por sorte, meus pais, já saíram para trabalhar.

Tomo um banho relembrando a noite maravilhosa de ontem, me sinto diferente, não sei explicar.

...ΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩ...

Teodoro…

Logo que acordei, ainda estava abraçado com essa garota, que me proporcionou um prazer jamais sentido em toda a minha vida, no entanto, isso me assustou. Não quero me envolver com ninguém sentimentalmente e por ter sido o primeiro homem de sua vida, vai querer ficar atrás de mim e não tenho saco para mulher grudenta.

Ao sair do quarto, ela já não está mais aqui, fico frustrado, mas devia ter imaginado, deve ter ficado irritada por eu agir friamente.

… Melhor assim!…

Vou para o hospital e logo que entro em minha sala, Paola está sentada em minha cadeira.

— O que faz aqui? — pergunto asperamente fechando a porta.

— Vim te dar um presentinho de desculpas, por ontem! — diz levantando-se.

— Como sabia que eu viria até aqui hoje?

— Liguei para a sua casa e me disseram que não estava, então imagine, que teria vindo trabalhar!

Paola, vestia um sobretudo, ela retira e está usando apenas uma lingerie vermelha, que a deixa muito sexy. Ela se aproxima e tenta me beijar, mas viro o rosto.

— O que foi?

— Tenho muito trabalho, Paola, não estou a fim!

Ela olha-me assustada, pois nunca neguei suas investidas, mas confesso que não tive nenhuma vontade, aquela senhorita certinha me satisfez plenamente nessa noite.

— Tenho muitas preocupações e não tenho tempo para isso agora! Peço que vá embora!

— Como é? — pergunta inconformada.

— Teve a sua chance ontem e inventou uma desculpazinha para fazer charme!

— Eu não inventei nada, realmente…

— Paola, não estou a fim! Já disse para ir embora daqui!

— Não acredito que está me rejeitando, por um imprevisto!

— Por favor, Paola tenho que trabalhar, mais tarde nos vemos! — digo asperamente.

Sua insistência me tira do sério.

Vou até a porta, abro e faço sinal para que saía.

Mesmo contrariada, fecha o sobretudo e saí pisando alto.

Tranco a porta e foco no meu trabalho, preciso resolver todas as burocracias da ida do novo cardiologista para Canela e ainda estudar uma forma, do paciente e sua família, não levar em frente o processo.

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