Capítulo 17 Augusto

Augusto…

Quando vejo Verônica em minha sala, me sinto muito mal.

Começo a suar frio e relembro do passado, respiro fundo e tento disfarçar, por mais que eu tente ser forte, ela parece ainda ter poder sobre mim e esse sentimento é horrível.

Vou para a minha mesa e sento-me em minha cadeira, tentando não transparecer o que sinto.

— O que quer aqui?

— Como vai, meu gostosinho!

— Diz de uma vez o que quer, antes que eu chame os seguranças e te expulsem de uma vez por todas daqui!

— Não teria coragem! — diz cinicamente. — Mas vou direto ao assunto, porque hoje vou almoçar fora, num…

— Não me interessa aonde vai, ou com quem vai…, apenas diga o que veio fazer aqui!

— Preciso de dinheiro, ele…

— Não vou te dar mais nenhum real, meu irmão já te deu dinheiro no outro dia que apareceu aqui, se quiser mais espere até o mês que vem!

— Escuta aqui Augusto, ou me dá o dinheiro, ou vou procurar os meus direitos!

— Vai, pode ir, o que está esperando? Vamos ver o que o juiz vai decretar!

Olha-me espantada, mas disfarça.

— Um escândalo para a sua família, nesse momento seria ótimo! — diz com ironia.

— Não me importo, estou cansado desses seus joguinhos, se quiser ir à justiça, ótimo, iremos brigar na justiça, mas se prepare, porque não vou exitar em dizer toda a verdade! Agora saía do meu consultório imediatamente! E mais uma coisa, se voltar a entrar no hospital, vou diminuir o valor que pega todos os meses!

Irritada, ela saiu da minha sala.

Solto todo ar que segurava em meus pulmões, tento me recompor, pego um copo de água e bebo. Assim que me acalmo, foco no meu plantão.

O plantão do período da manhã foi bem tranquilo, porém, após a visita dessa mulher, decido ligar para um dos meus colegas me substituir, não estava me sentindo bem.

Saindo do hospital encontro com Teodoro. Nos cumprimentamos com um abraço.

— Não sabia que estava no hospital, hoje! — digo.

— Vim resolver sobre a sua ida para Canela, e tentando encontrar uma solução para o problema que Ivan causou!

— Deixa comigo, irmão! Amanhã mesmo vou até lá para me familiarizar com o lugar e marco de me encontrar com essa família!

— Obrigado, cara! Assim não vou precisar ir!... Está tudo bem? Me disseram que pediu para outro médico fazer o seu plantão!

— Não quero falar sobre isso agora!

Seguimos para casa, cada um em seu carro.

Ao chegarmos, vou direto para o meu quarto, tomo um banho, me arrumo e desço para almoçar com toda a família.

No final da tarde, Teodoro me chama para irmos jogar basquete, me troco e vamos para a quadra de basquete.

Começamos a jogar, de início ele já faz uma cesta, em seguida faço duas.

— Me diz o que te incomodava mais cedo! — diz desviando de mim e fazendo uma cesta.

— Verônica esteve no hospital novamente!

Conto-lhe que pela primeira vez, consegui ser firme diante dela e a enfrentar.

— Talvez seja melhor mesmo ir trabalhar em Canela, passar um tempo por lá, ficar longe dessa vagabunda!

— Cara, sabe que nossa irmandade nunca vai mudar, só porque estou longe, não é mesmo? Eu te amo, é o meu melhor amigo, confidente e isso nunca irá mudar!

— Eu sei e também te amo! Está na hora de viver coisas novas!

Sorrimos.

— Como foi a sua noite? — pergunto divertido, mudando de assunto.

— Por que a pergunta?

Conto-lhe, que nossa irmã chegou muito preocupada, pois ele havia saído com a melhor amiga dela.

— Porra, tu tá de brincadeira, né? — pergunta e nego com a cabeça. — Estou perdido, essa garota agora não vai sair do meu pé!

— Pelo que Lavínia diz, ela não faz esse estilo de mulher!

— Escuta o que vou te dizer! Pode ter certeza que logo ela vai começar a frequentar aqui em casa e ficar no meu pé! Deve ser por isso, que Lavínia nem falou comigo direito hoje!

— Tá, mais me diz aí, foi boa ou não a noite?! Sabe que para mim não precisa esconder nada!

— Foi perfeita a noite, nunca transei com uma mulher do jeito que transei com a senhorita certinha, além de tudo, hoje de manhã, rejeitei a Paola, não tive vontade nenhuma de transar com ela e olha que estava muito sexy!

— Apaixonou é? — digo divertido, roubo a bola dele e faço outra cesta.

— Para de falar besteira! Só quero dizer que ela foi a primeira mulher que me satisfez de uma forma única! Mas nunca mais vai rolar, ainda mais sabendo que é amiga da nossa irmã!

— Nunca é muito tempo! — digo divertido, irritado, consegue tomar a bola e fazer a última cesta.

Jogamos mais uma rodada e depois entramos em casa.

Após tomar um banho, meu pai vem até o meu quarto falar comigo.

Está preocupado com a minha ida para Canela, por eu ser uma pessoa muito fechada, que não tem amigos, nem nunca se envolveu sentimentalmente com ninguém. Sou fechado e nunca fui de ter amigos, além de Teodoro.

— Não se preocupe, pai, eu sinto que está na hora das coisas mudarem, de eu mudar! Talvez trabalhar em outro ambiente, com pessoas diferentes, me ajude!

— Só quero que fique bem, filho!

— Eu vou ficar pai, não se preocupe! Também está na hora de seguir em frente, pai!

— Não é algo fácil assim filho! Eu ainda amo a sua mãe com todo o meu coração!

— Ela ia querer que seguisse em frente, foi o que ela pediu antes de...

— Ainda não estou pronto, Guto! Mas se caso isso acontecer, prometo que serão os primeiros a saber!

Conversamos mais um pouco e depois descemos juntos para a sala de estar.

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