Lavínia...
Sou Lavínia, tenho 22 anos, brasileira, cursando gastronomia.
Sou uma garota meiga, educada, gentil, determinada e extrovertida.
Meu pai sempre quis que eu me tornasse médica assim como todos da família, mas esse nunca foi o meu sonho, não tenho o dom para isso.
Mesmo não concordando, tanto meu pai como irmãos me apoiam em minha escolha. Minha família é tudo para mim, somos muito unidos e sempre temos os nossos momentos juntos. Quero ver todos felizes, principalmente meu pai, que após a morte da mamãe, não quis se envolver com ninguém.
Solteira por opção, adoro sair para dançar, me divertir. Tenho uma melhor amiga, que conto tudo para ela, Olivia. Minha amiga é refém dos pais, acredita que lutar por igualdade, ou seja, por sua liberdade, é desrespeito, já consegui mudá-la muito e espero que em breve eu consiga salvá-la de uma vez por todas. Não quero colocá-la contra seus pais, quero que ela seja livre, que lute por seus sonhos e objetivos. Eu queria apresentar ela para o meu irmão Augusto, ele é um homem fechado, mas carinhoso e sei que os dois se dariam muito bem, já Teodoro é muito mulherengo, um verdadeiro cafajeste.
Após passar um tempo com meus irmãos, vou até o restaurante do meu professor de gastronomia, o restaurante fica na cidade vizinha, em Gramado, duas horas de viagem de carro. Me convidou para conhecer o movimento, as especialidades e os pratos mais famosos. Como quero abrir meu próprio restaurante, achei uma excelente oportunidade de conhecer na ativa.
Olivia me liga chorando, preocupada pergunto se quer ir para a minha casa, pois iria imediatamente para lá, mas não quis, então a obriguei a sair comigo a noite. Fico mais um tempo no restaurante e foco em tudo o que estou aprendendo na prática, ele me deixa montar um dos pratos, faço do meu jeito e sou elogiada pelo cliente.
Com toda a certeza, essa é a vida que eu amo, a vida que eu quero para mim.
No final da tarde, me despeço deles, agradeço pela oportunidade e sigo de volta para casa. Alguns quilômetros antes de chegar em Porto Alegre, o carro começa a falhar, peço internamente para que não pare de funcionar. Próximo de um posto de gasolina, o carro para de uma vez.
— Não acredito! Hoje é o meu dia de sorte! — digo tentando ligar novamente.
O carro liga, mas não tem força para se locomover.
Vou até o posto de gasolina e não tem ninguém, e para ajudar o celular ficou se área.
— Que merda!
Passa um carro perto e um rapaz desce, mas confesso que fico com medo.
— Precisa de ajuda, gatinha? — pergunta se aproximando. — Se quiser eu te levo para algum lugar!
— Não obrigada! Estou esperando, meu irmão… ele já está vindo! — minto.
Olho para todos os lados, em busca de alguém que possa me tirar dessa enrascada.
— Ah, que isso, gatinha, vai ficar aqui sozinha, deveria ficar com medo! — diz maliciosamente.
— Fica longe de mim! — digo. — Já disse que meu irmão está vindo me buscar! — digo asperamente.
O homem se aproxima.
— Não ouviu ela mandar ficar longe! — grita uma voz grossa e áspera vindo de uma das repartições do posto de gasolina.
— Qual é cara?
— É melhor pegar essa sua bunda e colocar dentro daquela porra de carro e sair daqui, antes que eu te encha de porrada, seu imbecil! — diz pegando uma barra de cano no chão.
Assim que meus olhos recaem sobre o rapaz de voz grossa, me arrepio dos pés a cabeça, loiro, de olhos claros, boca desenhada, seu corpo parecia ter sido esculpido a mão de tão perfeito. Ele usava apenas uma calça jeans, com peitoral exposto, dando a visão do seu corpo atlético. Percebendo que estou de boca aberta, rapidamente fecho e desvio o olhar, para que ele não perceba.
De olhos arregalados, o homem volta para o seu carro em passos largos e saí cantando pneu.
— Obrigada, eu… eu parei aqui porque, o carro parou de funcionar e meu celular não tem área! — digo apontando para o pneu. — Chamei ali no posto de gasolina, mas…
— Estão reformando, vai reabrir na próxima semana! — diz seco.
— Entendi!… Será que pode me ajudar?
— Abre o capo, vou dar uma olhada!
Assim faço, abro e volto para perto dele.
O rapaz mexe em algo e fico presa em meus devaneios, admirando seu lindo corpo, meus pensamentos vão longe e fico de calcinha molhada, mordendo o lábio inferior.
… Porra, não é que eu seja uma tarada, mas o homem é perfeito, como não olhar, deve ter 1,90 de altura, com corpo todo definido…, imaginei eu com 1,60 escalando esse Everest…
— Quer testar? — pergunta e eu fico vermelha de vergonha.
— Oi? — pergunto sem jeito, saindo de meus devaneios.
— Testar o carro! — diz olhando-me com um sorriso de canto.
… Que vergonha! Dei na cara meus pensamentos impróprios!…
Nem digo nada, apenas vou até o carro e dou partida e ele responde assim que tento sair do lugar.
— O que era? Pensei que tivesse fundido o motor!
— Um cabo de vela que escapou!
— Quanto é o serviço? — pergunto desligando e saindo do carro.
— Não é nada! Foi coisa simples!
— Muito obrigada! Mas gostaria de pagar…, fico sem jeito!
— Quem sabe um dia não passe por aqui e me paga um café?! — diz aguçando a minha mente poluída.
Não sei explicar, mas o modo que me defendeu, apenas demonstrou ser boa pessoa e não um idiota como o outro.
— Seria ótimo…, ou quem sabe você não vai um dia em Porto Alegre e podemos sair para tomar algo?
— Me diz quais os seus lugares favoritos, quem sabe eu não apareça por lá!
— Todas as sextas estou no bar kiss night…
— Quem sabe um dia eu apareço por lá!
Esse homem tem um charme na voz, no sorriso de canto, mas tem um olhar misterioso. Esconde algo em seu olhar, uma mistura de tristeza, dor e algo a mais que não soube identificar.
Entro em meu carro, agradeço novamente e sigo viagem.
— Puta merda, como sou burra! — penso me lembrando de que nem perguntei o nome do Everest. — Fala sério, Lavínia, nunca mais vai ver esse homem!
Volto para o Porto Alegre.
Assim que chego em casa, encontro com Teodoro na entrada, estava com um semblante péssimo, contou-me sobre Augusto se oferecer para trabalhar em Canela. Esses dois tem uma irmandade muito acima do que já havia visto, eles se conhecem tão bem, sentem quando um não está bem e acho essa ligação incrível. Porém Teodoro não aceita que Augusto também tem que tentar coisas novas na vida, ir em busca de seus sonhos.
Teodoro é muito protetor e após a morte de nossa mãe, acredita que todos nós somos sua responsabilidade.
Conversamos um pouco e o convido para sair hoje a noite e diz que vai pensar.
Sei muito bem, o que quer dizer quando diz que vai pensar, se refere a sair com aquela mulherzinha que trabalha no hospital. Não vou com a cara dela e minha madrinha disse, que ela se sente dona do hospital, só porque transa com ele.
Toda vez que vou até lá, tenta se aproximar, fingir de amiga, mas não dou moral, gosto de pessoas verdadeiras.
Subo para o meu quarto e tomo um banho.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 122
Comments
Josigg Gomes Galdino
Só porque transa com o idiota do Téo, já se acha dona do hospital, imagina quando ele conhecer e se apaixonar pela Olívia, vai virar o cão
2025-03-21
1
Gedna Feitosa Gedna
Teodoro/Olivia; Augusto/Flora. E passa a régua que a conta está fechada. /Smile//Smile//Smile//Grin//Grin//Grin//Grin//Joyful//Joyful//Joyful//Joyful/
2025-01-15
2
Josigg Gomes Galdino
Vai se envolver com a Lúcia
2025-03-21
1