Capítulo 11: Teodoro

Teodoro…

Não sei o que essa mulher tem, que me faz ficar a vontade e acabo a convidar para ir até o meu apartamento. Contínua em reforma, mas a sala, bar e uma das suítes estão prontas.

Não fica longe dali, dá até para ir andando, mas não deixaria meu carro na rua.

— Nossa, por onde passa é o centro das atenções! — diz ela assim que dou partida no carro.

— É assim mesmo, quando se é irresistível!

Ela gargalha, e fico incomodado com isso, a olho arqueando uma das sobrancelhas.

— Qual a graça?

— Você é a graça! Seu ego é muito elevado, devia baixar um pouco a bola, garanhão!

— Ah…, vai dizer que não chamei a sua atenção?

— É sim um homem bonito, mas sabe que tem a mulher que quer, na hora que quer, por ter dinheiro e ser muito conhecido por todo Rio Grande do Sul!

— Nossa, essa doeu! — digo fingindo decepção, pousando uma das mãos no peito.

Eu reviro os olhos e olho para o lado de fora do vidro.

Chegamos no prédio e subimos para a cobertura, ao entrarmos, ela observa tudo atentamente, parece surpresa com o tamanho do lugar.

Coloco minha carteira e chaves na mesinha ao lado do sofá, oferece uma bebida e ela aceita. Vou até o bar e tem apenas uma garrafa de champanhe, e duas taças, mas são de vinho branco, pego elas mesmo.

— Champanhe? — pergunta divertida.

— O que? Quero ostentar! — digo divertido e rimos.

— Com taças de vinho?

— Conhece?

— Claro! Meus pais têm restaurante, sei tudo a respeito!

— Desculpa, como disse estão reformando…

— Tudo bem, não me importo, o que me incomoda, é achar que sou apenas um rostinho bonito! Apesar de ter aceito vir até o seu apartamento, sou uma mulher inteligente!

— Quer dizer, que vir até aqui, é coisa de mulheres não inteligentes?

— Sejamos sinceros, Teodoro! É o tipo de homem que não leva nenhuma mulher a sério, todas saem com você, acreditando que serão levadas a sério ou que vai bancá-las… e eu não sou assim, eu trabalho, estudo e não preciso de um homem para me bancar! Se aceitei vir até aqui, é porque me propus ter uma noite diferente, testar novas experiências…

Essa mulher não para de me surpreender.

Com toda certeza, desde o primeiro momento que a vi naquele bar, notei ser uma mulher diferente.

— Não pensei que fosse uma mulher fútil e...

— Tudo bem, vou fingir que acredito e você fingi que fala a verdade!

— Caraca, garota! Você é bem dificil! — digo divertido. — Me diz o que pensa de mim, para não ficar um clima chato, acreditando que eu te ofendi! — digo tentando desviar do rumo que a conversa tomou.

— Tem certeza que quer ouvir? — pergunta, e eu concordo com a cabeça. — É um homem com excesso de confiança assustador! Acredita ser superior aos demais e isso o faz ser arrogante perante os outros!

— Está enganada! Não sou esse homem!

— Então prove…

Nos sirvo e ela me questiona sobre o que me incomodava no bar, não sei por qual motivo, mas acabo contando-lhe sobre meu irmão, o fato de não o querer longe de casa. Seu semblante é de surpresa, mas gosto de desabafar com ela.

— Talvez esteja sendo dramático! Canela não fica tão longe, ainda podem se ver sempre! Todos nós temos que seguir caminhos opostos, às vezes, para nos encontrar verdadeiramente! Talvez seu irmão precise disso, estar num ambiente de trabalho diferente, conhecendo gente nova…, isso pode ser bom para ele!

— Vendo por esse lado!

— O que posso notar aqui, é que o grande problema nesse caso, é você! Acha que pode controlar tudo e todos e não digo no mal sentido, mas sim, de que jogou sobre si a responsabilidade de carregar todos nas costas, como se isso fosse sua responsabilidade e não é! Está na hora de deixar seu irmão conhecer o novo, de abraçar essa nova chace que a vida está lhe dando! Talvez tenha algo grande o esperando, se impedir, ele pode nunca saber o que é!

Sorrio com suas palavras, além de ficar me afrontando, não medindo suas palavras, ela fez eu perceber que está certa.

— Me fala um pouco sobre você, senhorita certinha!

Ela revira os olhos.

— Não tem muito o que dizer…

— Ah, não, sempre tem! Pelo menos diz um fato que te defina!

— Está bem! Hoje completo 23 anos e ganhei de presente, um casamento arranjado por meus pais, com alguém que não sinto nada!

— Está falando sério? — pergunto e ela assentiu com cabeça. — Em pleno século XXI, ainda existe isso?

— Sim, mas já me decidi que não farei a vontade dos meus pais dessa vez!

Confesso que fiquei surpreso, afinal, parece ser uma mulher independente.

— A senhorita certinha, vai se rebelar contra os pais? — pergunto me aproximando dela.

… Se aceitou vir até aqui, é porque quer o mesmo que eu… — penso.

— Vou, sim, senhor arrogante!

Ela acaricia o meu rosto e meu corpo é acometido por algo estranho, arrepios e uma sensação ótima. Ela toma a iniciativa, cola seus lábios nos meus e os acaricia duas, três vezes, me afasto um pouco, olho em seus olhos e vejo desejo. Tomo seus lábios num beijo profundo e lento, nossas línguas bailam a mesma melodia, no mesmo ritmo, nossos rostos se encaixam perfeitamente. Ela leva as mãos até meu pescoço, a puxo para o meu colo, encaixando suas pernas uma de cada lado.

Nosso beijo esquenta, tomando proporções mais avassaladoras, um fogo percorre cada partícula do meu corpo e a desejo desesperadamente.

Nos afastamos por falta de ar, desço beijando e chupando o seu pescoço.

A pego no colo e seguimos aos beijos para a suíte.

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