Flora…
Assim que saio do orfanato, o táxi que pedi já me aguardava.
Entro e no caminho para casa, minha mãe manda mensagem preocupada, aviso que já estou a caminho de casa.
Durante todo o trajeto de casa, fico pensando em Iris, meu coração fica apertado, só de imaginar aqueles olhinhos.
Assim que chegamos, pago o táxi e vou até a casa dos meus pais.
Minha mãe já me aguardava na porta.
— Estava preocupada, filha!
— Desculpe não ter avisado, mãe! Chegou uma menina nova no orfanato…
Entro contando-lhe como tudo sucedeu-se, assim que entro sou recebida por meu pai com um abraço e beijo na testa. Os dois ficam sensibilizados com história de Iris, mostro-lhes uma foto que tirei e sentem algo diferente também pela menina.
(Renato e Clarice)
Jantamos juntos, depois me despeço deles, meu pai se chama Renato, é caminhoneiro e minha mãe Clarice, é uma professora aposentada, admiro muito o amor, companheirismo e cuidado deles um para com o outro.
Ao chegar em minha casa, tomo um banho, coloco meu pijama, sento-me em minha cama e tento ler um livro, mas a pequena Iris, não saí dos meus pensamentos. Vencida pelo cansaço, coloco o livro na comoda e adormeço.
Durante a noite, tenho vários sonhos, neles todos Iris está sozinha, chorando, sinto que sou a única pessoa que pode protegê-la.
Foi um amor a primeira vista, o sentimento que tive foi como se ela estivesse nascendo de mim naquele momento.
Ao amanhecer…
Acordo de manhã com o telefone tocando. Olho na tela e ainda são seis da manhã. É Jurema, a diretora do orfanato. Ela disse que a menina acordou de madrugada chorando, pedindo por mim, e que, desde então, não parou de chorar. Digo que já estou indo.
Rapidamente me levanto, faço a minha higiene pessoal, me troco e vou para o orfanato em meu carro, eu gosto de caminhar e só uso o carro para ir ao trabalho, resolver assuntos rápidos, fazer compras ou em emergências.
Assim que chego no orfanato, Jurema vem ao meu encontro, entramos juntas no orfanato, mal entro no quarto e Iris corre para os meus braços, a pequena soluçava, de tanto chorar. Levo ela para fora, balançando em meu colo, acariciando suas costas em movimentos circulares.
— Calma, princesa… calma, estou aqui!
Ela acaba adormecendo, a levo novamente para o quarto, quando tento deitá-la, acorda e segura firme em minha roupa.
— Estou aqui e não vou embora, princesa! Se acalme…, vou deitar aqui com você!
— Pomete?
— Prometo!
Deito com ela e a menina adormece.
Jurema se aproxima.
— Impressionante a ligação das duas! Ela encontrou em você, uma certa proteção!
— Também senti muita necessidade de cuidar e protegê-la, como se fosse a minha filha, mas o que fazer agora?
— Pensou na possibilidade de adotá-la?
— Sim, mas como farei isso, na situação que estou? Com essa briga na justiça com Rubens… não sei o que fazer!
— Se realmente quiser fazer isso, serei a primeira a te recomendar, além de ter uma renda e endereço fixo, todos na cidade te conhecem! Se assim quiser, eu mesma posso ir falar com o juiz!
— Me sinto mal, pelas outras crianças, afinal estão aqui há tanto tempo e nunca foram adotadas!
— Essas coisas são assim mesmo, Flora! Não somos nós que escolhemos, somos escolhidos! Iris te escolheu e o seu coração a escolheu!
— Tem razão! — digo sorrindo admirando a pequena que dormia lindamente. — Se puder me ajudar, vou sim entrar com pedido de adoção, amanhã mesmo vou procurar o meu advogado para cuidar de tudo para mim! Iris me escolheu, ela precisa de mim…
Acaricio o rosto da pequena, com uma emoção em meu peito.
Passei o dia todo no orfanato, com as crianças, organizei brincadeiras, fiz uma leitura divertida com elas, os fazendo fingir serem personagens, ambas se divertiam muito, foi um dia muito agradável.
Ao cair da tarde, precisava voltar para casa e Iris chorou muito quando disse que iria embora. A levo para a sala de brinquedos, a sento em meu colo e tento explicar a situação.
— Iris, eu preciso ir para a minha casa, agora! Amanhã tenho que ir trabalhar e preciso descansar!
— Porque não me leva, mamãe?! — diz secando as lágrimas que caíam de seus pequenos olhos.
Ao me chamar de mãe, meu coração queimou igual brasa, ali tive a certeza de que essa pequena garotinha, seria a minha filha. Desde o início tivemos uma ligação de mãe e filha.
— Ainda tem todo um processo, para que eu possa te levar para casa! Mas aqui todos vão cuidar de você, até que eu possa vir te ver novamente e possa te levar para a minha casa! Só preciso que tenha paciência, minha princesa! Logo poderei te levar para casa…, posso confiar de que vai esperar sendo uma boa menina?
— Pomete que vai me levar para morar com você?
— Claro que sim, é o que mais quero!
— Vou ser uma boa menina, até que possa vir me buscar!
Dou banho nela, acabo ficando para o jantar, ajudo ela com sua refeição e depois, mesmo com uma vontade imensa de chorar, me despeço e vou embora. Não sei como será daqui para frente, mas vou cuidar para que tudo dê certo.
Ao chegar em casa, meus pais me esperavam, havia esquecido de que os convidei para jantar, mas como tem a chave, ela adiantou o jantar.
Peço desculpas, subo e tomo um banho rápido e volto para ajudá-la a terminar. Meu pai estava sentado na banqueta do balcão, enquanto nós terminávamos o preparo do jantar, conto-lhes a minha decisão e como sempre me apoiam.
— Te conhecemos muito bem, filha! Se essa é a sua decisão, estaremos aqui para te apoiar e ajuda-lá no que for necessário! — diz mamãe.
— Como sempre te disse, o coração nunca se engana! Se ela te escolheu como mãe, temos mais é que dar muito amor e carinho, para nossa neta primogênita! — diz papai me emocionando.
— Já disse que são os melhores pais do mundo, e que os amo com todo o meu coração! — digo segurando a mão deles.
— Também te amamos, minha princesa! — diz papai depositando um beijo em minha mão.
O jantar foi agradável, conte-lhes tudo sobre Iris, ficaram tão animados quanto eu para a adoção.
Após o jantar me despeço deles, meu pai saí de viagem pela madrugada, toda vez eu e minha mãe ficamos apreensivas, queríamos que parasse de trabalhar tanto, correndo perigo por essas estradas. Contudo, diz que quer guardar mais um pouco de dinheiro, para quando se aposentar, ter sempre uma renda extra.
Logo que, vão embora, subo para o meu quarto, organizo meu material para amanhã e vou dormir.
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Atualizado até capítulo 122
Comments
Vera Lúcia Vieira
estou amando ler essa história está muito boa parabéns por mais um trabalho maravilhoso
2025-03-25
0
Heloísa Garbin
comecei agora 6 /3/25
estou gostando do início
2025-03-07
0
Anonymous
Amando 🥰
2025-01-27
2