Capítulo 15: Flora Augusto

Flora…

Acordo com meu celular tocando, olho para a tela e vejo que se trata do advogado.

— Bom dia, Renato!

— Bom dia, Florinha! — diz ele.

Eu e Renato, somos amigos de infância.

— Me desculpe te ligar tão cedo, em pleno sábado, mas fiquei ansioso para te contar a novidade! Chegou um e-mail ontem a noite, com a aprovação da guarda provisória de Iris!

Me coloco de pé, sinto meu coração acelerar, as lágrimas inundam meus olhos.

— Flora! Está aí?

— Sim, Renato! Nossa, não imagina como estou feliz… — digo cobrindo a boca, segurando a emoção. — Já posso busca-lá?

— Assim que quiser, vou te mandar toda a papelada por e-mail, provavelmente a diretora do orfanato também já recebeu o e-mail deles!

— Não tenho palavras para te agradecer, meu amigo!

— Apenas fiz o meu trabalho!

— Não, sei que fez muito mais!

— Não foi difícil, é uma mulher conhecida por sua bondade, generosidade…, tem endereço fixo, um bom salário! Tudo contribuiu!

Agradeço Renato mais uma vez e encerro a chamada pulando de alegria, ligo para os meus pais, que ficam tão felizes quanto eu.

Vou até o banheiro, faço a minha higiene, tomo um banho, me troco e pego a minha bolsa.

Vou tomar café na casa dos meus pais, depois eu e Jade vamos comprar tudo que a minha filha vai precisar. Logo que abro a porta, Jade ia tocar a campainha.

— Nossa… ia tocar a campainha agora! Bom dia!

— Bom dia!

Conto-lhe a novidade e nos abraçamos felizes.

Seguimos juntas até a casa dos meus pais, nos cumprimentamos e tomamos café, juntos, conversando, estão tão felizes quanto eu.

— Que horas vai busca-lá, filha?

— Estou muito ansiosa, mãe, mas quero montar o quarto primeiro, quero fazer tudo hoje e amanhã de manhã a busco bem cedo! Já até mandei uma mensagem para Jurema!

— Vai ser ótimo, assim posso fazer alguns salgadinhos e um bolo para recepcionar a chegada da minha neta!

— Nossa neta, mulher! — diz papai. — Aqui, minha filha! — diz papai retirando seu cartão de crédito da carteira. — Compre um jogo de quarto para a minha neta!

— Papai, não posso aceitar…

— Não só pode como vai! Sei o quanto está economizando e trabalhando, para dar tudo aos seus filhos, sem depender daquele crápula do Rubens, sou o seu pai e quero ajudar! É um presente para a minha neta, aceitei é de coração!

— Obrigada, papai! Não sabe como amo vocês!

— Também te amamos!

Estou tão feliz, que nem cabe esse sentimento em meu peito.

— Também quero comprar muitos presentes para a minha sobrinha linda!

Não tenho palavras para agradecer, por ter pais maravilhosos, que sempre me apoiam em tudo e uma amiga leal e verdadeira, a qual é mais chegada que uma irmã. Iris, será muito amada e cuidada por todos aqui!

Assim que terminamos o café, eu e Jade vamos em meu carro fazer as compras, conto-lhe o que aconteceu ontem entre mim e Rubens, ela fica muito brava.

Nas lojas compro guarda-roupa, cama, cômoda e dizem que já vão entregar e montar, ligo para o meu pai e peço para ficar em casa os esperando e mostre qual o quarto.

Vamos para loja infantil, compro roupas e tudo o que ela vai precisar, principalmente produtos de higiene pessoal. Não compro brinquedos, pois Jade comprou vários, como bonecas, brinquedos educativos para a idade, kit de desenhos, pois contei que ela ama desenhar e outros brinquedos que podemos brincar em família.

Voltamos para a minha casa com muitas sacolas, o caminhão da loja estava lá, levo as roupas para a lavanderia e Jade me ajuda a tirar as etiquetas e colocar para lavar.

E assim foi o nosso dia…

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Augusto…

Ontem, fiquei até tarde procurando um apartamento, na internet, na cidade de Canela.

Encontrei um perfeito, muito bem localizado.

Imediatamente, entrei em contato com o proprietário, fechei negócio com ele por ser do jeito que eu queria, nada muito grande.

Tem duas suítes, sala e cozinha americana, lavanderia e uma pequena varanda. Não vi pessoalmente, mas pelas fotos é exatamente o que eu queria.

Mesmo assim quero estar em casa, quando estiver tudo estabilizado, vou e volto diariamente, quando tiver consultas aqui. São apenas algumas horas de carro e não quero deixar meus outros pacientes de Porto Alegre na mão.

Mais uma vez sonhei com borboletas, elas tem sido frequentes em meus sonhos, até fiz desenhos. Um hobby desde criança é desenhar, me ajuda a relaxar, toda vez que sonho, faço um desenho, pois não são borboletas iguais, são diferentes a cada sonho.

Hoje tenho plantão no hospital, acordo, tomo um banho, me arrumo e sigo direto para o hospital, todos continuam dormindo.

Logo que chego no hospital, vou para o consultório.

Assim que entro tenho uma péssima surpresa.

— Oi, meu querido!

Engulo em seco, sentindo um ódio dominar o meu ser.

Continua…

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