Capítulo 13

ELINA

Dentro da carruagem, sozinha e vestida de preto em sinal de luto, carrego um buquê de lírios, as flores favoritas do falecido. O duque combinou de me encontrar na mansão dos Woods em três dias; estava preparada, pois quem deveria temer eram as duas víboras.

No livro, o duque morria, deixando terras para suas filhas, das quais uma era especialmente útil. Originalmente Elizabeth descobre essas terras, que escondiam uma mina de cristais mágicos, e faz uso dos mesmos com o auxílio do livro sagrado. Entretanto, a desvalorização dessas terras se devia a um monstro se apossar das terras, fazendo com que o lugar inabitável.

A única questão seria a lidar era a minha mana acumulada. Lina estava fadada a um fim trágico, mas eu estava comprometida em mudar esse desfecho.

Finalmente, após algumas minutos de viagem, cheguei à antiga casa de Elina e suspirei profundamente. Os funerais são momentos de rever parentes e lembrar os bons momentos. O que mais me surpreendeu foi que a morte de Liam Woods era prevista apenas após o torneio imperial, que ocorre pela metade do livro. Sua morte foi antecipada, e não saía da minha mente que se eu não dominasse minha mana, poderia ter um fim precoce também.

Diana — Querida prima, meus pêsames — cumprimentou-me Diana, a parente mais distante de Elina. Ela não era exatamente uma prima próxima, pois era prima carnal de Ofélia e apoiava tudo o que a velha fazia com Lina.

— Obrigada, prima Diana — curvei-me, conforme a etiqueta.

Diana — Oh prima, não há necessidade de se curvar, afinal em breve será a grã-duquesa — Sua voz tinha um tom irônico — Falando nisso, onde está seu noivo? Não o vejo — Fingiu procurar no meio das pessoas.

— Meu noivo ficou em casa, pois tinha alguns assuntos pendentes com o imperador. Mas em três dias ele retornará — escondi minha raiva iminente — Não se preocupe, pois terá a chance de ver "o brilho do império" com seus próprios olhos — terminei de falar e me afastei o máximo que pude daquela mulher, sabendo que todas as pessoas que não gostavam de Elina se juntariam para me infernizar.

Dirigi-me ao sepultamento e observo as pessoas jogando rosas sobre a cova do antigo duque Woods. Depositei um lírio sobre a pedra e fiz uma pequena oração por sua alma.

Aquele lugar estava lotado, pois foi hospedado por uma legião de soldados e cavaleiros, antigos alunos. Liam Woods que inventou a técnica das quatro espadas, definitivamente era conhecido em todos os quatro cantos do império.

Victor — Perdoe-me, Lady Elina — Um homem de meia-idade tirou-me dos meus pensamentos — Me chamo Victor e sou o testador. A senhorita, sua irmã e sua mãe, como únicas herdeiras de seu falecido pai, estão convidadas a subir ao escritório daqui a 20 minutos para ler o testamento e assim entrar em acordo quanto aos bens.

— Obrigada pelo aviso, Sr. Victor. Estarei lá — ele acenou com a cabeça e saiu.

Onde estariam minha irmã e a senhora da casa, afinal? Procurei pela multidão e as encontrei. Minha mãe estava chorando, cercada de seus pais mais íntimos, e Elizabeth secava as lágrimas com um lenço. Suspirei fundo, pois, apesar de todo o rancor, eu precisava cumprimentá-las de acordo com a etiqueta; não fazê-lo seria considerado desrespeito ao falecido.

— Saudações à minha mãe e minha irmã mais nova — sorrio suavemente.

Ofélia — Como pode sorrir em uma situação dessas? — estava em prantos — Não tem empatia pelo sofrimento meu e de sua irmã.

Elizabeth — Mamãe, não exija assim dela. Ela também perdeu o papai — defendeu-me diante dos olhares.

Fiquei em silêncio diante dos comentários e subi as escadas da mansão em direção ao escritório, onde encontrei o Sr. Victor sentado na cadeira atrás da escrivaninha, com três assentos à sua frente. Sentei-me em um deles. Logo em seguida, os outros dois assentos que antes estavam vazios foram preenchidos.

Victor — Obrigado por comparecerem à cerimônia do legado do Duque Woods — sua voz firme ecoou pela sala — Com isso, todos os bens do senhor foram atribuídos aos legítimos beneficiários.

Ofélia — Ai, meu coração não vai aguentar — começou a soluçar — O senhor poderia ser o mais breve possível. Quero me deitar, meus nervos estão à flor da pele.

Victor — Será o mais breve possível, senhora — limpou a voz — Como podem ver, há papéis separados que mostram a divisão dos bens. Apenas três terrenos precisam de acordo mútuo — entregou os papéis para nós.

— É verdade que quero ser o mais importuna possível. Sei que, apesar das extensas terras da ilhas lyra, elas estão inúteis por um monstro habita-lá, mas não me importo em ficar com elas. Apenas quero acabar logo com isso — tentei parecer neutra, não querendo que percebessem a minha alegria.

Elizabeth — Se minha irmã não se opõe, eu e mamãe concordamos em ceder essas terras — disse com um sorriso de superioridade. Pensou que eu estava errada em minha escolha.

Victor — Se tudo está claro, estão liberadas da reunião. Em breve enviarei as escrituras das terras — saí e fui para o meu antigo quarto.

Chegando lá, abrir o livro sagrado e invoquei Amália. Se eu quisesse poder encontrar meu destino, teria que treinar.

Amália — Finalmente! Pensei que tinha esquecido de mim — apareceu o espírito do ar, com os braços cruzados — Que cara é essa?

— Bem, quero começar agora o meu treinamento para controlar minha mana — mostrei o livro — Por onde começamos?

Amália — Controlar uma mana que está em grande demanda não é nada fácil — suspirou — Mas vamos começar na página trinta e dois. Vou te ensinar a como desenhar um círculo mágico.

— Certo — abri na página recomendada e vi uma estrela dentro de um círculo, e desenho-a no chão — E agora?

Amália — Sente-se em cima e comece a meditar, e o mais importante: não pode se desconcentrar na meditação... — antes que ela terminasse, uma batida na porta a fez ficar invisível.

Elizabeth — Irmã, o jantar está pronto. Desça antes que esfrie — falou do outro lado da porta — Depois do jantar, tem algo que quero falar com você — boa coisa não era, mas dessa vez estou preparada.

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