Luis Henrique...
Após o jantar de ontem a noite, fui caminhar um pouco debaixo do enorme céu estrelado, hora ou outra vinha em minha mente o olhar daquela garota. Não sei o motivo, mas ela me deixa cheio de ódio, é algo inexplicável esse sentimento, que parece fazer meu coração explodir de raiva.
Ao voltar para a casa grande, passo perto da casa que estão ficando e escuto gritos. Me aproximo e escuto a conversa entre elas, parece que a tal da Evelyn teve um pesadelo. Não vou mentir que fiquei mexido ao ouvir a conversa delas, mas ao lembrar da cena do meu pai segurando sua mão, afasto qualquer pensamento de bondade e volto apressado para a casa grande.
Ao tentar dormir, viro de um lado para o outro, toda vez que fecho os olhos, aquele olhar aparece no meio da escuridão e brilha tanto que faz meu coração acelerar. Viro de um lado para outro até que o sono chegue.
Como de costume, acordo antes do dia amanhecer, me arrumo, passo pela cozinha para tomar meu café e Bruna está servindo duas xicaras.
— Bom dia!
— Bom dia, maninho!
— Acordou cedo, hoje!
— Vou ajuda as meninas a fazer o trabalho!
— Por que tanta bondade com quem nem conhece?
— E você por que tanta maldade e julgamento com quem não conhece?
— Sei o tipo daquelas duas!
— Não as julgue, baseado pelo tipo que te magoou! — diz e saí com as xícaras de café na mão.
Vou para o pasto e com os peões levamos as novilhas e vacas para o barracão.
Aquelas duas chegam com Bruna, não consigo disfarçar o olhar e isso me deixa incomodado.
Confesso que não segurei o riso, com a cena épica daquelas duas desastradas realizando o trabalho. Imaginei que não conseguiriam cumprir todas as tarefas, então pedi para que os peõos limpassem o estábulo, e cada cocheira dos cavalos, deixasse apenas para que elas os alimentassem.
Passo pela última baia e fico um pouco com o meu cavalo, ele é um cavalo forte e muito veloz, porém ficou doente a alguns dias e ainda está se recuperando. Amo o brutus, é meu melhor amigo e não deixa que ninguém se aproxime dele.
Quando Bruna chega com as gêmeas, não consigo evitar a vontade de rir as vendo com as roupas sujas, pareciam ter rolado no curral com as vacas.
Irritada, aquela cabelos cor de fogo, me desafiou, mas o que mais me desconcertou, foi a sua aproximidade, sua respiração quente em minha face. A minha respiração se descompassou e senti um arrepio em minha pele.
Logo que terminou de falar, saio de lá soltando todo ar que nem sabia que segurava em meus pulmões, respiro fundo para normalizar a minha respiação.
Foco no trabalho para esquecer essa mulher, carrego os fenos para os fundos.
Bruna saí acompanhada de um dos peões, explica-lhe qual injeção aplicar nos leitões de 42 dias, me aproximo deles e ficamos ali conversando, até que Alyssa saí de dentro do estábulo correndo.
— Bruna! O cavalo está bravo e não deixa a Evelyn sair de da baia!
— Qual baia?
— A última!
— Que merda, Bruna! Sabe bem que o Brutus é bravo e não deixa ninguém se aproximar!
— Eu sei e esqueci de avisar!
Corro para dentro do estábulo, mas fico estático com a cena que vejo, aquela patricinha está abraçada com Brutus, acariciando e conversando com ele, faço sinal para ficarem em silêncio, pois ele pode se assustar e sem querer machucar a cabelos de fogo.
Com cuidado, entro na baia e ela se afasta dele, então o tiro da frente da porta.
—E aí amigão? — digo o acariciando. — Como fez isso? — pergunto asperamente, a olhando.
— Não sei! Pode deixar que agora eu cuido dele!
— Desculpa Evelyn, esqueci de avisar que Brutus é um cavalo muito bravo! — diz minha irmã.
— Não me pareceu bravo, mas sim amedrontado! — diz fechando a porta da baia, sem desviar o olhar de mim e de Brutus. — Vocês...
Entendo o que ela quer dizer e fico irritado.
— Acredita mesmo que eu maltrataria os meus animais?! Jamais faria isso, os animais merecem amor, muito mais do que os seres humanos!
— Desculpe, só estranhei...
— Encontrei Brutus, numa noite chuvosa na estrada! Eu e Bruna, voltávamos da cidade quando vimos caído todo machucado, provavelmente fugiu do carrasco que o machucava e então o trouxemos para cá, desde então cuido dele!
— Ele aceita apenas que Rick se aproxime, até agora! — diz olhando para Evelyn que arregala os olhos.
Nós dois, nos olhamos fixamente, mas logo ela desvia o olhar.
— Podem ir fazer as outras tarefas eu termino por aqui! — digo asperamente.
Elas saem nos deixando sozinhos, olho para ter certeza que saíram e volto para Brutus.
— Que amigo, você em Brutus?! Com tantas pessoas na fazenda, deixa essa patricinha arrogante se aproximar! — digo e ele relincha. — Mas te entendo, ela é muito bonita e tem um olhar diferente! — digo tratando dele. — O que está falando, Luis Henrique? Tem que afastar essa mulher, o quanto mais longe melhor!
O melhor é que façam as tarefas onde não vamos nos encontrar.
Termino de cuidar dele, aplico a ultima injeção do tratamento e o levo para caminhar um pouco.
Encontro com a minha mãe assitindo os peões treinando os cavalos, os de melhor porte e raça são treinados e quando chegam na idade, são vendidos.
— Como esse garotão está? — pergunta ela.
— Bem melhor, daqui uns dias estará novinho em folha!
— Filho, encontrei com as meninas e fiquei com pena, está pegando muito pesado com elas!
— Por favor mãe!
— Por favor digo eu!
— Está bem, elas não precisam ir mais para o curral e para o haras, mas o restante das coisas tem que cumprir!
— Está bem, obrigada filho!
Apenas reviro os olhos e ela muda de assunto, ficamos um tempo falando sobre os cavalos.
— Esse cavalos vão ser a nossa salvação quando completar a idade!
— Queria mesmo falar com você sobre isso!Chegaram mais contas para pagar e ainda tem a dívida com o banco! Estou preocupada, filho!
— Não fique, daremos um jeito!
— Brad ainda está disposto a comprar parte das terras e...
— Já disse que vender está fora de cogitação!
— Mas filho...
— Mãe, isso tudo é a nossa vida! — digo apontando a nossa volta. — Tivemos um contra tempo depois do roubo, mas daremos um jeito sem ter que vender parte da sua herança..., isso tudo, era o amor do vovô! Deu a vida para expandir as terras e vender não seria justo com sua mémoria!
— Tem razão!... Vamos almoçar?
Concordo com a cabeça, deixo Brutus no estábulo e voltamos juntos para a casa grande.
Ao passarmos pela casa da irmãs, escutamos gritos, corremos até lá e entramos na casa.
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Atualizado até capítulo 101
Comments
Josigg Gomes Galdino
Com certeza esse roubo, foi proposital, e esse Brad ,deve estar envolvido, roubaram só para prejudicá-los , para eles venderem
2025-03-19
2
Josigg Gomes Galdino
O Luís Henrique está com ciúmes da Evelyn e com o pai dele, ele julga demais elas
2025-03-19
1
Josigg Gomes Galdino
Brutus igual o dono, rsrsrs até o Brutus gostou da Evelyn (até tú Brutus) rsrsrs
2025-03-19
1