Capítulo 6

Anthony Gabriel…

Acabamos de chegar nos Estados Unidos com a comitiva, teremos um rodeio bem competitivo aqui e estou preparado para ganhar. Sou o atual campeão e quero continuar a honrar tal posto.

Eu e meu amigo Dimas, já rodamos o mundo todo atrás de rodeio, Danilo também faz parte da nossa comitiva, mas o vejo mais como um rival, pela forma que agi.

Danilo é o pai da minha sobrinha, é arrogante, mulherengo e irônico. Até hoje não compreendo o que Bruna viu nele.

Acordo ao lado de uma morena gostosa que passei a noite. Fomos a um restaurante jantar ontem a noite e essa morena, que nem sei o nome, ficou me paquerando e quando cheguei nela, me convidou para vir para seu apartamento.

Ela acorda e tenta me beijar, mas rapidamente levanto da cama e começo a vestir minhas roupas.

— O que foi? — pergunta sentando-se na cama, cobrindo-se com o lençol.

— Não devia ter dormido aqui!

— E por que não?

— Dormir significa compromisso e isso não está nos meus planos!

— Eu pensei que…

— Pensou errado! Não sou do tipo que se apaixona! Faço sexo, não amor! Cada dia tem uma mulher diferente na minha vida e é assim sempre!

— É um idiota, isso sim! — diz irritada.

— Não te prometi nada, além de uma noite prazerosa!

Não sou delicado com mulher nenhuma, gosto de sexo selvagem e não faço o estilo romântico, tenho as minhas regras para nunca me apaixonar. E hoje não é um dia ótimo para mim, o passado vem sempre me assombrar nessa data.

Termino de me trocar e saio de seu apartamento, entro em minha caminhonete e vou para o local onde estamos ficando. Tenho o meu trailer e por onde vou o levo comigo.

Amanhã seguimos viagem, iremos para o Colorado. Logo que chego em meu trailer, me tranco lá dentro, deito no sofá e tento não relembrar o passado, mas é impossível.

As lembranças voltam como se estivesse revivendo aquele dia.

Doze anos atrás…

“ Eu e meu irmão, sempre fomos melhores amigos e hoje é um dia muito especial, o seu aniversário. Ajudei meu pai a comprar a tão sonhada picape que ele tanto queria, eu escolhi e estou ansioso para ver sua reação.

Logo pela manhã, eu e meu pai, vamos até à cidade combinar para levarem a picape para ele ao anoitecer e aproveitamos para comprar algumas coisas que minha mãe pediu para o churrasco.

Ao chegarmos, Chloe, a garota por quem sempre fui apaixonado, vem ao nosso encontro, ela é filha do dono da concessionária. Eu e ela, sempre ficávamos no tempo de escola, mas nunca quis um compromisso sério. Quando nos encontramos, rola um amasso ou outro e dessa vez não foi diferente, fomos para os fundos da concessionária, mas não chegamos aos finalmente, pois um dos funcionários nos interrompeu. Combinamos de terminar quando fosse até a fazenda no aniversário do meu irmão.

Não sei por qual motivo a convidou, mas adorei a ideia.

Chloe é uma garota muito linda, eu quem tirei a sua virgindade. Nunca comentei nada com ninguém sobre nós, ou sobre o amor que sinto por ela, sou bem reservado quanto a isso. Não acho legal ficar comentando esse tipo de assunto.

Estávamos todos na área externa da fazenda no churrasco, quando Chloe envia uma mensagem que já chegou e me espera no estábulo. Logo que chego lá já me puxa para um beijo, transávamos loucamente, quando notamos a presença do meu irmão Luis Henrique.

… Puta que pariu! — penso já saindo de dentro dela.

Estranho a forma que meu irmão ficou e Chloe tentando se justificar. Meu irmão desferi um soco em meu rosto e saí transtornado daqui.

— Que porra foi essa, Chloe? — pergunto entre os dentes, passando a mão onde bateu.

— Eu… eu não sei! — diz tentando ver o ferimento.

— Mentira! — grito. — É bom que não seja o que estou pensando!

Saio atrás dele, mas passa por mim na picape do nosso pai, levantando poeira.

Assustados me perguntam o que está acontecendo, mas não digo nada. Corro até a garagem, pego a minha moto e vou atrás dele.

Quando vejo a caminhonete capotando, sinto um arrepio ruim percorrer minha espinha, temendo pelo pior. Assim que ela para de capotar, desço correndo pelo meio da mata.

Luis Henrique, estava todo machucado e inconsciente, mas para meu alívio, vivo.

O tiro de dentro da picape e o levo para a estrada, pois vazava gasolina.

Assim que meus pais chegam, a explosão acontece, deixando todos agoniados. Contudo, ao verem ele ali desacordado na estrada, mas com vida, rapidamente se aproximam e prestamos os primeiros socorros. Em seguida, o levamos para o hospital.

Aguardando por notícias, minha mãe questiona o que foi que aconteceu e sou obrigado a contar-lhe tudo.

Senta-se de boca aberta na poltrona.

— Eu não acredito, nisso! Como pode transar com a garota que seu irmão era apaixonado, Anthony?

— Como é? Apaixonado? Eu não fazia ideia disso… eu sempre fui apaixonado por Chloe, Luis nunca havia dito nada!

— Nem precisava! Nunca percebeu a forma que ele falava ou olhava para ela?

— Não!

— Vocês dois são apaixonados por essa garota de quinta e olha onde seu irmão veio parar! — diz meu pai asperamente se aproximando de nós.

— Não fale assim dela! — digo entre os dentes.

— Por favor, Andrei… — diz mamãe, colocando-se na frente dele.

— Não ele tem que saber! Saber que essa garota ia transar com o seu irmão hoje! Ela brinca com vocês dois e com tantos outros garotos, fez os dois de idiota!

— Não! Isso não é verdade!

— É verdade, sim! Avisei para ficar longe dessa garota que ela não prestava, mas nunca me ouviram! Sempre soube que ela enganava os dois, mas ignoraram a verdade, acreditando que eu falava demais!

Meu pai sempre deixou claro que não gostava da Chloe, e agora compreendo porque tantas vezes falava mal dela.

— Diz como se tivesse tido uma conversa decente conosco, mas nunca fez isso! Apenas via ela e dizia ser uma qualquer!

Continua...

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