Capítulo 9

Narradora…

Evelyn ficou muito impressionada com o acidente. Algumas pessoas que presenciaram o momento exato do acidente, davam o depoimento para os policiais que também já haviam chegado no local. Ouviram quando foi dito que os carros faziam racha, deixando Evelyn ainda mais perplexa.

— Nossa, que coisa horrível, presenciar tal cena! — diz Evelyn.

— Viu por isso essas coisas de racha é muito perigoso! Tanto para quem está no carro, quanto para um inocente que está no lugar errado, na hora errada! — diz Alyssa.

— Eu não prático isso em lugares públicos! — diz Evelyn, cruzando os braços.

— E então vamos? — pergunta Matt se aproximando.

— Perdi a vontade de ir! — diz Evelyn, surpreendendo sua irmã.

— Não podemos! Temos que ir! — diz o rapaz um pouco agitado.

— Não temos nada! Se eu não quero mais ir, não vou!

— Eu já não estava afim mesmo! — diz Alyssa dando de ombros.

— Está bem, só vou passar num lugar antes e as levo de volta!

Entram no carro em silêncio.

O rapaz entra num lugar afastado, num cais com alguns barcos e iates ancorados. Ele estaciona num lugar bem distante da entrada principal.

— Que lugar é esse? — pergunta Alyssa.

— Meu tio pediu para eu deixar uma coisa aqui para ele! Não saiam daqui eu já volto!

O rapaz desce do carro, pega algo no porta-malas e entra num enorme e luxuoso iate.

— O que seu namorado está aprontando? — pergunta Evelyn abrindo a porta de trás do passageiro.

— Fica aqui dentro, Evelyn! Ele disse que já vem!

Evelyn semicerra os olhos, desce do carro e sua irmã vai logo atrás dela.

— Para de ser teimosa, vamos voltar pra dentro do carro! Está muito escuro aqui fora!

A garota nota que o porta-malas não está trancado e quando abre consta duas bolsas, abre o zíper e leva um grande susto.

— Que merda é essa, Alyssa? — pergunta espantada.

Alyssa olha e dentro das bolsas tem muitos medicamentos, com a marca do hospital que trabalham.

— Não é possível! — diz perplexa.

— Então o seu namoradinho nerd está roubando medicamentos no hospital?

— Claro que não, deve ter outra explicação e esse carro nem é o dele, é o da irmã dele!

— Como a nossa mãe diz, pior cego é aquele que não quer ver! Acorda, esse idiota, deve estar escondendo algo e você não quer enxergar!

De repente, dois homens se aproximam e miram a arma na cabeça delas.

— Se afastem! E Coloquem as mãos onde possamos ver!

Já com lágrimas nos olhos, tremendo de medo, fazem o que eles mandam.

— Duas gatinhas para nos divertir! — diz o outro.

— Fiquem longe de nós, seus idiotas! — diz Evelyn, entre os dentes.

Passam a mão no corpo delas maliciosamente, as revistando.

— Por favor, estamos esperando meu namorado! Não faça nada…

— Cala a boca! — diz ele.

— Vamos para dentro!

— Por favor… por favor, não faça nada conosco! — insiste Alyssa.

Um deles dá uma coronhada na cabeça da garota e ela desmaia.

— Seu estúpido! — diz Evelyn se ajoelhando perto da irmã. — Alyssa! Aly…, por favor, acorda!

Fazem o mesmo com Evelyn.

Com as duas inconscientes, as pegam no colo e as levam para dentro do iate. Amarram seus pés e mãos e amordaçam suas bocas.

Acordam com uma discussão entre os bandidos que a pegaram.

Assim que abrem os olhos, entram em desespero, o enorme iate era muito luxuoso, mas não se atentaram aos detalhes, pois o que mais chamou a atenção foi as pessoas poderosas que estavam ali.

Dois deputados que praticamente comandam toda a cidade, e um delegado muito conhecido discutem. O assunto deles é sobre uma carga de drogas que desapareceu, entre eles a um traidor. O delegado ainda diz quem são os policias corruptos que estão ao seu lado, até mesmo médicos e outros deputados, que estão os ajudando.

Evelyn e Alyssa, olham-se assustadas.

Durante a discussão, o delegado saca a sua arma e efetua um disparo contra um dos deputados, que morre na hora. Evelyn e Alyssa, fecham os olhos apavoradas, as lágrimas rolam por seus rostos.

— Que merda você fez? — grita o outro.

— Ninguém me ameaça! Ele já estava me dando nos nervos! Tenho certeza que estava passando a perna em nós!

— Como explicar a morte dele agora?

— Daremos um jeito!

— Jeito? Logo que encontrarem o corpo, uma investigação será aberta e para chegar até nós, não vai demorar!

— Eu sei, porra! — grita ele. — Já sei o que fazer!

— E o que faremos com essas duas? — pergunta um deles.

— Eliminar! Viram e ouviram demais! Duas testemunhas só vai nos levar diretamente para a prisão! Ainda mais essas duas…

— Conhece? — pergunta o deputado.

— Sim! Tem parentesco com um dos diretores do FBI! Conheça muito bem aquela família.

— Vai matá-las? Tem noção que isso só vai nos complicar ainda mais?

— Claro que não! Sei bem o que fazer, essas duas serão incriminadas pela morte do deputado, quando acharem o corpo dele no porta-malas do carro delas! Estarão mortas e ninguém nunca chegará até nós!

As duas negam com a cabeça, com as lágrimas invadindo seus rostos insistentemente.

— Levem elas para um dos quartos, vamos terminar a reunião aqui e depois decidimos o que faremos!

Dois homens as levam.

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