Capítulo 8

Alyssa…

Passei o dia bem atarefada, não fui para o hospital, dia de folga, mas tinha dois trabalhos da faculdade e passei a manhã toda na biblioteca realizando o trabalho.

No final da tarde, resolvo dar uma passada no hospital para ver Matt e combinar de nos encontrar.

Cumprimento uma das minhas colegas e pergunto dele, diz que viu ele indo para o laboratório de medicamentos. Ao me aproximar da sala, escuto uma discussão, entro na sala e vejo Matt e seu melhor amigo. Se assustam ao me ver, e meu namorado parece estar bem tenso.

— Aly… o que… o que, faz… aqui? — pergunta guardando alguns medicamentos.

— Está tudo bem, por aqui?

— Es… está sim! O que faz aqui?

— Vim te ver e combinar o horário para irmos aquela festa!

— Vai com a sua namorada, cara! Depois nos falamos! — diz seu amigo.

Matt praticamente me arrasta para fora da sala, o questiono mais uma vez, mas diz apenas que seu amigo está nervoso com a chegada das provas finais. Combinamos o horário que vai nos buscar e vou para casa com o motorista.

Evelyn estava na piscina com nossas primas Anelive e Helena, filhas do tio Miguel. Nos cumprimentamos e me junto a elas, fico apenas com os pés na água conversando com elas.

— Hoje vamos numa festa, vamos? — pergunta Evelyn.

— Não dá, amanhã vamos viajar logo pela manhã! — diz Anelive.

— Para onde vão?

— Amanhã vamos para o Colorado! Estamos curiosas para assistir ao rodeio que terá lá! Por que não vem conosco?

— É mesmo, vai ser divertido! — completa Helena.

— Estou fora, essas coisas que envolve campo, animal… eu hein! — zomba Evelyn.

— De onde surgiu essa vontade, de ir em rodeios?

— Sei lá assistimos a alguns filmes e ficamos curiosas, na faculdade algumas amigas nos disseram que tem cada peão, um mais lindo do que o outro! — diz Anelive.

— Queremos ver se é verdade, mudar um pouco nosso ambiente de diversão! — diz divertida.

— Já estou até vendo vocês duas de bota, chapéu… — diz Alyssa divertida.

— Namorando um peão e morando no campo! — zomba Evelyn.

Helena e Anelive, reviram os olhos.

— Se não querem ir, tudo bem, também não precisam ficar tirando com a nossa cara!

— Brincadeira meninas! É só que achamos engraçado a curiosidade de conhecerem esse tipo de coisa! — diz Alyssa.

— Eu mesma não gosto disso, principalmente o cheiro horrível que deve ter das fezes dos animais, o cheiro de poeira… aí credo! Insetos nos picando, aí com certeza nunca iria para um lugar desses! Desculpe, meninas! Apenas estamos dizendo que não faz o nosso tipo de diversão! — diz Evelyn. — Claro que Alyssa nunca se diverte mesmo!

— Ei! Eu só estou focada nos estudos!

— Num ponto, Evelyn tem razão, prima! Devia curtir mais a vida! Enquanto somos jovens, porque depois a vida passa e não aproveitamos nada! — diz Anelive.

— Deixe as responsabilidades para quando estiver mais velha! — completa Helena. — Não precisa agir como a Evelyn que vive entrando em encrencas, mas também não é bom ficar se privando de tantas coisas!

— Eu sei, mas não consigo mais ser assim!

— O que te fez mudar, Aly? — pergunta Helena.

— Já disse, tudo o que faço dá errado, só tenho experiências ruins, cansei disso!

— As coisas não são assim, mana! — diz Evelyn. — Quero que seja feliz e pare de ficar encontrando empecilhos!

— Vamos mudar de assunto…

Ficamos mais um tempo conversando e ao anoitecer, nos despedimos e elas vão embora.

Vou para o meu quarto me arrumar, decido ir de cabelo solto, faz tempo que não solto.

Termino de me arrumar, passo no quarto de Evelyn e descemos juntas.

Matt manda mensagem avisando que já nos aguarda do lado de fora. Não quis entrar, por saber que meus pais não gostam dele.

Nossos pais estão na sala, nos despedimos deles com um beijo e um abraço apertado e demorado.

Essa despedida foi muito estranha, eles insistem em pedir para tomarmos cuidado várias vezes. Até Evelyn fica meio indecisa na hora de ir, porém, agora é Matt que insiste para irmos.

— Abre o porta-malas para eu colocar a minha mochila, Matt!

Evelyn levou uma mochila com trocas de roupas, caso decida entrar na piscina.

— Não mexe no porta-malas! Pode colocar em cima do banco mesmo! — diz asperamente.

Entramos no carro e seguimos em direção ao local onde seria a festa, porém na rodovia principal, uma movimentação estranha acontece, vários carros parando.

— O que será que houve?

— Deve ser algum bêbado imprudente!

Vejo no meio das pessoas uma pessoa caída.

— É um atropelamento! — digo abrindo a porta do carro.

— Aonde vai? — pergunta ele.

— Prestar os primeiros socorros! Evelyn, peça uma ambulância!

Evelyn vem logo atrás de mim, fazendo a chamada que pedi.

Vejo um homem muito lindo caído no chão.

Peço para que as pessoas se afastem, próximo dele tem outro caído, mas apenas com alguns arranhões e olha seu amigo em choque.

— Se afastem! Por favor, se afastem!

Ajoelho ao seu lado e não consigo deixar de admirar sua beleza, seus cabelos até o ombro e barbas que são um charme. A camisa aberta expõe parte de seu peitoral musculoso.

— Fique calmo, sou médica e vou te ajudar? Pode me ouvir? — pergunto, mas o rapaz perde a consciência.

Início os primeiros socorros e os paramédicos chegam.

— Qual o estado da vítima? — pergunta o paramédico.

Trabalham no mesmo hospital que eu.

— Atropelamento, estado grave, sem reação, batimentos 95!

O colocam na maca e levam para a ambulância. Me aproximo do outro rapaz, Evelyn conversa com ele, está meio confuso.

— Qual o seu nome? — pergunta ela.

— Dimas!

— Foi atingido?

— Não! Ele me empurrou e o carro pegou em cheio nele!

— Consegue se levantar?

— Sim!