Capítulo 11

Narradora…

Entre os promotores chamados, um deles era Andrei Carter. A reunião, demorou mais do que o esperado, pois não estavam conseguindo encontrar um local seguro, todos ocupados, com o aumento da criminalidade na cidade. Contudo, a esperança deles, agora, seria Evelyn e Alyssa, entregando os criminosos.

— E então o que faremos? Não posso mandar essas meninas para longe dos pais… não vou suportar ver o sofrimento da família…

— Estamos falando da segurança delas! E também da prisão desses criminosos, sabe a quanto tempo esperamos para pegá-los?

— Sei disso, no entanto, estamos falando da minha família!

— Queremos proteger as testemunhas! Mas o que sugere então? — pergunta o juiz.

— Me deixe falar com os pais delas! Por favor…, apenas com eles!

— Não acho que seja boa ideia, mas está em suas mãos a segurança delas!

— Tenho certeza que não vão se opor a segurança das próprias filhas!

— Essas garotas, são a chave de tudo! A segurança delas deve ser dobrada!

— Tenho uma ideia! — diz Andrei. — Tenho um local ideal, que elas podem ficar e ninguém vai reconhecê-las!

— Onde?

— Minha esposa, mora no interior da Austrália com meus filhos, posso conversar com eles para ficarem lá por uns tempos!

— Não sei como agradecer se fizer isso por nós! — diz Luís.

— Somos amigos e parceiros de trabalho a tantos anos, é o mínimo que posso fazer! Não se esqueça, que ainda tenho uma enorme dívida com você! Tenho certeza que lá será quase impossível de encontrá-las!

— Resolvido então! Dêem um jeito de serem levadas ainda hoje, antes do meio-dia! — diz o juiz.

Se despedem e quando saem da sala, dão de cara com Fabrício e Aline, que estavam impacientes.

— Tio Luis… as nossas filhas? O que aconteceu? Tem notícias delas? — pergunta aflita.

Devido à demora delas, seus pais acionaram a polícia, por questão de confiança, também pediram ajuda a Luís, que pediu para que comparecessem ao departamento do FBI.

— Precisamos conversar, venham comigo!

O seguem até a sala e contam-lhe tudo o que aconteceu, Aline andava de um lado para outro ouvindo tudo, já Fabrício fica sentado perplexo e preocupado com suas filhas.

— Se quiserem vê-las, essa será a chance, pois serão levadas para a Austrália!

— Não vou aceitar isso, estarão seguras conosco! Vamos contratar mais seguranças, policiais e...

— Fabrício, elas viram de mais, estará colocando a vida delas em risco e conhece bem as filhas que tem, elas nunca vão aceitar passar o dia todo trancadas em casa! Não sabemos quem é de confiança!

— Não vamos deixar nossas filhas serem levadas…

— Vamos sim! — diz Aline com o olhar fixo na janela, de costas para eles.

Os dois olharam em sua direção surpresos.

— Como assim Aline? Ficou louca, estamos falando das nossas filhas!

— Sei disso, Fabrício! No entanto, devemos ser realistas, elas estão em perigo! Estando aqui, sabemos bem que não conseguiremos controlá-las, principalmente a Evelyn!

Luis os deixa a sós.

— Não concordo com isso, se conversarmos e...

— Quando uma conversa mudou completamente as nossas filhas, Amor?! Eu as amo muito, daria a minha vida por elas, mas se interferirmos no trabalho da polícia, estaremos colocando tanto a vida delas em risco, como a do restante da família! Sem contar que tio Luis pode perder o emprego por confiar em nós… ele podia muito bem ocultar e nos deixar sofrer acreditando que estão mortas!

— Não! — nega inconformado.

Aline senta-se de frente para ele, segura a sua mão.

— Fabrício, sinto que tudo o que aconteceu tem um propósito, somos a prova de que nada acontece por acaso nessa vida! As nossas filhas, precisam crescer, amadurecer! Elas já tem vinte e cinco anos, Evelyn já é formada, Alyssa está quase terminando, precisam amadurecer! Se aconteceu, é porque algo as espera, para onde serão levadas! Lembra de como Miguel reencontrou Camila e Melissa? Não podemos interferir na vida delas. Se elas precisam passar por isso, é melhor deixar a vida seguir o seu caminho normal! Será muito dificil ficar longe delas, mas tenho certeza que vão aprender muito com isso! — diz com lágrimas nos olhos.

Ele concorda, e se abraçam fortemente.

Luis volta até a sala e fica feliz que eles tenham optado pelo melhor.

— Querem se despedir delas?

— Melhor não, elas vão pedir para levarmos para casa e sei que não vou conseguir ficar firme diante de tal pedido e acabarei cedendo! Aline está certa, está na hora delas aprenderem a ser responsáveis e pagar pelas consequências de seus atos! Mesmo que dessa vez, não tiveram tanta culpa…

Se despedem, eles vão embora arrasados, enquanto Luis vai até a sala que estavam.

Logo que chega, vai direto ao assunto, conta-lhes como tudo se sucederá.

Inicialmente não aceitam, mas ele diz que não tem opção e se resistirem, passarão pelo mesmo que passaram antes, se não fizerem pior. Entre lágrimas e sem opção, aceitam, por temerem que algo viesse acontecer com seus pais e o restante da família. Explica que terão policiais vigiando elas e pessoas de confianças para ajudar no que precisarem.

Deixa elas sozinhas.

— Isso tudo é culpa sua! — diz Alyssa, irritada.

— Minha? Não percebe que seu namorado é que estava envolvido, nessa porra toda e ainda nos envolveu nisso?!

— Não fale o que não sabe!

— Não sei, então cade aquele imbecil agora? Ele é um idiota!

— A única que sempre está envolvida em problemas aqui, é você! Não tem nenhuma responsabilidade…

— Prefiro ser assim do que ficar presa num mundinho onde não sou feliz, namorando um cara que até para gozar controla o momento exato! E ainda por cima deve ser um bandido…

Alyssa desferi um tapa no rosto de Evelyn, que retribui com outro, juntam no cabelo uma da outra e caem no chão brigando. Dois policiais e Luis entram na sala ao ouvir a briga, as separam e cada um, segura uma.

— Parem com isso imediatamente! — grita Luis. — Estão parecendo duas crianças mimadas! Precisam estar unidas nesse momento e não ficar brigando, não percebem que nada disso é brincadeira, estão saindo do país, para longe de tudo e de todos, viver uma vida que não é a de vocês e ficam aí brigando, culpando uma a outra!

— Desculpa, vó! — dizem em uníssono.

Se sentam novamente nas cadeiras.

— Não quero ver vocês brigando de novo, daqui para frente só terão uma a outra com quem contar!

Elas concordam, explicam-lhes como tudo irá funcionar e as levam para o aeroporto.

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