Capítulo Doze

Ligação On

— Papà, quanto mi sei mancato. (Pai, como senti sua falta.) — senti lágrimas rolarem pelo meu rosto.

— Piccolo mio, anche tu mi sei mancato moltissimo. (Minha pequena, eu também senti muita falta de você.)

— Papà, quando posso tornare? Non voglio più starti lontano, mi manchi. (Pai, quando posso voltar? Não quero mais ficar longe de você, estou com saudades.)

— Lo so, figlia mia, ma ho bisogno di più tempo, le cose qui non sono facili, ho bisogno che tu lo capisca. Non ti lascerei mai lontano da me se non dovessi farlo. Dovrò riattaccare, figlia, ma voglio che tu sappia che ti amo moltissimo, amore mio. ( Eu sei, minha filha, mas preciso de mais tempo, as coisas não estão fáceis aqui, preciso que você entenda isso. Eu nunca deixaria você longe de mim se não fosse necessário. Terei que desligar, filha, mas quero que saiba que te amo muito, meu amor.)

— Padre, per favore aspetta, anch'io ti amo moltissimo. ( Pai, por favor espere, eu também te amo muito.)

Ligação Off

Ninguém mais respondeu, minhas lágrimas começaram a rolar mais rápido pelo meu rosto, me deitei de novo na cadeira e envolvi meu próprio corpo e fiquei ali por um bom tempo chorando.

Por todos esses anos, quem ficou ao meu lado foi meu pai, em todas as viagens íamos juntos, ele nunca me deixou sozinha.

Era difícil ficar longe dele desta forma, ele era minha única família praticamente.

Estava difícil aguentar toda essa distância, ainda mais sabendo que a qualquer momento o pior poderia acontecer.

Fiquei ali chorando e nem percebi quando apaguei, apenas senti alguém me pegando no colo e me levando até meu quarto. Eu sabia exatamente quem era.

Quando senti meu corpo sobre o lençol, abri meus olhos e lá estava ele.

— Você tá bem italiana ? — perguntou preocupado.

— Estou sim, o que faz aqui? — sigo baixinho olhando para ele.

— Vim falar com você. — diz pegando uma mecha de cabelo que estava em meu rosto e colocando para o lado. — mas é melhor ir, você não parece bem.

— Fica, dorme comigo. — nem pensei na hora, estava mal e precisava de alguém pra ficar comigo.

— tem certeza ? — perguntou me encarando.

— Sim. — digo puxando o mesmo.

Ele deita-se ao meu lado, envolvendo meu corpo com seus braços, aquilo era bom, o calor do corpo dele. Fiquei apenas mais alguns minutinhos acordada e logo apaguei.

Carioca

Sinceramente fiquei surpreso quando vi ela beijando o coringa, realmente não esperava, mas não sei porque estava ligando, a mina chegou ontem e não é nada pra mim, não sei porque tô me importando.

Tomei alguns goles da minha bebida e dei uns tragos no baseado, até que olhei novamente para os dois e o coringa estava segurando o braço dela e a mesma não estava gostando. Era melhor eu intervir, porque ele era louco e ela não ia deixar ele fazer nada e ia acabar dando merda.

Me levantei e com calma fui até os dois. Segurei no ombro do coringa.

— Coringa! Acho que temos que conversar ainda. — digo apertando o ombro dele de leve.

— Eu já vou Carioca. — diz soltando o braço dela. — nosso assunto ainda não acabou princesa. — ele ficou encarando ela mais um tempo e isso já tava me estressando.

Apertei mais uma vez o ombro dele e o mesmo se virou e veio andando comigo até a mesa.

— Preciso marcar com você uma reunião de negócios. — digo passando o baseado para ele.

— Claro! Vamos se encontrar segunda à tarde, também preciso falar de alguns negócios com você. — diz dando um trago no baseado. — você precisa resolver esse problema logo com a Penha, ou os caras vão tentar invadir aqui.

— Eu sei disso, tô tentando ter todas as informações possíveis para poder tomar a melhor decisão. — dei um gole na bebida.

De relance vi a italiana indo embora, e não sei porque queria ir atrás dela, mas no momento não era possível.

— você tá certo, tem que pensar antes de agir. Porque a então, faz merda e depois não tem como consertar. — fala me encarando. — vou marcar a reunião para às 15h de segunda, lá no alemão. Vê se não se atrasa.

— pode ficar tranquilo parceiro, estarei lá até antes. — dou risada.

— Qualquer coisa almoçamos antes da reunião. — diz rindo. — agora meu parceiro vou embora, seu baile tá bom demais, mas tenho uns bagulho pra resolver amanhã.

— pode pah parceiro. — digo me levantando e apertando a mão do mesmo.

Em alguns minutos o cara já tinha ido embora, desci do camarote também e fui pra fora do baile, peguei minha moto e segui pra casa da Naty. Assim que cheguei vi o carro da italiana e sabia que ela tinha chegado. Entrei sem fazer barulho pelo portão, assim que entrei ouvi alguém chorando baixinho, fui caminhando devagar e vi a mesma deitada em uma das cadeiras da piscina, ela nem me viu, só sei que estava quase apagando.

Cheguei perto dela e vi seu rosto um pouco inchada de chorar, me agachei perto e com delicadeza a peguei no colo, levei ela devagar até o seu quarto, tive que abrir umas três portas até achar o quarto dela na verdade.

Deitei ela na cama e a mesma abriu os olhos e me olhou. Conversamos um pouco e ela pediu pra eu ficar ali, por um segundo eu não queria, mas não gostava de ver a mina daquela forma, então me deitei ao seu lado e a envolvi em meus braços.

Fiquei ali sentindo seu cheiro invadir meu nariz, seu cabelo macio tocar minha pele, senti paz por um tempo ali com ela.

Assim que notei que havia pegado no sono, tentei bem devagar me soltar, me levantei com cuidado e fiquei por mais um tempo observando ela. Não sei porque mais ela me dava uma sensação boa.

Depois de alguns minutos saí do quarto e fui descer as escadas, quando cheguei na sala me deparo com a Naty e o Cl se comendo no sofá.

— PORRA — grito assustando os dois. — vão pro quarto caralho.

— que susto porra. — diz Cl que tava pálido até.

— Tá fazendo oque na minha casa seu pervertido. — Naty diz rindo.

— Tchau pra vocês. — digo saindo pela porta rindo.

Esses dois eram fodas, viviam se atracando pelos cantos e depois se pegavam pra lá e pra cá como se nada tivesse acontecido.

Subi na minha moto e fui direto pra casa, tava cansadão, então só tomei banho e fui dormir.

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