Um Novo Lar

Era final de tarde, quando Lúcia avisa para Mari que elas precisavam voltar para a casa da tia, mas ela estava decidida a não voltar e comenta.

— Lúcia, eu não quero voltar para lá, mas preciso pegar minhas coisas.

— Mas por quê? Aconteceu alguma coisa?

Mari então conta parte da conversa com a tia com o marido que escutou, Lúcia percebia que os patrões não eram pessoas confiáveis devido a algumas situações, por isso, apoia Marianne, em seguida lhe oferece ajuda

— Está certo, mas porque não fica aqui comigo, meus filhos quase não veem.

— Eu agradeço, mas prefiro ter minha casa, minha mãe me ensinou muita coisa, eu posso me cuidar.

— De qualquer forma, se precisar, estarei aqui.

Mas antes que ela pudesse continuar a conversa, escuta alguém a chamar e logo sai, era um rapaz com um fuzil, informando que o patrão tinha pedido para mostrar uma casa.

— Tem certeza que quer mesmo fazer isso filha?

 — Quero, sim, vou lá e já volto.

— Aí gringa, o patrão mandou mostrar duas casas, para você escolher, depois você cola na casa dele para acertar os valores, fechô?

O rapaz, que estava numa moto, oferece carona que ela não recusa, mas ao verificar as casas ela acaba preferindo uma quase nos fundos da comunidade, o que o rapaz estranha e questiona.

— I want that (Quero essa), it's a grace (é uma graça)

— Essa casa, está quase fora da comunidade, para você ficar sozinha, não acha?

— Eu prefiro assim.

— Então vamos lá falar com o patrão, ele está te esperando.

Em poucos minutos eles param na frente da casa de Chupim, no portão vários homens com fuzis, ele informa que Chupim estava esperando por eles, Mari entra olhando e observando cada detalhe da casa que tinha até piscina.

Logo na entrada uma senhora, que ficou olhando que ela fez questão de cumprimentar, antes de irem até o escritório.

— Hello (olá), como vai? É com licença.

— Muito bem, obrigada.

No escritório estava Chupim, com pés sobre a mesa e um baseado na boca, ela entra e começa a tossir, ele dá risada e para de fumar.

— Bom, pelo visto já escolheu uma casa?

— Hei, patrão, ela quis logo a segunda que mostrei, aquela quase nos fundos da comunidade.

— Logo aquela? Por quê?

— Gostei da vista rsrsrs, it is very good (é muito bonita), então qual o valor do aluguel da casa, senhor Chupim.

— Não precisa me chamar de senhor, como lhe devo por salvar meu parceiro, os três primeiros meses serão na faixa, depois R$200 conto beleza?

— It's great (está ótimo), quer dizer ok.

— Você tem móveis? Pois para entrar precisa ser alguém autorizado.

— Não tenho nada, mas preciso de alguém para buscar umas coisas que vão chegar de navio.

— Que coisas?

— Objetos pessoais.

Os dois se encaram por alguns segundos, em seguida ele sinaliza para que o vapor entregue a chave para Mari, depois informa que terá uma pessoa para ir com ela pegar as coisas no porto, a jovem agradece, se levanta e estende a mão agradecendo.

— Thanks (obrigada).

— Isso eu sei o que é, seja bem-vinda, gringa, rsrsrs.

— É Marianne.

— Meu nome é Samuel e não Chupim rsrsrs.

— Ok, Samuel.

Ela sai, porem no escritório Chupim fica observando a moça percebido por sua mãe, que o encara e em seguida alerta.

— Toma jeito Samuel, essa moça não como as daqui não viu?

— Quem disse que quero algo com essa gringa, eu heim, vê se me erra.

De volta a casa de Lúcia, a jovem informa sobre a casa e lhe pede um favor, porem ao mesmo tempo, ela recebe uma mensagem sobre sua bagagem que chegaria no dia seguinte no porto.

— Already? Just in time. (Mais já? Bem a tempo)

— Que aconteceu?

— Parece que minhas coisas chegaram antes do que esperava. Vou avisar minha tia que vou me mudar. Só preciso buscar essas coisas.

Lúcia se preocupa, pois sabia que Beatriz não iria gostar nada de saber que a sobrinha estaria se mudando para uma comunidade, mas conforme combinam ela promete não falar nada. Porém, Mari tinha pressa de pegar suas coisas, queria saber o que tanto o pai escondia e o conteúdo daqueles documentos.

Na casa de Beatriz, após seu cliente ir embora, ela conversa com Fred, precisavam dar um jeito de saber se a sobrinha tinha dinheiro, mas para isso precisavam pensar numa estratégia.

— Não acha que está interessada demais nessa vadia não? Ou está me escondendo alguma coisa?

— Eu escondendo, está louco, por que estaria escondendo algo de você?

— Não sei, a gente não precisa do dinheiro dela, aliás quanto mais longe dessa casa melhor, apesar dela ser bem gostosinha.

— Nem pense nisso, já bastam as que você me obriga a engolir rsrsrs.

— Já disse que é tudo pelo nosso negócio.

Fala Fred, jogado no sofá, enquanto Beatriz sobe as escadas, estava ficando tarde e ainda precisavam limpar a casa e tirar qualquer vestígio para quando Lúcia e a sobrinha retornasse, porem ela ainda pretendia ter uma conversa séria, por sair sem a permissão.

— Aquela garota me paga, pelo menos agora não terá sua mãe para lhe proteger, desgraçada.

Mais populares

Comments

Su

Su

nossa q raiva da sobrinha q nem convivia com ela?...

2024-05-06

0

Carmilurdes Gadelha

Carmilurdes Gadelha

Pq essa raiva toda???

2024-05-03

0

Celma Rodrigues

Celma Rodrigues

Porque será que a Beatriz tem raiva da irmã? Mistério! Amooo!

2024-03-26

2

Ver todos
Capítulos
Capítulos

Atualizado até capítulo 56

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!