A partida

Em San Francisco, após alguns dias após o enterro dos pais, chega o momento de Mari ir para o Brasil, naquela manhã com a ajuda da assistente ela enviou algumas caixas por navio, quando chegou a noite era hora de ir para o aeroporto e dar adeus a tudo que tanto lhe deixou triste.

Ao ver o avião decolar, ela colocou a mão no vidro, se despedindo e, ao mesmo tempo, desejando que logo as coisas voltassem ao normal, apesar dela saber falar bem o português.

Horas depois ela pousou em guarulhos, no saguão, sua tia Beatriz, uma mulher bem vestida, que a recebeu muito bem.

Minha tia Beatriz 50 anos

— Mari, que bom que chegou querida, vem aqui, eu queria dizer que sinto muito por tudo que aconteceu, mas infelizmente não tinha como ir ao enterro.

— Tudo bem, tia, tenho certeza que minha entenderia seus motivos.

As duas pegam um táxi e seguem para a casa onde Mari deveria morar dali parta frente, ao chegar no condomínio fechado, chamou a atenção da jovem o fato da tia morar num local tão luxuoso.

Na sala, um homem usando uma calça jeans, fumando um baseado, ao ver a bela jovem se levantou de imediato, irritando Beatriz.

Fred 40 anos

— Isso é jeito de receber minha sobrinha, vá colocar uma camiseta, desculpa querida, esse é Fred, meu marido.

— Satisfação princesa, foi mal aí pelos seus pais.

— Tia, será que posso ir para o quarto, estou um pouco cansada, please (por favor).

— Claro querida, vamos, você só trouxe essa mala?

Assim que entraram no quarto, Mari olhou os móveis e a decoração eram muito mais confortáveis que na casa onde morava, o que chamou a atenção de Mari pela tia informar sobre as condições de viajar, principalmente ao enterro da única irmã.

— Olha Mari, eu sinto muito pelo que aconteceu, porem com você aqui os gastos aumentam, então preciso saber sobre a conta de seus pais, se for o caso consultar um advogado para que eu possa administrar o dinheiro.

— Don't worry (não se preocupe), tia, eu ainda não sei quando dinheiro tinha, a gente levava uma vida simples, depois que meu pai se feriu.

Beatriz não gostou muito, mas naquele momento não quis discutir com a jovem que havia acabado de chegar e ainda por cima perdido os pais. Após deixar Mari no quarto, ela desce e comenta sobre a tentativa frustrada de administrar o dinheiro da sobrinha.

— Acredita que aquela garota teve coragem de dizer que os pais não têm dinheiro?

— E agora genia, vai colocar ela para fora? Caso contrário, ela pode nos prejudicar.

— Não se preocupe, logo nos livramos dela, só preciso ter acesso às contas e verificar o que mais ele sabia, desgraçado.

No quarto, Mari, que apesar da idade não era nada boba, esperou a tia sair e do corredor escutou parte da conversa dela com o marido, depois retornou e pensou com ela mesma numa forma de sair dali.

— Preciso dar um jeito de me cuidar sozinha, pelo visto aqui não é um bom lugar para eu ficar.

Depois ela trancou o quarto e foi para o banho, teria exatamente quase um mês para isso, até que suas coisas chegassem de navio, certamente sua tia iria querer saber o que tinha nelas.

Era noite quando Mari despertou, ela desceu e não tinha ninguém em casa, na cozinha uma senhora que se assustou ao vê-la.

— Sorry (desculpe) senhora, eu só queria tomar algo, estou com fome. Sou a Marianne, mas pode me chamar de Mari.

— Você deve ser a sobrinha que mora no estrangeiro. Sou Lúcia, prazer.

— Yes, mas não devo ficar por muito tempo, só preciso arrumar um trabalho e um lugar para ficar.

— Aqui as coisas são bem difíceis, menina, eu mesma tenho hora para entrar e sair, ou me colocam para fora.

— Aonde a senhora mora?

— Não vai querer morar onde eu moro, é uma comunidade, dominada por bandidos.

Mari, pega um suco servido por Lúcia e um sanduíche de presunto e queijo, enquanto come ela comenta sobre a morte dos pais, deixando Lúcia comovida.

— Sinto muito querida, realmente não deve ter sido fácil.

— Pois é, eu não sei se deveria, mas não me sinto confortável aqui e olha que cheguei tem menos de um dia rsrsrs.

— Sabe onde minha tia e o marido foram?

— Não, mas estou indo embora também, não posso chegar tarde em casa e se voltarem e estiver aqui dona Beatriz faz um escândalo.

— Eu posso ir com a senhora? Não quero ficar aqui sozinha, prometo não incomodar.

Lúcia de alguma forma se identifica com o jeito de Mari, como morava sozinha achou até bom ter uma companhia, mas se preocupou o que a tia poderia pensar, então sugeriu que ela não comentasse que teria ido para uma comunidade.

— Não se preocupe, vou deixar um bilhete dizendo que fui visitar uma amiga e dormi lá rsrsrs.

Mari, pega duas trocas de roupa já que seria final de semana, queria conhecer a comunidade e quem sabe encontrar um local para ficar, mas o final de semana prometia muito mais do que ela imaginava.

Elas saem logo para não correr o risco de Beatriz retornar, chegam já a noite na comunidade e ao entrar Mari observa os homens armados logo na entrada e se segura no braço da senhora que mal conhecia, mas que lhe trazia confiança.

— E aí Dona Lúcia, quem é a princesa com a senhora?

— Minha sobrinha, espero não ser um problema.

— Que isso, leva ela no baile amanhã rsrsrs.

Elas sobem a rua da comunidade, com Mari observando tudo, alguns rapazes descem de moto sem capacete e em alta velocidade, elas chegam numa casa muito simples que Beatriz abre o portão e a convida para entrar.

— Venha Mari, só não repare, a casa é bem simples.

— I liked (eu gostei), será que eu não consigo algo assim para mim aqui?

— Filha, aqui não funciona assim, primeiro terá que pedir permissão para o líder da comunidade. Você é muito nova, não tem medo de morar sozinha?

— Eu peço, além disso, não tenho medo, preciso dar um jeito de me virar, acho que o dinheiro na conta dos meus pais dá para pagar e vou conseguir um trabalho também.

— A gente vê isso depois, como o bocão mesmo disse, amanhã tem baile, então esquece esse tipo de coisa agora.

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Comments

Carmilurdes Gadelha

Carmilurdes Gadelha

Tomara que dê certo um lugar pra ela pq a Tia não presta

2024-05-03

4

Celma Rodrigues

Celma Rodrigues

Acho que a Beatriz é responsável pela morte dos pais.

2024-03-25

2

Deia

Deia

Essa tia de Mari é uma vagabunda 😡

2023-12-11

1

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Atualizado até capítulo 56

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