Nasce um novo líder

Em São Paulo, comunidade Iporanga, era um dia comum, onde um líder e membro da facção, após se reunir com seus parceiros, retornava para casa. Pirata como era conhecido, liderava a comunidade a quase 30 anos.

Ele era casado com Joana e juntos tinham dois filhos, Samuel (Chupim) e Lívia, o sonho de Pirata era que o filho assumisse seu lugar e contava com isso.

Samuel (Chupim) 24 anos

Lívia 22 anos

Samuel, já conhecia toda a rotina do seu pai, todo esquema e muitas vezes o ajudava nas negociações e a resolver os problemas na comunidade.

Ter nas costas a responsabilidade de ser o novo líder, lhe trazia muito benefícios, como ter todas as mulheres que desejava e ser temido por muitos.

Pirata chegava em casa perguntando do filho, já era noite e ele sabia como era perigoso se expor e por mais que avisasse não adiantava em nada.

— Puta que pariu cadê aquele moleque?

— Eu avisei centenas de vezes, Augusto, mas Samuel está deslumbrado com essa vida, vive nas festas, não sei como Beatriz ainda não se envolveu com um desses bandidos.

— Cala sua boca, mulher, já disse para não me chamar de bandido.

Não muito longe, Samuel estava com seu melhor amigo Fernando, mais conhecido por “Bocão”, estavam numa festa privada com mulheres e muita droga. Sentado e sem camisa, ele embolava um baseado, quando uma das moças se aproximava dele usando um vestido super curto.

— E aí Chupim, quando assumir a comunidade, pretende ter uma fiel? Pois espero que se lembre de mim.

— Eu com fiel, acorda piranha rsrsrs, vem aqui e faz o que sabe.

Fala ele a puxando pelos cabelos e abrindo o zíper de sua calça, Chupim jogava sua cabeça para trás, fumava seu baseado enquanto a jovem se ajoelhava e fazia um boquete.

Em casa, irritado com a falta de responsabilidade de Samuel, seu pai termina o banho, pega sua pistola e sai acompanhado de um segurança.

— Vamos atrás daquele infeliz Peixe, mas ele me paga dessa vez.

Estava tarde, o carro do pai de Chupim andava em alta velocidade pelas ruas da comunidade até que é cercado por carros da polícia, eles param engatilham suas armas e ele questiona.

— Por que os fogueteiros não avisaram sobre a invasão?

— Como vou saber chefia?

No carro a frente, um dos oficiais abre a porta com sua arma em punho, ele dá a ordem de prisão.

— Pirata, desce do carro, você está preso, por formação de quadrilha e tráfico de drogas.

— Filho da puta é aquele delegado desgraçado.

— O que a gente faz, patrão?

— Para a prisão eu não volto.

Na casa onde estava Chupim, um dos homens entra correndo e interrompe a pequena festa privativa.

— Chupim, os meganha cercaram teu velho.

— Porra, sai daí sua puta do caralho, bora resolver isso.

***Narrado por Chupim***

Ao saber que meu pai estava cercado pelos meganha, me levantei empurrando a cadela que me chupava, fechei minha calça, peguei a pistola e sai acompanhado de Bocão e mais dois homens, subimos em nossa moto e descemos a comunidade em alta velocidade.

Estamos a alguns metros, largamos as motos e descemos a pé, mandei um rádio para os demais ordenando que subissem para cercar a polícia, mas poucos segundos depois escutamos tiros.

— Caralho, Chupim.

— Corre porra, corre.

Quando avistamos o grupo eu vi meu pai caído e do outro lado estava o Peixe, começamos a atirar contra a polícia e derrubamos um a um.

— Pai! Caralho pai fica comigo porra.

Olhei para o lado e Peixe ainda respirava com dificuldade, os homens pegaram ele e colocaram no carro que saia em alta velocidade, Bocão se aproximou e alertou do perigo.

— Anda Chupim, você precisa sair daqui, porra, daqui isso estava cheio de viatura, bora caralho.

Mal tive tempo de me despedir de minha mãe, entrei no carro e seguimos até Heliópolis onde um dos membros da facção iria me proteger, fui levado até o alto da comunidade, no chão havia um alçapão, desci e apenas ouvi o barulho do trinco.

Me senti culpado pela morte de meu pai, certeza que ele estava indo me buscar, deveria estar puto, como pude ser tão principiante?

— Eu juro pai, que nunca mais vou me perder por drogas ou piranha.

Fiz um juramento com lagrimas nos olhos, jurei a mim mesmo que nunca ais iria deixar que nada desviasse do meu caminho, me levantei e senti o sangue ferver em minhas veias, eu precisava me transformar.

Não pude enterrar meu pai, tinha uma missão liderar a comunidade e descobrir o porquê dos fogueteiros não terem visto a polícia invadir.

Foram dias ali, preso, comendo coisa enlatada, água quente, mijando e cagando em latas e enterrando para poder não sentir o mau cheiro, quando a porta se abriu, a luz do sol doía em meu rosto.

— Vamos Chupim, chegou a hora de você assumir o lugar de seu pai.

Foi colocado uma escada, por onde sai, no lado de fora, cinco homens fortemente armados, um deles entregou a corrente que meu pai usava e uma pistola automática.

— Como foi o velório do meu velho?

— Como tinha que ser, agora é hora de você ser batizado e assumir o seu lugar, vamos porque os irmãos estão te esperando.

Me levaram para uma casa, onde pude tomar banho e comer decentemente, quando o grupo resolveu me levar já era noite, entramos numa chácara, onde carros estavam estacionados e alguns homens reunidos em círculo.

Era madrugada quando saímos daquele lugar, enfim pude voltar para minha comunidade onde fui recebido por fogos e tiros, na porta de casa minha mãe e minha irmã, com o rosto inchado de tanto chorar.

— Voltei mãe, agora vou cuidar de vocês.

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Comments

Carmilurdes Gadelha

Carmilurdes Gadelha

Eita que pancada viu
tô gostando

2024-05-03

3

Abreu Ana

Abreu Ana

Chupem já assume tendo q descobrir quem é os traíra

2024-04-02

2

Celma Rodrigues

Celma Rodrigues

Alguém é traura e não contou da chegada dos policiais.

2024-03-25

0

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Atualizado até capítulo 56

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