São Paulo, Brasil — Sede do Private Bank — Avenida Paulista
Os acionistas do Private Bank estavam reunidos para uma reunião de fechamento anual. Leônidas estava a conduzir como vice-presidente.
A ausência de Jean era esperada, afinal, o garoto havia viajado com intuito de procurar Adam e o seu tio sabia disso.
Leônidas já havia falado sobre todos os pontos importantes e antes que pudesse encerrar a assembleia, a sua secretária pessoal ingressou na sala e disse algo no seu ouvido.
O semblante do homem mudou. Ele estava descontraído, mas quando ouviu qualquer que fosse o recado, mudou completamente, ficando frio e calculista.
Leônidas — Senhores, parece que temos um acionista que deseja participar da reunião. Não sabia que o nosso CEO já havia retornado.
Nesse instante a secretária ingressou com Abraham Ashford e o seu advogado Giuseppe.
Leônidas — Posso saber o que os senhores estão a fazer aqui? Isso é uma reunião exclusiva do conselho. Senhorita Marie, que brincadeira é essa?
Um silêncio encheu a sala e os acionistas ficaram a aguardar uma resposta plausível de Abraham.
Abraham — Desculpem nossos modos. Eu sou Abraham Ashford. Esse é o meu advogado, Giuseppe.
Leônidas — Ainda não disseram o que fazem aqui e como conseguiram entrar.
Abraham — É esperado que o acionista majoritário possa entrar nas reuniões oficiais do conselho, não é?
Leônidas — Isso é uma piada?
Abraham — De forma alguma. Sou agora o novo maior acionista desse banco. O seu sobrinho me vendeu as ações dele por um bom preço.
Leônidas — Impossível...
Giuseppe — Na verdade, não é. Deixe-me mostrar. Esses são os papéis. São todos oficiais e registrados por tabelião de São Paulo.
Nesse momento, o advogado mostrou os papéis ao Leônidas e, além disso, distribuiu uma cópia aos integrantes do conselho.
Giuseppe — Meu cliente é, por lei, o novo acionista majoritário do Private Bank, considerando que o senhor Jean Schneider detinha 53% das ações que agora, pertencem ao meu cliente.
Leônidas — Isso é impossível. Jean não faria isso... Onde ele está?
Abraham — Provavelmente aproveitando o dinheiro que ganhou com essa transação. Mas, como perceberam, eu sou o novo chefe por aqui.
Leônidas — Eu já ouvi falar de você... É um golpista.
Abraham — Eu também ouvi falar de você. O segundo irmão de uma família importante. Um encostado que surfou na glória de Leonel Schneider. O seu irmão não mentiu... É patético.
Leônidas — Não vamos ceder. Esse documento será cassado. Não tem validade.
Abraham — Faça como quiser, mas antes me ajude. Saia da minha cadeira.
Leônidas então se levantou. Estava prestes a sair da sala. Abraham sentou-se na cadeira de CEO e chamou a atenção de Leônidas antes que ele saísse.
Abraham — Sei que é um dos acionistas. É justo que saiba por mim que eu farei a indicação de um novo CEO aqui, e agora.
Leônidas olhou furiosamente para Abraham.
Leônidas — Pensei que seria o novo CEO.
Abraham — Outra vez equivocado. Não, eu não tenho tempo para isso. Mas uma grande mente vai fazer esse trabalho por mim. Por favor, entre.
Nesse instante Kaity Brown entrou na sala. Ela estava elegante, com um vestido preto de seda e um colar de pérolas. Os sapatos eram elegantes e brilhantes. O seu cabelo muito bem escovado e liso. O batom vermelho. Uma mulher esplêndida.
Leônidas — O que essa mulher está a fazer aqui? Pensei que fosse esposa do meu sobrinho.
Abraham — Ela era. Até ele fugir. Agora ela é sua chefe. Fale com ela com mais respeito.
Leônidas — Quais as qualificações dela para esse cargo?
Abraham — A qualificação é que eu... O maior acionista, a escolhi. Precisa de algo melhor?
Leónidas — Deram um golpe no meu sobrinho. Com certeza. Isso não vai ficar assim. Escutem o que eu digo.
Kaity — Senhor Leônidas, sente-se. Estamos numa reunião oficial. Se o senhor não estiver bem para cumprir o seu papel, então faça uma carta abrindo mão do seu lugar no conselho. Se pretende ficar, então que seja em silêncio.
Abraham — Bravo! Vejam... Isso é o comportamento de uma CEO. Bom, estão em boas mãos. Eu irei voltar para a Itália. O ar desse país me dá alergia. Kaity, se precisar de algo não hesite em me avisar.
Nesse instante Leônidas se sentou. Os acionistas pareciam marionetes com cordas cortadas. Todos em silêncio e imóveis.
Abraham deixou o ambiente com o seu advogado Giuseppe e Kaity se sentou na cadeira de CEO.
Leônidas — E agora senhora presidente... Qual a ordem?
Kaity — Que bom ter perguntado, Leônidas. Temos muito trabalho a fazer. apresentem-me os balanços dos últimos seis meses. Diante disso iremos tomar as decisões para os próximos anos.
Leônidas ficou vermelho de raiva. Mas pediu que os responsáveis apresentassem os dados.
Kaity agora era a nova manda chuva. Ou os velhos obedeciam ou perderiam seus empregos. Muito ainda estava por vir.
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Atualizado até capítulo 20
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