Capítulo Quatorze

Palermo, Itália.

Dois dias após a conversa com o seu pai, Brian acordou com extremo mau humor. O rapaz não conseguiu descer para tomar o seu café.

Ele estava muito ansioso para ter notícias de Edgar. O pagamento já tinha sido feito e o homem sumiu. Não deu mais notícias e isso era difícil.

No meio da tarde daquele dia, Francesco bateu na porta e em seguida entrou no quarto de Brian.

Brian — O que você quer? Já disse que não quero comer.

Francesco rolou os olhos para cima com desaprovação ao chilique do rapaz.

Francesco — Não vim lhe oferecer alimento. Há uma encomenda para você. Chegou há instantes.

Brian — Não espero por nada.

Francesco — Chegou do Brasil. Devo pedir que retorne para Porto Seguro?

Brian saltou da cama. Entendeu exatamente do que Francesco estava falando.

Brian — Por que não disse logo? Onde está?

Francesco — Na sala de número quatro no subsolo. Tome aqui a chave.

Brian desceu correndo. Pegou o elevador e desceu até o subsolo. Era um andar subterrâneo, mas muito bonito. O chão com um carpete azul celeste e as paredes brancas de mármore. As portas eram brancas e havia luzes no corredor em arandelas de cristal.

Na porta havia um número quatro dourado e a maçaneta tinha o formato de um anjo bebê.

Quando Brian entrou, Adam estava lá. Sentado em uma cama de casal imensa. O quarto era bem iluminado e tinha tudo que um apartamento funcional dispõem.

A televisão tinha sessenta polegadas. Um fogão cocktop, um microondas digital, geladeira inverse todos em aço inoxidável e um sofá com três metros de largura e dois de profundidade. Era um apartamento encantador. .

Brian — Olá, garoto.

O menino parecia assustado. Mas não se intimidou.

Adam — Onde está a minha mãe?

Brian — Longe. Mas logo virá te buscar. Assim espero.

Adam — Onde eu estou?

Brian — Longe. Está em Palermo, Itália. Sabe onde fica?

Adam — Sim. O país que parece com uma bota.

Brian — Ual. Parece que alguém aqui estudou. Está com fome?

Adam — Não. Quero ir para a minha casa. A minha mãe deve estar preocupada comigo.

Brian gargalhou.

Brian — A sua mãe vai ficar bem. Antes de você ir só precisamos que ela e seu padrasto, Jean, façam algo por mim. Depois você está livre. Por enquanto esse é seu novo quarto. Não é tão ruim, não é?

O garoto não respondeu. Apenas se deitou na cama com a cabeça entre os travesseiros. Brian então saiu do quarto e foi até o escritório do seu pai.

Quando chegou, Abraham estava sentado lendo o jornal previamente destacado por Francesco como se costume. Sem tirar os olhos do folhetim ele sabia que o filho havia entrado.

Abraham — O que quer?

Brian entrou timidamente e sentou-se de frente ao pai.

Brian — Bom... O garoto está aqui.

Abraham — Eu sei. Excelente ideia. A minha casa agora se tornou um cativeiro.

Brian engoliu seco. Sabia que o pai não gostava dessa abordagem mas era a única maneira de conseguir o que queriam.

Brian — Será rápido. Eu garanto. O menino é forte e a mãe vai fazer de tudo por ele.

Abraham — Por que veio até mim? Checar se aprovo seu método? Pare de ser um bebê chorão que busca aprovação dos pais o tempo todo. Não quero saber nada à respeito disso. As ações são a única coisa que me interessam. Ande logo.

Brian se levantou constrangido e saiu. Agora os próximos passos do sequestro eram necessários.

Ele então subiu para o seu quarto, pegou o seu telefone e ligou para Kaity Brown. Francesco havia conseguido o número.

O telefone tocou algumas vezes antes de uma voz desolada atender do outro lado. Era Kaity.

Kaity — Alô, quem é?

Uma estática tomou conta da ligação. Em seguida Brian deu uma risada cruel e sarcástica.

Brian — Olá, senhorita Brown. Feliz em ouvir minha voz?

Outro silêncio tomou conta da ligação.

Brian — Alô? Desligou na minha cara? Acho que não.

Kaity — Onde está o meu filho?

O homem gargalhou novamente.

Brian — Está bem. Melhor do que vocês estão, isso é certo.

Kaity — Devolva o meu filho. Ele é uma criança inocente.

Brian — Concordo. Mas os pais dele não são. colocaram-me na prisão e agora precisam pagar por isso. Infelizmente as contas chegam Kaity Brown. A sua chegou.

Kaity estava chorando do outro lado da linha.

Kaity — Brian, eu faço o que quiser. Mas devolva o meu filho.

Brian — Claro. Mas antes precisamos estabelecer algumas condições. Primeiro, não vai avisar a ninguém que recebeu minha ligação. Sei que está sozinha e que a polícia está atrás do garoto.

Kaity — Tudo bem...

Brian — Não terminei. Jean fará o mesmo. E mais uma coisa bem importante antes de eu devolver o seu menino defeituoso.

Kaity — O que quer, Brian?

Brian — Seu belíssimo marido vai me passar as ações dele no Private Bank. Os 53%.

Kaity ficou muda. Não sabia o que responder, afinal de contas, as ações não eram suas para que essa decisão fosse tomada.

Kaity — As ações são dele, e o filho é meu. Jean não tem nenhuma responsabilidade nisso.

Do outro lado, o homem deu outra gargalhada.

Brian — Errada. Estão juntos. Soube até que o Jean quer registrar o menino. Certamente a vida do Adam vale algumas ações.

Kaity — Eu vou ver o que posso fazer... Mas não faça nada com o Adam.

Brian — Por enquanto ele está seguro. Mas se eu souber que acionaram a polícia, ou disseram algo para alguém a respeito da nossa conversa, o seu filho morre. Terá apenas os pedaços dele numa caixa. Entendido?

Kaity — Não falarei nada...

Brian — Tem 24 horas. Converse com o seu amado e faça ele entender o que está em jogo. Sem gracinhas ou escutas dessa vez. Eu ligo novamente para passar as instruções para vocês.

Kaity — Está certo. Não faça nada com o meu filho, Brian...

Brian então desligou. Ele estava se sentindo poderoso outra vez. A vida de Kaity Brown estava nas suas mãos. Mas outra coisa o preocupava. E se Jean não a amasse o suficiente para passar as ações? Não havia outra jogada. Ou ele aceitava ou Brian perderia.

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ARMINDA

ARMINDA

ESTE BRIAN É UM NOJENTO. SEQUESTRAR O ADAM É MUITA. MAUDADE

2024-01-24

1

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