Capítulo Cinco

Palermo, Itália.

Brian acordou no dia seguinte entre lençóis de algodão egípcio. Eram caríssimos. A sua cama era tão grande que caiam quatro pessoas deitadas com conforto.

O lustre era feito de cristal com o formato de gotas de água. O tapete no chão era vermelho sangue. Tão limpo que não havia um fio que se pudesse enxergar naquele grande mar púrpura.

Ele levantou-se e foi até o seu banheiro em granito branco. O chuveiro possuía quatro saídas de água. O ajuste de temperatura era totalmente eletrónico. Havia uma grande pia de mármore com duas cubas e um grande espelho grande e angular.

Ele tomou um bom banho e vestiu-se com uma roupa que estava no seu guarda-roupa de madeira maciça em mogno. Na sequência desceu as escadas com a intenção de tomar um café da manhã digno de um lorde... Ou o filho de um.

Quando chegou a mesa o seu pai já encontrava-se sentado. A mesa era imensa. Para doze lugares. Estava repleta de guloseimas. Haviam pães, queijos, Sucos, Danone, manteiga, chás e bolachas de todos os tipos.

Lorde Abraham não estava parecendo receptivo. Ele tomava o seu café da manhã e lia o jornal que Francesco já tinha previamente destacado. Brian estava receoso se sentava ou pedia autorização para o pai. Decidiu sentar e arriscar.

Brian — Bom dia, pai.

Lorde Abraham olhou para Brian por cima dos óculos com um olhar de desaprovação.

Abraham — Espero que tenha dormido bem. Hoje temos muito o que conversar.

Brian — Claro pai. Irei apenas tomar um café. Posso?

Abraham — Não faça perguntas desnecessárias. Está sentado na minha mesa e se quer me perguntou se podia. Então tome o seu café e venha me encontrar no escritório.

Abraham então se levantou e foi até o seu escritório. Francesco o acompanhou. Brian ficou sozinho na mesa e na sala. Se sentiu tão constrangido pela resposta do pai que perdeu o apetite.

Em seguida Brian foi até o escritório onde o pai estava falando ao telefone.

Brian — Francesco, ele está ocupado?

Francesco — Lorde Abraham está falando com o primeiro ministro da Dinamarca.

Neste mesmo instante Abraham desligou e colocou o telefone no gancho.

Abraham — Francesco, marque outra conferência com o premier dinamarquês. Ele estava resolvendo problemas e não pudemos falar sobre todos os pontos. No máximo até o final da semana, entendido?

Francesco — É claro, milorde. Será feito.

Abraham — Ótimo, agora pode ir. Preciso falar a sós com o meu filho.

Francesco então fez uma reverência e saiu, fechando a porta atrás de si.

Abraham — Sente-se.

Brian então se sentou e observou o rosto do pai com bastante atenção.

Brian — Como posso ajudá-lo, papai?

Abraham — Bom, eu estive pensando... Perdemos a Red Tower. Sua burrice queimou essa ponte. Precisamos de outra empresa sólida para realizarmos aportes e lavarmos grandes quantidades de dinheiro.

Brian — O senhor já tem algo em mente?

Abraham — Óbvio. Não posso esperar o seu cérebro funcionar. Eu pensei no Private Bank.

Brian — Mas pai, eu não sei como poderíamos. Joel está preso e o tal Jean depôs contra mim. Essa também é uma ponte que queimou.

Abraham então se levantou e foi até a janela. Olhou para fora e então se voltou para o seu filho.

Abraham — Qual o objetivo da nossa organização, Brian?

Brian se assustou com a pergunta. Não entendia como isso iria ajudar em algo.

Brian — Bom, o lucro, creio eu.

Abraham — Errado. O objetivo da nossa organização é poder. Influência. Homens ricos não são necessariamente poderosos, mas homens poderosos são necessariamente ricos. O poder atrai a riqueza.

Brian — Penso que dá na mesma.

Abraham — Pensei que fosse mais inteligente. Claro que são coisas diferentes, mas apenas uma grande mente consegue entender.

Brian — Desculpe, pai.

Abraham — Não peça mais desculpas. Bom... Como eu estava falando... A influência é essencial no nosso ramo. E com a perda da Red Tower a nossa influência na América do Sul foi minada. Isso vai se resolver com a aquisição do Private Bank.

Brian — O Joel está preso. O filho dele me odeia. Como isso vai funcionar?

Abraham então sorriu. Um sorriso malicioso e cheio de ideias.

Abraham — Joel é carta fora. Ele não serve mais. Sua mente podre o traiu e ele agora não pode mais servir aos nossos propósitos. Já o filho..

Brian — Como eu disse... Ele não vai ajudar. Depôs contra mim.

Abraham — Ajudar de bom grado eu também creio que não. Mas não estou sugerindo essa abordagem. Sabia que ele está morando com a tal Kaity Brown?

Nesse momento o rosto de Brian corou. Ele ficou furioso por denunciado e para piorar Kaity havia se dado bem na vida.

Brian — Eu não sabia...

Abraham — É... Eles estão morando juntos. Uma família feliz. Ele vendeu as suas ações do Private e agora vive um conto de fadas.

Brian — O que te faz pensar que ele vai ajudar?

Abraham — Encontre um método, Brian. Joel será apagado. Jean será o herdeiro dos 52% das ações do Private. Eu as quero. São essenciais para nosso controle na América do Sul.

Brian — O banco vale 50 bilhões. Ele nunca vai passar as ações para nós. Sejamos francos.

Abraham — Ele vai passar. Mostre-lhes que não estão seguros. Que a vida no paraíso também tem os seus pesadelos. Faça isso e certamente ele vai ceder.

Brian — Não sei se isso vai dar certo, pai.

Abraham — Faça acontecer. É o mínimo desde a sua burrice. Há muito em jogo aqui. Agora por favor, saia. Tenho que falar com Trump sobre questões da eleição americana.

Brian então se levantou. Ele estava confuso com tantas informações. Seu pai era um homem duro e se ele pediu isso com certeza era possível. Mas como?

Brian então foi até a sala de estar. Lá, Francesco estava orientando os funcionários para execução das tarefas. Brian queria falar com ele sozinho.

Brian — Francesco, posso falar com você?

Com um gesto Francesco dispensou os funcionários que saíram rapidamente.

Francesco — Como eu posso lhe ser útil, senhor?

Brian — Sabe o que o meu pai pediu-me?

Francesco — Não, mas posso imaginar. As ações do Private Bank.

Brian ficou surpreso e incomodado. Francesco sabia demais. Parecia ser mais próximo do pai do que um dia ele seria.

Brian — Exatamente. Mas isso é impossível.

Francesco — Certa vez ouvi um pensador brasileiro dizer que o impossível é uma questão de opinião. Existe um jeito. Sempre existe.

Brian — Como?

Francesco — Não é difícil pensar. A chave para o coração do rapaz Schnneider é a garota. E a chave para o coração dela é o seu filho.

Brian — Sugere que eu mate o filho dela?

Francesco — Meu Deus! Não foi isso que eu disse. Estou apenas mostrando que existe alguém que é a chave para resolver esse assunto.

Brian entendeu. Para fazer Jean ceder, teria que fazer Kaity ceder. Ela pressionaria o rapaz e ele acabaria a ceder em troca do filho dela. Brian achava Francesco um génio, mas não revelaria isso.

Brian — Obrigado, Francesco. Conto com a sua discrição. Não comente com o meu pai.

Francesco acenou formalmente e fez uma reverência ao sair da sala.

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ARMINDA

ARMINDA

NOSSA QUE PESSOAS COM MENTE DIABÓLICA 😬😬😬😬😬

2024-01-04

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