Porto Seguro, Brasil.
Jean chegou com Adam e encontrou Kaity chorando bastante. Ela contou sobre Flora e o rapaz abraçou sua esposa com toda a força e carinho que conseguiu encontrar.
Jean também era muito próximo à Flora, mas Kaity havia desenvolvido uma relação especial, afinal de contas passou a vida sendo deixada pelas pessoas.
Logo que pequena sua mãe a deixou para ir morar com um namorado em outro país. O pai de Adam nunca quis saber do garoto, se quer havia registrado. Sueli foi assassinada por Brian e agora Flora morta em um acidente.
Kaity sentia que o mundo estava contra ela. Ou Deus estava com raiva da garota por algo que ela tinha feito de errado em determinado momento de sua vida.
Jean — Amor, você precisa ser forte. Por ela. Por nós. Mas principalmente por você mesma. Flora era incrível, mas essas coisas acontecem, infelizmente.
Kaity — Não consigo acreditar. Parece que todos que se aproximam de mim morrem. Ou foge. Não sei... Eu não entendo.
Jean — Preciso ir para São Paulo. Cuidar da situação da Flora.
Kaity — Não... Infelizmente eu tenho que ir. Você fica e cuida do Adam. Pode?
Jean — Claro, mas está tudo bem para você ir?
Kaity — Eu preciso amor. Preciso saber o que aconteceu de verdade e me despedir dela.
Jean — Está bem. Eu vou providenciar um jato particular. Será mais rápido.
Kaity — Não precisa. Eu vou de voo comercial.
Jean — Amor! Eu insisto.
Jean então abraçou Kaity novamente e ela colocou sua cabeça sobre o peito do marido. Eles pareciam ter sido feitos um para o outro. Havia carinho, respeito e companheirismo nessa relação.
Mais tarde naquele dia Kaity estava com a mala pronta. Ela não contou a verdade ao Adam. Disse apenas que iria viajar para São Paulo para trabalhar. O garoto não pareceu se importar ou desconfiar de algo.
Jean levou Kaity até o aeroporto de Porto Seguro e ela embarcou para São Paulo. Três hora mais tarde ela havia pousado no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos.
Ela pediu um carro de aplicativo e foi até o hotel Ibis na região da zona norte, ao lado da estação Santana.
Na manhã seguinte Kaity foi até o IML fazer o reconhecimento do corpo de Flora. O médico legista levou Kaity até a sala e retirou o corpo de Flora de uma gaveta. Estava coberto com um lençol branco e havia uma etiqueta no dedão direito do pé da senhora.
Kaity fez o reconhecimento. Era Flora. Não havia dúvidas. Ela parecia serena e calma.
Kaity contatou a casa funerária Velar e agendou o processo de velório e sepultamento. Não haviam convidados ou pessoas próximas que ela quisesse convidar. Flora não tinha amigos.
Enquanto o corpo de Flora era preparado Kaity ligou para Evellyn Gallant. Talvez ela quisesse se despedir da mulher que a acolheu em um péssimo momento.
Kaity — Ah, oi, Alô... É a Evellyn?
Evellyn — Kaity? Ah meu Deus! Que prazer falar com você outra vez. Está tudo bem?
Kaity — Comigo e a família sim, mas Flora... Ela faleceu.
Do outro lado Kaity ouviu Evellyn respirar fundo. Como se isso fosse ajudar ela a assimilar o acontecido.
Evellyn — Como?
Kaity — Acidente de carro. Fatal. Eu estou organizando o velório. Não tem muita gente para chamar, mas acho que ela gostaria que você viesse. Vai ser na Velar. Aqui na zona norte.
Evellyn — É claro que eu vou. Me passa o endereço e horário.
Kaity então passou as informações a Evellyn e desligou. Precisava voltar ao hotel para se banhar e ir para a agência funerária.
No início da noite Kaity foi até a agência onde o corpo de Flora estava a ser velado. Ela estava linda. O batom vermelho na boca e os cabelos vermelhos bem reluzentes. A roupa florida de costume. Kaity sentiu paz quando a viu.
Logo Evellyn Gallant chegou. Estava elegante. Um vestido colado preto e o cabelo amarrado em um rabo de cavalo.
Ela e Kaity se abraçaram e olharam Flora em silêncio por alguns instantes. A noite foi bastante longa, mas assim que amanheceu os funcionários levaram Flora até o transporte para que o enterro fosse realizado.
Evellyn deu uma carona para Kaity até o cemitério e então o corpo de Flora foi enterrado. Na sepultura apenas uma frase foi colocada "viver é amar". Algo que Flora costumava dizer.
Quando tudo terminou Evellyn convidou Kaity para um café na Starburcks. Ambas foram e conversaram sobre suas vidas após Brian Ashford.
Evellyn — No que está trabalhando, Kaity?
Kaity — Um projeto. É um sistema de monitoramento ambiental. Estamos desenvolvendo para apresentar ao governo.
Evellyn — Jura? Estamos com um projeto parecido em desenvolvimento. Se chama Kairós.
Kaity levou um susto. Era o mesmo projeto que ela havia desenvolvido. Como poderia? Ainda não fechei nada com o governo.
Kaity — Impossível. O meu projeto se chama Kairós. Tem uma base de dados bem pesada.
Evellyn pareceu desconfortável. Aparentemente não eram projetos semelhantes, mas o mesmo projeto.
Evellyn — Kaity é algo secreto. Eu nem deveria falar disso com você, mas o projeto é novo. A base de dados é pesada sim. O governo trouxe esse projeto e disseram haver falhas que precisam de correção. Estamos ajustando tudo para iniciar na semana que vem.
Kaity — Tudo bem, eu vejo isso depois. Não vamos esquentar a cabeça com isso. Bom, eu preciso ir. O meu voo sai hoje mais tarde.
Evellyn abraçou Kaity e disse que se ela precisar voltar às portas da Red Tower estarão abertas.
Quando ambas se despediram o telefone de Kaity tocou. Era um homem jovem com uma voz simpática. Ele identificou-se como Bruno Calil. Advogado e representante de Flora.
Bruno — Senhora Kaity Brown? Sou advogado de Flora Mattos. Ela pediu-me para procurar você somente após o seu falecimento. Preciso falar com você respeito-a do seu testamento.
Kaity — Eu vou embora para Porto Seguro hoje.
Bruno — Então diga-me onde a senhora está e vou a encontrar-la. Isso precisa ser resolvido.
Kaity — Bom, se não demorar, eu estarei aqui te esperando na Starburcks perto da estação Santana. Só não posso esperar muito tempo.
Em quarenta minutos o advogado Bruno chegou. Ele se sentou com Kaity em uma mesa para explicar alguns detalhes do testamento de Flora.
Bruno — Bom, senhora Kaity... Flora Mattos não deixou herdeiros. Exceto a senhora.
Kaity custou a entender. Estava com a cabeça cheia pensando no seu projeto que havia sido plagiado pelo governo.
Kaity — Desculpe, eu não entendi. Herdeira?
Bruno — Exatamente. A senhora é a herdeira legal dos bens e recursos que a senhora Flora deixou. Aqui está a lista com as informações.
Kaity pegou o papel que o advogado colocou sobre a mesa e leu. Nele constavam os seguintes itens:
● 1 Casa situação na região de Campinas avaliada em R$500 mil.
● Duzentos mil reais em conta-corrente no banco Private Bank.
● 5% de ações na empresa Vale.
● 1 Carro Ford Eco Esporte 2016 (avariado em acidente).
kaity não acreditava. Flora deixou todos os seus bens para a garota.
Kaity — Mas isso é correto? Digo... Ela não tem ninguém na família?
Bruno — Isso é um testamento. Flora não tinha filhos ou parentes próximos. O testamento é irrevogável.
Kaity — Mas o que eu devo fazer agora? Não entendo.
Bruno — Eu quis vir para tranquilizar a senhora. Eu estou cuidando de tudo. Irei cuidar das transferências de propriedade e autorização para acesso aos valores em conta.
Kaity — Há algo que eu precise fazer?
Bruno — Por enquanto não. Eu manterei contato.
Bruno então se levantou, apertou as mãos de Kaity e virou-se para ir embora. Antes de sair do Starburcks ele voltou.
Bruno — Mil perdões. Eu quase ia me esquecendo. Ela também deixou uma carta. Tome.
Kaity então pegou a carta. Tinha o cheiro adocicado do perfume de Flora. O que poderia conter ali? Kaity sentiu a barriga estremecer. Colocou a carta na bolsa e foi embora para o seu hotel. Tinha que chegar em casa logo. Precisava falar com Jean sobre o projeto e ver Adam.
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Atualizado até capítulo 20
Comments
ARMINDA
TA PARECENDO QUE TEM DEDO DO FRANCESCO.🤔🤔🤔🤔🤔🤔🤔
2024-01-04
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ARMINDA
COMO O PROJETO DE KAITY FOI PARAR NESTA EMPRESA QUE EVENLY TRABALHA 🤔🤔🤔🤔🤔🤔🤔
2024-01-04
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ARMINDA
UAUUUUUUU FLORA COLOCOU KAITY COMO HERDEIRA.
2024-01-04
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