Palermo, Itália.
Francesco e Brian estavam numa estrada de terra sem nenhuma iluminação, exceto aquela projetada pelo Land Rover em que estavam.
No porta malas, o corpo de Tony estava embrulhado e balançava a cada buraco que o carro colidia.
Brian estava silencioso. Não conseguia parar de pensar na risada do seu pai quando o homem foi atingido com um tiro na parte de trás da cabeça. Aquela imagem não era agradável.
Francesco parecia ter experiência com aquilo. Não teve nenhum problema em colocar o corpo de Tony enrolado num lençol no carro.
Logo eles chegaram num local descampado. Não havia nada além de um buraco feito na terra. Era profundo. No mínimo dois metros de profundidade.
Quando eles pararam, Francesco desceu do carro e abriu a porta do passageiro.
Francesco — Desce. Vai-me ajudar a colocar esse maldito naquele buraco.
Brian desceu em silêncio. Eles foram até o carro e juntos jogaram o corpo no chão. O barulho era como de um saco cheio de carne caindo no solo duro e pedregoso.
Francesco foi até o carro e pegou um kit de ferramentas. Quando abriu, retirou um alicate extremamente limpo e tirou o lençol na parte do rosto de Tony.
Brian — O que vai fazer?
Francesco — Tirar os dentes dele. Os corpos desconfigurados são geralmente identificados pela arcada dentária. Não sabia? Além disso, iremos queimar esse corpo no buraco. Ninguém nunca vai saber que esse cadáver é do Tony.
Brian tremeu. Aquilo não parecia real. Certamente estava sonhando e caiu num pesadelo. Um filme de terror sem fim.
Francesco — Não precisa-me ajudar. Eu farei isso sem problema. Apenas não vomite.
O homem não mentiu. Fez tudo sozinho. Arrancou dente por dente e colocou numa lata. Logo depois jogou o corpo no buraco com a ajuda de Brian e queimou com gasolina.
Por fim voltaram para o carro e foram embora. Francesco não olhou para trás.
Brian — O buraco ficou aberto...
Francesco — Não se preocupe. Há uma equipe que abre e fecha. Não vamos jogar terra a noite inteira. Esse assunto está encerrado.
Um silêncio parou no carro durante alguns minutos. Logo Brian quebrou o marasmo.
Brian — Preciso de uma ajuda sua.
Francesco — Se estiver ao meu alcance.
Brian — Está. Quero o contato de alguém no Brasil para um serviço.
Francisco sorriu.
Francesco — Por acaso eu tenho sim. Um contato ótimo. Ajudou-me há algum tempo. Irei colocar vocês em contato.
Quando chegaram na mansão, Francesco trouxe um celular descartável para Brian. Disse que ele só precisava discar que falaria com o homem que o ajudaria no Brasil.
Brian tomou um banho, vestiu roupas limpas e depois telefonou. Queria resolver rapidamente a questão das ações.
O homem que atendeu do outro lado se identificou como Edgar. Sua tosse característica de alguém fumante fez Brian lembrar do que em que soube que Joel Schneider tinha sido assassinado.
Brian — Edgar, sou Brian Ashford.
Edgar — Eu sei. Francesco disse que ligaria. Bom... Como posso lhe ajudar?
Brian — Bem, eu preciso que sequestre alguém para mim. Irei lhe pagar muito bem. Um milhão de euros.
Edgar tossiu. Parece ter ficado sem ar do outro lado.
Edgar — Claro. É um ótimo valor. Quem eu devo sequestrar? Além disso... Preciso saber para qual cativeiro enviar.
Brian — É uma criança. Se chama Adam Brown. Eu irei lhe passar os detalhes da localização. Mas não haverá cativeiro. Vai sequestrar e enviar a criança para mim aqui em Palermo.
Edgar tossiu novamente e pareceu nervoso com a proposta de Brian.
Edgar — Isso será difícil. O custo dessa operação será alto. E se eu for pego, não quero ser um sequestrador internacional e pior... De crianças.
Brian — Não se preocupe com dinheiro. Eu irei custear tudo. Mas quero que isso seja rápido. No mais tardar em dois dias. Tenho pressa, Edgar.
Edgar — Certo. Trabalho com pagamento antecipado. Então por favor, faça e me envie os detalhes. O garoto estará com você no prazo.
Brian então desligou. Enviou as informações para Edgar por mensagem e fez a transferência bancária para o homem contendo o valor da operação e pagamento pelo trabalho.
Agora teria que esperar. Não havia mais nada que ele pudesse fazer além de aguardar pelo fumante.
No dia seguinte sua mãe retornou. Analisee havia participado de diversas reuniões de moda e estava extremamente cansada.
Brian desceu para tomar café e sua mãe estava na mesa com o seu pai.
Abraham — Olha ele aí. Como está o nariz, filho?
Brian corou. O nariz para efeito de registro ainda doía.
Analisee — Ab, não faça esse tipo de pergunta. Está sendo insensível. Não bastasse ter batido no garoto.
Brian. — Está tudo bem, mãe. Meu pai só está brincando.
Abraham — Viu, Ana... O menino está mais forte. Menos chorão. Talvez esteja de tornando homem.
Brian — É... Além disso, estou iniciando o processo para tomar as ações do Brian.
Abraham — Ótima notícia. O seu prazo está acabando. Seja esperto e rápido. É o melhor caminho.
Brian — Gostaria de falar com o meu pai, sozinho. Podemos?
Analisee — É claro, bebê. Eu vou me deitar um pouco. Estou morta.
A mulher então saiu.
Abraham — E então... O que quer?
Brian — Eu vou sequestrar o filho da Kaity Brown. Mas não vou deixar ele no Brasil. Trarei ele para Palermo.
O homem parecia ter detestado a ideia. Não era nem de longe o que ele queria que o garoto fizesse.
Abraham — Acredita que essa é a melhor ideia? Nos colocar na cena do crime é inteligente?
Brian — O senhor quer ou não as ações?
Abraham — Faça o que quiser. Desde que saiba que as suas ações possuem consequência. Sejam elas boas ou más. Consiga as ações da sua maneira, Brian.
Brian — Está bem. Então farei da minha forma.
O pai de Brian então se levantou e saiu. O garoto ficou sozinho, maquinando se o seu plano daria certo. Não tinha outra opção. Ou ele sequestrava Adam, ou certamente não teria as suas ações.
Além disso, que outro jeito ele teria para se vingar de Kaity Brown e Jean Schneider além de tirar o que eles mais amavam?
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Atualizado até capítulo 20
Comments
ARMINDA
😬😬😬😬😬😬 CARAMBOLAS JÁ TO SOFRENDO POR KAITY E JOEL .
2024-01-06
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