Capítulo Dezesseis

Palermo, Itália.

Todos ficaram em silêncio com a chegada de Abraham Ashford. A presença do homem deixou todos apreensivos.

Abraham — Ora, mas parece que todos aqui perderam as línguas. Devem ser Jean e Kaity. Estou certo?

Jean — Sim, somos.

Abraham — Ótimo. Conheci o seu pai e avô. Eram ótimos homens, mas claro, excluindo a parte dos estupros e abusos.

Jean — Eu também já ouvi falar do senhor. A sua reputação o precede.

Abraham — Espero que isso seja algo positivo. Agora, sobre a Kaity eu conheço tudo. Uma mulher formidável.

Kaity não sabia o que responder. O homem a deixava intimidada.

Brian — São esses nossos convidados de honra.

Abraham — Por que está vestido dessa maneira, Brian? Está se confundindo com um Diretor executivo? Não seja patético. E por favor, não fale enquanto converso com os convidados. Deixe os adultos falarem.

Kaity observou o rosto de Brian murchar. De fato Abraham era quem mandava. Isso estava nítido. Ela então arriscou.

Kaity — Senhor Ashford, eu gostaria de ver o meu filho.

Abraham — Claro, Kaity. Francesco, busque o Adam e traga-o. A mãe dele quer lo vê-lo.

Francesco então saiu após fazer uma reverência.

Jean — Quero resolver a questão das ações logo ir embora, se não houver problemas.

Abraham — Não há. Bem, se não se incomodam, eu trouxe um tabelião. Ele é do Brasil e poderá ajudar-nos com isso. Valter, entre.

O tabelião entrou. Era um homem velho com os cabelos brancos. Ele segurou os papéis e marcou onde os envolvidos deveriam assinar.

Abraham — As ações serão transferidas nominalmente a mim. Com isso sai de cena, Jean. Está bem?

Jean — Está ótimo.

Eles então assinaram e o tabelião registrou o contrato. As ações do Private Bank agora eram de Abraham Ashford.

Nesse momento Francesco entrou com Adam. O garoto correu e pulou nos braços da sua mãe. Ela beijou-o assim como Jean. Era uma cena linda de reencontro.

Kaity — Meu filho, que saudade.

Adam — Eu também mãe. Quero ir para casa.

Adam estava bem. Boa aparência e aparentemente não sofrera nada físico.

Jean — Bom, acho que podemos ir embora então.

Abraham — Claro, mas antes, quero falar algo. Brian, por favor, mate o Jean.

Francesco tirou uma arma da cintura e colocou na mão de Brian que estava pálido como uma folha de sulfite.

Brian — O-o-o que?

Abraham — Isso mesmo. Mate-o.

Kaity — NÃO! Ele deu as ações para vocês.

Abraham — Sim, ele deu. E tenho certeza que ele é um ótimo rapaz. Melhor do que o meu filho, mas enquanto ele viver, há risco para mim. Para minha organização. E minha família. É mais limpo. Nada pessoal, Jean.

Jean — Vai me matar, Abraham? Mesmo após eu ter vindo até aqui de bom grado.

Abraham — Eu? Não. Quem vai matar é o Brian. É uma questão de honra. Precisa ser feito por ele.

Brian — Pai, isso não estava no combinado. Eu consegui as ações. Esse era o pedido.

Abraham — Não conseguiu nada, Brian. A ideia toda veio do Francesco. O contato era dele. O dinheiro que usou era meu. Não fez nada.

Brian tremia com a arma nas suas mãos. Não tinha a menor condição de matar alguém.

Brian — Mas pai...

Abraham — Eu irei facilitar para você. Ou mata ele e sobrevive, ou morrem juntos. Simples, não é?

Kaity — Não façam isso. O Jean é um bom homem. Deixem nós irmos embora.

Abraham — Estou certo que tem razão, Kaity. Mas não tem outro jeito. Tem que ser feito. Vamos, Brian, não tenho o dia todo.

Francesco puxou Jean pelo pescoço e o colocou de joelhos diante de Brian. Kaity gritava e tapava os olhos de Adam que chorava.

Abraham — Agora, Brian. Não há outra maneira.

Brian então segurou a arma e apontou para Jean... A mão dele tremia loucamente.

Jean olhou para Kaity que chorava e gritava para que parassem com aquilo. Ele estava tranquilo e sereno.

Jean — Ei, baixinha... Está tudo bem. Vai ficar tudo bem. Eu te amo.

Kaity chorou ainda mais. Jean era o amor da sua vida. O homem perfeito. O pai que Adam não teve.

Nesse momento Brian atirou. Ele estava de olhos fechados. O tiro pegou na coxa de Jean. O ferimento sangrava muito.

Abraham — Certamente pegou na veia femoral dele. Ele vai sangrar até morrer. É uma maneira cruel de se matar alguém, Brian. Atire outra vez, dessa vez para matar.

Kaity gritava. Implorava que parassem. Adam também gritava e chorava. As mãos de Kaity fechavam os olhos do garoto. Brian. Estava pálido e temendo. Ao fundo Francesco apenas olhava sem emoção nos olhos.

Brian então atirou outra vez. Dessa vez no rosto de Jean. A agonia do rapaz acabou. Ele estava morto.

Um silêncio mortal se instalou na sala. A voz de Kaity sumiu. Adam tremia quieto em seus braços. Francesco continuava imóvel no fundo da sala e Brian tremia muito.

A voz de Abraham quebrou o silêncio e parece que tirou todos do transe.

Abraham — Bom, está feito. Francesco e Brian, se livrem do corpo.

Francesco — Sim, milorde. E quanto a garota e o menino?

Abraham — Brian decide. São convidados dele. Não quero saber disso. Mesmo que ela pareça extremamente interessante e feroz, não tenho tempo.

Brian não tinha nenhuma reação. Matar alguém provavelmente também tinha matado algo dentro dele.

Brian — Irei manter eles aqui. Separados.

Kaity — Não toquem em mim ou no meu filho. Assassinos.

Abraham — Se for deixar eles aqui, ao menos faça com que se calem. Não quero ouvir ruídos ou gritos.

Dois seguranças grandes entraram na sala e cada um deles pegou Kaity e Adam nos braços e os arrastaram.

Brian parece ter acordado de um transe. Agora entendia o que era fazer parte de uma organização criminosa. Esse era apenas o começo. Ele faria Kaity Brown pagar por tê-lo jogado na prisão.

Abraham já tinha saído com os papéis. Ele agora era sócio majoritário do Private Bank e o restante dos acionistas nem imaginam o que vem depois.

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!