Porto Seguro, Brasil.
Jean retornou para casa naquela noite após buscas infrutíferas. Quando chegou, se deparou com Kaity desolada. Ela quebrara vários móveis na casa.
O rapaz foi até a sua esposa e a abraçou. Não houve julgamento pelo descontrole, afinal, o filho de Kaity foi sequestrado.
Kaity olhou para Jean com os olhos inchados e vermelhos e sussurrou.
Kaity — O Adam está com ele...
Jean não entendeu muito bem o que a mulher queria dizer.
Jean — Ele quem?
Kaity — Brian...
Jean olhou para Kaity assustado, segurou no seu rosto e olhou para dentro dos seus olhos.
Jean — Como sabe?
Kaity — Ele ligou-me. No meu celular. Disse que o Adam está com ele.
Jean — Avisou a polícia?
Kaity — Não posso. Não podemos. O Adam corre perigo. Brian ameaçou matar o meu filho.
Jean — Mas Kaity, apenas a polícia pode nos ajudar. Sabe disso. O que ele quer?
Kaity — A polícia não pode dar o que ele quer...
Jean estava ficando impaciente com a demora de Kaity em dizer o que o maldito Ashford havia pedido em troca.
Jean — Diga o que ele pediu, amor.
Kaity — Ele… Ele... Ele quer as suas ações da Private Bank.
O homem ficou pensativo. As ações valiam muito. Era o destino do banco. Brian era esperto, pensou Jean.
Jean — Parte delas?
Kaity — N-n-não... Todas. Os 53%.
Jean levantou-se e foi até a janela. Olhou por alguns instantes em silêncio.
Kaity — Jean, ele é meu filho... Não precisa se envolver nisso. Eu darei um jeito.
Jean — Tudo bem. Eu transfiro as ações.
A mulher parou. Até mesmo as suas lágrimas pararam de descer. O rapaz era o homem perfeito. Abriria mão do seu direito de nascença pelo filho de Kaity.
Kaity — Não tem que fazer isso...
O rapaz então olhou para Kaity, veio até o seu encontro e segurou nas suas mãos.
Jean — Eu preciso fazer isso. O Adam é meu filho. As ações não valem a vida dele. O banco que o meu avô criou está cheio de manchas das ações dele e do meu pai. Talvez essa seja uma forma de limpar.
Kaity abraçou Jean com toda a força que tinha. Ele de fato era o homem perfeito para cuidar dela e do seu garoto.
Jean — Mas como isso será feito?
Kaity — Brian disse que ligaria amanhã para acertar os detalhes.
Jean — Certo. Eu a partir de agora falarei com ele. Está fora disso. Quando estivermos com o Adam em segurança, eu vou destruir o Brian Ashford. Pode apostar.
No dia seguinte os dois acordaram como se tivessem tido uma boa ressaca. Ambos estavam cansados de toda aquela situação. Mas aguardavam Brian ligar com os detalhes.
No meio da tarde, no mesmo horário em que o telefone de Kaity tocou no dia anterior, outra chamada com um número internacional tocou no telefone da garota.
Jean se apressou e atendeu.
Jean — Alô...
A estática apareceu e na sequência a voz inconfundível de Brian Ashford surgiu.
Brian — Jean... Achei que eu fosse falar com a belíssima Kaity Brown.
Jean — Falara comigo.
Brian — Tudo bem. Bom... Espero que Kaity tenha-lhe passado a situação.
Jean — Brian não enrola. Sei que quer as ações. Como faremos isso? Eu vou transferir para você.
Brian — Ual. Isso significa ser amor...
Jean — Já disse que não tenho tempo para essa brincadeira, Brian. Quer as ações ou não?
Brian — Um homem de negócios. Certo, é o seguinte, você e sua amada virão para a Itália. Estamos em Palermo. Aqui fará as assinaturas relacionadas as transferências de propriedade das suas ações. Quando estiver certo, poderão ir embora.
Jean — Eu prefiro ir sozinho.
Brian — A presença de Kaity é fundamental para o acordo. Sem Kaity, sem acordo. E não avisem ninguém. Estamos de olho em vocês. Se eu souber que a polícia está envolvida, eu vou matar o garoto com as minhas próprias mãos e gravar um vídeo para sua linda esposa.
Jean — Iremos embarcar hoje. Chegaremos em Palermo amanhã. Esteja pronto para resolver isso rápido. Retornaremos amanhã mesmo ao Brasil.
Brian — Eu irei enfiar as coordenadas por mensagem criptografada. Sejam rapidos. O relógio está correndo e o garoto está aguardando ansioso pelos pais.
Jean contou o teor da conversa para Kaity e ambos arrumaram uma pequena bolsa para embarcar no próximo avião com destino a Europa.
Jean acionou o seu avião particular e ambos viajaram no final da noite. Era uma viagem longa, mas que valeria muito a pena. Adam precisava deles mais do que tudo.
Eles não disseram nada para a polícia dessa vez. Jean disse apenas ao tio Leônidas que iria resolver algo fora do país. Em contrapartida, Adam já tinha se reconhecido como filho de Jean pela justiça.
No dia seguinte após Quatorze horas de viagem eles pousaram em Palermo. Eles aguardaram no aeroporto conforme as instruções de Brian. O clima era frio e os dois estavam ansiosos demais.
O telefone de Jean tocou. Era Brian.
Brian — Soube que chegaram em terras estrangeiras. Um carro irá buscar vocês.
Jean — Qual carro?
Brian — Uma Land Rover. O homem que irá trazer-los se chama Francesco.
Jean — OK.
Jean estão desligou. Todas as vezes que falava com Brian se sentia mal.
O carro então chegou. Francesco desceu e abriu a porta do passageiro traseiro.
Francesco — Por favor, senhor e senhorita, entrem. Irei levar vocês até a casa de Lorde Ashford.
Kaity não acreditava que Brian era chamado de lorde. Nao depois de tudo o que tinha acontecido. Mesmo assim entraram no carro e seguiram para a mansão.
Minutos depois eles estavam na grande casa de Abraham. O leal funcionário os conduziu até a sala de visitas onde eles se sentaram num grande sofá de couro.
Brian logo apareceu. Ele estava bem-vestido. Um terno Armani cinza-claro. Os cabelos muito bem penteados. Kaity se lembrou do dia em que o conheceu.
Brian — Meus caros. É um prazer ver vocês. Sejam bem vindos.
Kaity — Onde está o meu filho?
Brian — Está bem. Vira logo. Antes os negócios, não é verdade?
Jean — Aqui estão os papéis.
Jean tirou os papéis de uma pasta e colocou sobre uma mesa de centro de vidro e mogno.
Francesco — Senhor, peço que aguarde. Lorde Ashford está descendo.
Kaity não entendeu. Brian já estava lá. Quem estava descendo?
Então ele chegou. Abraham Ashford. Vestido com uma roupa simples. Um suéter de cashmere rosé e uma calça preta. Os óculos no rosto como de costume e o jornal em suas mãos.
Abraham — Desculpem o meu atraso. Eu estava ocupado. Mas agora vocês tem toda a minha atenção. Muito prazer, eu sou Abraham Ashford, pai de Brian.
Kaity se sentiu pior do que nunca. O pai de Brian tinha uma aura muito mais maligna que a do filho. Era um homem Cortez e simpático. Isso fazia dele a pior das ameaças.
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Atualizado até capítulo 20
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ARMINDA
FAMÍLIA MALIGUINA
2024-01-24
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