capítulo 12

Robert leva Alice até o quarto e coloca as coisas dela no chão. Ele vai até ela e a senta na cama, sentando-se junto.

— Prometo te levar daqui o mais rápido possível. Prometo também vir todos os dias te ver. Não deixe ninguém entrar, ninguém. Eu levarei um dos cartões comigo, então se baterem na porta, não abra.

— É algo grave, não é? — ele fecha a cara, e ela se lembra da maldita regra de não perguntar nada. — Desculpa, força do hábito. O que vou fazer aqui dentro? Não tem nada. Vou ficar interditada.

— Aproveita para descansar, dormir, comer comidas que nunca comeu antes. Sei lá, mas será só até eu chegar. Depois, vou tirar todo seu tédio. Não se preocupe. Agora, tenho que ir.

— Posso pedir o que eu quiser aqui no quarto?

— Pode, só fique longe das bebidas; vocês duas não combinam — ele fala, já se lembrando do que ela fez.

Ela, por outro lado, já imagina na banheira da suíte com uma garrafa de champanhe ao lado, ouvindo várias músicas e cantando junto como uma louca.

— Mais uma coisa, meu pai te confundiu como uma garota de programa, então eu disse que estamos noivos.

— Você o quê?

— É só para ele não pegar no meu pé, mas logo ele vai embora. Só vamos resolver um problema, e ele volta de onde veio.

Ele se levanta, deixando-a atordoada. Será que isso vai dar certo? Antes de fechar a porta, ele manda ela se comportar. Assim que ele sai, ela coloca logo o seu plano em prática: liga na recepção e pede champanhe e morangos, coisas que ela sempre via em revistas e filmes que assistia na escola. Tira a roupa, coloca um roupão, e assim que as coisas chegam, ela vai direto para o banheiro, se perdendo ali na farra solo.

Robert entra no carro e volta para a mansão. Seu pai está sentado no sofá da sala, com um copo de uísque em uma mão e na outra um charuto.

— Onde você foi?

— Levar minha noiva em casa, já que vamos ter que resolver essa questão da máfia russa.

— Certo. Chama os teus homens, e vamos atacar. Quanto mais rápido acabarmos com eles, mais rápido eu volto à minha vida.

— Pai, você viu como estamos bem? Inimigos longe, sem guerra ou ameaças. Perderemos toda a razão se chegarmos e já atacarmos. Sabe que temos que chamar o conselho e falar com eles antes de tomar essa decisão.

— A porra do chefe é você, é você quem manda nesse caralho. Só faça o que estou mandando e vamos pra guerra.

Meio relutante, sabendo que há algo de errado nessa história, ele decide ir até a Sede, onde ficam todos os soldados em treinamento para quando precisar de ataque.

Ele chega com o seu pai, reunindo todos ali, para montar um plano de ataque. O soldado chefe fica meio desconfiado de tudo e espera o momento certo para falar com o Robert. Assim que tem uma distração do Roberto, ele se aproxima e diz:

— Senhor, a máfia russa nunca nos atacou. Vamos mesmo iniciar uma guerra assim?

— Eles atacaram o meu pai. Isso é um ataque a nós, e precisamos revidar.

— Assim? Sem investigar nada, só chegar e pronto? Desculpa, sei que você é o chefe, mas estávamos indo bem até a chegada do seu pai. A máfia italiana nunca esteve tão em paz como agora. Quer mesmo virar um senhor Roberto?

Ele olha para o pai, que está mostrando alguns pontos estratégicos para um soldado.

— Acho que você deveria pelo menos levar isso para o conselho e deixar eles decidirem. É só a minha opinião, como chefe dos soldados da máfia.

— Faz o seguinte, sem que o meu pai perceba, vai lá em cima e avisa o conselho que estamos aqui. Se ele intervir, a gente faz a reunião.

Ele concorda com o Robert e sai de fininho, indo direto para a parte da gerência do conselho. O pai dele se aproxima, com um pouco de animação, pois já sabe que está tudo certo para o ataque.

— Vamos sair à noite para pegá-los de surpresa.

— Sim, mas eu não vou. Vou ficar aqui na sede esperando você voltar com a cabeça do mafioso russo.

— Essa briga é sua, pai, você também vai.

— Eu estou velho, como eu disse. Não vou poder ir, mas você e os seus homens são mais ágeis. Eu só iria atrapalhar.

O chefe dos soldados chega em um dos conselheiros e fala o que está acontecendo lá embaixo. Ele comenta com os outros, e todos se levantam para impedir que Robert comece a guerra.

Robert estava arrumando as armas quando o conselho chegou.

— Onde pensam que vão? — um deles fala ao se aproximar deles. Robert coloca sua arma em cima da mesinha e espera eles falarem.

— Resolver uma questão pendente. — Roberto responde a ele, com uma expressão de raiva por saber que eles podem atrapalhar tudo.

— Me diga, Dom, para onde estão indo?

Robert explica para ele sobre o atentado que o seu pai sofreu. O conselho se opõe, diz que não se deve mexer com a Máfia Russa até que eles deem sinal de estar em guerra com a máfia italiana.

— Eles me atacaram, entraram na minha casa, mataram a mulher que estava comigo, e me ameaçaram. Tive que sair da casa em menos de dois segundos para não morrer, pois eles tacaram uma bomba lá.

— Atacaram você na Rússia, por algum motivo. Se estivesse na Itália, isso não teria acontecido. Gerar uma guerra agora não seria benéfico para nós. Vou ligar para o Russo e perguntar o porquê ele te atacou. Mas a máfia italiana não vai sair da Itália.

— Vocês não mandam em nada...

— Você também não, Killel. Seu filho é o novo Dom, e ele escuta os nossos conselhos, diferente de você. Desde o dia que você passou a máfia para ele, tivemos paz e muitos aliados ao nosso lado. Os inimigos estão abafados. Ninguém mais tentou nada contra a gente. Não vamos cutucar ninguém sem saber o motivo.

Roberto levanta uma arma e coloca na cabeça do conselheiro que negou ajudá-lo.

— Trabalhei por anos nessa máfia, e você vem falar isso? Eu posso atirar na sua cabeça, como desobediência.

— E morrerá antes do seu corpo cair no chão. — várias armas são engatilhadas, todas apontando para Roberto. — Você não é mais o Dom, não foi um bom Dom, então não tem mais privilégio nenhum aqui.

Roberto olha para o filho, esperando uma resposta. O filho, como o Dom, pode mandar em tudo. Ele pega a arma na mão e fala...

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