capítulo 7

Robert olha para aquela mulher que parece querer tirar sua paciência, até porque, se ele quisesse falar a ela quem ele é de verdade, já teria falado. Isso de ela ficar sempre perguntando para ele sobre a sua vida, está começando a irrita-lo.

Um dos soldados se aproxima de Robert e diz que o dono do evento, Sr. Alberto, está o chamando em seu escritório. É bem provável que seja para discutir o ocorrido no banheiro. Ele olha para Alice, não quer levá-la, não quer que ela seja confundida como alguém importante em sua vida.

Além de ser perigoso para ela quando for embora e começar a sua vida, podem querer usá-la para afetá-lo de alguma maneira na máfia. Mas também teme em deixar ela sozinha ali, e ela tentar alguma gracinha.

— Você vai ficar aqui sentada, não vai se levantar para nada. Não olhe para os lados e não encare ninguém durante a minha ausência. E o mais importante, não aceite bebida e muito menos comida de quem vier te entregar, mesmo que digam que fui eu que mandei, pois não vou te mandar nada, entendeu Alice?

— E o que eu vou fazer aqui, me fingir de estátua? — Ele solta um suspiro irritado, e ela abaixa os olhos com medo da expressão dele.

— Você só tem permissão para respirar e piscar os olhos, e mais nada. Espero não ter que te punir por desobediência, pois até agora você só sentiu prazer nas minhas mãos, não queria sentir a dor. É só um aviso, vou deixar você decidir o que você quiser.

Ele se levanta e vai indo junto com o segurança. Olha para trás e a vê olhando para ele. Assim que ele some na multidão, ela começa a observar ao redor, procurando uma brecha para fugir.

Enquanto olha, percebe alguns homens com os olhos fixos nela, imaginando que sejam seguranças de Robert. Um se aproxima, fica ao lado de sua mesa, e seu plano de fuga vai por água abaixo.

Ela vê a garrafa de uísque na mesa, pega o copo de Robert e despeja apenas metade. Leva até a boca, sentindo o cheiro do álcool que já faz seu corpo arrepiar.

Ela toca os lábios, passa a ponta da língua para sentir o gosto, percebendo que parece ser álcool puro. Coloca o copo de volta na mesa, arrepiada.

— Senhora, tem que beber de uma vez, sentir o gosto vai ficar ruim mesmo.

— Senhorita, eu não sou casada. — Ela pega o copo novamente e vira, seguindo a orientação do segurança.

O arrepio se intensifica, seu corpo todo sente a contração do álcool. Ela estala a língua, gostando da sensação. Enche o copo novamente e bebe...

Enquanto isso, Robert entra no escritório do dono do evento, que observa o salão pelo grande vidro, onde pode ver todos, mas ninguém pode vê-lo.

— É sério isso, Robert Killel? Bateu no meu soldado por estar cumprindo minhas ordens?

— Ele estava me incomodando. Nunca me atrapalhe quando estiver fazendo algo, ou pode ser pior do que um murro na boca. Meu soldado foi bonzinho; se fosse eu, cabeça e corpo não estariam mais no mesmo espaço.

— Você traz essas acompanhantes de luxo só para føder no meu banheiro. Acho que deveria usar a sua casa para isso.

— Coloca uma placa de "Proibido føder no banheiro". Enquanto não vir a proibição, vou continuar usando.

— Figlio di puttana. Mas te chamei aqui para falar que as garotas já estão chegando, e as suas vêm quando?

— Já estão lá no camarim, mandei mensagem para os meus homens trazerem, e já me confirmaram que estão nos fundos. Você não vai fazer o leilão aqui na frente, né?

— Não, vou chamar só os que vão realmente comprar. Não quero curiosos vendo os produtos, apenas os compradores. Quem é essa mulher que você trouxe? Nunca a vi em bordel nenhum. Parece até que é uma menina no corpo de uma mulher. — Ele fala de um jeito que deixa Robert incomodado.

Ele se levanta para vê-la e a encontra na mesa, virando um copo na boca.

— Quando você se cansar, eu compro ela de você.

— Ela não será vendida. Darei a liberdade dela depois que me cansar, pois prometi a ela que não a venderia.

— Que pena, gostaria de saborear um pouquinho dela também. Olha, parece uma anjinha dançando.

Enquanto Alberto falava sobre Alice, Robert, que estava olhando para ele, desviou os olhos para o vidro ao ouvir "ela dança..."

Alice subiu na mesa e começou a dançar, chamando a atenção de todos. O álcool tinha atingido seu sistema nervoso, e para ela, tudo estava tranquilo. O segurança tentou tirá-la da mesa, mas ela puxava o braço de volta, dançando como se estivesse na pista de dança.

— Maldição. — Gritou Robert antes de sair da sala de Alberto. Ele praticamente correu, empurrando as pessoas que estavam no seu caminho. — Que porra é essa, Alice?

— Oiiii, quer dançar comigo? — Ela fala embriagada, arrastando a voz, e no final dá uma risada, virando a cabeça para trás. Ela se desequilibra, e se não fosse pela rapidez do soldado de Robert, teria caído no chão.

— O que foi que deram para ela?

— Ela bebeu do seu uísque, senhor. — Robert olha para a mesa e vê que praticamente secou a garrafa de uísque.

Ele dá um grito de raiva e vai até ela, pegando-a no colo. Caminha com ela nos braços, enquanto ela sorri e passa os dedos na gola de sua camisa.

— Qual é o seu limite, senhor Robert? — Ele para de andar só para olhar para ela, e ela ri. Puxa a gravata dele, encosta os lábios nos dele.

Ao perceber o que ela fez, ele puxa seu rosto e a coloca no chão.

— Nunca mais faça isso, não dei permissão para você me beijar.

— Eu não dei permissão para você me tocar, e mesmo assim você tirou a minha virgindade. Estamos quites, senhor. — Ela se desequilibra novamente, e ele a segura para não cair. Chama o soldado para trazer o carro deles. Este evento acabou para Robert, envolvendo um turbilhão de emoções.

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