capítulo 10

Com a folha em mãos, ela olha para ele antes de começar a ler. Ele espera ansioso para ouvir a resposta dela, desejando que ela concorde com todas, pois não está disposto a tirar nenhuma regra do papel. Alice então começa a ler as mandados de Robert.

Regas:

"1- Não beijar na minha boca.

2- Não desobedecer nenhuma ordem direta.

3- Se comportar e vestir, somente o que eu solicitar.

4- Tomar Pílula anticoncepcional diariamente.

5- Não fazer perguntas sobre a minha vida, se eu quiser falar, você ouve, caso contrário, não pergunte.

6- Não sair de casa sem a minha permissão.

7- Aceitar tudo que eu propor, sem reclamar.

8- Não pode olhar para outros homens, muito menos deixar eles te tocarem.

9- Se descumprir qualquer regra citada, você deverá aceitar o seu castigo, como forma de punição por ter quebrado a regras.

10- Quando chegar no seu limite, é para avisar, assim eu vou parar o que estou fazendo para não te machucar mais."

Alice quase tem um treco só de olhar para aquelas regras; ela fica perplexa, dando a entender que ele não bate bem da cabeça.

— E se eu não quiser aceitar essas regras, o que vai acontecer?

— Não tem essa opção aí, tem?

— Não pode me obrigar a ser assim, eu sou um ser humano, e não uma boneca.

Robert ergue uma das sobrancelhas, ficando irritado com ela.

— Eu tenho uma regra também. Tudo isso aqui só será permitido se eu aceitar. Se eu não aceitar que você faça as coisas comigo, você não fará.

— Por que eu te daria esse poder?

— Por que só eu que estou na corda bamba aqui? Você ditou essas regras, mas eu te digo uma.

— Vou falar uma coisa para você, Alice. — Ele se levanta da cadeira dele e vai para trás da Alice. — Eu paguei quinhentos mil dólares por você, e tenho o direito de fazer o que eu quiser.

— Não pagou para mim, pagou para a Ângela, então, faça tudo isso com ela.

— Você já está me irritando antes de assinar as regras. Quer saber. — Ele tira o papel da mão da Alice e volta para a mesa dele. — Se não quer seguir as regras, tudo bem, mas vou ligar para o Alberto, e você irá entrar no próximo leilão. Prepare-se para ser vendida novamente.

Alice olha indignada para ele, lembrando-se de suas promessas vazias sobre liberdade após cansar dela. Agora, para ser livre, teria que pagar por cada regra quebrada?

— A escolha é sua, Alice. Fica e obedece a todas as regras, ou será vendida em um leilão para um desconhecido.

Alice abaixa a cabeça, ciente de que não estava indo para um lugar bom desde que viu esse homem pela primeira vez, mas não imaginava que ele era um sádico. Ela demora a responder, enquanto Robert retorna à sua cadeira, aguardando uma resposta.

Antes que ela possa abrir a boca, o celular de Robert toca. Ele atende e ouve apenas uma respiração do outro lado da linha.

Para ele, aquilo parece uma ameaça, então, Alice também não responde nada. Até que a pessoa do outro lado da linha ri e desliga.

— Então, Alice, qual é a sua escolha?

— Eu quero um prazo.

— Para pensar? Não tem prazo...

— Não, eu quero um prazo para sofrer tudo isso aí, e depois você me deixar ir embora. Quanto tempo eu ficaria até você me deixar ir?

— Até eu me cansar de você, até eu não me sentir mais atraído.

— Isso não é justo, Robert, e você sabe disso.

— Eu só estou fazendo valer o dinheiro que eu paguei por você. Não é nada de mais. Olha, Alice, eu vou te dar dor e prazer misturados sempre. Em nenhum momento você sentirá somente dor. E sempre cuidarei de você depois. Mas quando descobrir alguma regra, eu não vou garantir prazer. Apesar de você ter demonstrado ser mais sádica que eu.

Alice se estica e pega a folha da mão dele novamente e assina. Ela se levanta, entrega a folha na mão dele e o olha em seus olhos.

— Espero que você se canse logo, não quero ficar aqui muito tempo nesse papel de escrava sexual. Mas, espero que você não se arrependa de tudo que fizer comigo, pois se você se arrepender e vier me procurar, vou dar as costas para você e te lembrar que eu já quitei minha dívida de quinhentos mil dólares. Peço permissão para me retirar. É assim que funciona, não é?

Robert balança a cabeça concordando. Ela vira as costas para sair, mas assim que abre a porta, ele fala.

— Me espera no quarto, Black, apenas de calcinha e sutiã. Hoje começam os nossos jogos.

— Sim, senhor. — Alice responde sem olhar para ele e fecha a porta. Ela vai até o quarto Black. Assim como ele tinha ordenado, ela fica só de lingerie e espera por ele, sentada na cama.

Enquanto aguarda, ela se questiona sobre a reviravolta em sua vida. Por que saiu de uma situação abusiva para entrar na vida de outro que adora impor punições?

Poucos minutos depois, ele entra, sorri ao ver que ela obedeceu e se aproximou dela, pegando em sua mão para que ela se levante.

— Apesar da cama ser gostoso também de føder, é muito tradicional, e eu gosto de fugir disso, que tal a gente dar uma voltinha pela cidade, e encontrar um lugar ideial para selarmos essa novo contrato?

Ele fala de uma forma sedutora, e Alice percebe ali que ele tem bipolaridade; uma pessoa normal jamais mudaria de humor de uma hora para outra assim. Sem dizer uma palavra, ela concorda com a cabeça, decidindo ali voltar a ficar muda, algo que faz quando está nervosa ou com raiva.

Ele sorri ao vê-la concordando, pega em sua mão e saem do quarto, fazendo com que ela desfile praticamente pelada pela casa. Ao chegarem perto da escada para subir, a porta de entrada se abre, e o pai de Robert aparece, olhando fixamente para o corpo de Alice.

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