capítulo 11

Robert se assusta ao vê-lo ali, mas fica irritado ao perceber seus olhos em Alice. Depois do incidente ocorrido anos atrás, Roberto, pai de Robert, nunca mais se casou, mas não deixou de se envolver com mulheres para satisfazer seus desejos.

— Está transformando minha casa em bordel, trazendo prostitutas para cá, Robert?

Seu pai pergunta, e ele esconde Alice atrás dele. Robert retira sua camisa e a cobre.

— Vai para o meu quarto e me espera lá, não saia até eu mandar, ok? — ele fala no ouvido de Alice, que concorda com a cabeça e sobe as escadas correndo.

Roberto olha para as pernas de Alice, mas Robert entra na frente para impedir sua visão.

— O que veio fazer aqui, pai?

— Você é o meu único filho. Se você não vai me ver, eu venho. Além disso, quero saber como anda a minha máfia.

— Está progredindo.

— Percebi. Os balancetes estão bem mais altos do que quando eu estava no comando. Isso mostra que você não me decepciona. Mas, agora, vendo essa garota aqui, percebo que você irá à ruína por causa de uma mulher. Isso não se traz para dentro de casa, se come no bordel, mesmo que você não esteja excitado, deve respeitar a sua casa. Uma mulher só pode entrar aqui quando for a sua esposa.

— Alice não é uma prostituta, ela é... — ele pondera um pouco as palavras, pois se falar que a comprou, seu pai vai dizer que deu na mesma. — Ela é a minha noiva. Logo, vamos nos casar. Estamos em fase de teste para ver se nos damos bem juntos após o casamento.

— Sua noiva, e só agora estou sabendo? Quando vai ser o casamento?

— Ainda estamos decidindo a data. — Roberto parece acreditar nas mentiras de Robert, até porque não há como provar nada além do que ele diz.

— Vamos ao escritório. Eu quero falar algo sério com você. — ele passa na frente de Robert, que o segue.

Ambos entram, e Roberto se senta na cadeira grande, enquanto o filho prefere ficar em pé. Na verdade, ele mal pode esperar pelo pai ir embora para retomar suas aventuras com Alice.

— Minha casa foi invadida pela máfia Russa. Coloque-os na lista de inimigos, pois eles vão começar a atacar.

Robert se lembra da ligação, e como suspeitava, foi uma ameaça. O problema é que nunca tiveram nenhuma guerra. Não são aliados, mas também não eram inimigos. Como chegaram a essa situação?

Robert pergunta ao pai como aconteceu. Ele pega um lápis e começa a bater na mesa, como se estivesse nervoso.

— Não aconteceu nada, eles apenas estão de olho na máfia Italiana, e você tem que protegê-la como sempre fez. Aquele Figlio di puttana acha que pode chegar aqui e tomar como se toma doce da mão de uma criança. A máfia deles é forte, mas sei que você é mais ainda, meu filho.

Robert, um homem desconfiado, não acredita cem por cento no seu pai. Existem falhas na sua revelação, algo que ele percebe na mesma hora.

— Vou mandar meus homens ficarem de olho. Se ele chegar aqui, eles não voltarão para casa, isso é fato.

— Não, eu quero que você reúna todos os seus soldados e ataquem a sede da máfia Russa. Quero que dê o aviso a eles, pois já vieram me atacar, e agora é a vez deles serem atacados.

— Não é assim que funciona, pai...

— É assim, sempre foi assim. O que está acontecendo com você? Nunca questionou nada que eu falava. Está ficando fraco agora por quê? Não aprendeu direito tudo que eu te ensinei? Quer que eu repita as aulas, Robert?

Ele fala, levantando-se em um tom ameaçador. No entanto, o que o velho não sabe é que ele não é mais uma criança ou um adolescente; agora, com 28 anos, é um adulto capaz de suportar qualquer tipo de dor, pois seu próprio pai testou seus limites por anos.

— Não estou sendo fraco, apenas calculista. Não vou atacá-los, já que nunca fizeram nada aqui...

— Mas fizeram comigo, e você é meu filho. Tem que defender seu pai. Reúna agora todos os aliados, ou eu tiro a máfia de você e retorno a ser o capo. Você escolhe.

Ele fala, indo em direção à porta. Antes de sair, vira-se para Robert.

— E tira essa mulher dessa casa; parece que ela que está deixando você mole. Tem que se casar com uma mulher foda, aquela que não hesitaria de matar alguém por você. Lembra de como era a sua mãe? — Um frio percorre o corpo de Robert ao ouvir a palavra mãe. — Ela era uma mulher de garra, lutava ao meu lado, derrubando todos sem dó. Se não fosse...

— Tá bom, pai. Vou ver o que eu faço. — ele fala, e seu pai sorri antes de fechar a porta. Com certeza, o pai de Robert ficará na mansão, e ele não poderá deixar Alice ali. Teme por ela. Ele sai do escritório e sobe as escadas para o seu quarto. Assim que chega, ela está sentada na cama. Ele se aproxima dela e fala:

— Vou deixá-la em um hotel por alguns dias, até meu pai ir embora. Parece que se meteu em problemas, mas não se preocupe, não mudará nada. As regras continuarão a valer lá, e mesmo que eu não esteja presente, você terá que cumpri-las.

— E se eu precisar sair?

— Vou deixar um soldado meu lá para ficar com você, caso precise de alguma coisa. Mas me liga antes, nunca faça nada sem mim, entendeu?

— Ligar como, se eu não tenho telefone? — Robert sorri e vai até o closet, pega uma caixa e entrega para ela.

— Só tem o meu número salvo. Se aparecerem outros números, será castigada.

— Só serei castigada se descumprir as regras que eu assinei. Não inventa de colocar novas, pois elas são desconhecidas no acordo.

Robert balança a cabeça e manda ela se trocar para saírem. Roberto, ao ver o filho entrar no quarto, ouve toda a conversa do filho com Alice e percebe que estava certo, seu filho tinha alugado uma prostituta. Ele sai de trás da porta, corre para o seu quarto assim que escuta o filho dizer a ela "vamos."

Robert sai da mansão sem perceber que estava sendo seguido por seu pai. Assim que vê onde o carro para, em um hotel luxuoso, ele acelera e volta para casa com mil ideias em sua mente.

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