CAPÍTULO 09

Samantha

Eu sabia que mentir para Ana e minha mãe não seria fácil. Mas, por enquanto, precisava proteger o que não podia revelar.

— Então você está me dizendo que tudo isso foi apenas um convite exclusivo de um cliente fiel? — Ana e minha mãe me encaravam, a expressão delas misturando dúvida e suspeita.

— Sim, amiga. — Respondi, mantendo o olhar firme. — Ele queria me fazer uma surpresa, algo fora do comum, sabe? Nada além disso.

Na verdade, a história com Izabela era muito mais complexa do que eu poderia explicar. Não podia contar nada sobre ela ainda.

Eu não conseguia parar de pensar na última noite. Izabela, seu perfume forte, o toque dela na minha cintura, o beijo que, mesmo curto, me deixou sem chão. Era o tipo de mulher que desafiava todas as minhas expectativas, que me fazia questionar até onde eu estava disposta a ir.

— Samantha? Estou falando com você! — Minha mãe me trouxe de volta à realidade. — Por que aqueles homens vieram aqui?

Droga! Eu havia esquecido desse detalhe crucial.

— Bom, é que eu e o cliente tínhamos alguns detalhes do meu cachê e da programação do trabalho. Anotei tudo no dia em que recebi a proposta. Como estávamos em um jantar, ele mandou os seguranças pra buscar. Era pra resolver essas questões de logística. — Sorri, um pouco nervosa, tentando soar convincente.

Era a desculpa mais realista que eu conseguia dar sem cair em detalhes que não deveria revelar.

— Hm! Diferente esse cliente, né? Que bom que vai ganhar um bom salário.

____

Izabela – Na noite anterior…

Eu estava no carro com ela, e ela disse, sem aviso, que ia acabar se apaixonaria por mim. As palavras dela me pegaram de surpresa. Não apenas porque eu gostava da ideia, mas porque, naquele momento, não pude resistir ao impulso de deixar minhas vontades transparecerem.

— Tchau — Samantha se despediu, a imagem dela desaparecendo no meio da escuridão. Só conseguia olhar sua silhueta, naquele maldito vestido que eu não queria que ela usasse, os olhos dela, tudo aquilo que parecia tão perfeito e tão real.

De repente, ela estava ao meu lado, nos meus braços. Nosso beijo não era delicado, mas firme, o tipo de conexão que fazia eu me perder no momento sem pensar em nada além do agora. Nada de romance exagerado, apenas uma mistura intensa de desejo e realidade.

— É melhor eu ir... Eu te mando mensagem. — Eu disse ao me afastar.

___

Samantha

No dia seguinte, eu e Murilo estávamos no sofá. Ele falava sobre o irmão da Izabela, um cara que, segundo ele, era incrível.

— Amiga, ele é realmente bom em tudo. Não é só sobre sexo, é sobre conexão.

Eu apenas acenei, mas minha mente voltou a Izabela, aquele encontro que não me saía da cabeça.

— E como foi o encontro? Conta mais. — Murilo perguntou, curioso.

Decidi que não falaria nada sobre ela. Izabela estava me ignorando, fingindo que nada tinha acontecido entre nós, e eu não queria ser vista como alguém que corria atrás de qualquer coisa.

— Ah, nada demais — respondi. — Coisas de trabalho.

Prometi a mim mesma que não cairia nessa. Não ia me perder em histórias complicadas e nem me deixar ser a primeira a correr atrás de alguém. Izabela podia ser a mulher que tinha virado minha cabeça, mas eu não seria a primeira a perder o controle.

Continua...

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