A existência da vida é muito mais complexa do que se imagina. Mundos, dimensões, deuses e ancestrais, tudo envolvido numa questão nunca respondida: quem criou a humanidade?
Os cientistas acreditam que foi causado por uma explosão há milhares de anos, surgindo gradualmente a vida que foi evoluindo. Os fiéis acreditam que uma existência poderosa criou a vida nos dando o objetivo de sermos puro diante, superando as dificuldades do ser maligno.
O que são almas? Por que nascemos e morremos tão miseráveis? Há algum sentido na vida?
Observei como a ganância supera até os laços mais íntimos. O dinheiro corrompe os humildes cegando para as tripulações do seu próprio sangue. O egoísmo destruir corações que antes eram cheios de sonhos.
Caminhando numa estrada longa onde aceitamos o mínimo de carinho para não ser um excluído. Esse é o motivo de Elizabeth querer tanto ficar num lugar onde foi traída e morta, porém ali ela encontrou algo que não vi.
Meus sonhos, ambições, projetos, tudo isso fica para trás e estou nesse mundo mais uma vez tentando provar algo estúpida que não faz sentido para ninguém.
Porém, sou estúpida demais para desistir.
Teimando contra o destino rasgando as páginas do livro apenas para provar que estou no controle. Não irei nunca sujeitar as vontades de um ser que nem sei se existe.
Se existe um Deus, por que ele deixa tanta maldade ocorrer com pessoas boas? Por que temos de provar que somos dignos de entrar no paraíso? Por que está fazendo isso comigo?
Se existe reencarnação, por que iria querer voltar? Sabendo o que viver é cruel. Por que nascer em várias vidas diferentes, amando, sofrendo, lutando?
Por que iria querer sofrer? Por que? O que levaria a minha alma há nunca desistir, quando estou farta de lutar?
Esses seres estão felizes e cantando sem saber do que o destino aguarda. Logo essas terras estarão banhadas com seus sangues. Haverá gritos e gritos, tentei fugir... Tentei escapar... Mas... Oh, céus! Mas, tudo me leva para esse exato momento.
— Você não precisa se sentir pressionada em cuidar de todos. —Watério aproxima a entregar copo de vinho.
— Se soubesse de algo terrível do futuro, o que faria para proteger seu povo? — Digo olhando para as pessoas sorrindo.
Watério sentou-se do meu lado, olhando para seu povo brindando.
— Saber do futuro é uma maldição do qual prefiro não saber, no entanto nunca me renderia, aconteça o que acontecer. — Diz bebendo o vinho.
— Maldição, disse bem, maldição. — Franzindo o rosto.
— Não entenda errado, maldições podem ser quebradas.— se levanta dando sua mão para me ajudar se levantar.
O segui numa caminhada entre as belas ruas entre as casas rústicas do povo que está contente por minha existência. Coroa de flores foram colocadas em minha cabeça, manto feito da mais macia grama colocada em meu ombro, frutas oferecidas como presentes.
— Sabe Lady Elizabeth, pode até não existir um motivo para sermos felizes, porém sempre serei grato por ter nascido e poder proteger todos aqui que residem.
Suas palavras tocaram o íntimo de minha alma cansada. Uma pequena esperança está nascendo nesse coração cheio de escuridão, forçando num último intento para ter seus sonhos realizados.
Então chorei... Chorei pelo que fui... Chorei pelo que sou... Chorei pelos sonhos nunca realizados... Pelos dias de escola e meus amigos que perdi contato.
Chorei por ter crescido, esquecido toda aquele amor que senti na primeira vez que me apaixonei.
Chorei, pois deixei de acreditar, ao deixar de acreditar perdi a confiança, entrando em relacionamentos já pensando no término.
Deixei sair tudo de dentro, sabendo que perdi.
Perdi... Perdi... E perdi.
— Se você não quer ser a vítima da sua própria história, não seja. — Disse Watério sorrindo gentilmente colocando uma rosa detrás de minha orelha.
Contei tudo sobre o dia que abri os olhos e o livro que minha irmã escreveu. Falei sobre minha vida passada e o passado de Elizabeth, Watério ficou calado ouvindo com atenção sem interromper meu desabafo.
Estava tendo surtos com as lembranças dolorosas, bebendo sem parar. Ele não tentou me impedir de beber, nem me deu conselhos ou julgou, apenas ficou ouvindo calado até meu último gritar.
— Por que não diz nada? Estou errada? Me acha doida? — Surtando. — DIZ ALGO! — explodindo de ódio.
Ele respirou fundo e então me abraçou.
— Foi muito difícil, parabéns por ter chegado até aqui.
— Fui egoísta, mentirosa, trabalhei sem parar, não tive amigos, fiquei contra meus parceiros por minha família, fui... Fui... — Falando com a garganta se fechando em dor.
— Tenho orgulho do seu passado e presente. — Abraça mais forte.
— Tive problemas com bebidas, não sei parar de beber. — Continuo tentando me diminuir por algum motivo desconhecido que não sei.
— Nada disso importa. Venceu, só de estar aqui presente.
Foi uma longa noite entre choros de soluços e barris de vinho. Watério continuou ao meu lado até cansar e ir dormir. Depois de chorar tanto resolvi dançar, caindo de bêbada, levantando e caindo de novo. Não senti vergonha naquele momento, nem liguei se teria alguém rindo, só queria dançar e esquecer essa amarga sensação na boca.
Quando acordei estavam remédios para ressaca na beirada da cama com um copo d'água. Do lado de fora, os soldados e magos treinam fortemente as suas habilidades.
Todos estavam ocupados com alguns afazeres. Uma criada entrou no quarto com bacia de água gelada para me ajudar caso estivesse muito ruim.
aproveitei esse momento para perguntar o que estava acontecendo.
— Pela primeira vez o palácio vai receber a família imperial. Todos estão animados, pois o papa virá com a caravana junto com uma santa. — Ela diz animada.
— Santa? —Digo com a mão na cabeça pela dor de enxaqueca.
— Duas santas nasceram no mundo, isso é maravilhoso. — Fala alegremente.
— Ajude-me se arrumar.
Coloquei o melhor vestido, indo mudar o rumo da minha história. Indo direto para encontrar com o rei dos demônios e o Grão Duque de Infermenis.
Dois personagens que morreram na grande batalha contra o império tentando tomar a cidade sagrada.
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Atualizado até capítulo 88
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