Li vários livros sobre protagonistas na mesma situação, onde encontram num casamento de fachada para se livrar da maldição de ser a vilã.
Não seguirei nenhum desses passos que fará esquecer do meu sofrimento, se existir uma maneira quero voltar para meu mundo e me vingar da minha irmã.
Com o plano em mente, fui direto para a biblioteca, sei que em algum lugar está escrito sobre como a heroína veio parar nesse mundo.
Foi esse diferencial que fez ser um sucesso o seu livro, todos queriam saber se a protagonista iria voltar para o mundo real ou continuaria vivendo com o príncipe herdeiro.
O mais irônico foi que a informação é descoberta por Elizabeth que tenta mandar a heroína de volta para seu mundo.
Nas pilhas de livros amontoados continuei a busca sem parar. Como ninguém se preocupa por Elizabeth, não tive que me preocupar com interrupções.
Algumas vezes via da janela a expedição do príncipe sair junto com o Duque.
Toc! Toc!
Batidas na porta interrompem meu sossego, vinda Mara com bandeja de lanche e suco.
— Lady Elizabeth, posso entrar?
— Deixe onde quiser. — Gesticulou com as mãos.
A empregada não saiu da biblioteca deixando claro que queria dizer algo com a atitude.
— O que mais você quer? — Digo furiosa.
— Lady Elizabeth, não seja egoísta. Está atrapalhando o ambiente saudável com sua teimosia, precisa cumprir com seus deveres. — Fala num tom arrogante.
— Dever? Que dever tenho com o sobrenome que nunca me pertenceu? — Responde encarando seu rosto fixo fechando o livro que estava em minhas mãos.
— Seja como for, foi criada como princesa, a única filha do Duque...!
Splá! Largo a mão em suas bochechas brancas, manchando o perfeito tom num rosado intenso.
— Tem razão, sou a única filha do duque, o que significa que sou sua senhorita, dona desse castelo. Volte para sua sujeira, mulher.
Ela impactada pelo tapa saiu da biblioteca com os olhos cheios d'águas. Deixando aberto o suficiente para perceber que nunca estive sozinha, mas que estava o tempo todo sendo vigiada pelos guardas do castelo.
Os homens encararam ressentidos, como se fosse a errada em corrigir uma serva cujo desafiou a sua senhora.
É muito cansativo ter que ficar vendo todas essas pessoas odiosas. Eles não entraram na biblioteca, porém não deixaram sair tornando o lugar minha prisão. Deixando a porta apenas aos retornos do Duque com o príncipe.
Ninguém levava refeição, o que estava me matando de fome, algo que não desejo para nenhum ser vivo. Tentei pensar em outras coisas e até bebi todo o vinho que estava na dispensa da biblioteca para afastar a fome.
Por fim, quando o finalmente pude deixar a biblioteca estava completamente bêbada e magra. Cambaleando com uma garrafa de whisky na mão, morrendo aos poucos pelo álcool.
— Elizabeth! — Grita o Duque furioso pegando meu punho. — Essa é a sua maneira de protestar sendo infantil negligenciando sua saúde?
— Do que importa, como vou morrer? Seja de fome, envenenada ou de frio, vocês querem me matar, mas não darei esse gostinho, vou lutar até o final por minha vida. — Jogo a garrafa no seu rumo sendo partida no meio pelo seu cavaleiro que várias vezes me atingiu, ao ver que não recebeu nenhuma punição comecei a rir da miséria de Elizabeth. — Veja só se não o mais nobre leal cavaleiro do ducado em pessoa que veio para castigar a malvada filha da traição do grande Duque.
— CHEGA, ELIZABETH! ESTÁ INDO LONGE DEMAIS! — Se exalta o Duque.
— Disse algo errado? — Atuando inocente.
— Mestre, permita levar a Lady Elizabeth de volta aos seus aposentos. A Lady não está em suas melhores condições. — Fala com respeito meio curvado.
— Vá para o inferno, canalha! Você e toda essa corja de imundos que chama de soldados! — Grito enlouquecida.
Os homens que lhes acompanham não falam nada, desviando os seus olhares em desgostos.
— Saiam todos. — Diz Duque em autoridade.
— Mestre, insisto. — Tenta convencer o cavaleiro.
— SAIAM!— Ordena num tom agressivo.
Sem escolhas os soldados se retiram.
— Elizabeth, não torne mais difícil para nós dois. A única que vai se machucar com a sua teimosia é você mesma.
— Que seja. — Dá de ombros.
Tentei seguir meu caminho, todavia o duque bloqueou meu caminho puxando meu punho notando dessa vez a desnutrido do corpo.
— Eli... Elizabeth, o que fez? — Pergunta com os olhos assombrados em tormento.
— Pode ter mandado seus pessoal não deixar sair da biblioteca, sem comida ou água para que morresse, mas sobrevivi. — Empurro sua mão. — Sobrevivi senhor Duque! A sua vergonha está viva! — Grito para que todos nos corredores pudessem ouvir levando um tapa forte no rosto como resposta.
O tapa fez cair no chão sangrando o nariz cortando um pedaço dos lábios inchando o rosto. Olhei para cima vendo o brilho do raio que estralou no céu, iluminar o rosto perdido do Duque fazendo meu estômago embrulhar.
Fui agredida várias vezes, sou eu quem estão matando, mas ele se atreve me olhar como se fosse a vítima e isso me enoja.
— Te odeio na mesma intensidade que me odeia, Duque de Camis Lanvald. — Levanto do chão virando seguindo meu caminho para o quarto debilitada.
Passando por todos os empregados novamente que encaram com desprezos. Senti a garganta doer enquanto a visão começa a ficar turva.
Forçando meu corpo, continuei caminhando parando os passos pelas falhas das pernas. O Duque veio para tentar me ajudar levantar, mas é humilhante ser ajudada por um homem que quer se livrar de mim a todo custo.
— Não me toque! Nunca! NUNCA!
Sua mão recuou no ar vendo a dificuldade que estava para respirar, tremendo com as mãos no peito perdendo completamente a visão, condicionando ficar acordada para chegar no quarto.
Novamente levanto dessa vez perdendo a consciência, tropeçando nas pernas, caindo diversas vezes antes de chegar no quarto.
Quando entrei dentro, não ouvia nada, nem enxergava, sentei de frente com a lareira apagada encolhendo as pernas desmoronando em prantos. Um choro não só por mim, mas pela minha nova vida.
Esse livro foi feito para que não importasse o quanto Elizabeth tentasse escapar, ela sempre será miserável.
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Atualizado até capítulo 88
Comments
New Biana
Eu quero intender mas ainda estou confusa
2024-03-04
4
ツ𝘚⃢𝘤𝘰𝘵𝘵⊱ˢˡᵗʳ⊰ツ
acho que o duque nunca quis matá-la e sim só foi uma forma que a história mostrava, tipo como a história se passava no ponto dos protagonistas as pessoas não sabiam o que o duque poderia está pensando, então é possível que ele ame ela se verdade mais como ela pode ser filha de uma traição ele não saiba demonstrar esse amor da forma certa.
2023-12-27
6
Elis Alves
Será que nessa realidade, o duque quer realmente matá-la. Pq acredito que se quisesse ele não a teria "salvo" 2 vezes. 🤔
2023-11-03
5