Cap_3

Li vários livros sobre protagonistas na mesma situação, onde encontram num casamento de fachada para se livrar da maldição de ser a vilã.

     Não seguirei nenhum desses passos que fará esquecer do meu sofrimento, se existir uma maneira quero voltar para meu mundo e me vingar da minha irmã.

     Com o plano em mente, fui direto para a biblioteca, sei que em algum lugar está escrito sobre como a heroína veio parar nesse mundo.

          Foi esse diferencial que fez ser um sucesso o seu livro, todos queriam saber se a protagonista iria voltar para o mundo real ou continuaria vivendo com o príncipe herdeiro.

         O mais irônico foi que a informação é descoberta por Elizabeth que tenta mandar a heroína de volta para seu mundo.

         Nas pilhas de livros amontoados continuei a busca sem parar. Como ninguém se preocupa por Elizabeth, não tive que me preocupar com interrupções.

        Algumas vezes via da janela a expedição do príncipe sair junto com o Duque.

    Toc! Toc!

     Batidas na porta interrompem meu sossego, vinda Mara com bandeja de lanche e suco.

        — Lady Elizabeth, posso entrar?

        — Deixe onde quiser. — Gesticulou com as mãos.

        A empregada não saiu da biblioteca deixando claro que queria dizer algo com a atitude.

         — O que mais você quer? — Digo furiosa.

          — Lady Elizabeth, não seja egoísta. Está atrapalhando o ambiente saudável com sua teimosia, precisa cumprir com seus deveres. — Fala num tom arrogante.

             — Dever? Que dever tenho com o sobrenome que nunca me pertenceu? — Responde encarando seu rosto fixo fechando o livro que estava em minhas mãos.

             — Seja como for, foi criada como princesa, a única filha do Duque...!

Splá! Largo a mão em suas bochechas brancas, manchando o perfeito tom num rosado intenso.

            — Tem razão, sou a única filha do duque, o que significa que sou sua senhorita, dona desse castelo. Volte para sua sujeira, mulher.

              Ela impactada pelo tapa saiu da biblioteca com os olhos cheios d'águas. Deixando aberto o suficiente para perceber que nunca estive sozinha, mas que estava o tempo todo sendo vigiada pelos guardas do castelo.

               Os homens encararam ressentidos, como se fosse a errada em corrigir uma serva cujo desafiou a sua senhora.

               É muito cansativo ter que ficar vendo todas essas pessoas odiosas. Eles não entraram na biblioteca, porém não deixaram sair tornando o lugar minha prisão. Deixando a porta apenas aos retornos do Duque com o príncipe.

         Ninguém levava refeição, o que estava me matando de fome, algo que não desejo para nenhum ser vivo. Tentei pensar em outras coisas e até bebi todo o vinho que estava na dispensa da biblioteca para afastar a fome.

           Por fim, quando o finalmente pude deixar a biblioteca estava completamente bêbada e magra. Cambaleando com uma garrafa de whisky na mão, morrendo aos poucos pelo álcool.

        — Elizabeth! — Grita o Duque furioso pegando meu punho. — Essa é a sua maneira de protestar sendo infantil negligenciando sua saúde?

          — Do que importa, como vou morrer? Seja de fome, envenenada ou de frio, vocês querem me matar, mas não darei esse gostinho, vou lutar até o final por minha vida. — Jogo a garrafa no seu rumo sendo partida no meio pelo seu cavaleiro que várias vezes me atingiu, ao ver que não recebeu nenhuma punição comecei a rir da miséria de Elizabeth. — Veja só se não o mais nobre leal cavaleiro do ducado em pessoa que veio para castigar a malvada filha da traição do grande Duque.

           — CHEGA, ELIZABETH! ESTÁ INDO LONGE DEMAIS! — Se exalta o Duque.

           — Disse algo errado? — Atuando inocente.

           — Mestre, permita levar a Lady Elizabeth de volta aos seus aposentos. A Lady não está em suas melhores condições. — Fala com respeito meio curvado.

            — Vá para o inferno, canalha! Você e toda essa corja de imundos que chama de soldados! — Grito enlouquecida.

         Os homens que lhes acompanham não falam nada, desviando os seus olhares em desgostos.

           — Saiam todos. — Diz Duque em autoridade.

           — Mestre, insisto. — Tenta convencer o cavaleiro.

            — SAIAM!— Ordena num tom agressivo.

             Sem escolhas os soldados se retiram.

            — Elizabeth, não torne mais difícil para nós dois. A única que vai se machucar com a sua teimosia é você mesma.

          — Que seja. — Dá de ombros.

          Tentei seguir meu caminho, todavia o duque bloqueou meu caminho puxando meu punho notando dessa vez a desnutrido do corpo.

         — Eli... Elizabeth, o que fez? — Pergunta com os olhos assombrados em tormento.

           — Pode ter mandado seus pessoal não deixar sair da biblioteca, sem comida ou água para que morresse, mas sobrevivi. — Empurro sua mão. — Sobrevivi senhor Duque! A sua vergonha está viva! — Grito para que todos nos corredores pudessem ouvir levando um tapa forte no rosto como resposta.

             O tapa fez cair no chão sangrando o nariz cortando um pedaço dos lábios inchando o rosto. Olhei para cima vendo o brilho do raio que estralou no céu, iluminar o rosto perdido do Duque fazendo meu estômago embrulhar.

          Fui agredida várias vezes, sou eu quem estão matando, mas ele se atreve me olhar como se fosse a vítima e isso me enoja.

          — Te odeio na mesma intensidade que me odeia, Duque de Camis Lanvald. — Levanto do chão virando seguindo meu caminho para o quarto debilitada.

Passando por todos os empregados novamente que encaram com desprezos. Senti a garganta doer enquanto a visão começa a ficar turva.

Forçando meu corpo, continuei caminhando parando os passos pelas falhas das pernas. O Duque veio para tentar me ajudar levantar, mas é humilhante ser ajudada por um homem que quer se livrar de mim a todo custo.

— Não me toque! Nunca! NUNCA!

Sua mão recuou no ar vendo a dificuldade que estava para respirar, tremendo com as mãos no peito perdendo completamente a visão, condicionando ficar acordada para chegar no quarto.

Novamente levanto dessa vez perdendo a consciência, tropeçando nas pernas, caindo diversas vezes antes de chegar no quarto.

Quando entrei dentro, não ouvia nada, nem enxergava, sentei de frente com a lareira apagada encolhendo as pernas desmoronando em prantos. Um choro não só por mim, mas pela minha nova vida.

Esse livro foi feito para que não importasse o quanto Elizabeth tentasse escapar, ela sempre será miserável.

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Comments

New Biana

New Biana

Eu quero intender mas ainda estou confusa

2024-03-04

4

ツ𝘚⃢𝘤𝘰𝘵𝘵⊱ˢˡᵗʳ⊰ツ

ツ𝘚⃢𝘤𝘰𝘵𝘵⊱ˢˡᵗʳ⊰ツ

acho que o duque nunca quis matá-la e sim só foi uma forma que a história mostrava, tipo como a história se passava no ponto dos protagonistas as pessoas não sabiam o que o duque poderia está pensando, então é possível que ele ame ela se verdade mais como ela pode ser filha de uma traição ele não saiba demonstrar esse amor da forma certa.

2023-12-27

6

Elis Alves

Elis Alves

Será que nessa realidade, o duque quer realmente matá-la. Pq acredito que se quisesse ele não a teria "salvo" 2 vezes. 🤔

2023-11-03

5

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