Cap _13

O médico correu para o outro quarto, onde consegui me arrastar vendo várias pessoas em volta.

O príncipe tenta estabilizar o sangue que sai por todos orifícios do homem que está na cama.

— POR QUE ESTÁ AQUI?! O QUE ESTÁ FAZENDO AQUI?! — Grita Angela aos prantos.

Os cavaleiros contém ela retirando do quarto, sua mãe também é retirada comigo por outros soldados. Durante várias horas, homens e mulheres correm pelo corredor com bacias de água morna e panos.

Alguns dos panos encharcados de sangue, deixando o corredor sujo. Outras quatro horas passam finalmente a correria parece diminuir.

Três horas depois tudo fica quieto, às pessoas pararam de caminhar pelo corredor, o príncipe saiu do quarto totalmente cansado caindo no braço do guarda.

O segundo príncipe também saiu fadigado, mal conseguindo se manter de pé. Uma hora me levanto da cama seguindo o som da voz do duque que me chama.

Nem sei a causa que fez ouvir seu chamado, sentindo o coração destroçado ao vê -lo sofrer naquela cama.

— Filha, Elizabeth. — Chama quase um sussurro.

— Estou aqui. — Pego sua mão.

— Me perdoe, filha. Me perdoe. — Chora apertando minhas mãos. — Pensei que se fosse indiferente estaria segura, sempre estive preocupado contigo, tentei tudo que pude para salvar sua mãe. Te amo, sempre te amei e sua mãe também sempre te amou. Você é o fruto do nosso amor, fui tudo que me restou, sacrificaria minha vida mil vezes pra que seja feliz.

— Se o que fiz é verdade então não morra, pai — Digo engasgada com a própria cura.

Meu pai sorriu entre as lágrimas.

— Seja feliz, confie no seu noivo... — Sua voz começa a falhar.

— NÃO MORRA! Vai simplesmente morrer depois de pedir perdão?! Nem vai tentar consertar nossa relação?!

As lágrimas rolam de seu rosto enquanto a alma vai se apagando do corpo. Os dias que passou cuidando de mim, foram os melhores que tive. Nossas conversas e seus desejos tidos do fundo do coração. Por isso, não pude aceitar simplesmente que a vida esteja deixando seu corpo.

Juntando as mãos fechei meus olhos encontrando com a árvore da vida.

— Imploro não leve-o, por favor precisa me dar um pouco de tempo para descobrir porque tive uma vida tão miserável. Leve um pouco da minha vida em troca da dele.

Gentilmente a luz me abraçou, apaziguando o lamento da alma. Meu pai foi poupado de morrer naquela noite, se recuperando milagrosamente.

Quando abriu os olhos, a primeira coisa que fez foi expulsar Angela e sua mãe do palácio. Depois se reuniu com os príncipes exigindo que escolhessem um lado, pois iria para sua última batalha.

Os dois príncipes discutiram pedindo para ele se recuperar primeiro, no entanto se cansou de esperar o momento certo para destronar o imperador.

Enquanto isso, secretamente estava treinando em outra parte do palácio que não é usado por ninguém. Devido a perda do poder, os cavaleiros aumentaram vigilância, deixando espaço o suficiente para ter privacidade.

As criadas também me ajudavam cobrindo meus treinos. Além de instalarem simulações de ataque para aprender, desviar e atacar.

No começo sofri com vários golpes no corpo, é muito mais difícil lutar ouvindo do que vendo. A direção do som pode confundir a mente, dependendo dos ouvidos, para identificar de onde vem o ataque.

Diariamente passei a treinar sendo acertada por golpes duros. Machucando a mão pela postura errada de segurar na espada, tentei o arco que acabou cortando a palma da mão. Aprender sozinha, não é nada fácil de fazer, porém, não irei desistir devido a alguns fracassos.

Ainda deve ter algo que consiga utilizar sem a visão e a magia. Magia essa que não foi totalmente retirada, pois existe uma fonte infinita de poder em cada pessoa.

O poder é a força de vontade em querer sobreviver, quanto mais forte o seu desejo, mais forte é o poder. Lamentar só faz com que sinta pena de si mesmo, num poço infinito de escuridão de engolindo dia após dia.

Prefiro lutar com tudo que tiver, mesmo sem nenhuma chance. Com o corpo cansado e dolorido levanto cada dia determinada a superar minhas limitações.

Treino abdominal, braços, corro e luto contra os objetos jogados na minha direção. Estou me acostumando com a nova visão, conseguindo formar o corpo das pessoas e os pequenos insetos.

— Está pronta? — Diz Madeleine, pronta para jogar o saco de areia.

— Podem jogar. — Posição de defesa com adagas nas mãos.

Para minha surpresa, as adagas de ataques curto alcance são minhas melhores habilidades para defender.

Consigo me mover livremente e atingir o objetivo rápido.

Foi meu primeiro sucesso, desmanchado por ser acertada nas costas por um saco desavisado.

— Ei! — Grito emburrada.

— Nunca abaixe a guarda! — Grita Rosalinda.

— #$#$&@$. — resmungo.

— O que disse? — Grita de longe.

— Vai te catar! — Respondo irritada.

— Está na hora do descanso. — Diz o cavaleiro Rick.

— Só um minuto.

— Os músculos precisam descansar, já lhe expliquei várias vezes. — Fala sem paciência.

— Ebaaaa! Hora de comer. — Diz Madelene.

Sentados lado do outro, verifico as informações deles. Aproveitando essa chance para saber o que ocorre no palácio principal.

— O Duque conseguiu reunir um grande exército, logo estará indo para a batalha. — começa a conversa Rick

— Inacreditável. Ele é um monstro, estava à beira da morte e já está indo para guerra. — Fala Madelene com um pedaço de pão na boca.

— Tenho desconfiado da xxxxc . — Diz em código o nome da traidora, Junk.

— O mordomo está de olho nela por ordem do príncipe, sabem o quanto ela quer ser da nobreza. — Lorde Hélio pegando uma fruta do cesto.

— Lorde Hélio? — Os cavaleiros se levantam respeitosamente.

— Fiquem tranquilos, não vim para impedi-los, Lady Elizabeth se permitir, irei lhe ensinar escrever e ler de uma maneira que ninguém mais saberá além de nós.

— Por que? — Pergunto desconfiada.

— Se fugir do palácio deve saber se proteger de possíveis golpes. Só lutar não vai resolver seus problemas. — Diz mordendo a maçã. — Sempre foi inteligente, se quiser aprender estarei na minha sala.

— Quero aprender.

— Ótimo. Te vejo amanhã no cantar do primeiro galo.

— Ei! Isso é muito cedo. — O repreende Madeleine.

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34 Cap_34 . A luz se apagou.
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